tag:blogger.com,1999:blog-34270772351126381112024-02-06T22:21:33.715-08:00VestDMC Sempre Na FrenteDaniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.comBlogger181125tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-50883363695666348572018-07-13T18:09:00.000-07:002018-07-13T18:09:34.872-07:00A Indústria Cultural e a globalização<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKnpQzVILJpfl-1B9uTTmw_kEUBUx2tysqDKK396xAuVvFCS6urZdXfmPvQXIl-KmTcO5dCty6I-O3c_4RDe65u7sSNE1aIF_ruqj14DzFzWnDHt9DMbnTCtgnDPcbfieez0nLXappFgQ-/s1600/696778585.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="698" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKnpQzVILJpfl-1B9uTTmw_kEUBUx2tysqDKK396xAuVvFCS6urZdXfmPvQXIl-KmTcO5dCty6I-O3c_4RDe65u7sSNE1aIF_ruqj14DzFzWnDHt9DMbnTCtgnDPcbfieez0nLXappFgQ-/s400/696778585.jpg" width="290" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;">A
Indústria Cultural impede a formação de indivíduos autônomos, independentes,
capazes de julgar e de decidir conscientemente.</span><a href="https://www.blogger.com/null" name="_ftnref2" style="font-family: "Times New Roman", serif;"></a><a href="http://www.urutagua.uem.br/04fil_silva.htm#_ftn2" style="font-family: "Times New Roman", serif;"> [2] </a><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Com as palavras do próprio Adorno, podemos
compreender o porque das suas reflexões acerca desse tema.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Theodor
Wiesengrund-Adorno, em parceria com outros filósofos contemporâneos, estão
inseridos num trabalho muito árduo: pensar filosoficamente a realidade vigente.
A realidade em que vivia estava sofrendo várias transformações, principalmente,
na dimensão econômica. O Comércio tinha se fortalecido após as revoluções
industriais, ocorridas na Europa e, com isso, o Capitalismo havia se
fortalecido definitivamente, principalmente, com as novas descobertas
cientificas e, conseqüentemente, com o avanço tecnológico. O homem havia
perdido a sua autonomia. Em conseqüência disso, a humanidade estava cada vez
mais se tornando desumanizada. Em outras palavras, poderíamos dizer que o nosso
caro filósofo contemplava uma geração de homens doentes, talvez gravemente. O
domínio da razão humana, que no Iluminismo era como uma doutrina, passou a dar
lugar para o domínio da razão técnica. Os valores humanos haviam
sido deixados de lado em troca do interesse econômico. O que passou a reger a
sociedade foi a lei do mercado, e com isso, quem conseguisse acompanhar esse
ritmo e essa ideologia de vida, talvez, conseguiria sobreviver; aquele que não
conseguisse acompanhar esse ritmo e essa ideologia de vida ficava a mercê dos
dias e do tempo, isto é, seria jogado à margem da sociedade. Nessa corrida pelo
ter, nasce o individualismo, que, segundo o nosso filósofo, é o fruto de toda
essa Indústria Cultural. Segundo Adorno, na Indústria
Cultural, tudo se torna negócio. Enquanto negócios, seus fins
comerciais são realizados por meio de sistemática e programada exploração de
bens considerados culturais.<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ftnref3"></a><a href="http://www.urutagua.uem.br/04fil_silva.htm#_ftn3"><span style="mso-bookmark: _ftnref3;"> </span><span style="mso-bookmark: _ftnref3;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ftnref3;"></span>Um exemplo disso, dirá ele, é o cinema. O
que antes era um mecanismo de lazer, ou seja, uma arte, agora se tornou um meio
eficaz de manipulação. Portanto, podemos dizer que a Indústria
Cultural traz consigo todos os elementos característicos do mundo industrial
moderno e nele exerce um papel especifico, qual seja, o de portadora da
ideologia dominante, a qual outorga sentido a todo o sistema. É importante
salientar que, para Adorno, o homem, nessa Indústria Cultural, não passa de
mero instrumento de trabalho e de consumo, ou seja, objeto. O homem é tão bem
manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do
trabalho. Portanto, o homem ganha um coração-máquina. Tudo que ele fará, fará
segundo o seu coração-máquina, isto é, segundo a ideologia dominante.
A Indústria Cultura, que tem com guia a racionalidade técnica
esclarecida, prepara as mentes para um esquematismo que é oferecido pela
indústria da cultura – que aparece para os seus usuários como um “conselho de
quem entende”. O consumidor não precisa se dar ao trabalho de pensar, é só
escolher. É a lógica do clichê. Esquemas prontos que podem ser empregados
indiscriminadamente só tendo como única condição a aplicação ao fim a que se
destinam. Nada escapa a voracidade da Indústria Cultural. Toda vida
torna-se replicante. Dizem os autores: Ultrapassando de longe o teatro de
ilusões, o filme não deixa mais à fantasia e ao pensamento dos espectadores
nenhuma dimensão na qual estes possam, sem perder o fio, passear e divagar no
quadro da obra fílmica permanecendo, no entanto, livres do controle de seus
dados exatos, e é assim precisamente que o filme adestra o espectador entregue
a ele para se identificar imediatamente com a realidade. Atualmente, a atrofia
da imaginação e da espontaneidade do consumidor cultural não precisa ser
reduzida a mecanismos psicológicos. Os próprios produtos (...) paralisam essas
capacidade em virtude de sua própria constituição objetiva(ADORNO &
HORKHEIMER, 1997:119).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Fica
claro portanto a grande intenção da Indústria Cultural: obscurecer a
percepção de todas as pessoas, principalmente, daqueles que são formadores de
opinião. Ela é a própria ideologia. Os valores passam a ser regidos
por ela. Até mesmo a felicidade do individuo é influenciada e condicionada por
essa cultura. Na Dialética do Esclarecimento, Adorno e Horkheimer
exemplificam este fato através do episódio das Sereias da epopéia homérica.
Ulisses preocupado com o encantamento produzido pelo canto das sereias tampa
com cera os ouvidos da tripulação de sua nau. Ao mesmo tempo, o comandante
Ulisses, ordena que o amarrem ao mastro para que, mesmo ouvindo o cântico
sedutor, possa enfrentá-lo sem sucumbir à tentação das sereias. Assim, a
respeito de Ulisses, dizem os autores: O escutado não tem conseqüências
para ele que pode apenas acenar com a cabeça para que o soltem, porém tarde
demais: os companheiros, que não podem escutar, sabem apenas do perigo do
canto, não da sua beleza, e deixam-no atado ao mastro para salvar a ele e a si
próprios. Eles reproduzem a vida do opressor ao mesmo tempo que a sua própria
vida e ele não pode mais fugir a seu papel social. Os vínculos pelos quais ele
é irrevogavelmente acorrentado à práxis ao mesmo tempo guardam as sereias à
distância da práxis: sua tentação é neutralizada em puro objeto de
contemplação, em arte. O acorrentado assiste a um concerto escutando imóvel,
como fará o público de um concerto, e seu grito apaixonado pela liberação
perde-se num aplauso. Assim o prazer artístico e o trabalho manual se separam
na despedida do antemundo. A epopéia já contém a teoria correta. Os bens
culturais estão em exata correlação com o trabalho comandado e os dois se
fundamentam na inelutável coação à dominação social sobre a natureza (ADORNO
& HORKHEIMER, 1997:45). É importante frisar que a grande força
da Indústria Cultural se verifica em proporcionar ao homem
necessidades. Mas, não aquelas necessidades básicas para se viver dignamente
(casa, comida, lazer, educação, e assim por diante) e, sim, as necessidades do
sistema vigente (consumir incessantemente). Com isso, o consumidor viverá
sempre insatisfeito, querendo, constantemente, consumir e o campo de consumo se
torna cada vez maior. Tal dominação, como diz Max Jimeenez, comentador de
Adorno, tem sua mola motora no desejo de posse constantemente renovado pelo
progresso técnico e científico, e sabiamente controlado pela Indústria
Cultural. Nesse sentido, o universo social, além de configurar-se como um
universo de “coisas” constituiria um espaço hermeticamente fechado. E, assim,
todas as tentativas de se livrar desse engodo estão condenadas ao fracasso.
Mas, a visão “pessimista” da realidade é passada pela ideologia dominando, e
não por Adorno. Para ele, existe uma saída, e esta, encontra-se na própria
cultura do homem: a limitação do sistema e a estética. Na Teoria Estética, obra
que Adorno tentará explanar seus pensamentos sobre a salvação do homem, dirá
ele que não adiante combater o mal com o próprio mal. Exemplo disso, ocorreram
no nazismo e em outras guerras. Segundo ele, a antítese mais viável da
sociedade selvagem é a arte. A arte, para ele, é que liberta o homem das
amarras dos sistemas e o coloca com um ser autônomo, e, portanto, um ser
humano. Enquanto para a Indústria Cultural o homem é mero objeto de
trabalho e consumo, na arte é um ser livre para pensar, sentir e agir. A arte é
como se fosse algo perfeito diante da realidade imperfeita. Além disso, para
Adorno, a Indústria Cultural não pode ser pensada de maneira
absoluta: ela possui uma origem histórica e, portanto, pode desaparecer.
Por fim, podemos dizer que Adorno foi um filósofo que conseguiu interpretar o
mundo em que viveu, sem cair num pessimismo. Ele pôde vivenciar e apreender as
amarras da ideologia vigente, encontrando dentro dela o próprio antídoto: a
arte e a limitação da própria Indústria Cultural. Portanto, os remédios
contra as imperfeições humanas estão inseridos na própria história da
humanidade. É preciso que esses remédios cheguem a consciência de todos (a
filosofia tem essa finalidade), pois, só assim, é que conseguiremos um mundo
humano e sadio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Por <i><span style="background: white; color: black;">Daniel Ribeiro da Silva<o:p></o:p></span></i></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i><span style="background: white; color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">EXERCICIOS<o:p></o:p></span></i></b></div>
<ol start="1" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">UEL 2013.<o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<ol start="2" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">UEL
2013. Leia o texto a seguir.<o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">O modo de comportamento
perceptivo, através do qual se prepara o esquecer e o rápido recordar da música
de massas, é desconcentração. Se os produtos normalizados e irremediavelmente
semelhantes entre si, exceto certas particularidades surpreendentes, não
permitem uma audição concentrada, sem se tornarem insuportáveis para os
ouvintes, estes, por sua vez, já não são absolutamente capazes de uma audição
concentrada. Não conseguem manter a tensão de uma concentração atenta, e por
isso se entregam resignadamente àquilo que acontece e flui acima deles, e com o
qual fazem amizade somente porque já o ouvem sem atenção excessiva.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">(ADORNO, T. W. O
fetichismo na música e a regressão da audição. In: Adorno et all. Textos
escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p.190. Coleção Os Pensadores.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">As redes sociais têm
divulgado músicas de fácil memorização e com forte apelo à cultura de massa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">A respeito do tema da
regressão da audição na Indústria Cultural e da relação entre arte e sociedade
em Adorno,assinale a alternativa correta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">a) A impossibilidade de
uma audição concentrada e de uma concentração atenta relaciona-se ao fato de
que a música tornou-se um produto de consumo, encobrindo seu poder crítico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">b) A música representa um
domínio particular, quase autônomo, das produções sociais, pois se baseia no
livre jogo da imaginação, o que impossibilita estabelecer um vínculo entre arte
e sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">c) A música de massa
caracteriza-se pela capacidade de manifestar criticamente conteúdos racionais
expressos no modo típico do comportamento perceptivo inato às massas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">d) A tensão resultante da
concentração requerida para a apreciação da música é uma exigência
extramusical, pois nossa sensibilidade é naturalmente mais próxima da
desconcentração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">e) Audição concentrada
significa a capacidade de apreender e de repetir os elementos que constituem a
música, sendo a facilidade da repetição o que concede poder crítico à música.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3. Leia o
texto de Adorno a seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">
Se as duas esferas da música se movem na unidade da sua contradição recíproca,
a linha de demarcação que as separa é variável. A produção musical avançada se
independentizou do consumo. O resto da música séria é submetido à lei do
consumo, pelo preço de seu conteúdo. Ouve-se tal música séria como se consome
uma mercadoria adquirida no mercado. Carecem totalmente de significado real as
distinções entre a audição da música “clássica” oficial e da música ligeira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(ADORNO,
T. W. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: BENJAMIN,
W. et all. Textos escolhidos. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1987. p.
84.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com base
no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Adorno, é correto afirmar:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) A
música séria e a música ligeira são essencialmente críticas à sociedade de
consumo e à indústria cultural. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) Ao
se tornarem autônomas e independentes do consumo, a música séria e a música
ligeira passam a realçar o seu valor de uso em detrimento do valor de
troca. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) A
indústria cultural acabou preparando a sua própria autorreflexividade ao
transformar a música ligeira e a séria em mercadorias. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) Tanto
a música séria quanto a ligeira foram transformadas em mercadoria com o avanço
da produção industrial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) As
esferas da música séria e da ligeira são separadas e nada possuem em
comum. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">4. Texto<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">“Se você é
o que você come, e consome comida industrializada, você é milho”, escreveu
Michael Pollan no livro O Dilema do Onívoro, lançado este ano no Brasil.
Ele estima que 25% da comida industrializada nos EUA contenha milho de alguma
forma: do refrigerante, passando pelo Ketchup, até as batatas fritas de uma
importante cadeia de fast food – isso se não contarmos vacas e galinhas que são
alimentadas quase exclusivamente com o grão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O milho
foi escolhido como bola da vez ao seu baixo preço no mercado e também porque os
EUA produzem mais da metade do milho distribuído no mundo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(Adaptado:
BURGOS, P. Show do milhão: milho na comida agora vira combustível. Super
Interessante. Edição 247, 15 dez. 2007, p.33.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com base
no texto e nos conhecimentos sobre o desenvolvimento do capitalismo e a
indústria cultural, considere as afirmativas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">I. O
capitalismo contemporâneo tornou a globalização um fenômeno que intensificou a
padronização e a homogeneização como formas de reprodução técnica criadas a
partir da revolução industrial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">II. A
abertura comercial dos portos das colônias americanas resultou no cercamento
dos campos, facilitando o comércio pelo acúmulo de capitais e, em consequência,
a revolução industrial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">III. A
crítica filosófica à instrumentalização cultural constata que o predomínio da
racionalidade técnica permitiu o resgate do potencial emancipatório da razão
sonhado pelo projeto iluminista.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">IV. Com o
avanço tecnológico, a racionalidade técnica penetra todos os aspectos da vida
cotidiana, subjugando o homem a um processo de instrumentalização cultural e
homogenização de comportamentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Assinale a
alternativa correta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) Somente
as afirmativas I e II são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) Somente
as afirmativas I e IV são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) Somente
as afirmativas III e IV são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) Somente
as afirmativas I, II e III são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) Somente
as afirmativas II, III e IV são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">5.
Com base no pensamento estético de Adorno e Benjamin, considere as
afirmativas a seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">I. Apesar
de terem o mesmo ponto de partida, a saber, a análise crítica das técnicas de
reprodução, Adorno e Benjamin chegam a conclusões distintas. Adorno entende que
a reprodutibilidade das obras de arte é algo negativo, pois transforma esta
última em mercadoria; para Benjamin, apesar de a reprodutibilidade ter aspectos
negativos, uma forma de arte como o cinema pode ser usada potencialmente em
favor da classe operária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">II. Para
Adorno, o discurso revolucionário na arte torna esta forma de expressão humana
instrumentalista, e isto significa abolir a própria arte. Por seu turno,
Benjamin considerava que os novos meios de comunicação não deveriam ser
substituídos, mas sim transformados ou subvertidos segundo os interesses da
comunicação burguesa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">III. Para
Adorno, a noção de aura na obra de arte preservava a consciência de que a
realidade poderia ser melhor, mas o processo de massificação da arte dissolveu
tal noção e, com ela, a dimensão critica da arte. Para Benjamin, a perda da
aura destruiu a unicidade e a singularidade da obra de arte, que perde o seu
valor de culto e se torna acessível.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">IV. Adorno
vê positivamente a reprodutibilidade da arte, já que a obra de arte se
transforma em mercadoria padronizada que possibilita a todos o acesso e o
desenvolvimento do gosto estético autônomo; para Benjamin, a reprodução tem
como dimensão negativa essencial o fato de impossibilitar às massas o acesso às
obras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Assinale a
alternativa correta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) Somente
as afirmativas I e II são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) Somente
as afirmativas I e III são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) Somente
as afirmativas II e IV são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) Somente
as afirmativas I, III e IV são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) Somente
as afirmativas II, III e IV são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> GABARITO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1SALA 2A
3D 4 B 5 B<o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-16302580840737491022018-07-13T18:07:00.003-07:002018-07-13T18:07:58.267-07:00“Minorias” - A questão do negro no Brasil<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzIQSLNeXG-1AOHNox6ChpXSvCeQi4ZLhe_dB4f_QdBxFSiE6t5H2budL_rnRf9yI4q0tTo3Cfz6n7hx_0qnp94VycUq-gad35cQLYeHOxDrPMgrgUeIZ6ZEgNeSbFWW2xleYPKzE_s36B/s1600/pod293.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="515" data-original-width="1080" height="304" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzIQSLNeXG-1AOHNox6ChpXSvCeQi4ZLhe_dB4f_QdBxFSiE6t5H2budL_rnRf9yI4q0tTo3Cfz6n7hx_0qnp94VycUq-gad35cQLYeHOxDrPMgrgUeIZ6ZEgNeSbFWW2xleYPKzE_s36B/s640/pod293.jpg" width="640" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 24pt; margin-bottom: 7.5pt; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 18.0pt;">STF decide por unanimidade que sistema de cotas é constitucional<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">O
STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira por unanimidade que o
sistema de cotas raciais em universidades é constitucional. O presidente do
STF, Carlos Ayres Britto, iniciou seu voto --o último dos ministros-- por volta
das 19h30, antecipando que acompanha o voto do relator Ricardo Lewandowski.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">O
julgamento, que terminou por volta das 20h, tratou de uma ação proposta pelo
DEM contra o sistema de cotas da UnB (Universidade de Brasília), que reserva
20% das vagas para autodeclarados negros e pardos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">Ayres
Britto disse durante o voto que os erros de uma geração podem ser revistos pela
geração seguinte e é isto que está sendo feito.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">Em um
voto de quase duas horas, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou ontem (25) que
o sistema de cotas em universidades cria um tratamento desigual com o objetivo
de promover, no futuro, a igualdade.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">Para
ele, a UnB cumpre os requisitos, pois definiu, em 2004, quando o sistema foi
implantado, que ele seria revisto em dez anos. "A política de ação
afirmativa deve durar o tempo necessário para corrigir as distorções."<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">Luiz
Fux foi o segundo voto a favor das cotas raciais. Segundo Fux, não se trata de
discriminação reservar algumas vagas para determinado grupo de pessoas. "É
uma classificação racial benigna, que não se compara com a discriminação, pois
visa fins sociais louváveis", disse.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">A
ministra Rosa Weber também seguiu o voto do relator. Para ela, o sistema de
cotas visa dar aos negros o acesso à universidade brasileira e, assim,
equilibrar as oportunidades sociais.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">O
quarto voto favorável foi da Ministra Cármen Lúcia, que citou duas histórias
pessoais sobre marcas deixadas pela desigualdade na infância.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">Em seu
voto, o ministro Joaquim Barbosa citou julgamento da Suprema Corte americana
que validou o sistema de cotas para negros nos Estados Unidos, ao dizer que o
principal argumento que levou àquela decisão foi o seguinte: "Os EUA eram
e continuam a ser um país líder no mundo livre, mas seria insustentável
manter-se como livre, mantendo uma situação interna como aquela".<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">Peluso
criticou argumentos de que a reserva de vagas fere o princípio da meritocracia.
"O mérito é sim um critério justo, mas é justo apenas em relação aos
candidatos que tiveram oportunidades idênticas ou pelos menos
assemelhadas", disse. "O que as pessoas são e o que elas fazem
dependem das oportunidades e das experiências que ela teve para se constituir
como pessoa."<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">O
ministro Gilmar Mendes também votou pela constitucionalidade das cotas em
universidades, mas fez críticas ao modelo adotado pela UnB. Ele argumentou que
tal sistema, que reserva 20% das vagas para autodeclarados negros e pardos,
pode gerar "distorções e perversões".<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">Celso
de Mello disse, durante seu voto, que ações afirmativas estão em conformidade
com Constituição e com Declarações Internacionais subscritas pelo Brasil.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 13.5pt;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">Marco
Aurélio Mello também seguiu o relator e votou pela constitucionalidade do
sistema de cotas. Dias Toffoli não participou do julgamento por ter dado um
parecer no processo quando era da Advocacia-Geral da União.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<h2 style="margin-left: 35.4pt; text-indent: 35.4pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">A questão da
negritude no Brasil<o:p></o:p></span></h2>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 9;"> </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><o:p></o:p></i></span></div>
<h2>
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">53,5% dos negros brasileiros já estão na classe média<o:p></o:p></span></h2>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<strong>Pesquisa do economista da FGV Marcelo Neri também
mostra que 47,3% dos mestiços pertenciam às classes A, B e C em 2008</strong><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Mais da metade dos
negros brasileiros, e pouco menos da metade dos mestiços (pardos), pertencem
hoje à classe média, incluindo a classe C, a nova classe média popular.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Segundo recente
levantamento do economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais (CPS),
da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 53,5% dos negros e 47,3% dos mestiços no
Brasil pertenciam às classes A, B e C em 2008. Entre negros e mestiços juntos,
48% são de classe média, e 52% estão nas classes D e E, mais características da
pobreza. Os porcentuais incluem também os muito ricos, mas que são
estatisticamente pouco significantes.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Esses números,
tirados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), mostram uma
grande evolução nos últimos 15 anos. Em 1993, menos de um quarto dos negros
(23,8%) e pouco mais de um quinto dos mestiços (21,7%) pertenciam às classes A,
B e C. Tomados em conjunto, apenas 22% dos negros e mestiços estavam na classe
média, com quase 80% nas classes D e E.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Os números de Neri
revelam que, desde 1993, a proporção de negros e mestiços nas classes A, B e C
cresceu cerca de 110%, enquanto a dos brancos expandiu-se em 42%. “Há uma
melhora diferenciada dos negros e pardos na classe ABC, já que a proporção
deles aumentou mais do que a dos brancos”, observa Neri.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">André Urani, sócio
do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), e diretor do Instituto
Natura, tem dados que mostram que a proporção de negros e mestiços, nos últimos
15 anos, cresceu bem mais entre os mais ricos do que entre os mais pobres.
Assim, houve um salto de 74%, de 1993 a 2008, na proporção de chefes de família
negros e mestiços entre o 1% mais rico do Brasil, e hoje ela atinge 15%. Entre
os 10% mais ricos, um em cada quatro chefes de família já é negro ou mestiço.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Para Urani, essa
melhora relativa de renda de negros e mestiços se deu antes que a política de
cotas pudesse fazer efeito. “Se, de fato, como parece, isso não se deve à
política de cotas, então está aberto um campo gigantesco para se investigar as
determinantes dessa trajetória e ter políticas públicas que a incentivem.”<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Mesmo com o avanço
de negros e mestiços, a sociedade brasileira ainda está muito longe de ser
igualitária em grupos raciais. Os chefes de família negros e mestiços ainda
correspondem a mais de 70% entre os pobres e indigentes, segundo a
classificação de linhas de pobreza de Urani.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Os dados de Urani
e Neri mostram, porém, que, apesar de a situação ainda permanecer ruim, é
inegável a tendência de redução da desigualdade de renda de base racial na
última década e meia. Hoje, o País já possui uma grande classe média não
branca, com 45 milhões de pessoas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Os dados da série
da Pnad revelam que também houve, independentemente da renda, um expressivo
aumento na proporção de negros e mestiços no total da população brasileira de
1993 a 2008, de 45% para 50,1% do total.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">As possíveis
explicações para essa mudança são uma maior disposição das pessoas se
identificarem como não brancas (pretos e pardos, na terminologia oficial) nos
questionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e um
avanço real demográfico de negros e mestiços relativamente aos brancos.
Especialistas em estudos raciais, como o economista Marcelo Paixão, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acreditam que a causa pode ser uma combinação
desses dois fatores.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Em todas as faixas
de renda houve aumento da participação de negros e mestiços, já que eles
cresceram bastante na população como um todo. Porém, quando se examina as
mudanças na distribuição de negros e mestiços entre as faixas de renda, de 1993
a 2008, fica claro que aquele aumento foi proporcionalmente maior nas camadas
mais ricas da população do que nas mais pobres.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Assim, em 1993, os
chefes de família negros e mestiços representavam 68% do total abaixo da linha
de indigência definida por Urani, o que subiu para 73% em 2008. O crescimento
da fatia, de 8,3%, porém, foi bem menor do que o aumento na proporção total de
chefes de família negros e mestiços naquele período, que foi de 23%. Já entre
os riquíssimos (1% mais rico da população), a parcela de chefes de família
negros e mestiços saiu de 8,8% para 15,3%, o que significa uma expansão de 74%.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Um aspecto
importante da discussão é a questão do acesso, permanência e qualidade
oferecida ao negro, no quesito educação. Uma vez que este é um verdadeiro
caminho de superação de desigualdades, de formação de líderes, de rompimento de
preconceitos e de construção de uma sociedade mais justa e igualitária em oportunidades.
Assim segue abaixo uma tabela comparativa sobre raça e educação no Brasil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A questão do
“branqueamento da população</span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">”<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">-
Tentativa de “branquear” a população brasileira por meio da vinda de imigrantes
europeus<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>na segunda metade do século XIX<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">EXERCÍCIOS<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1.
UFU. O movimento negro no Brasil, embora exista de fato desde a Colônia, teve
seus avanços reais constituídos em políticas públicas a partir dos anos 1990.
Sobre as bandeiras, ações afirmativas e conquistas deste movimento, é INCORRETO
afirmar que:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A)
tornaram possível a obrigatoriedade do ensino da história e da cultura
afro-brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">B)
pretendem contribuir para diminuir a distância socioeconômica entre negros e
brancos no Brasil e um dos mecanismos para que isso ocorra é a instituição de
cotas para negros na universidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">C)
relacionam-se a um movimento de políticas de identidade étnico-racial que
denuncia a democracia racial brasileira como um mito.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">D)
pretendem indenizar economicamente os descendentes de escravos negros no
Brasil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">2. UNESP. Entre as formas de
resistência negra à escravidão, durante o período colonial brasileiro, podemos
citar<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(A) a organização de quilombos, nos
quais, sob supervisão de autoridades brancas, os negros podiam viver livremente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(B) as sabotagens realizadas nas
plantações de café, com a introdução de pragas oriundas da África.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(C) a preservação de crenças e
rituais religiosos de origem africana, que eram condenados pela Igreja
Católica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(D) as revoltas e fugas em massa dos
engenhos, seguidas de embarques clandestinos em navios que rumavam para a
África.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(E) a adoção da fé católica pelos
negros, que lhes proporcionava imediata alforria concedida pela Igreja.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3.ENEM. A Superintendência Regional
do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desenvolveu o
projeto “Comunidades Negras de Santa Catarina”, que tem como objetivo preservar
a memória do povo afrodescendente no sul do País. A ancestralidade negra é
abordada em suas diversas dimensões: arqueológica, arquitetônica, paisagística
e imaterial. Em regiões como a do Sertão de Valongo, na cidade de Porto Belo, a
fixação dos primeiros habitantes ocorreu imediatamente após a abolição da
escravidão no Brasil. O Iphan identificou nessa região um total de 19 referências
culturais, como os conhecimentos tradicionais de ervas de chá, o plantio
agroecológico de bananas e os cultos adventistas de adoração.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Disponível em: <i><</i>http://portal.iphan.gov.br/portal/montarDetalheConteudo.do?id=14256&sigla=Noticia&retorno=detalheNoticia>.
Acesso em: 1 jun. 2009. (com adaptações).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O texto acima permite analisar a
relação entre cultura e memória, demonstrando que<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(A) </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">as referências culturais da
população afrodescendente estiveram ausentes no sul do País, cuja composição
étnica se restringe aos brancos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(B) </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a preservação dos saberes das
comunidades afrodescendentes constitui importante elemento na construção da
identidade e da diversidade cultural do País.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(C) </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a sobrevivência da cultura negra
está baseada no isolamento das comunidades tradicionais, com proibição de
alterações em seus costumes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(D) </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">os contatos com a sociedade
nacional têm impedido a conservação da memória e dos costumes dos quilombolas
em regiões como a do Sertão de Valongo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(E) </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a permanência de referenciais
culturais que expressam a ancestralidade negra compromete o desenvolvimento
econômico da região.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<ol start="4" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-autospace: none;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">ENEM.
O tráfico de escravos em direção à Bahia pode ser dividido em quatro
períodos:<o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1.o – O ciclo da Guiné durante a
segunda metade do século XVI;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">2.o – O ciclo de Angola e do Congo
no século XVII;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3.o – O ciclo da Costa da Mina
durante os três primeiros quartos do século XVIII;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">4.o – O ciclo da Baía de Benin
entre 1770 e 1850, estando incluído aí o período do tráfico clandestino.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A chegada dos daomeanos (jejes) ocorreu
nos dois últimos períodos. A dos nagô-iorubás corresponde, sobretudo, ao
último. A forte predominância dos iorubás na Bahia, de seus usos e costumes,
seria explicável pela vinda maciça desse povo no último dos ciclos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">VERGER, Pierre. <i>Fluxo e refluxo
do tráfico de escravos entre o golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos: dos<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">séculos XVII a XIX</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">. Tradução de Tasso Gadzanis. São
Paulo: Corrupio, 1987. p. 9. (com adaptações).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Os diferentes ciclos do tráfico de
escravos da costa africana para a Bahia, no Brasil, indicam que<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(A) </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">o início da escravidão no Brasil
data do século XVI, quando foram trazidos para o Nordeste os chamados “negros
da Guiné”, especialistas na extração de ouro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(B) </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a diversidade das origens e dos
costumes de cada nação africana é impossível de ser identificada, uma vez que a
escravidão moldou os grupos envolvidos em um processo cultural comum.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(C) </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">os ciclos correspondentes a cada
período do tráfico de diferentes nações africanas para a Bahia estão
relacionados aos distintos portos de comercialização de escravos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(D) </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">o tráfico de escravos jejes para a
Bahia, durante o ciclo da Baía de Benin, ocorreu de forma mais intensa a partir
do final do século XVII até a segunda metade do século XVIII.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(E) </span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a escravidão nessa província se
estendeu do século XVI até o início do século XVIII, diferentemente do que
ocorreu em outras regiões do País.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">GABARITO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1D 2C 3B
4C <o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-68655327800803148792018-07-13T18:06:00.000-07:002018-07-13T18:06:14.708-07:00O surgimento da Sociologia no Brasil – Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda, Darcy Ribeiro e Florestan Fernandes<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRYNEwvv9rkbT8We0O2H1P1TnY_tz-Xl9PtsO4SD8utIyE-ve16ScIC7vHPj_r3VhLc0zYQIcAMoB5Bm5ehzV5iAMCYg5-geeZgz03OfeyRqT_OYxh9aBTQmn4CZecJkJMxGXczWj3PLXM/s1600/http_%25252F%25252Fi.huffpost.com%25252Fgen%25252F3831694%25252Fimages%25252Fn-GILBERTO-FREYRE-628x314.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="315" data-original-width="630" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRYNEwvv9rkbT8We0O2H1P1TnY_tz-Xl9PtsO4SD8utIyE-ve16ScIC7vHPj_r3VhLc0zYQIcAMoB5Bm5ehzV5iAMCYg5-geeZgz03OfeyRqT_OYxh9aBTQmn4CZecJkJMxGXczWj3PLXM/s640/http_%25252F%25252Fi.huffpost.com%25252Fgen%25252F3831694%25252Fimages%25252Fn-GILBERTO-FREYRE-628x314.jpg" width="640" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;">O BRASIL E
SUAS VÁRIAS IDENTIDADES<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 2;"> </span>I. Introdução<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Para tentar entender a formação
identitária do povo brasileiro, teremos de passar pelos tradicionais estudos de
Antropologia, Sociologia e História, realizados sobre o tema, como nas vozes de
Sérgio Buarque de Holanda em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Raízes do
Brasil</i>, de Marilena Chauí em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mito
Fundador e Sociedade Autoritária,</i> além de Gilberto Freyre em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Casa Grande & Senzala</i> e de Darcy
Ribeiro em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O Povo Brasileiro.</i> Para
realizar e construir uma análise ampla do “ser brasileiro”, e tentar, no
mínimo, levantar algumas hipóteses quanto à construção de uma identidade
brasileira, procurei mesclar grande parte desses estudos, promovendo um diálogo
entre as obras cânones da brasilidade e complementando-as com as minhas
perspectivas quanto ao tema.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Para efeito de conseguir uma boa
compreensão do texto, sistematizei o trabalho, dividindo-o em três partes – <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Introdução</i>, em que será tratada a
metodologia do trabalho; <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Aquarela do
Brasil</i>, em que dissertarei sobre a presença das três principais etnias
responsáveis pela construção do povo brasileiro; e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O ser brasileiro</i>, em que tentarei levantar algumas hipóteses sobre
a identidade brasileira.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;">II –
Aquarela do Brasil<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">A formação do povo brasileiro começa,
obviamente, com a chegada dos portugueses no Brasil no início do século XVI.
Naquele momento, o mundo conhecido era a Europa e parte da Ásia e da África.
Com a “descoberta” (ou achamento no termo da época) do Novo Mundo, o eixo
econômico mudou-se do Mar Mediterrâneo, dominado por italianos desde o fim das
Cruzadas, para o Oceano Atlântico. É indispensável dizer que naquele momento o
capitalismo se encontrava na sua fase comercial e estava ávido por novos
consumidores e por matéria-prima. Sendo assim, o achamento da América foi
fundamental para a expansão mercantil européia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A
chegada da esquadra portuguesa no Brasil, liderada por Pedro Álvares Cabral,
foi marcada pelas “Visões do Paraíso”. Os navegadores, baseados em fundamentos
míticos, acreditavam que a Oeste do mundo conhecido (Europa), encontrar-se-ia
um Paraíso Terrestre<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">.</b> Com isso, se
constrói a fundação do Brasil: um local onde tudo se planta e tudo se colhe,
lugar em que a população é dócil e a abundância reina. É o chamado mito
fundador, defendido pela filósofa Marilena Chauí.<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para
Darcy Ribeiro (2005), a chegada dos portugueses no litoral brasileiro, provocou
um choque de culturas. Era a civilização portuguesa contra a barbárie indígena.
Para o sociólogo, "Os iberos se lançaram à aventura no além-mar...
desembarcavam sempre desabusados, atentos aos mundos novos, querendo fruí-los,
recriá-los, convertê-los e mesclar-se racialmente com eles...". A expansão
marítima portuguesa, a serviço dos interesses reinóis e da fé cristã, colocava
o povo português, tão louvado por Camões, em posição proeminente no mundo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>De
fato, os portugueses já estavam acostumados em miscigenar-se. Pelo menos nesse
ponto há um diálogo entre Sérgio Buarque de Holanda e Darcy Ribeiro. De acordo
com o primeiro, a integração com os negros e índios não se deu com o ideal de
raça superior, aliás, o termo racismo nem existia nos primórdios da
colonização. Ele afirma no seu livro Raízes do Brasil (1970), que não havia
orgulho de raça dos portugueses. Isso é realmente comprovado de diversas
maneiras, principalmente, com os séculos de ocupação islâmica em território
Ibérico, em que o português se acostumou a conviver e miscigenar-se com o “outro”.
Ainda hoje, existem muitos vestígios da cultura muçulmana em Portugal e
Espanha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Segundo
Holanda, o português enxergava na integração com outros povos, no Brasil o
índio e o negro, uma maneira de amenização social. Nessa passagem, o
historiador dialoga com o “pai da sociologia brasileira”, Gilberto Freyre. Em
seu livro “Casa Grande & Senzala”, Freyre afirma: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">“(...) Mas predominando sobre todos os antagonismos, o
mais geral e o mais profundo: o senhor e o escravo. É verdade que [esteve]
agindo sempre, entre tantos antagonismos contundentes, amortecendo-lhes o
choque ou harmonizando-os, a condição de confraternização e de mobilidade
social peculiares do Brasil: a miscigenação, a dispersão da herança...”. <a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não se sabe até que ponto essa
estratégia de miscigenação pode ser confundida como uma forma de dominação, ou
uma forma mascarada de tal prática. A sociedade brasileira, entre todas da
América, era a que se formava com maior troca de valores culturais. Para
Holanda, o negro na maioria das vezes estava submetido à escravidão ou a cargos
menores, pois na perspectiva dos colonizadores portugueses ele não estava
acostumado a “outros cargos”, como os de burocrata, embora vez por outra fosse
encarregado de tal função através de mérito próprio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quanto
ao silvícola, que inicialmente era visto como “dócil”, e mais tarde taxado de
“vadio”. O desinteresse inicial em relação ao índio foi modificado a partir do
momento em que os portugueses descobriram a primeira grande riqueza brasileira,
o pau-brasil. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Mais tarde, porém, não houve adaptação
por parte do índio à nova realidade econômica do português – a empresa
açucareira. A sua cultura de subsistência chocava-se com a cultura de
excedentes do mercantilismo, o que inibiu e afastou o silvícola do trabalho escravo.
Posteriormente, com a chegada do órgão da Contra-Reforma, a Companhia de Jesus,
os jesuítas proibiram os colonizadores de utilizar o índio como escravo ou em
outro tipo de trabalho, reservando para ele um lugar nas missões ou nas
reduções jesuíticas. Pior para o índio, que de uma forma ou de outra, estaria
sujeito a uma aculturação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em
relação à miscigenação com o índio, especificamente, Darcy Ribeiro (2005b)
afirma:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">“</span></b><span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">N</span><span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">o Brasil a mestiçagem sempre se fez com muita alegria, e se fez desde o
primeiro dia... Imagine a seguinte situação: uns mil índios colocados na praia
e chamando outros: "venham ver, venham ver, tem um trem nunca
visto"... E achavam que viam barcas de Deus, aqueles navios enormes com as
velas enfurnadas... "O que é aquilo que vem?" Eles olhavam,
encantados com aqueles barcos de Deus, do Deus Maíra chegando pelo mar grosso.
Quando chegaram mais perto, se horrorizaram. Deus mandou pra cá seus demônios,
só pode ser. Que gente! Que coisa feia! Porque nunca tinham visto gente barbada
– os portugueses todos barbados, todos feridentos de escorbuto, fétidos, meses
sem banho no mar... Mas os portugueses e outros europeus feiosos assim traziam
uma coisa encantadora: traziam faquinhas, facões, machados, espelhos, miçangas,
mas sobretudo ferramentas. Para o índio passou a ser indispensável ter uma
ferramenta. Se uma tribo tinha uma ferramenta, a tribo do lado fazia uma guerra
pra tomá-la”.]<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn3" name="_ftnref3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Ribeiro desenvolve uma tese na qual afirma que
a porta de entrada do branco na cultura indígena foi o chamado “cunhadismo”.
Para ele, foi por meio desse costume que se tornou possível a formação do povo
brasileiro. Foi, inicialmente, por meio da união das índias com os europeus que
nasceu uma gente mestiça que construiu nosso país. Ribeiro afirma:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">“</span></b><span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">N</span><span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">o ventre das mulheres indígenas começavam a surgir seres que não eram
indígenas, meninas prenhadas pelos homens brancos – e meninos que sabiam que
não eram índios... que não eram europeus. O europeu não aceitava como igual. O
que era? Era uma gente "ninguém ", era uma gente vazia. O que
significavam eles do ponto de vista étnico ? Eles seriam a matéria com a qual
se faria no futuro os brasileiros”...<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn4" name="_ftnref4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">Gilberto Freyre
completa:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">"A grande presença
índia no Brasil não foi a do macho, foi a da fêmea. Esta foi uma presença
decisiva, a mulher índia tomou-se de amores pelo português, talvez até por
motivos fisiológicos, porque, segundo pude apurar quando escrevi <span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Casa Grande & Senzala</span>, as
sociedades ameríndias ou índias, inclusive a brasileira, eram sociedades que
precisavam de festivais como que orgiásticos para provocar nos homens, nos
machos, desejos sexuais. O que há de acentuar é o grande papel da índia fêmea
na formação brasileira, essa índia fêmea não só através do relacionamento
mencionado sexual, mas através do papel social que ela começou a desempenhar
magnificamente, tornou-se uma figura capital na formação brasileira."<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn5" name="_ftnref5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É dessa forma que se dá início à
construção do povo brasileiro. E é da contribuição dessas várias culturas que
se forma o Brasil, um país multicultural. A respeito disso, Ribeiro afirma:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">“H</span><span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">á duas contribuições fundamentais nesse encontro: uma mestiçagem do
corpo e uma mestiçagem da cultura. Em nós vivem milhões de índios, índios que
foram esmagados porque a brutalidade do branco com o índio foi terrível.
Esmagados porque o europeu tinha muita doença. Os índios não tinham cárie
dentária, nem gripe, nem tuberculose... Cada enfermidade dessas era uma espécie
de guerra biológica, matou índios em quantidade”...<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn6" name="_ftnref6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A mestiçagem no Brasil teve dois
impactos, um irreparável: a dizimação de milhões de índios e negros ocorrida,
principalmente, pela sífilis adquirida dos europeus e de tantas outras doenças
transmitidas pelo colonizador; e outra: as inúmeras manifestações culturais
presentes no país. No primeiro caso, estima-se que no Brasil havia cinco
milhões de índios no início da colonização. Dois séculos depois, eles não
chegavam a dois milhões. E, atualmente, não passam de 400 mil. </span><span style="font-size: 11.0pt;">Em cinco séculos desapareceram para sempre cerca de
800 etnias. Eram povos de diferentes culturas, que ocupavam vastos territórios
de características geográficas distintas. <span style="color: black; mso-bidi-font-style: italic;">Até hoje a dívida que se tem com as populações e as tradições indígenas
ainda não foi paga. São corriqueiras as imagens de desrespeito ao povo
indígena, como assassinatos de índios, ocupação dos territórios que ainda lhes
restam, entre tantas atrocidades. No entanto, segundo Ribeiro, ainda há muito
dos indígenas em nós, mesmo não sabendo:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">“M</span><span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">as esses índios que morriam sobreviviam naqueles mestiços que nasciam. Somos
nós que carregamos no peito esses índios, os genes deles para reprodução e a
sabedoria deles da mata. O Brasil só é explicável assim, é uma coisa diferente
do mundo”...<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn7" name="_ftnref7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quanto
às manifestações culturais indígenas, ainda hoje, apesar da destruição física,
elas sobrevivem no dia-a-dia de muitos brasileiros. Na comida, por exemplo,
isso ocorre em larga escala. </span><span style="font-size: 11.0pt;">A mandioca
faz parte do cardápio do brasileiro. Ela é cultivada e preparada em todo o país
do mesmo modo que os indígenas ensinaram no começo da colonização. É uma planta
preciosa porque não precisa ser colhida nem estocada. Mantém-se viva na terra
por meses. Outros alimentos que ainda hoje são consumidos pelos brasileiros e
já eram pelos indígenas são: o amendoim, o milho, a batata, entre tantas outras
frutas e legumes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para
Gilberto Freyre, ainda hoje guardamos costumes dos indígenas:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">"Da cunhã é que nos
veio o melhor da cultura indígena. O asseio pessoal. A higiene do corpo. O
milho. O caju. O mingau. O brasileiro de hoje, amante do banho e sempre de
pente no bolso, o cabelo brilhante de loção ou de óleo de coco, reflete a
influência de tão remotas avós. Ela nos deu, ainda, a rede em que se embalaria
o sono ou a volúpia do brasileiro."<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn8" name="_ftnref8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Além
da cultura indígena, uma outra importante cultura está viva no país, e possui,
muito provavelmente, maior projeção que a analisada acima. A cultura africana é
marcante no Brasil, mesmo depois de séculos de opressão e resistência. O povo
africano chegou ao país para substituir o índio na produção de açúcar. Com
isso, foi implantada no Brasil uma das maiores crueldades patrocinadas pela
humanidade: a escravidão negra. Antes de qualquer coisa, optou-se pelos negros
pois dessa forma abrir-se-ia um extraordinário ramo comercial com vultuosos
lucros capazes de dar inveja a qualquer grande investidor dos dias atuais.
Acrescente-se a isso a justificativa cristã pela escolha dos negros: o fato de
não possuírem alma. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>A barbárie do tráfico negreiro foi responsável por retirar da África
milhões de seus filhos, enviando-os à América para uma vida humilhante. A
chamada Diáspora Africana levou para o Novo Mundo cerca de dez milhões de almas<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn9" name="_ftnref9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a>,
embora esse número seja incerto, às vezes aumentando ou diminuindo. Só para o
Brasil vieram cerca de quatro milhões, cerca de 40% do contingente desembarcado
em terras americanas.<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn10" name="_ftnref10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Diz
Ribeiro sobre o tráfico:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">“A</span><span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"> grande contribuição da cultura portuguesa aqui foi fazer o engenho de
açúcar... movido por mão-de-obra escrava. Por isso, começaram a trazer milhões
de escravos da África. O negócio maior do mercado mundial era a venda de açúcar
para adoçar a boca do europeu e depois a remessa de ouro. Mas a despesa maior
era comprar escravos. Os europeus sacanas iam à África e faziam grandes
expedições de caça de negros que viviam ali uma vida como a dos índios aqui,
com sua cultura, com sua língua, com seu modo... Metade morria na travessia, na
brutalidade da chegada, de tristeza, mas milhões deles incorporaram-se ao
Brasil”.</span><a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn11" name="_ftnref11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-size: 11.0pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="color: black; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">É curioso ressaltar que já no embarque
dos escravos, tentou-se homogeneizar as diferentes etnias que compunham o
aglomerado de gentios. Desde cedo os traficantes domesticavam aqueles que mais
tarde seriam denominados simplesmente por africanos ou negros, e mais tarde,
renomeados com nomes portugueses, como Pedros, Joãos, Antônios, Marias, Ritas,
e outros. Durante todo o período da escravidão, também tornou-se normal o
escravo ganhar o sobrenome do seu senhor ou do engenho em que trabalhava. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Essa política teria continuidade dentro
dos engenhos, mas com um caráter diferente. Se a princípio os europeus tentaram
homogeneizar as etnias, posteriormente, ao introduzirem o negro na lavoura,
tentaram agrupar as mais diferentes etnias dentro das fazendas, para que se
dificultassem as revoltas e as agitações. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A
respeito disso, Ribeiro diz:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">“E</span><span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"> esses negros não podiam falar um com o outro, veja esse desafio como é
tremendo. Eles vinham de povos diferentes. Então, o único modo de um negro
falar com o outro era aprender a língua do capataz, que nunca quis ensinar
português. Milagrosamente, genialmente esses negros aprenderam a falar
português. Quem difundiu o português foi o negro, que se concentrou na área da
costa de produção do açúcar e na área do ouro... Mas preste atenção: com os
negros escravos vinham as molecas de 12 anos, bonitinhas. Uma moleca daquelas
custava o preço de dois ou três escravos de trabalho. E os donos de escravos
queriam muito comprar, e os capatazes também. Comprar uma moleca pra sacanagem.
Mas essas molecas pariam filhos, e quem era o filho? Era como o filho da índia.
Ele não era africano, visivelmente. Ele não era índio. Quem era ele? Ele também
era um "zé ninguém" procurando saber o que era. Ele só encontraria
uma identidade no dia em que se definisse o que é o brasileiro”.<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn12" name="_ftnref12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A integração entre a Casa Grande e a
Senzala trouxe, da mesma forma que aconteceu com o índio, pontos positivos e
negativos. Quanto aos primeiros, percebemos hoje em larga escala a presença
maciça da cultura africana no cotidiano brasileiro. </span><span style="font-size: 11.0pt;">Na religião, embora muitos afro-descendentes tivessem
sido convertidos de maneira impositiva ao catolicismo, muitos outros
preservaram suas antigas crenças, chamadas pejorativamente de “magia negra”,
como a umbanda e principalmente o “calundu”, mais conhecido como candomblé, um
dos principais responsáveis pela afirmação da identidade negra no Brasil.
Gêneros musicais também tinham espaço entre os escravos. A viola d´Angola
juntamente com outros instrumentos africanos tocavam o som de raiz. O antigo
lundu, o maxixe, a capoeira, e o jongo são onipresentes desde a época colonial.
Entre os tipos musicais merecem maior destaque: o samba, criado originalmente
por negros baianos e cariocas, e recentemente o mangue-beat e o rap (trazido da
Jamaica e dos EUA) que hoje são elementos de afirmação dos afro-descendentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nos
esportes, a maior participação dos negros é no futebol. Depois do advento do
esporte no Brasil, no fim do século XIX trazido pelos ingleses, a modalidade
esportiva era praticada somente por brancos e ainda pairava o amadorismo. No
entanto, já por volta da década de 1930, quando já existiam as agremiações hoje
conhecidas, o esporte tinha se tornado profissional e apresentado às classes
mais baixas. Coube aos negros dar uma nova cara ao futebol. Com sua ginga,
ritmo, alegria e passos marcantes, os afro-descendentes foram os maiores
responsáveis pelas primeiras conquistas brasileiras e também por um padrão de
jogo que ainda hoje é paradigma de bom futebol. Gilberto Freyre chamou esse
estilo de “mulatismo”: <o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>“Acaba de se definir de maneira inconfundível um estilo
brasileiro de futebol, e esse estilo é uma expressão a mais do nosso mulatismo
ágil em assimilar, dominar, amolecer em dança, curvas ou em músicas, as
técnicas européias ou norte-americanas mais angulosas para o nosso gosto: sejam
elas de jogo ou de arquitetura. Porque é um mulatismo o nosso -
psicologicamente, ser brasileiro é ser mulato - inimigo do formalismo apolíneo
sendo dionisíaco a seu jeito - o grande feito mulato”.<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn13" name="_ftnref13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">
Ou ainda: <o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;"> <span style="mso-tab-count: 1;"> </span>“O mesmo estilo de jogar futebol me parece
contrastar com o dos europeus por um conjunto de qualidades de surpresa, de
manha, de astúcia, de ligeireza e ao mesmo tempo de brilho e de espontaneidade
individual em que se exprime o mesmo mulatismo de que Nilo Peçanha foi até hoje
a melhor afirmação na arte política. Os nossos passes, os nossos pitus, os
nossos despistamentos, os nossos floreios com a bola, o alguma coisa de dança e
capoeiragem que marcam o estilo brasileiro de jogar futebol, que arredonda e às
vezes adoça o jogo inventado pelos ingleses e por eles e por outros europeus
jogado tão angulosamente, tudo isso parece exprimir de modo interessantíssimo
para os psicólogos e os sociólogos o mulatismo flamboyant e, ao mesmo tempo,
malandro que está hoje em tudo que é afirmação verdadeira do Brasil”</span><span style="font-size: 11.0pt;">.<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn14" name="_ftnref14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Com o “mulatismo”, o Brasil venceu
brilhantemente as copas de 1958, 1962 e 1970, liderados por Didi, Garrincha,
Pelé e Jairzinho. Nas outras conquistas (1994 e 2002) não foi diferente. Foi
marcante e decisiva a presença de afro-descendentes no elenco brasileiro, como
Romário em 1994 e Ronaldo e Rivaldo em 2002. Em outras modalidades a presença
dos afro-descendentes também é marcante e fundamental para os triunfos do país.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Diz Ribeiro sobre a importância do negro
no Brasil:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">“<strong><span style="font-weight: normal; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">O</span></strong><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-style: italic;"> </span></b><span style="mso-bidi-font-style: italic;">negro guardou sobretudo sua espiritualidade,
sua religiosidade, seu sentido musical. É nessas áreas que ele dá grandes
contribuições e ajuda o brasileiro a ser um povo singular. Quando chegam na
cidade são capazes de fazer coisas, por exemplo, a cultura do Rio de Janeiro, a
beleza do Carnaval carioca, que é uma criação negra, a maior festa da Terra! A
beleza de Iemanjá, uma mãe de Deus que faz o amor. Você não vai lá pedir que o
marido não bata tanto, que não seja tão filho daquilo, vai pedir um amante
gostoso. Isso é uma coisa fantástica! Um povo que é capaz de inventar uma coisa
destas! Nunca houve depois da Grécia! Isso são os nossos negros, os nossos
mulatos desse país”.<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn15" name="_ftnref15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-size: 11.0pt;">III
– Ser Brasileiro <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Depois de dissertar sobre a presença das
três grandes culturas no país, levantarei aqui algumas hipóteses sobre uma
identidade brasileira, apesar das complexidades, amplitudes e incertezas do
tema, procurando mostrar as visões dos estudiosos aqui presentes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Para Sérgio Buarque de Holanda (1970a),
mesmo havendo as inúmeras manifestações culturais de índios e negros no Brasil,
marcante mesmo é a cultura branca, européia, portuguesa. Diz o historiador,
“Podemos dizer que de lá [Portugal] nos veio a forma atual de nossa cultura; o
resto foi matéria que se sujeitou mal ou bem a nossa forma”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Para ele, os traços mais marcantes do
brasileiro estão relacionados com características dos nossos colonizadores,
como: o individualismo e a não valorização do trabalho manual. Em uma das suas
frases mais marcantes, ele afirma (1970b): “somos ainda hoje uns desterrados em
nossa terra”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Já para Gilberto Freyre, o brasileiro é
um mosaico, fruto da miscigenação ocorrida no país. Do branco herdamos a
rigidez, a disciplina e o autoritarismo. Do índio a subsistência, a higiene
pessoal, a malandragem. E do negro, a força, a alegria, a ginga, a resistência.
Diz ele sobre a etnia (2001): <span style="mso-bidi-font-style: italic;">"Pode-se
juntar à superioridade técnica e de cultura dos negros sua predisposição como
que biológica e psíquica para a vida nos trópicos. Sua maior fertilidade nas
regiões quentes. Seu gosto pelo sol. Sua energia sempre fresca e nova quando em
contato com a floresta tropical."<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">Darcy Ribeiro
conclui sobre o ser brasileiro, algo parecido com a perspectiva de Freyre,
apontando no horizonte a glória do povo brasileiro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic; mso-bidi-font-weight: bold;">“M</span><span style="color: black; font-size: 11.0pt; mso-bidi-font-style: italic;">eu livro mostra por que caminhos e como nós viemos, criando aquilo que
eu chamo de Nova Roma. Roma com boa justificação... Roma por quê? A grande
presença no futuro da romanidade, dos neolatinos é a nossa presença. Isso é o
Brasil, uma Roma melhor porque mestiça, lavada em sangue negro, em sangue
índio, sofrida e tropical. Com as vantagens imensas de um mundo enorme que não
tem inverno e onde tudo é verde e lindo, e a vida é muito mais bela... E é uma
gente que acompanha esse ambiente com uma alegria de viver que não se vê em
outra parte. Esse país tropical, mestiço, orgulhoso de sua mestiçagem... Isso é
que me levou muito tempo. Entender como isso se fez... Havia muita bibliografia
sobre aspectos particulares, mas não uma visão de conjunto.”</span><a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftn16" name="_ftnref16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-size: 11.0pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="color: black; font-size: 11.0pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">De acordo com o sociólogo, o brasileiro
é uma pessoa que herdou as principais características das três grandes etnias
que se miscigenaram no país e que ainda está por ver o sucesso do seu país. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Percebe-se, claramente, que as visões de
Gilberto Freyre e Darcy Ribeiro exprimem uma euforia acerca da identidade
brasileira, projetando o país para um lugar de destaque mundial no futuro. O
mesmo não ocorre com Sérgio Buarque de Holanda, que prefere uma análise mais
fria da sociedade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Uma de suas principais frases, já citada
aqui, “somos uns desterrados em nossa terra”, já fazia sentido na época em que
o livro foi escrito – década de 1930 – e continua fazendo ainda hoje, num
contexto de globalização.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Holanda quis dizer que a substância da
cultura brasileira viera de Portugal e o “resto” foi o que se adaptou bem ou
mal a ela. Atualmente, podemos dizer que aos elementos constituintes do tripé
da cultura brasileira – índios, portugueses e negros – foi adicionada,
principalmente, uma nova influência – a estadunidense.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">A invasão cultural estadunidense,
pacífica e muitas vezes invisível, começou a ter destaque durante a Segunda
Guerra Mundial, quando o país despontou como uma das principais potências
mundiais. Nessa época, momento conturbado na história brasileira, devido à
ditadura de Vargas, o governo nacional pendia entre a Alemanha nazista e os
Aliados liderados pela URSS e EUA. O fator principal para a entrada do Brasil
ao lado dos últimos é fundamental para entender o início da forte influência
estadunidense no país. O presidente dos EUA, Franklin Roosevelt, consegue o
apoio de Vargas por meio de um aporte financeiro substancial para a economia
brasileira, que culminou com a construção da Companhia Siderúrgica Nacional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">A partir desse ponto, e principalmente
pela vitória dos Aliados na 2ª Guerra Mundial, os EUA passaram a exercer uma
influência substancial no mundo inteiro. A América Latina sentiu isso
profundamente. Em 1946, o ex-chanceler Otávio Mangabeira beijou a mão do
presidente Eisenhower, quando de sua visita no país, comprovando toda a
subordinação brasileira aos EUA. A partir daí as portas do mercado brasileiro
estariam “arreganhadas” ao capital <i style="mso-bidi-font-style: normal;">yankee</i>.,
embora mesmo antes da 2ª Grande Guerra, a presença cultura estadunidense já era
sensível no Brasil. Muitos brasileiros já liam a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Reader´s Digest</i>, comiam enlatados <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Swift</i>, usavam óculos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ray-Ban</i>
e se barbeavam com <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Gillette</i>, e,
sempre que possível, diziam <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ok</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">bye bye</i>.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Porém, foi durante a década de 1960 que
veio a avalanche cultural. Junto com o apoio político à ditadura militar brasileira,
vieram influências em todos os setores da sociedade. O capital financeiro, por
intermédio da chegada maciça de empresas internacionais no país, foi utilizado
para criar o falso “milagre brasileiro” que trouxe como resultado: mais
concentração de renda, inflação exorbitante, explosão da dívida externa, e,
principalmente, uma década perdida em relação ao desenvolvimento econômico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Inerente à presença do capital, estava o
“<i style="mso-bidi-font-style: normal;">american way of life</i>”, difundido
como paradigma de modernidade e progresso, utilizado como estímulo para o
consumo dos produtos que o simbolizavam. A compra de automóveis nas décadas de
1960 e 1970 no país aumentou significativamente. Empresas de capital
estadunidense desse ramo tiveram grandes lucros, como a GM e a Ford. No entanto,
a invasão de produtos dos EUA não se resumia somente aos carros. Ao longo dos
anos a cultura estadunidense foi ganhando cada vez mais espaço na sociedade
brasileira. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Por meio das histórias em quadrinhos, a
Walt Disney conquistou os brasileiros. O personagem Zé Carioca, que cometeu
várias gafes ao tentar “ser brasileiro”, como afirmar que a capital do país era
Buenos Aires, tentava estereotipar o Brasil e o brasileiro, exibindo o samba,
as praias do país, baianas e baianos, que, aliás, eram representados com a cor
branca, e não por morenas ou negras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">A invasão estadunidense também não podia
deixar de chegar ao cinema e à televisão. A indústria cinematográfica dos EUA
estava presente em praticamente todas as salas de cinema do Brasil, com filmes
de James Stewart, Greta Garbo, Gene Kelly e James Dean. Nos anos 1970 já
estavam presentes no país a 20th <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Century
Fox</i>, a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">CBS</i>, a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Walt Disney´s Production</i> e os estúdios <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Hanna Barbera</i>. É importante ressaltar
que em muitos filmes era veiculada a propaganda de que os comunistas sempre
representavam o mal. A visão maniqueísta dos filmes “hollywoodianos” esteve
onipresente nos cinemas do país.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Quanto à televisão brasileira, ela foi
inspirada no modelo de transmissão dos EUA E, por meio dos “enlatados”
transmitidos no Brasil, modos de agir, de vestir, de pensar e de comer eram
transmitidos como verdades absolutas e, é claro, eram copiados por muitos
brasileiros. Séries como: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Batman &
Robin</i>, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jeannie é um Gênio, Kojac, Mr
Ed, A Feiticeira</i>, e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">cartoons</i>
animados como, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mr. Magoo, Manda-Chuva,
Pepelegal, Zé Colméia</i>, entre dezenas de outras séries e programas estavam
na grade de programação. O fenômeno da cultura de massa atingiu em cheio o
nosso país. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Em relação a esses “enlatados” e à
invasão cultural estadunidense, algumas bandas da música brasileira se
revoltaram e protestaram em suas letras, como é o caso da banda Legião Urbana
em sua música “Geração Coca-Cola”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Canta Renato Russo:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">“Quando nascemos fomos programados/ A
receber o que vocês nos empurraram/ Com os enlatados dos USA, de 9 às 18/ Desde
pequenos nós comemos lixo/ Comercial e industrial/ Mas agora chegou a nossa
vez/ Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">E em relação à música a situação não foi
diferente. As rádios brasileiras foram tomadas pelas canções de Elvis Presley e
Frank Sinatra. Músicas como <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Oh, Carol</i>
e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Diana</i> marcaram gerações e os bailes
dos anos 50 e 60. O gênero rock e suas variações se espalharam pelo país. E
será nos anos 60 que surgirá no país o fenômeno da jovem-guarda, que refletia,
na verdade, a influência estadunidense por meio do “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">rock and roll</i>” e do “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">yeah-yeah-yeah”</i>.
Muitos intelectuais engajados afirmavam que esse “modismo” era totalmente
alienado e era mais uma das manifestações burguesas, pelo fato de não ter
qualquer conteúdo de contestação política. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Em um outro extremo musical, mas também
com a influência estadunidense, surgiu, no final dos anos 50: a bossa nova.
Misturando elementos do jazz com os do samba, esta deixou, definitivamente, sua
contribuição na música brasileira, destacando Tom Jobim, Vinícius de Moraes e
João Gilberto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Ao longo das décadas o capital
estadunidense, que trazia consigo a cultura do país como vimos acima, alcançava
todos os tipos de consumidor. As crianças brasileiras não podiam ser
esquecidas. Além de mascarem os chicletes, meninos e meninas se divertiam com o
Playmobil, Falcon, Suzy, Barbie e tantos outros. Esses brinquedos sempre vinham
e ainda vêm carregados de estrangeirismos, como: Police, fire, bank, saloon e
tantas outras palavras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Dos anos 90 aos dias atuais, com o
avanço da globalização, essa “invasão cultural capitalista” tem aumentado
significativamente, com a penetração de novos elementos culturais dos EUA no
país, como no setor alimentício (as redes de “fast-food”), no vestuário, em
novos brinquedos infantis e em vários outros segmentos. Merecem destaque os
estrangeirismos que têm se disseminado amplamente pela sociedade,
principalmente pela difusão da internet e de mais “enlatados” estadunidenses. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Digamos assim: a invasão cultural tem se
renovado para continuar a mesma, ou seja, dominando o mercado brasileiro. É
válido ressaltar que essa “invasão” teve e tem tido seus pontos positivos e
negativos, como em todo intercâmbio econômico e cultural. Todos nós ganhamos e
perdemos com esse fenômeno. O que não pode ocorrer é ela se sobrepor aos
produtos nacionais, à cultura nacional, como, por exemplo, ao folclore
brasileiro, que ganhou mais espaço na televisão brasileira com o programa
“Castelo Rá-tim-bum” da TV Cultura, a refilmagem do seriado “O sítio do
pica-pau amarelo” da TV Globo, e a gravação de novelas e séries de época.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Para finalizar, percebe-se ao longo de
toda esta explanação que a cultura é um processo, e não algo acabado, imóvel.
Sendo assim, é possível afirmar que a identidade brasileira esteve sempre em
transformação. Dessa forma, dificilmente podemos taxá-la como algo definitivo e
imutável. Muito pelo contrário. Somos um país aberto ao estrangeiro desde
Cabral a Lula, e sempre soubemos respeitá-lo e absorvê-lo com irmandade, embora
isso algumas vezes não tenha sido recíproco. Porém, esse contato nos trouxe de
tudo um pouco. Soma-se à identidade brasileira, além dos seus três elementos
formadores, valores e caracteres de todos os rincões do planeta. Dos italianos
aos japoneses. Dos judeus aos muçulmanos. Do guaraná à Coca-Cola, construindo
uma verdadeira miscelânea cultural, que às vezes pendeu para um lado, às vezes,
para outro, dependendo do contexto histórico. Toda essa mistura faz de nós um
povo ímpar, singular na história da humanidade, como disse Darcy Ribeiro. É
possível que a identidade brasileira se encontre nesse ponto, na simbiose, na
constante transformação, sempre de braços abertos àquilo que vem de fora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-size: 11.0pt;">PROF. VLADIMIR MIGUEL RODRIGUES<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;">Exercícios<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">1. UEL 2012 - No debate sobre as cotas para o ingresso
dos negros nas universidades públicas, reapareceram, de forma recorrente,
argumentos favoráveis e contrários à adoção dessa política afirmativa. Os
trechos reproduzidos a seguir constituem exemplos desses argumentos. Em um país
onde a maioria do povo se vê misturada, como combater as desigualdades com base
em uma interpretação do Brasil dividido em “negros” e “brancos”? Depois de
divididos, poderão então lutar entre si por cotas, não pelos direitos
universais, mas por migalhas que sobraram do banquete que continuará sendo
servido à elite. Assim sendo, o foco na renda parece atender mais à questão
racial e não introduzir injustiça horizontal, ou seja, tratamento diferenciado
de iguais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">(Adaptado de: Yvonne Maggie (Antropóloga da UFRJ). O
Estado de São Paulo. 7 mar. 2010. Este artigo de Yvonne Maggie serviu de base
para o seu pronunciamento lido por George Zarur na audiência pública sobre
ações afirmativas convocada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em março de
2010.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Desde 1996 me posicionei a favor de ações afirmativas para
negros na sociedade brasileira. Vieram as cotas e as apoiei, como continuo
fazendo, porque acho que vão na direção certa – incluir socialmente os setores
menos competitivos – embora saiba que o problema é muito maior e mais amplo.
Tenho apoiado todas as medidas que diminuam a pobreza ou favoreçam a mobilidade
social e todas as que combatam diretamente as discriminações raciais e a
propagação dos preconceitos raciais. Em curto prazo, funcionam as políticas de
ação afirmativa; em longo prazo, funcionam políticas que efetivamente
universalizem o acesso a bens e serviços.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">(Antônio Sérgio Guimarães (Sociólogo da USP)
Entrevista concedida à Ação Educativa. Disponível em:
<http: index.php="" option="com_content&task=view&id=633" portal="" www.acaoeducativa.org.br="">.
Acesso em: 30 jun. 2011.)<o:p></o:p></http:></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">A divergência dessas duas posições reproduz,
atualmente, o antagonismo existente no debate sobre a questão racial na
sociologia brasileira, exemplificado pela oposição entre os pensamentos de
Gilberto Freyre e Florestan Fernandes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Identifique e explique, nos trechos reproduzidos, os
argumentos favoráveis e desfavoráveis à política de cotas para negros em
universidades, comparando-os com as visões teóricas de Gilberto Freyre e
Florestan Fernandes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">2.
(UEL Adaptado) Leia o texto a seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Nosso
futebol mulato, com seus floreios artísticos cuja eficiência – menos na defesa
que no ataque – ficou demonstrada,é uma expressão de nossa formação social,
democrática como nenhuma e rebelde a excessos de ordenação interna e externa; a
excessos de uniformização, de geometrização, de estandartização; a
totalitarismos que façam desaparecer a variação individual ou espontaneidade
pessoal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">(Adaptado
de FREYRE, G. apud FRANZINI, F. No campo das idéias: Gilberto Freyre e a
invenção da brasilidade futebolística. Buenos Ayres: Lecturas: Educación Física
y Deporte. Ano 5 nº 26 - Revista digital (http://www.efdeportes.com), 2000.) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt;">Com
base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, explique:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 9.5pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="mso-list: Ignore;">a)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O conceito de democracia racial de
Freyre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 9.5pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="mso-list: Ignore;">b)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Ele pode ser verificado na sociedade
brasileira atualmente?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 9.5pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 10.0pt;"><span style="mso-list: Ignore;">c)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O mulatismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">3. (UEL 2013). Leia o
texto a seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Estava na primeira
página: “O ESCANDALOSO ABANDONO DA BARRA”. Descompostura em regra, em Alfredo
Bastos, “deputado estadual eleito pelo povo de Ilhéus para defender os sagrados
interesses da região cacaueira” e cuja “eloquência franzina só se fazia ouvir
para celebrar os atos do governo, parlamentar do muito bem e do apoiado!”, um
compadre do coronel Ramiro, “inútil mediocridade, servilismo exemplar ao
cacique, ao manda-chuva”, culpando os políticos no poder pelo abandono da barra
de Ilhéus. “O maior e mais premente problema da região, que significará riqueza
e civilização ou atraso e miséria, o problema da barra de Ilhéus, ou seja, o
magno problema da exportação direta do cacau” que não existia para os que
haviam “em circunstâncias especiais, abocanhado os postos de mando”. E por aí
vinha, terminando numa evidente alusão a Mundinho, ao lembrar que, no entanto,
“homens de elevado sentimento cívico, estavam dispostos, ante o criminoso
desinteresse das autoridades municipais, a tomar o problema em suas mãos e a
resolvê-lo”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">(Adaptado de: AMADO, J.
Gabriela, cravo e canela: crônica de uma cidade do interior. São Paulo: Record,
1978. p.136-137.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Caio Prado Jr., em seu
livro Formação do Brasil Contemporâneo, publicado em 1942, defendia a tese de
que a origem do atraso da nação brasileira está vinculada ao tipo de
colonização. O texto citado, do escritor Jorge Amado, é referente a uma notícia
do jornal de Ilhéus, em que a oposição da cidade contesta os líderes políticos
do local, sobre o descaso para com o porto da cidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">a) Identifique e explique
o tipo de economia vivida à época pelo País (década de 1920), ilustrado no
texto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 115%; margin-bottom: 10.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">b) Aponte três
características de relações de poder formadas no País que aparecem descritas no
trecho citado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.0pt;">1SALA 2SALA 3SALA<o:p></o:p></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="ES" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;">CHAUI, M. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Mito Fundador e
Sociedade Autoritária</i>. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2000. pág
9.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="mso-ansi-language: PT-BR;"> FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala:
introdução à história patriarcal no Brasil. 42. ed. Rio de Janeiro: Editora
Record, 2001. p. 125.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn3" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref3" name="_ftn3" style="mso-footnote-id: ftn3;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[3]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="ES" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;">RIBEIRO, D. Entrevista ao Programa Alô Escola da TV CULTURA, 1995.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn4" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref4" name="_ftn4" style="mso-footnote-id: ftn4;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[4]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="ES" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;">RIBEIRO, D. Entrevista ao Programa Alô Escola da TV CULTURA, 1995.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn5" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref5" name="_ftn5" style="mso-footnote-id: ftn5;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[5]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="ES" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;">FREYRE, G. Entrevista ao Programa Alô Escola da TV CULTURA, 1984.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn6" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref6" name="_ftn6" style="mso-footnote-id: ftn6;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[6]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="ES" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;">RIBEIRO, D. Entrevista ao Programa Alô Escola da TV CULTURA, 1995.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn7" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref7" name="_ftn7" style="mso-footnote-id: ftn7;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[7]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="ES" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;">RIBEIRO, D. Entrevista ao Programa Alô Escola da TV CULTURA, 1995.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn8" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref8" name="_ftn8" style="mso-footnote-id: ftn8;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[8]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="ES" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;">FREYRE, Gilberto. Casa Grande & Senzala: introdução à história
patriarcal no Brasil. 42. ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2001. p. 230.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn9" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref9" name="_ftn9" style="mso-footnote-id: ftn9;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[9]</span></span><!--[endif]--></span></span></a><span style="color: black; font-size: 10.0pt;"> GOMES, F, FERREIRA, R. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A lógica da crueldade</i>. In: Revista Nossa
História, São Paulo, Edição Especial nº 3, 2005, pág 14.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoFootnoteText">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn10" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref10" name="_ftn10" style="mso-footnote-id: ftn10;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[10]</span></span><!--[endif]--></span></span></a> <span style="color: black; font-size: 10.0pt;">GOMES, F, FERREIRA, R. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A lógica da crueldade</i>. In: Revista Nossa
História, São Paulo, Edição Especial nº 3, 2005, pág 14.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div id="ftn11" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref11" name="_ftn11" style="mso-footnote-id: ftn11;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[11]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="ES" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;">RIBEIRO, D. Entrevista ao Programa Alô Escola da TV CULTURA, 1995.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn12" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref12" name="_ftn12" style="mso-footnote-id: ftn12;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[12]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="ES" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;">RIBEIRO, D. Entrevista ao Programa Alô Escola da TV CULTURA, 1995.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn13" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref13" name="_ftn13" style="mso-footnote-id: ftn13;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[13]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="mso-ansi-language: PT-BR;"> FREYRE, Gilberto. <i>Sociologia</i>. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1945.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn14" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref14" name="_ftn14" style="mso-footnote-id: ftn14;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[14]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span style="mso-ansi-language: PT-BR;"> FREYRE, Gilberto. <i>Sociologia</i>. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1945.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn15" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref15" name="_ftn15" style="mso-footnote-id: ftn15;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[15]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="ES" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;">RIBEIRO, D. Entrevista ao Programa Alô Escola da TV CULTURA, 1995.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn16" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=3427077235112638111#_ftnref16" name="_ftn16" style="mso-footnote-id: ftn16;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="ES" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: ES; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[16]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="ES" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> </span><span style="mso-ansi-language: PT-BR;">FREYRE, G. Entrevista ao Programa Alô Escola, 1984.<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-65047186697125866402018-07-13T18:04:00.000-07:002018-07-13T18:04:24.946-07:00A fundação da Antropologia no século XIX – O evolucionismo; A renovação da Antropologia no século XX – O funcionalismo e o estruturalismo<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC7dOi5TY0CvGzk5Jm_e_58szqhTg9Y_TwMFfFzK-odCuAYPmUeb7aEoy6AhL6H1IQlT0EwhM2jtRZZu_mEfn-qsh76zv0EJTHSPdGBSoPv0ibzcWD_ktA0VUBlvkI9Hukj5FO9KP3uopm/s1600/10339_news_1_seminario-de-antropologia-filosofica-investigacion-y-educacion.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="346" data-original-width="496" height="223" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC7dOi5TY0CvGzk5Jm_e_58szqhTg9Y_TwMFfFzK-odCuAYPmUeb7aEoy6AhL6H1IQlT0EwhM2jtRZZu_mEfn-qsh76zv0EJTHSPdGBSoPv0ibzcWD_ktA0VUBlvkI9Hukj5FO9KP3uopm/s320/10339_news_1_seminario-de-antropologia-filosofica-investigacion-y-educacion.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;">Antropologia,
ciência recente</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<span style="color: black; font-size: 11.0pt;">Entre as diversas ciências
humanas que emergiram da Revolução Intelectual dos séculos XVIII-XIX, a
antropologia foi a mais tardia de todas. A sua motivação inicial, o elemento
deflagrador para que ela se tornasse uma ciência, decorreu do impacto do
pensamento evolucionista e darwinista no século XIX. <br />
Ao colocar-se em descrença a explicação bíblica exposta no Gênese, pela qual o
homem nasceu de uma ação divina imediata, o Ato da Criação, abriu-se o caminho
para que cientistas e demais pesquisadores saíssem a campo, pelo mundo todo,
atrás do chamado elo perdido, isto é, do antropóide ou hominídio, o ser meio
animal, meio humano, que hipoteticamente teria ligado, em algum tempo
remotíssimo, o mundo natural ao mundo humano, a ponte sobre o riacho Rubicon
que aproximara, num lugar incerto e obscuro do tempo, o símio do homem. Abandonavam
desta maneira a crença na divindade do ser humano, implícita a qualquer
pensamento religioso, para, aparelhados nas ciências físicas e exatas,
mergulharam atrás das suas raízes naturais do homem, entendendo-o fruto da
Natureza e não de Deus. <br />
Simultaneamente a esta verdadeira caçada às formas pré-humanas, atrás dos
vestígios últimos dos primatas, os interesses dos investigadores ampliaram-se
para o estudo das sociedades ditas primitivas, acreditando que elas também
mereciam serem submetidas ao crivo da racionalidade ocidental. Desta forma, a
antropologia começou a alargar-se, procurando determinar qual era a organização
social das tribos e qual era o sistema de parentesco delas, como realizavam
suas cerimônias de iniciação e de matrimônio, como procediam nos seus ritos
religiosos e nos de sepultamento, e de que maneira viam os céus e temiam os
demônios. <br />
A Antropologia é, pois, o estudo do homem. Se bem que, como observou
Malinowski, existam outras ciências que igualmente o fazem, tais como a
sociologia, a psicologia, a historia, a leis, a economia, e a ciências
políticas, ela, a antropologia, se distingue por incluir na sua área de estudo
as questões de ordem físicas, anatômicas e estruturais do homem, atendidas pela
chamada Antropologia Física, que tratado o homem como um organismo físico,
seguiu as pistas da sua evolução a partir das formas mais primitivas da vida. <o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Antropologia
cultural<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Outro
ramo da antropologia que ganhou grande estatura, e uma projeção que saltou para
bem além das suas fronteiras de investigação, foi o da antropologia cultural.
Isto deveu-se pela impressionante ampliação do seu campo de ação, englobando a
lingüistica, a arqueologia e a etnologia (descrição ou crônica da cultura de
uma tribo ou povo), estudos esses que referem-se ao comportamento do homem,
particularmente no que diz respeito às atitudes padronizadas, rotineiras, que
genericamente chama-se de cultura. Entenda-se que para o antropólogo a palavra
cultura adquire uma outra dimensão do que a que convencionalmente entendida.
Não se trata de identificá-la, a cultura, com erudição ou sofisticação, como é
comum associar-se essa palavra, mas sim de utiliza-la para definir tudo aquilo
que o homem faz, pois, para o antropólogo, cultura é forma de vida de um grupo
de pessoas, uma configuração dos comportamento aprendidos, aquilo que é
transmitido de geração em geração por meio da língua falada e da simples
imitação. Não se trata de um comportamento instintivo, mas algo que resulta de
mecanismos comportamentais introjetados pelo indivíduo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Áreas
de interesse<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Além
da religião, fazem parte da cultura os modos de alimentar-se (“O cru, o assado
e o cozido”, brilhante ensaio de Lévi-Strauss, mostra a variação dos
procedimentos das tribos com o alimento), de vestir-se, de combater ou de seguir
os rituais religiosos. Os antropólogos que seguem por esta senda podem até ser
divididos naqueles que se interessam em procurar aquilo que é comum entre as
várias culturas espalhadas pelo mundo, e aqueles outros que têm o seu interesse
voltado exclusivamente para o que é original, singular, único, naquela cultura.
Seus olhos e ouvidos voltam-se então para a magia, para os mistérios anímicos,
o medos aos “manes”, aos fantasmas, a linguagem dos sonhos, para a mitologia e
as concepções cósmicas, para o significado dos totens, para o sistema de
parentesco e os procedimentos nupciais, para as tatuagem e automutilações, os
sacrifícios, tudo isto entendido pelos antropólogos como “linguagens” especiais
passíveis de serem estudadas, compreendidas e catalogadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><span style="mso-tab-count: 6;"> </span>Voltaire
Schilling<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Aprendendo
o básico<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: TT1E5Do00;">1.
No inicio do século XIX, o naturalista alemão Carl Von Martius esteve no Brasil
em missão cientifica para fazer observações sobre a flora e a fauna nativas e
sobre a sociedade indígena. Referindo-se ao indígena, ele afirmou:
“Permanecendo em grau inferior da humanidade, moralmente, ainda na infância, a
civilização não o altera, nenhum exemplo o excita e nada o impulsiona para um
nobre desenvolvimento progressivo (...). Esse estranho e inexplicável estado do
indígena americano, até o presente, tem feito fracassarem todas as tentativas
para conciliá-lo inteiramente com a Europa vencedora e torná-lo um cidadão
satisfeito e feliz.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: TT1E5Do00;">Carl
Von Martius. O estado do direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte/São
Paulo: Itatiaia/EDUSP, 1982. Com base nessa descrição, conclui-se que o
naturalista<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: TT1E5Do00;">Von
Martius<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: TT1E5Do00;">A)
apoiava a independência do Novo Mundo, acreditando que os índios,
diferentemente do que fazia a missão europeia, respeitavam a flora e a fauna do
pais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: TT1E5Do00;">B)
discriminava preconceituosamente as populações originarias da America e
advogava o extermínio dos índio .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: TT1E5Do00;">C)
defendia uma posição progressista para o século XIX: a de tornar o indígena
cidadão satisfeito e feliz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: TT1E5Do00;">D)
procurava impedir o processo de aculturação, ao descrever cientificamente a
cultura das populações originarias da America.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: TT1E5Do00;">E)
desvalorizava os patrimônios étnicos e culturais das sociedades indígenas e
reforçava a missão “civilizadora europeia”, típica do século XIX.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">2. <span style="color: black;">A
primeira imagem abaixo (publicada no século XVI) mostra um ritual antropofágico
dos índios do Brasil. A segunda mostra Tiradentes esquartejado por ordem dos
representantes da Coroa portuguesa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">A comparação entre as reproduções
possibilita as seguintes afirmações: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 42.55pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: -14.2pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">I. Os artistas
registraram a antropofagia e o esquartejamento praticados no Brasil. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 42.55pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: -14.2pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">II. A antropofagia era
parte do universo cultural indígena e o esquartejamento era uma forma de se
fazer justiça entre luso-brasileiros. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 42.55pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: -14.2pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">III. A comparação das
imagens faz ver como é relativa a diferença entre “bárbaros” e “civilizados”,
indígenas e europeus. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Está correto o que se
afirma em: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">(A) I apenas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">(B) II apenas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">(C) III apenas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">(D) I e II apenas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 1.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: -1.0cm;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">(E) I, II e III. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">APRENDENDO
MAIS<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3.
(UEL 2ª Fase)<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) Quais
os choques culturais que podem ser observados na charge?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 0cm; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) De
qual país provém as principais influências da “indústria cultural?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">4. (UEL
2013) Leia o texto a seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A
França não está fazendo feio nas Olimpíadas este ano. Apesar de continuar longe
da China e dos Estados Unidos, o país já conseguiu 28 medalhas, entre elas 9 de
ouro. A surpresa é grande porque o país já teve resultados pífios em Olimpíadas
anteriores. A história das vitórias francesas é recente. Após o fiasco nos Jogos
Olímpicos de Roma em 1960, quando a França ficou no 25 o lugar do ranking com
apenas 5 medalhas, nenhuma de ouro, o país decidiu melhorar seu rendimento
esportivo. Para se manter entre os 10 melhores países do mundo, o estado
francês investiu – e continua investindo – pesado no esporte de base, nas
escolas públicas francesas. Todos os franceses, desde pequenos, devem “testar”
vários esportes em aulas de Educação Física. Essa política garante a renovação
do esporte a longo prazo ou, para usar um termo em voga, cria um ambiente
esportivo sustentável. Os resultados estão sendo colhidos hoje. Enquanto os
franceses acreditam que é necessário formar atletas, nós brasileiros
continuamos a olhar o sucesso com um certo misticismo. Acreditamos que os
melhores esportistas receberam um tipo de dom divino ou algo parecido. Enquanto
falamos em “esperança”, “mágica” e “milagre” para ganhar medalhas, a França
fala em “objetivos”, “esforço” e “elite”. Os raros medalhistas olímpicos
brasileiros que conseguem se diferenciar enfrentam uma enorme pressão e carregam
sozinhos o peso das expectativas de toda uma nação durante décadas. O resultado
disso é uma grande frustração, tanto dos esportistas, quanto dos torcedores,
que se repete a cada Olimpíada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(Adaptado
de: PELIZ, A. C. Cartas de Paris: O segredo das medalhas francesas. Disponível
em: <http: noblat="" oglobo.globo.com="" pais="">.Acesso em: 5 ago. 2012.)<o:p></o:p></http:></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O texto
pode ser analisado à luz do conceito de “capital” formulado por Bourdieu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a)
Explique esse conceito e cite seus tipos principais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b)
Identifique duas características que exemplificam o conceito, presentes na
política de esportes na França.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">5. UEL
2013. Leia o texto a seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Não é de
hoje que ser “moderno” e “antenado” é ser diferente. Toda geração tem seu grupo
tentando criar uma identidade própria, de preferência distante dos padrões que
a sociedade considera normais, mas muito do que pregam tem um pé nos anos 70.
No Brasil, uma das tendências é a ecovila, espécie de comunidade baseada na
produção de alimentos orgânicos, no uso de energia renovável e na preservação
do ambiente. Outra moda é a volta dos discos de vinil (por exemplo, LPs) e a
cultura do faça você mesmo, como a produção caseira de cervejas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(Adaptado
de: PRADO, A. C.; HUECK, K. A Volta dos Hippies. Super Interessante, 296.ed.,
São Paulo: Editora Abril, out. 2011, p.77-79.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com base
no texto e nos conhecimentos sobre juventude e sociedade contemporânea,
assinale a alternativa correta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) A cultura
do “faça você mesmo”, por ser contra a exploração social, pauta-se pela recusa
em utilizar produtos industrializados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) A
retomada de práticas artesanais e criativas de sociabilidade é um dos fatores
da redução da criminalidade juvenil no Brasil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) Entre
os jovens de hoje, as identidades têm se constituído, predominantemente, a
partir de elementos reconhecidos como culturais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d)
Inspirados nos hippies dos anos 1970, os jovens de hoje forçam o capitalismo a
retornar a seu período artesanal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) O
retorno aos referenciais setentistas justifica-se por ter sido um período no
qual os jovens cultivavam mais os valores tradicionais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">GABARITO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1E 2E
3SALA 4SALA 5C <o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-19461810034778216082018-07-13T18:02:00.004-07:002018-07-13T18:02:48.986-07:00O pensamento de Friedrich Engels (1820-1895) e Karl Marx (1818-1883)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig2bZN4XF8oT8-1RI3D1eCS6aZhWo_ip9xLvc1uq8dF2Tsp4op_aFczTYBIn_5Zur-E6ulw0D93eut0y20rsA6XpDJzHK9RM21Z9yCc0xJ17keYNIh77nbDRnosV-JiKdYqw9lFlLvfbG2/s1600/marx-engels-lenine-staline-1195206789.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="294" data-original-width="424" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig2bZN4XF8oT8-1RI3D1eCS6aZhWo_ip9xLvc1uq8dF2Tsp4op_aFczTYBIn_5Zur-E6ulw0D93eut0y20rsA6XpDJzHK9RM21Z9yCc0xJ17keYNIh77nbDRnosV-JiKdYqw9lFlLvfbG2/s320/marx-engels-lenine-staline-1195206789.jpg" width="320" /></a></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-tab-count: 9;"> </span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O
contexto das ideias – “Se são as circunstâncias que atrapalham os homens, que
mudemos as circunstâncias”.<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">O<span class="apple-converted-space"> </span><strong>Socialismo
Científico</strong><span class="apple-converted-space"> </span>teve sua
origem a partir da publicação, no ano de 1848, do livro ‘<em><b>Manifesto
Comunista’</b>,</em><span class="apple-converted-space"><i> </i></span>dos
autores<span class="apple-converted-space"> </span><strong>Karl Marx</strong><span class="apple-converted-space"> </span>(1818-1883) e<span class="apple-converted-space"> </span><strong>Friedrich Engels</strong><span class="apple-converted-space"> </span>(1820-1895), portanto, os citados
autores foram os principais teóricos do socialismo científico – também
denominado<span class="apple-converted-space"> </span><strong>marxismo</strong>.</span><o:p></o:p></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
O
socialismo científico tinha como principais bases teóricas o<span class="apple-converted-space"> </span><strong><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">materialismo histórico, o
materialismo dialético, a luta de classes, a revolução proletária, a doutrina
da mais-valia e a teoria da evolução socialista</span></strong>. Todas essas
teorias foram frutos de profundas reflexões e análises da sociedade industrial
burguesa que estava em ascensão no século XIX.<o:p></o:p></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Segundo
os socialistas científicos, a melhoria das condições de vida e trabalho dos
trabalhadores se concretizaria através da luta de classes, da revolução
proletária e da luta armada. Eles combatiam as ideias liberais burguesas dos
socialistas utópicos que acreditavam que a transformação social aconteceria de
forma pacífica.<o:p></o:p></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Para
Marx e Engels, a sociedade capitalista se dividia em duas classes sociais: os<span class="apple-converted-space"> </span><strong><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">exploradores</span></strong>(proprietários
dos meios de produção, das fábricas, das terras), ou seja, os burgueses, a
burguesia; e os<span class="apple-converted-space"> </span><strong><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">explorados</span></strong><span class="apple-converted-space"> </span>(os
despossuídos desses meios de produção), os proletários que vendiam sua força de
trabalho para sobreviver.<o:p></o:p></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
A
partir dessa principal característica da sociedade capitalista analisada pelos
socialistas científicos (exploradores X explorados), poderemos compreender as
teorias que alicerçaram as bases do socialismo científico.<o:p></o:p></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
A
primeira dessas teorias foi o<span class="apple-converted-space"> </span><strong><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">materialismo histórico</span></strong>: segundo Marx e Engels,
todos os movimentos políticos, sociais e intelectuais da história foram
determinados pelo modo de produção da vida material. Este condicionaria o
conjunto dos processos da vida social, política e cultural e os sistemas de
valores (ideologia), ou seja, a esfera econômica prevaleceria e sobreporia
outras esferas sociais: a cultura, a política. <o:p></o:p></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
O<span class="apple-converted-space"> </span><strong><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">materialismo dialético</span></strong><span class="apple-converted-space"> </span>se constituiu como uma das
fundamentais teorias que formaram a base do socialismo científico. A principal
ideia dessa teoria é que nunca devemos pensar que o mundo pode ser considerado
um complexo de teorias e fenômenos acabados, mas de processos que estão em
constantes transformações, ou seja, a tese, a antítese e a síntese, o princípio
dialético: Tese X Antítese = Síntese → Tese X Antítese = Síntese (...), um
princípio sem fim, em permanente transformação.<o:p></o:p></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
Outra
teoria do socialismo científico se baseou na<span class="apple-converted-space"> </span><strong><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">luta de classes</span></strong><span class="apple-converted-space"> </span>propiciada
pela divisão da sociedade capitalista entre exploradores e explorados. Segundo
Marx e Engels, sempre que existir o antagonismo de classe, existirá o confronto
entre as classes sociais antagônicas (exploradores X explorados). Essas
diferenças sociais foram sempre expressas através da luta econômica, passando
pela luta política até a luta armada (revolução proletária). Segundo o
socialismo científico ou marxismo, a luta de classes é o motor que transforma e
impulsiona a história, e os trabalhadores seriam os promotores das
transformações sociais e históricas.<o:p></o:p></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
A<span class="apple-converted-space"> </span><strong><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">teoria da mais-valia</span></strong><span class="apple-converted-space"> </span>completa o alicerce do socialismo
científico. O principal intuito dessa teoria foi demonstrar como os
trabalhadores foram explorados pelos capitalistas. A mais-valia seria o valor
adicionado à mercadoria (produto) pela força de trabalho do operário (mão de
obra). Ela se expressa na diferença entre o valor da riqueza que o trabalhador
produzia (valor de mercado dos produtos produzidos) e o que ele recebia na
forma de pagamento (salário). Portanto, todos os produtos e os valores de
mercado agregado (lucro e riquezas) eram produzidos pelos trabalhadores, porém
os trabalhadores nunca recebiam o valor total do fruto do seu trabalho. Eles
recebiam salários que dariam para manter a sobrevivência precária sua e de seus
filhos (família). Sendo assim, a mais-valia é a exploração do trabalhador em
cima do que ele produz, ou seja, o trabalhador nunca recebe seu pagamento de
acordo com a riqueza que produz com o fruto do seu trabalho.<o:p></o:p></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
O
socialismo científico propôs o “despertar” dos trabalhadores da situação de
explorados, através da luta de classes. Ou seja, os trabalhadores seriam o
motor da transformação da história. A superação do capitalismo e a construção
de uma sociedade sem classes só seriam possíveis por meio de uma revolução
socialista, conduzida pelos trabalhadores. Segundo Marx e Engels, a tomada do
poder pelos trabalhadores daria início à ditadura do proletariado (transição
entre o capitalismo e o socialismo) e o final do processo de transição seria o
comunismo (sociedade sem classe, sem propriedade privada, sem donos dos meios
de produção, sem Estado). Essa seria a<span class="apple-converted-space"> </span><strong><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">teoria da evolução socialista.</span></strong><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 1;">
<b><span style="border: none windowtext 1.0pt; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; letter-spacing: -1.5pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 18.0pt; padding: 0cm;">Comunismo</span></b><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; letter-spacing: -1.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR; mso-font-kerning: 18.0pt;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O <b><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Comunismo</span></b> é uma doutrina e sistema econômico e
social baseado na <b><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">propriedade coletiva dos meios de produção.</span></b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sistema
social, político e econômico desenvolvido teoricamente por <a href="http://www.coladaweb.com/biografias/karl-marx"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: windowtext; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Karl
Marx</span></a>, e proposto pelos partidos comunistas como etapa posterior
ao <a href="http://www.coladaweb.com/historia/socialismo"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: windowtext; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">socialismo</span></a>. Tem como ideal a primazia do interesse
comum da sociedade sobre o de indivíduos isolados. Esta noção surge já na
Antiguidade. Os ideais comunistas acompanham a civilização cristã na <a href="http://www.coladaweb.com/historia/idade-media" target="_self" title="Idade Média"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: windowtext; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Idade Média</span></a> e
no Renascimento. As grandes utopias sobre o comunismo surgem nos séculos XVI e
XVII.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 15.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Conceitos
a partir do pensamento dos Marxistas e do próprio governo comunista:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 18.75pt; mso-outline-level: 2;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Comunismo marxista<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O <a href="http://www.coladaweb.com/politica/o-manifesto-comunista"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: windowtext; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">Manifesto Comunista</span></a>, escrito em 1848 pelos pensadores
alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), afirma que o comunismo
seria o estágio final da organização político-econômica humana. A sociedade
viveria num coletivismo, sem divisão de classes nem a presença de um Estado
coercitivo. Para chegar ao comunismo, os marxistas prevêem um estágio
intermediário de organização, o socialismo, que instala uma ditadura do
proletariado para garantir a transição. Essa ditadura promove a destruição
completa da burguesia, abole as classes sociais e desenvolve as forças de
produção de modo que cada indivíduo dê sua contribuição segundo sua capacidade
e receba segundo suas necessidades. Para os marxistas, a construção de uma
situação de abundância permitiria a supressão dos salários e a extinção total
do Estado.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<br /></div>
<div style="background: white; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="color: #333333;">O<span class="apple-converted-space"> </span><strong><span style="border: none windowtext 1.0pt; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">ANARQUISMO</span></strong><span class="apple-converted-space"> </span>foi
a proposta revolucionária internacional mais importante do mundo durante a
segunda metade do século XIX e início do século XX, quando foi substituído pelo
marxismo (<a href="http://www.coladaweb.com/historia/comunismo"><span style="border: none windowtext 1.0pt; color: #0095ff; mso-border-alt: none windowtext 0cm; padding: 0cm;">comunismo</span></a>). Em suma, o anarquismo prega o fim do Estado
e de toda e qualquer forma de governo, que seriam as causas da existência dos
males sociais, que devem ser substituídos por uma sociedade em que os homens
são livres, sem leis, polícia, tribunais ou forças armadas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="color: #333333;">A sociedade anarquista seria
organizada de acordo com a necessidade das comunidades, cujas relações seriam
voltadas ao auto-abastecimento sem fins lucrativos e à base de trocas. A
doutrina, que teve em Bakunin seu grande expoente teórico, organizou-se
primeiramente na Rússia, expandindo-se depois para o resto da Europa e também para
os Estados Unidos. O auge de sua propagação deu-se no final do século XIX,
quando agregou-se ao movimento sindical, dando origem ao anarco-sindicalismo,
que pregava que os sindicatos eram os verdadeiros agentes das transformações
sociais.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="color: #333333;">Com o surgimento do marxismo,
entretanto, uma proposta revolucionária mais adequada ao quadro social vigente
no século XX, o anarquismo entrou em decadência. Sem, contudo, deixar de ter
tido sua importância histórica, como no episódio em que os anarquistas
italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti foram executados por assassinato
em 1921, nos EUA, mesmo com as inúmeras evidências e testemunhos que provavam
sua inocência.<o:p></o:p></span></div>
<h2 style="background: white; margin-bottom: 7.5pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 18.75pt;">
<span style="color: #333333; font-size: 12.0pt;">O Anarquismo
segundo um adepto:<o:p></o:p></span></h2>
<div style="background: white; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="color: #333333;">Quando você ouve falar dos
anarquistas, você logo é conduzido a acreditar que nós somos bombardeiros
furiosos. Qualquer grupo que solta uma bomba é imediatamente chamado
‘anarquista’, não importando se eles são nacionalistas, socialistas ou
fascistas. O mito criado é que nós acreditamos na violência por causa disso. O outro
mito é aquele em que o anarquismo é caos, e é usado por políticos, governos e
na mídia que diz: se não houver nenhum governo, haverá caos. Mas sempre que
você procura saber sobre a sociedade de hoje logo vem à conclusão que talvez
nós já estejamos vivendo um caos. Milhares de pessoas estão morrendo de fome ao
redor do mundo, contudo, milhões de dólares são diariamente gastos em usinas
nucleares que têm o potencial de destruir nós e todo o mundo afora.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="color: #333333;">Você poderia perguntar por
que isto é assim? Nós dizemos que há uma grande razão – LUCRO! No momento nós
vivemos numa sociedade na qual há duas classes principais – os ricos e os
trabalhadores. Os ricos possuem as fábricas, bancos, fazem compras, etc. Os
Trabalhadores não.Tudo que eles têm é o suor que usam para ganhar sua vida. São
compelidos aos trabalhadores a vender o seu suor aos ricos por um salário. O
patrão está interessado em usurpar com muito trabalho do trabalhador para que
com pouco empreendimento seja possível poder manter altos lucros. Assim, quanto
mais trabalham, menos ganham e mais os patrões enriquecem. Os interesses deles
estão em total oposição um ao outro.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; margin-bottom: 15.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm;">
<span style="color: #333333;">A produção não está baseado
nas necessidades das pessoas. Produção é para lucro. Então, embora haja muita
comida no mundo para alimentar todos, as pessoas passam fome porque os lucros
vêm primeiro. Este é capitalismo!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A
alienação – “Eu não me manifesto para interpretar o mundo, e sim, para
modificá-lo”.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Pode ser definida como um certo “desvio”
em relação ao essencialmente humano<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Os diferentes significados <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">1. Judaísmo – “desvio” à divindade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">2. Psicologia – “perda” da capacidade
psíquica do paciente<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">3. Mercado – condição de um bem,
financiado, não totalmente adquirido pelo comprador<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">4. Senso comum – indivíduo que está
desinformado do mundo <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Alienação
para Marx – “A história só se repete como paródia”<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Análise feita no início do século XIX<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Homem
– criador da Natureza<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O homem transformou a Natureza “externa” e
a si mesmo por meio do trabalho. O quem vem a ser o trabalho? O trabalho faz o
homem, ou de outra forma, o homem fez-se histórica e socialmente, por
intermédio do trabalho. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Sendo assim, o homem transforma o exterior
(o meio) e o interior (sua essência)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Portanto, o homem modifica o meio e
modifica-se por meio do trabalho – “Vida é atividade”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Marxismo
nos dias atuais<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A pergunta que se deve fazer: “quem é hoje
a esquerda/socialista”?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">No Brasil, quem a representaria?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Partidos políticos? Se sim, quais? PSTU,
PCO,PCB, PSB, PT?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Quais as propostas “marxistas” desses
partidos/tendências?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Adequar o marxismo ao sistema capitalista?
Terceira via?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Burguesia
x Proletariado<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Quem hoje representaria a burguesia e o
proletariado?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Teria o processo democrático diminuído o
abismo entre patrões e empregados? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Ou a concentração de renda ainda se mantém
na sociedade?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A mais-valia acabou ou ainda está presente
nos dias atuais?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">As
questões culturais<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Marx afirma que a infra-estrutura
(relações econômicas) determina a super-estrutura (o Estado, as leis, a
cultura). Ou seja, se a infra-estrutura é capitalista, a super-estrutura também
será capitalista. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Na atualidade, até que ponto o Estado/leis
existem para garantir o funcionamento do sistema capitalista?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">E a questão cultural, será que as
manifestações culturais são necessariamente capitalistas? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Até que ponto as manifestações marginais
(hip hop, funk e outros) são incorporadas/compradas pelo sistema?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A
mais-valia - “Por qual motivo a burguesia vai manter o trabalho escravo se ela
pode criar o salário mínimo”?<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A
fragmentação da existência humana – “Dividir um homem em pedaços seria o mesmo
que assassiná-lo”.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O
capital é hostil ao desenvolvimento intelectual dos trabalhadores – “O operário
não cria, nem mais aprende; apenas executa”<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="background: white; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">por:<span class="apple-converted-space"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Leandro Carvalho, <span style="background: white; color: #333333;">Rogério do Carmo Florentini e Vladimir Miguel Rodrigues</span><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Questões<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">1)(UFU –
2ª fase Setembro de 2002 )<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Considere
o fragmento abaixo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“ O modo
de produção da vida material condiciona o processo em geral de vida social,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">político
e espiritual.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">MARX, K. <i>Prefácio
de 1859 de Para a crítica da Economia Política</i>. Col. Os Pensadores, São
Paulo: Abril Cultural, 1978.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Explique
como é determinada a consciência, segundo Karl Marx (1818-1883).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">2)(UFU 1ª
fase Janeiro de 2004)Leia o fragmento abaixo, de Karl Marx.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Com o
próprio funcionamento, o processo capitalista de produção reproduz, portanto, a
separação entre a força de trabalho e as condições de trabalho, perpetuando,
assim, as condições de exploração do trabalhador. Compele sempre o trabalhador
a vender sua força de trabalho para viver, e capacita sempre o capitalista a
comprá-la..<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">MARX, K. <i>O
capital</i>, Livro I, O processo de produção do Capital [Vol. II]. Trad. De
Reginaldo Sant.Anna. 11.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1987, p. 672.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">De acordo
com o filósofo alemão, a condição do trabalhador na economia capitalista
clássica é<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">I . de
realização plena da sua capacidade produtiva, alcançando a autonomia financeira
e a satisfação dos valores existenciais tão almejados pela humanidade, desde os
primórdios da história.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">II . de
alienação, pois os trabalhadores possuem apenas sua capacidade de trabalhar,
que é vendida ao capitalista em troca do salário, por isso, a produção não
pertence ao trabalhador, sendo-lhe estranha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">III . de
superação da sua condição de ser natural para tornar-se ser social, liberto
graças à divisão do trabalho, que lhe permite o desenvolvimento completo de
suas habilidades naturais na fábrica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">IV . de
coisa, isto é, o trabalhador é reificado, tornando-se mercadoria, cujo preço é
o salário, ao passo que as coisas produzidas pelo trabalhador, na ótica
capitalista, parecem dotadas de existência própria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Assinale
a alternativa que apresenta as assertivas corretas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A) II e
IV<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">B) I e II<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">C) II e
III<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 19.2pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">D) III e
IV<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">3. (UEL/03) “Pela
exploração do mercado mundial a burguesia imprime um caráter cosmopolita à
produção e ao consumo em todos os países. Para desespero dos reacionários, ela
retirou à indústria sua base nacional. As velhas indústrias nacionais foram
destruídas e continuam a sê-lo diariamente. (...) Em lugar das antigas
necessidades satisfeitas pelos produtos nacionais, nascem novas necessidades,
que reclamam para sua satisfação os produtos das regiões mais longínquas e dos
climas mais diversos. Em lugar do antigo isolamento de regiões e nações que se
bastavam a si próprias, desenvolve-se um intercâmbio universal, uma universal
interdependência das nações. E isso se refere tanto à produção material como à
produção intelectual. (...) Devido ao rápido aperfeiçoamento dos instrumentos
de produção e ao constante progresso dos meios de comunicação, a burguesia
arrasta para a torrente da civilização mesmo as nações mais bárbaras.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">(MARX, K.; ENGELS,
F. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Global, 1981. p. 24-25.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Com base no texto
de Karl Marx e Friedrich Engels, publicado pela primeira vez em 1848, assinale
a alternativa correta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">a) Desde o início,
a expansão do modo burguês de produção fica restrita às fronteiras de cada
país, pois o capitalista é conservador quanto às inovações tecnológicas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">b) O processo de
universalização é uma tendência do capitalismo desde sua origem, já que a
burguesia precisa de novos mercados, de novas mercadorias e de condições mais
vantajosas de produção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">c) A expansão do
modo capitalista de produção em escala mundial encontrou empecilhos na
mentalidade burguesa apegada aos métodos tradicionais de organização do
trabalho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">d) Na maioria dos
países não europeus, a universalização do capital encontrou barreiras
alfandegárias que impediram sua expansão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">e) A dificuldade
de comunicação entre os países, devido ao baixo índice de progresso tecnológico,
adiou para o século XX a universalização do modo capitalista de produção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">4. (UEL/04) “A
casa não é destinada a morar, o tecido não é disposto<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">a vestir,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O pão ainda é
destinado a alimentar: ele tem de dar lucro.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Mas se a produção
apenas é consumida, e não é também vendida<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Porque o salário
dos produtores é muito baixo – quando é aumentado<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Já não vale mais a
pena mandar produzir a mercadoria –, por que<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Alugar mãos? Elas
têm de fazer coisas maiores no banco da fábrica<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Do que alimentar
seu dono e os seus, se é que se quer que haja<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Lucro! Apenas:
para onde com a mercadoria? A boa lógica diz:<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Lã e trigo, café e
frutas e peixes e porcos, tudo junto<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">É sacrificado ao
fogo, a fim de aquentar o deus do lucro!<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Montanhas de
maquinaria, ferramentas de exércitos em trabalho,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Estaleiros,
altos-fornos, lanifícios, minas e moinhos:<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Tudo quebrado e,
para amolecer o deus do lucro, sacrificado!<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">De fato, seu deus
do lucro está tomado pela cegueira.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">As vítimas<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Ele não vê.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">[...] As leis da
economia se revelam<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Como a lei da
gravidade, quando a casa cai em estrondos<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Sobre as nossas
cabeças. Em pânico, a burguesia atormentada<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Despedaça os
próprios bens e desvaira com seus restos<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Pelo mundo afora
em busca de novos e maiores mercados.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">(E pensando evitar
a peste alguém apenas a carrega consigo, empestando<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Também os recantos
onde se refugia!) Em novas e maiores crises<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A burguesia volta
atônita a si. Mas os miseráveis, exércitos gigantes,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Que ela,
planejadamente, mas sem planos, arrasta consigo,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Atirando-os a
saunas e depois de volta a estradas geladas,<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Começam a entender
que o mundo burguês tem seus dias contados<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Por se mostrar
pequeno demais para comportar a riqueza que ele próprio criou.”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">(BRECHT, Bertolt.
O manifesto. Crítica marxista, São Paulo, n. 16, p.116, mar. 2003.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Os versos anteriores
fazem parte de um poema inacabado de Brecht (1898-1956) numa tentativa de
versificar O manifesto do partido comunista de Karl Marx (1818-1883) e
Friedrich Engels (1820-1895). De acordo com o poema e com os conhecimentos da
teoria de Marx sobre o capitalismo, é correto afirmar que, na sociedade
burguesa, as crises econômicas e políticas, a concentração da renda, a pobreza
e a fome são:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">a) Oriundos da
inveja que sentem os miseráveis por aqueles que conseguiram enriquecer.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">b) Frutos da má
gestão das políticas públicas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">c) Inerentes a
esse modo de produção e a essa formação social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">d) Frutos do
egoísmo próprio ao homem e que poderiam ser resolvidos com políticas
emergenciais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">e) Fenômenos
característicos das sociedades humanas desde as suas origens.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">5 (UEL/09). Ramon vivia
do seu trabalho e tinha que pagar um apartamento e a comida ,e inclusive as
folhas de papel para poder escrever nos fins de semana .<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Já sabia que introduzir no computador um
argumento e os nomes dos personagens para<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>que realizasse um primeiro esboço não era a mesma coisa que escrever uma
novela desde o princípio, mas agora as coisas estavam desse jeito .<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O mundo editorial tinha mudado , os livros já
não eram concebidos como obras de artesanato criadas na mente de um só homem
sem nenhuma ajuda exterior .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O texto XVIII remete a
formulações presentes na análise de Marx sobre o desenvolvimento do capitalismo
. Quanto à posição de Marx em relação ao tema abordado no texto , é correto
afirmar .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">I.Com o advento<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>da sociedade comunista , o trabalho
desaparece e instaura-se<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>um ordenamento
social em que a preocupação do indivíduo será basicamente com o exercício do
lazer .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">II.O avanço das forças
produtivas torna-se desnecessário em uma sociedade socialista ,uma vez que as
máquinas ,responsáveis pelo sofrimento humano ,serão substituídas por um
retorno à produção artesanal .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">III. A tendência do
movimento do capital é no sentido de uma contínua desclassificação da força de
trabalho .Desse modo , intensifica-se a unilateralidade do ser que trabalha e
sua degradação física e psíquica .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">IV.A revolução contínua
das forças produtivas<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>é uma necessidade
inerente no processo de acumulação de capital e está na base da expansão deste
modo de produção e da constituição do mercado mundial<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Assinale a alternativa<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>correta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">a)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Somente
as afirmativas I e II estão corretas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">b)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Somente
as afirmativas I e III estão corretas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">c)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Somente
as afirmativas III e IV estão corretas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">d)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Somente
as afirmativas I, II e IV estão corretas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">e)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Somente
as afirmativas II, III e IV estão corretas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">6. ENEM 2012.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="margin-left: 18.0pt; mso-add-space: auto; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">GABARITO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">1SALA 2A 3B 4C 5C 6C <o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-33387384476935614422018-07-13T18:01:00.002-07:002018-07-13T18:01:21.820-07:00Max weber (1864-1920): conceitos sociológicos e a Ética protestante e o espírito capitalista<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxr5M_cbjajMNC_fvNx_HgE2B6HspHJBJkOx1V4wVkDGUU38buEmx88Mm6kL9J4tGMdV9xnxKzh1lXeLCCMskSsCyRtC1sWDP0-afGkiEgEqj11hmvTLchDFT0FerM6D8oLHTc2zxaGS55/s1600/download+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="163" data-original-width="310" height="210" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxr5M_cbjajMNC_fvNx_HgE2B6HspHJBJkOx1V4wVkDGUU38buEmx88Mm6kL9J4tGMdV9xnxKzh1lXeLCCMskSsCyRtC1sWDP0-afGkiEgEqj11hmvTLchDFT0FerM6D8oLHTc2zxaGS55/s400/download+%25281%2529.jpg" width="400" /></a></div>
<div align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt;">
<span style="mso-fareast-language: PT-BR; mso-no-proof: yes;"><span style="mso-tab-count: 7;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="mso-tab-count: 2;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Introdução <o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Um
dos maiores pensadores das Humanidades do século XX <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Defensor
da democracia<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Suas
obras marcantes – “Economia e Sociedade” e “Ética Protestante e o Espírito
Capitalista”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Nasceu
em uma Alemanha em convulsões sociais e políticas para a unificação do país<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Considerações sobre o método weberiano<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l7 level1 lfo2; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Por
ter vivido no século XX, presenciou a crise do socialismo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l7 level1 lfo2; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Afirma
que não conseguimos conhecer a realidade objetivamente, como dizia Marx, e sim,
apenas parcialmente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l7 level1 lfo2; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Para
Weber existirão múltiplas e infindáveis formas de interpretação do real<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l7 level1 lfo2; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Valorizou
muito o aspecto religioso da existência<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A depressão/crise existencial<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l15 level1 lfo3; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->E
não haveria algo de muito religioso em se buscar o que, de antemão, já se sabe
não poder encontrar?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l15 level1 lfo3; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Passar
a vida perseguindo a verdade, sabendo-se, desde o início, não ser possível
alcançá-la? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l15 level1 lfo3; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Não
seria exatamente isso o que caracterizaria ou constituiria a essência de sua
teoria ou método?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l15 level1 lfo3; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->E
não teria sido em consequência de tal visão, que Weber, em inúmeros momentos,
acabou sendo dominado por um intenso sofrimento de caráter existencial? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A ação social<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l14 level1 lfo4; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->O
seu objeto de estudo é a “ação social” e não o “fato social” de Durkheim, que
existiriam enquanto coisas exteriores ao ser social. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l14 level1 lfo4; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Para
Weber, o método neutro de Durkheim era impossível.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l14 level1 lfo4; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Para
ele, os homens agem na história motivados por valores, crenças e interesses,
que criam os múltiplos sentidos do existente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l14 level1 lfo4; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->São
4 os tipos de ação social – Racional em relação a um objetivo; Racional em
relação a um valor (pode tender à irracionalidade); Afetiva (não é racional);
Tradicional (não é racional)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l14 level1 lfo4; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Os
próprios intérpretes (cientistas sociais) de tais ações sociais possuiriam as
suas particulares motivações e crenças – e não conseguem reproduzir todo o
processo dessa ação, produzindo na medida do possível, uma análise limitada e
parcial<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A ética protestante e o espírito capitalista<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l6 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Weber
procurou elaborar uma interpretação da origem e do significado do sistema
capitalista<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l6 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Weber
apenas procurou dar forma e conteúdo a mais uma teoria a respeito do
capitalismo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l6 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->O
capitalismo teria sido produzido pelo espírito capitalista<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l6 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Exemplo
– um indivíduo que procurasse acumular riquezas, tendo no trabalho um fim em si
mesmo, e chegasse, consequentemente, à conclusão de que cada instante de sua
vida deveria tomar a forma de uma luta incessante por mais e mais dinheiro,
poderia ser considerado um típico representante do modo de vida e visão de
mundo capitalistas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l6 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Cabe
afirmar que o dinheiro ganho não deveria ser gasto, mas acumulado e reinvistido
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Sua visão sobre o capitalismo<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l12 level1 lfo6; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Acreditava
que o marxismo, pelo menos em sua visão vulgar, reduzia tudo ao fator
econômico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l12 level1 lfo6; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Em
seu entender, em vários momentos da história, o “espírito do capitalismo” já
estaria presente, muito embora ainda não de forma dominante. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l12 level1 lfo6; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Por
algumas razões que deveriam ser explicadas, tal tendência ou forma de
manifestação da vida humana, em um certo momento (ao longo dos séculos XV e
XVI) e espaço (Inglaterra e depois EUA), passou a ser finalmente dominante.
Cabe perguntar o por quê? <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O fator calvinista<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l1 level1 lfo7; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Destacou
a maneira específica de viver dos calvinistas como a chave interpretativa para
apresentar a sua própria visão a respeito da origem e do significado do
capitalismo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l1 level1 lfo7; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Não
acreditava ser possível captar em pensamento certos “pedaços” ou fragmentos do
real, para que depois, a depender da perspicácia do investigador, pudessem ser
“colados”, no plano ideal ou abstrato, produzindo dessa maneira, uma certa
visão, mais ou menos completa, complexa e verdadeira da realidade. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l1 level1 lfo7; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Propunha,
então, a criação dos “tipos ideais”, enquanto estratégia de captação do sentido
ou significado da ação social. O “tipo ideal” é também um produto de criação ou
elaboração mental, informada na medida do possível pelos dados do real, mas não
pretende ou busca existir enquanto reprodução ou cópia fiel da realidade mesma.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O ethos calvinista<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l16 level1 lfo8; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Ethos
– origem da palavra “ética”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l16 level1 lfo8; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Determinada
maneira de agir, mesclada a uma determinada maneira de pensar e sentir<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l16 level1 lfo8; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->E
qual seria o possível nexo existente entre o desenvolvimento do ethos
calvinista e o surgimento de alguns dos aspectos do capitalismo?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l16 level1 lfo8; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Preocupação
do calvinismo na salvação da alma, na crença de que todos os homens estariam
predestinados, desde antes de nascer, ao céu e ao inferno<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Quem Deus escolhe?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l5 level1 lfo9; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Deus
escolheria e salvaria alguns poucos fiéis, segundo critérios inacessíveis à
compreensão humana<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l5 level1 lfo9; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Ao
indivíduo resta, apena, a extrema angústia, a incerteza e a solidão quanto a
estar ou não entre os “escolhidos”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l5 level1 lfo9; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Como
então escapar ou ao menos poder lidar com essa terrível e angustiosa espera?
TRABALHANDO!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l5 level1 lfo9; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->O
cristão deveria dedicar-se totalmente, em cada segundo de sua vida, ao
trabalho. Trabalhar como um fim em si mesmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A vida ascética<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l10 level1 lfo10; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Negativa
da vida terrena em quase todos os aspectos<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l10 level1 lfo10; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Concepção
de homens maus e não merecedores da salvação<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l10 level1 lfo10; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->O
calvinista não podia ter acesso à bebida alcoólica<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l10 level1 lfo10; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Vida
sexual só depois do casamento e com finalidade meramente reprodutiva<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l10 level1 lfo10; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O adultério, no caso da mulher,
principalmente, poderia ser punido com a fogueira; <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l10 level1 lfo10; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Não
era permitido dançar ou realizar festas e nem participar de nenhuma espécie de
jogo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l10 level1 lfo10; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Todas
as energias devem convergir para atender aos anseios da fé e do trabalho<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">E o que será feito, então, com o dinheiro ganho pela força do trabalho?<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l3 level1 lfo11; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Guarda-se
ou investe-se<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l3 level1 lfo11; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->Dessa
forma, estaria sendo feito uma espécie de POUPANÇA; não seria essa uma
característica do sistema capitalista; ou, além, investe-se o dinheiro para que
haja um retorno<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l3 level1 lfo11; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->A
própria ideia de tomar o trabalho como um fim em si mesmo não corresponderia a
uma outra característica do capitalismo?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Conclusões<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; mso-list: l13 level1 lfo12; tab-stops: list 36.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Wingdings; mso-bidi-font-family: Wingdings; mso-fareast-font-family: Wingdings;"><span style="mso-list: Ignore;">¨<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]-->É
sempre bom lembrar que o calvinismo não representaria, na visão weberiana, a
“causa” do capitalismo, mas possivelmente teria contribuído para o aparecimento
de alguns de seus aspectos e elementos constitutivos, tais como: a valorização
do trabalho, a ideia de poupança e investimento; a racionalização da vida, ou
seja, a canalização de absorção de todas as energias humanas em nome da
atividade produtiva e etc. <o:p></o:p></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Exercícios<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 18.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l8 level1 lfo13; tab-stops: list 18.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">1-<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span></b><!--[endif]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">UFU<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: -63.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">300
milhões – como o senhor da foto virou milionário<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
mérito de Menin foi ter vislumbrado ma oportunidade e apostado suas fichas nela
(...) Percebendo que ali poderia Estar sua galhinha dos ovos de ouro, Menin
resolveu projetar um negócio para atender aquela clientela. Primeiro, construiu
pequenas casas em bairros populares de Belo Horizonte. Depois, passou a vender
apartamentos semipadronizados com preços até 25% mais baixos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Após
definir seu nicho de mercado, Menin elaborou uma cartilha que a empresa segue à
risca até hoje .<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Max
Weber define uma tipologia da ação social que é apresentada nas afirmativas a
seguir. Assinale a alternativa que corresponde ao tipo de ação social descrita
no texto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l11 level1 lfo14; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(a)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Ação
social racional com referência a fins<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l11 level1 lfo14; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(b)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Ação
social afetiva<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l11 level1 lfo14; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(c)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Ação
social tradicional<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l11 level1 lfo14; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(d)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Social
racional com relação a valores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">2-UEL<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Por
trás das disputas que os candidatos travam pela preferência do eleitorado, há
uma base minuciosa de informações. Perto das eleições, os concorrentes
debruçam-se sobre gráficos, planilhas e tabelas de preferências de voto,
buscando descobrir quais as tendências dos eleitores. Pesquisadores, escondidos
atrás de vidros espelhados, acompanham as conversas de grupos de pessoas comuns
de diferentes classes que, em troca de um sanduíche e um refrigerante, comentam
e debatem as campanhas políticas. Nessa técnica de pesquisa qualitativa,
descobrem-se, além da convergência das intenções, as motivações que se repetem
fazê-los mudar de opção, como eles propõem e ouvem argumentos sobre o tema. A
aplicação do modelo de pesquisa que aparece descrito no texto baseia-se,
principalmente, na teoria sociológica de Max Weber (1864-1929). A atualização
dessa teoria indica que os pesquisadores pretendem:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(a)
investigar as funções sociais das instituições, tais como igreja, escola e
família, para entender o comportamento dos grupos sociais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(b)
pesquisar o proletariado como a classe social mais importante na estruturação
da vida social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">c)
analisar os aparelhos repressores do Estado, pois são eles que determinam os
comportamentos individuais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(d)
estudar a psique humana que revela a autonomia do indivíduo em relação à
sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(e)
pesquisar os sentidos e os significados recíprocos que orientam os indivíduos
na maioria de suas ações e que configuram as relações sociais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">3-</span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> A respeito do
conceito weberiano de ação social, é correto afirmar que:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: -45.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l9 level1 lfo15; tab-stops: list -45.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(a)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">O
exercício religioso da fé é uma ação afetiva.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: -45.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l9 level1 lfo15; tab-stops: list -45.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(b)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A
decisão empresarial de inovação tecnológica para enfrentar a concorrência no
mercado é uma ação racional com relação a fins.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: -45.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l9 level1 lfo15; tab-stops: list -45.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(c)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">A
ação que se orienta por valores não é uma ação social racional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: -45.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l9 level1 lfo15; tab-stops: list -45.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(d)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Uma
ação que se caracteriza pela livre escolha é tradicional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">4-CP II<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">No
âmbito da sociologia compreensiva de Max Weber, pode-se entender o “tipo ideal”
como:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: -45.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo16; tab-stops: list -45.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(a)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Os
padrões estéticos e axiológicos do hegemonicamente aceito em uma sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: -45.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo16; tab-stops: list -45.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(b)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Fator
de inteligibilidade do real, derivado das necessidades de compreensão das ações
sociais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: -45.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo16; tab-stops: list -45.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(c)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">As
formas conceituais perfeitas e definitivas, exatamente como postulado
anteriormente por Platão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: -45.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo16; tab-stops: list -45.0pt; text-align: justify; text-indent: -36.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(d)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt;">Os
códigos de intercomunicação subjetiva, cuja lógica é determinada pelos grandes
meios de comunicação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">5-UFU<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Considere
a citação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">(...)
o racionalismo econômico, embora dependa parcialmente da técnica e do direito
racional, é ao mesmo tempo determinado pela capacidade e disposição dos homens
em adotar certos tipos de conduta racional. (...) Ora, as forças mágicas e
religiosas, e os ideais éticos de dever deles decorrentes, sempre estiveram no
passado entre os mais importantes elementos formativos da conduta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A
respeito das relações de causalidade que o sociólogo Max Weber propõe entre as
origens do capitalismo moderno, o processo de racionalização do mundo e as
religiões de salvação, assinale a alternativa correta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraph" style="margin-left: -63.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l2 level1 lfo17; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(a)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Coube
às éticas religiosas do confucionismo (china) e hinduísmo (Índia) redefinirem o
padrão das relações econômicas que , a partir do século XVI, culminaria no
capitalismo de tipo moderno.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraph" style="margin-left: -63.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l2 level1 lfo17; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(b)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">As
seitas protestantes que floresceram nas sociedades orientais, a partir do
século XVI, são responsáveis pela prematura posição de destaque do Japão, da
China e da Índia no cenário econômico internacional que se seguiu à Revolução
Industrial.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraph" style="margin-left: -63.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l2 level1 lfo17; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(c)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">A
partir de sua doutrina da predestinação o calvinismo foi responsável pela
introdução de um padrão ético que, ao estimular a racionalização da conduta
cotidiana de seus fiéis, contribuiu de maneira inédita para o desenvolvimento
das relações capitalistas modernas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraph" style="margin-left: -63.0pt; mso-add-space: auto; mso-list: l2 level1 lfo17; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">(d)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">O
processo de encantamento do mundo (irracionalização do conhecimento e das
relações cotidianas) encontra-se na base da ética protestante, cujas
prescrições de conduta se revelaram condição imprescindível para o
desenvolvimento e consolidação das relações capitalistas modernas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">6–Em
ética protestante e o espírito do capitalismo, Weber começa investigando os
princípios éticos que estão na base do capitalismo, constituindo o que ele
denomina o seu “espírito”. E tais princípios são encontrados na teologia
protestante, mais especificamente na teologia calvinista. A partir daí formula
sua hipótese básica de trabalho, segundo a qual a vivência espiritual da
doutrina e da conduta religiosa exigida pelo protestantismo teria organizado
uma maneira de agir religiosa com afinidade à maneira de agir econômica,
necessária para a realização de um lucro sistemático e racional. Dessa maneira,
explique a relação entre a “Ética Protestante e o Espírito Capitalista”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">7.
(UEL 2013) Em Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva, o
sociólogo alemão Max Weber expõe conceitos como carisma, estamento burocrático,
tipos de dominação legítima etc. Já Os donos do poder: formação do patronato
político brasileiro, de Raymundo Faoro, fundamenta-se, em boa parte, em Weber,
e realiza amplo estudo sobre a formação dos grupos dominantes no Estado
brasileiro, vendo-os como frutos do Estado português. Faoro procura demonstrar
como isso se mantém arraigado na cultura política do País e como os traços
patrimonialistas de nossa formação sobrevivem ao tempo. Essa obra abrange desde
a época dos reis de Portugal, no século XIV, até a presidência de Getúlio
Vargas, nos anos 1950.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">a)
Aponte três fatores que caracterizam o patrimonialismo como ocorrência mais
comum dentro do tipo de dominação legítima tradicional.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">b)
Apresente a definição weberiana para os três tipos de dominação legítima.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">8.
UEL 2013. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Os
documentos de identificação individual podem ser analisados sob a perspectiva
dos estudos weberianos a respeito da sociedade moderna. Sobre essa análise,
assinale a alternativa correta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">a)
A ação racional com relação a valores é o tipo conceitual que explica o uso do
CPF, uma vez que se refere às riquezas do indivíduo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">b)
A adoção de documentos de identificação pessoal corresponde aos interesses dos
indivíduos pelo prestígio social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">c)
A identificação pelo CPF é um exemplo de imitação e de ação condicionada pelas
massas, fenômenos comuns na sociedade moderna.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">d)
CPF e documentos pessoais fortalecem o processo de desburocratização das
estruturas racionais de dominação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: -81.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">e)
O uso do CPF é uma ação dotada de sentido, isto é, compreensível pelos demais
indivíduos envolvidos na situação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
9.UEL 2014<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
GABARITO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
1A 2E 3B 4B 5C 6SALA 7SALA 8E 9E <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-21195811957218475102018-07-13T17:59:00.002-07:002018-07-13T17:59:51.427-07:00Surgimento da Sociologia, Positivismo: Comte, Durkheim e Exercícios<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7F6HXqZY_UFDhVbOP5NcL8Fvs28oEnuLW1e_WD4kKkjs2n_wI0JYkhETAPNfYLkcATq1uWMMzjEAU0JfNR1k7x_klnpVrNIte3poHGO0ul381_ifYgC5GOhRv0JR9y3uuVJUH5PqG1NaM/s1600/sociologia.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="226" data-original-width="300" height="301" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7F6HXqZY_UFDhVbOP5NcL8Fvs28oEnuLW1e_WD4kKkjs2n_wI0JYkhETAPNfYLkcATq1uWMMzjEAU0JfNR1k7x_klnpVrNIte3poHGO0ul381_ifYgC5GOhRv0JR9y3uuVJUH5PqG1NaM/s400/sociologia.png" width="400" /></a></b></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O positivismo
francês: ordem, progresso e a ciência como religião da humanidade</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">A palavra <b>positivismo</b> foi empregada pela primeira vez pelo
filósofo francês Claude Saint-Simon - um dos chamados socialistas românticos -
para designar o método exato das ciências e a possibilidade de sua extensão à
filosofia. Mais tarde, o politécnico <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u203.jhtm">Auguste Comte</a>
(1798-1857), que foi seu secretário, utilizou a expressão para designar a sua
filosofia, que teve grande expressão no mundo ocidental durante a segunda
metade do século 19 (estendendo-se no Brasil à primeira metade do século 20).<br />
<br />
O positivismo acompanhou e estimulou a organização técnico-industrial da
sociedade moderna e fez uma exaltação otimista do industrialismo. Nesse
sentido, pode-se compreendê-lo como produto da sociedade técnico-industrial
que, ao mesmo tempo, a leva esta mesma sociedade a desenvolver-se e
consolidar-se.<br />
<br />
Basicamente, a característica essencial ao positivismo, tal qual o concebeu
Comte, é a devoção à ciência, vista como único guia da vida individual e
social, única moral e única religião possível. Desse modo, em última análise, o
positivismo é compreendido como a "religião da humanidade".</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Curso de
Filosofia Positiva</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">A partir da ciência - e de uma ciência social ou sociologia, da
qual Comte é um fundador -, o filósofo propunha reformular a sociedade para que
se obtivesse ordem e progresso. Note-se, porém, que isso implica a criação de
uma ciência social, pois só é possível reformular ou transformar aquilo que
conhecemos.<br />
<br />
A obra fundamental de Comte é o "Curso de Filosofia Positiva", livro
escrito entre 1830 e 1842, a partir de 60 aulas dadas publicamente pelo
filósofo, a partir de 1826. É na primeira delas que Comte formulou a "lei
dos três estados" da evolução humana:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 225.9pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="color: black; font-family: Symbol; font-size: 10.0pt;"><span>·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">o estado teológico, em que a humanidade vê o mundo e se organiza a
partir dos mitos e das crenças religiosas;</span></div>
<ul>
<li class="MsoNormal" style="color: black; line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">o
estado metafísico, baseado na descrença em um Deus todo-poderoso, mas
também em conhecimentos sem fundamentação científica;</span></li>
<li class="MsoNormal" style="color: black; line-height: normal; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">o
estado positivo, marcado pelo triunfo da ciência, que seria capaz de
compreender toda e qualquer manifestação natural e humana.</span></li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><br />
<br />
Passados mais de 150 anos da publicação do "Curso", talvez não fosse
necessário dizer que é inerente ao positivismo uma romantização da ciência,
romantização esta que atribuiu ao conhecimento científico uma onipotência não
comprovada pela realidade. Atualmente, sabe-se que a ciência não só resolve
problemas, como também os cria: veja-se como um exemplo a interferência danosa
do desenvolvimento industrial no meio ambiente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Influências
no Brasil</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Conhecer o
positivismo, contudo, é particularmente importante aos brasileiros, devido à
grande influência que esta escola filosófica exerceu no país na virada dos
séculos 19 e 20. Se o leitor foi atento, percebeu que o objetivo da filosofia
de Comte é a <i>ordem</i> e o <i>progresso</i>, lema inscrito na bandeira
brasileira adotada após <a href="http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1702u58.jhtm">a proclamação
da República</a>.<br />
<br />
As idéias de Comte, em especial através dos pensadores Miguel Lemos
(1854-1917), Teixeira Mendes (1855-1927) e do militar Benjamin Constant
(1836-1891), se impuseram aos círculos republicanos brasileiros, contribuindo
para nortear a nova ordem social republicana, em especial nos governos <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u19.jhtm">Deodoro da Fonseca</a>
e <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u20.jhtm">Floriano
Peixoto</a>. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span> </span></span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Por Antonio Carlos Olivieri<b></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Émile Durkheim (1858
– 1917)</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><b><span> </span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A consciência
coletiva e fatos sociais</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Na perspectiva sociológica de <strong>Émile Durkheim</strong>, a
existência de uma sociedade e a coesão social que assegura sua continuidade só
se torna possível quando os indivíduos se adaptam ao processo de socialização,
ou seja, quando são capazes de assimilar valores, hábitos e costumes que
definem a maneira de ser e de agir característicos do grupo social a qual
pertencem.<br />
<br />
A consciência coletiva constitui o "conjunto das crenças e dos sentimentos
comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, formando um sistema
determinado com vida própria". A consciência coletiva é capaz de coagir ou
constranger os indivíduos a se comportarem de acordo com as regras de conduta
prevalecentes.<br />
<br />
A consciência coletiva habita as mentes individuais e serve para orientar a
conduta de cada um de nós. Mas a consciência coletiva está acima dos indivíduos
e é externa a eles. Com base neste pressuposto teórico, Durkheim chama atenção
para o fato de que os fenômenos individuais devem ser explicados a partir da
coletividade e não o contrário.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Fatos
Sociais</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Em 1895, Durkheim publica o estudo denominado "As Regras do
Método Sociológico", onde define o objeto por excelência da sociologia: os
fatos sociais. Fato social é tudo o que é coletivo, exterior ao indivíduo e
coercitivo. <br />
<br />
Durkheim demonstra que os fatos sociais têm existência própria e independem
daquilo que pensa e faz cada indivíduo em particular. Ele atribui três
características que caracterizam os fatos sociais:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><span> </span>Primeira: coercitividade,
que pode ser entendido como a força que exercem sobre os indivíduos
obrigando-os através do constrangimento a se conformarem com as regras, normas
e valores sociais vigentes;</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><span> </span>Segunda: exterioridade,
que pode ser entendida como a existência de um fenômeno social que atua sobre
os indivíduos, mas independe das vontades individuais;</span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: Symbol; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;"><span>·<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Terceira: generalidade, que pode ser entendida como a manifestação
de um fenômeno que permeia toda a sociedade. </span><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">O suicídio, por exemplo, a primeira vista pode ser encarado como
um fenômeno individual, mas a constatação da sua regularidade ao longo do tempo
(de acordo com os dados estatísticos) fez com que Durkheim o concebesse como um
fenômeno social, mas propriamente um fato social, que é explicado pelo autor
como uma crise moral da sociedade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">A divisão
do trabalho social</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<strong><span style="color: black;">Émile
Durkheim</span></strong><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"> (1858-1917) integra o grupo de cientistas sociais considerados
fundadores da sociologia. Em 1893 ele publicou sua tese de doutoramento,
intitulada <i>De la Division du Travail Social</i>, estudo em que aborda a
interação social entre os indivíduos que integram uma coletividade maior: a
sociedade.<br />
<br />
Trata-se de um tema central no <a href="http://educacao.uol.com.br/sociologia/ult4264u6.jhtm">pensamento
sociológico</a> de Durkheim, cujo principal interesse é desvelar os fatores que
possibilitam a coesão (unidade, estabilidade) e a permanência (ou continuidade)
das relações sociais ao longo do tempo e de gerações. Dentro da perspectiva
sociológica durkheimiana, a existência de uma sociedade só é possível a partir
de um determinado grau de consenso entre seus membros constituintes: os
indivíduos. Segundo Durkheim, esse consenso se assenta em diferentes tipos de
solidariedade social.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Solidariedade
mecânica</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Em <i>De la Division du Travail Social</i>, Durkheim esclarece que
a existência de uma sociedade, bem como a própria coesão social, está baseada
num grau de consenso entre os indivíduos e que ele designa de <i>solidariedade</i>.
De acordo com o autor, há dois tipos de solidariedade: a <i>mecânica</i> e a <i>orgânica</i>.<br />
<br />
A <em>solidariedade mecânica</em> prevalece naquelas sociedades ditas
"primitivas" ou "arcaicas", ou seja, em agrupamentos
humanos de tipo tribal formado por clãs. Nestas sociedades, os indivíduos que a
integram compartilham das mesmas noções e valores sociais tanto no que se
refere às crenças religiosas como em relação aos interesses materiais
necessários a subsistência do grupo, essa correspondência de valores assegura a
coesão social.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Solidariedade
orgânica</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">De modo distinto, existe a <i>solidariedade orgânica</i> que é a
do tipo que predomina nas sociedades ditas "modernas" ou
"complexas" do ponto de vista da maior diferenciação individual e
social (o conceito deve ser aplicado às sociedades capitalistas). Além de não
compartilharem dos mesmos valores e crenças sociais, os interesses individuais
são bastante distintos e a consciência de cada indivíduo é mais acentuada. <br />
<br />
A divisão econômica do trabalho social é mais desenvolvida e complexa e se
expressa nas diferentes profissões e variedade das atividades industriais.
Durkheim emprega alguns conceitos das ciências naturais, em particular da
biologia (muito em uso na época em que ele começou seus estudos sociológicos)
com objetivo de fazer uma comparação entre a diferenciação crescente sobre a
qual se assenta a solidariedade orgânica. <br />
<br />
Durkheim concebe as sociedades complexas como grandes organismos vivos, onde os
órgãos são diferentes entre si (que neste caso corresponde à divisão do
trabalho), mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento do ser vivo.
A crescente divisão social do trabalho faz aumentar também o grau de
interdependência entre os indivíduos.<br />
<br />
Para garantir a coesão social, portanto, onde predomina a solidariedade
orgânica, a coesão social não está assentada em crenças e valores sociais,
religiosos, na tradição ou nos costumes compartilhados, mas nos códigos e
regras de conduta que estabelecem direitos e deveres e se expressam em normas
jurídicas: isto é, o direito.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><span> </span></span><b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Por
Renato Cancian</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Exercícios
- Aulas 1 a 4 – Surgimento da Sociologia e Positivismo</span></b></div>
<div class="MsoListParagraph" style="text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><span>1.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Sobre o surgimento da Sociologia, podemos afirmar que:<br />
<br />
I – A consolidação do sistema capitalista na Europa no século XIX forneceu os
elementos que serviram de base para o surgimento da Sociologia enquanto ciência
particular.<br />
<br />
II – O homem passou a ser visto, do ponto de vista sociológico, a partir de sua
inserção na sociedade e nos grupos sociais que a constituem.<br />
<br />
III – Aquilo que a Sociologia estuda constitui-se historicamente como o
conjunto de relacionamentos que os homens estabelecem entre si na vida em
sociedade.<br />
<br />
IV – Interessa para a Sociologia, não indivíduos isolados, mas
inter-relacionados com os diferentes grupos sociais dos quais fazem parte, como
a escola, a família, as classes sociais e etc.<br />
<br />
A) II e III estão corretas.<br />
B) Todas as afirmativas estão corretas.<br />
C) I e IV estão corretas.<br />
D) I, III e IV estão corretas.<br />
E) II, III e IV estão corretas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">2. A Sociologia é uma ciência moderna que surge e se desenvolve
juntamente com o avanço do capitalismo. Nesse sentido, reflete suas principais
transformações e procura desvendar os dilemas sociais por ele produzidos. Sobre
a emergência da sociologia, considere as afirmativas a seguir:<br />
<br />
I. A Sociologia tem como principal referência a explicação teológica sobre os
problemas sociais decorrentes da industrialização, tais como a pobreza, a
desigualdade social e a concentração populacional nos centros urbanos.<br />
<br />
II. A Sociologia é produto da Revolução Industrial, sendo chamada de “ciência
da crise”, por refletir sobre a transformação de formas tradicionais de
existência social e as mudanças decorrentes da urbanização e da
industrialização.<br />
<br />
III. A emergência da Sociologia só pode ser compreendida se for observada sua
correspondência com o cientificismo europeu e com a crença no poder da razão e
da observação, enquanto recursos de produção do conhecimento.<br />
<br />
IV. A Sociologia surge como uma tentativa de romper totalmente com as técnicas
e métodos das ciências naturais, na análise dos problemas sociais decorrentes
das reminiscências do modo de produção feudal.<br />
<br />
Estão corretas apenas as afirmativas:<br />
<br />
a) I e III.<br />
b) II e III.<br />
c) II e IV.<br />
d) I, II e IV.<br />
e) I, III e IV.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3.
<span style="color: black;">Sobre o positivismo, como uma das formas de
pensamento social, podemos afirmar que:<br />
<br />
I – É a primeira corrente teórica do pensamento sociológico preocupada em
definir o objeto, estabelecer conceitos e definir uma metodologia.<br />
<br />
II – Derivou-se da crença no poder absoluto da razão humana em conhecer a
realidade e traduzi-la sob a forma de leis naturais.<br />
<br />
III – Foi um pensamento predominante na Alemanha no século XIX, nascido
principalmente de correntes filosóficas da Ilustração.<br />
<br />
IV – Nele, a sociedade foi concebida como organismo constituído de partes
integradas e coisas que funcionam harmoniosamente.</span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">A) II, III e IV estão corretas.<br />
B) I, II e III estão corretas.<br />
C) I, II e IV estão corretas.<br />
D) I e III estão corretas.<br />
E) Todas as afirmativas estão corretas.</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">4. O lema da bandeira do Brasil, “Ordem e Progresso”, indica a
forte influência do positivismo na formação política do Estado brasileiro.<br />
<br />
Assinale a alternativa que apresenta idéias contidas nesse lema.<br />
a) Crença na resolução dos conflitos sociais por meio do estímulo à coesão
social e à evolução natural da nação, o progresso.<br />
b) Ideais de movimentos juvenis, que visam superar os valores das gerações
adultas.<br />
c) Denúncia dos laços de funcionalidade que unem as instituições sociais e
garantem os privilégios dos ricos.<br />
d) Ideal de superação da sociedade burguesa através da revolução das classes
populares.<br />
e) Negação da instituição estatal e da harmonia coletiva baseada na hierarquia
social.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">5. <span style="color: black;">Um jovem que havia ingressado recentemente na universidade
foi convidado para uma festa de recepção de calouros. No convite distribuído
pelos veteranos não havia informação sobre o traje apropriado para a festa. O
calouro, imaginando que a festa seria formal, compareceu vestido com traje
social. Ao entrar na festa, em que todos estavam trajando roupas esportivas,
causou estranheza, provocando risos, cochichos com comentários maldosos, olhares
de espanto e de admiração. O calouro não estava vestido de acordo com o grupo e
sentiu as represálias sobre o seu comportamento. As regras que regem o
comportamento e as maneiras de se conduzir em sociedade podem ser denominadas,
segundo Émile Durkheim (1858-1917), como fato social.<br />
<br />
Considere as afirmativas abaixo sobre as características do fato social para
Émile Durkheim.<br />
<br />
I. O fato social é todo fenômeno que ocorre ocasionalmente na sociedade.<br />
II. O fato social caracteriza-se por exercer um poder de coerção sobre as
consciências individuais.<br />
III. O fato social é exterior ao indivíduo e apresenta-se generalizado na
coletividade.<br />
IV. O fato social expressa o predomínio do ser individual sobre o ser social.<br />
<br />
Assinale a alternativa correta.<br />
<br />
a) Apenas as afirmativas I e II são corretas.<br />
b) Apenas as afirmativas I e IV são corretas.<br />
c) Apenas as afirmativas II e III são corretas.<br />
d) Apenas as afirmativas I, III e IV são corretas.<br />
e) Apenas as afirmativas I, II e IV são corretas.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">6.
<span style="color: black;">“No início a ciência quis a morte do mito, como a
razão quis a supressão do irracional, visto como obstáculo a uma verdadeira
compreensão do mundo, dando início assim a uma guerra interminável contra o
pensamento mítico. Valéry glorificou esta luta destruidora contra as ‘coisas
vagas’: ‘Aquilo que deixa de ser, por ser pouco preciso, é um mito; basta o
rigor do olhar e os golpes múltiplos e convergentes das questões e
interrogações categóricas, armas do espírito ativo, para se ver os mitos
morrerem’. O mito por sua vez trabalha duro para se manter e, por meio de suas
metamorfoses, está presente em todos os espaços. Do mesmo modo, a ciência atual
busca menos sua erradicação que seu confinamento. Quando a ciência traça seus
próprios limites, ela reserva ao mito – e ao sonho – o lugar que lhe é
próprio.” (BALANDIER, Georges. A desordem: elogio do movimento. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 1997.p.17.)<br />
<br />
Com base no texto, é correto afirmar:<br />
<br />
a) Pelo fato de ser destituído de significado social, o mito está ausente dos
espaços sociais contemporâneos.<br />
b) A delimitação da área de atuação do saber científico implica na constituição
de um lugar próprio para o mito.<br />
c) A morte e o extermínio do mito no ocidente decorrem da supervalorização e
conseqüente predomínio da razão.<br />
d) Na modernidade, o pensamento mítico é crucial para a compreensão científica
do mundo.<br />
e) O pensamento mítico se disseminou porque se pauta em conceitos e categorias.</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">7. </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O
Positivismo desenvolveu-se no Brasil durante o II Império e foi defendido por
políticos ilustres como Benjamin Constant, Júlio de Castilho, Teixeira Mendes,
marcando fortemente os ideais republicanos que culminaram com a Proclamação da
República, em 1889. Com base nos conhecimentos sobre as influências
positivistas no processo de transição do regime imperial para o republicano,
considere as afirmativas a seguir. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">I.
Como expressão mais forte dessas mudanças, o pavilhão imperial adotou o lema
positivista. II. A ideia de uma democracia representativa levou à adoção do
sistema do voto universal, o que permitia a acomodação das classes sociais. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">III.
A presença do ideário positivista destacou-se no setor militar, sobretudo entre
os oficiais de alta patente. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">IV.
A formação de um governo de cunho autoritário caracterizou-se pela imposição da
ordem através da força militar, na chamada República de Espadas. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Assinale
a alternativa correta. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a)
Somente as afirmativas I e II são corretas. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b)
Somente as afirmativas I e IV são corretas. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c)
Somente as afirmativas III e IV são corretas. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d)
Somente as afirmativas I, II e III são corretas. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e)
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.<span style="color: black;"></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">8. Assinale a alternativa correta:<br />
<br />
O surgimento da Sociologia foi propiciado pela necessidade de:<br />
<br />
A) Manter a interpretação mágica da realidade como patrimônio de um restrito
círculo sacerdotal.<br />
B) Manter uma estrutura de pensamento mítica para a explicação do mundo.<br />
C) Condicionar o indivíduo, através dos rituais, a agir e pensar conforme os
ensinamentos transmitidos pelos deuses.<br />
D) Considerar os fenômenos sociais como propriedade exclusiva de forças
transcendentais.<br />
E) Observar, medir e comprovar as regras que tornassem possível, através da
razão, prever os fenômenos sociais.</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">9. Surgida no momento de consolidação da sociedade capitalista, a
Sociologia tinha uma importante tarefa a cumprir na visão de seus fundadores,
dentre os quais se destaca Auguste Comte. Assinale a alternativa correta quanto
a essa tarefa.<br />
<br />
A) Desenvolver o puro espírito científico e investigativo, sem maiores
preocupações de natureza prática, deixando a solução dos problemas sociais por
conta dos homens de ação.<br />
B) Incentivar o espírito crítico na sociedade e, dessa forma, colaborar para
transformar radicalmente a ordem capitalista responsável pela exploração dos
trabalhadores.<br />
C) Contribuir para a solução dos problemas sociais decorrentes da Revolução
Industrial, tendo em vista a necessária estabilização da ordem social burguesa.<br />
D) Tornar realidade o chamado “socialismo utópico”, visto como única
alternativa para a superação das lutas de classe em que a sociedade capitalista
estava mergulhada.<br />
E) Nenhuma das anteriores.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 72.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span>10.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">“A escola filosófica positivista,
dadas suas características constitutivas, marcou profundamente determinado
momento da trajetória histórica brasileira”.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Assinale a alternativa que
identifica o momento em que tal influência teria ocorrido.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 54.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span>a)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Durante
o processo histórico que culminou com a Independência (1822).</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 54.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span>b)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Nos
governos militares que se instalaram após 1964, até meados da década de 80.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 54.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span>c)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">No
movimento da Proclamação da República.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 54.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span>d)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Na
gestação do golpe conhecido historicamente como “intentona comunista”. </span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 54.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span>e)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Durante
o processo de emancipação política do Brasil. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ol start="11" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="color: black; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">UEL 2013. </span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Leia o texto a seguir.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Sentir-se muito angustiado com a ideia de perder seu celular ou de
ser incapaz de ficar sem ele por mais de um dia é a origem da chamada
“nomofobia”, contração de no mobile phobia, doença que afeta principalmente os
viciados em redes sociais que não suportam ficar desconectados. Uma parte da
população acha que, se não estiver conectada, perde alguma coisa. E se perdemos
alguma coisa, ou se não podemos responder imediatamente, desenvolvemos formas
de ansiedade ou nervosismo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">(Adaptado de: O medo de não ter o celular à disposição cria nova
fobia. Disponível em:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><exame .abril.com.br="" comportamento="" estilo-de-vida="" noticias="" o-medo-de-nao-ter-o-celular-a-disposicao-cria-nova-fobia="">.
Acesso em: 9 abr. 2012.)</exame></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Com base no texto e nos conhecimentos sobre socialização e
instituições sociais, na perspectiva funcionalista de Durkheim, assinale a
alternativa correta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">a) A nomofobia reduz a possibilidade de anomia social na medida em
que aproxima o contato em tempo real dos indivíduos, fortalecendo a integração
com a vida social.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">b) As interações sociais via tecnologias digitais são uma forma de
solidariedade mecânica, pois os indivíduos uniformizam seus comportamentos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">c) O que faz de uma rede social virtual uma instituição é o fato
de exercer um poder coercitivo e ao mesmo tempo desejável sobre os indivíduos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">d) O uso de interações sociais por recursos tecnológicos constitui
um elemento moral a ser compreendido como fato social.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">e) Para a nomofobia ser considerada um fato social, faz-se
necessário que esteja presente em uma diversidade de grupos sociais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">12.
UNICAMP 2013. As exposições universais do século XIX, sobretudo as de Londres e
Paris, se caracterizavam </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a)
pelo louvor à superioridade europeia e pela apresentação otimista da técnica e
da ciência. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b)
pela crítica à expansão sobre a África, movimento considerado um freio ao
progresso europeu. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c)
pela crítica marxista aos princípios burgueses dominantes nos centros urbanos
europeus. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d)
pelo elogio das sociedades burguesas associadas às vanguardas da época, como o
Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">13. UEL 2014</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">14. UEL 2014</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
1B 2B 3C 4A 5C 6B 7C 8E 9C 10C 11D 12A 13SALA 14B</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-22745349057674626152018-07-13T17:53:00.000-07:002018-07-13T17:53:26.115-07:00Sartre <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaWmDIa1ITX0N0CrIOT7FVjAlRMTMdfE-HnPqBJ0EJcBC1IBsx5OHLuxGOvG0PYh-zbKJff23lGOJtKhDVv3KTn1dxHX6Ck6QHu0R-lM3gVKdJKZFfZJhrhSy5ZqgwT1-9LFkVrVYtgcEm/s1600/images+%25282%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="238" data-original-width="212" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaWmDIa1ITX0N0CrIOT7FVjAlRMTMdfE-HnPqBJ0EJcBC1IBsx5OHLuxGOvG0PYh-zbKJff23lGOJtKhDVv3KTn1dxHX6Ck6QHu0R-lM3gVKdJKZFfZJhrhSy5ZqgwT1-9LFkVrVYtgcEm/s400/images+%25282%2529.jpg" width="356" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">O aparecimento do existencialismo de Sartre – o
contexto francês e mundial – filosofia e ateísmo; o existencialismo e a
liberdade.<b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 11.0pt;">Existencialismo</span></b><span style="font-size: 11.0pt;">
é um conjunto de doutrinas filosóficas que tiveram como tema central a <b>análise
do homem em sua relação com o mundo</b>, em oposição a filosofias tradicionais
que idealizaram a condição humana.<br />
<br />
É também um fenômeno cultural, que teve seu apogeu na França do pós-guerra até
meados da década de 1960, e que envolvia estilo de vida, moda, artes e ativismo
político. Como movimento popular, o existencialismo iria influenciar também a
música jovem a partir dos anos 1970, com os góticos e, atualmente, os emos.<br />
<br />
Apesar de sua fama de pessimista e lúgubre, o existencialismo, na verdade, é
apenas uma filosofia que não faz concessões: coloca sobre o homem toda a
responsabilidade por suas ações.<br />
<br />
O escritor, filósofo e dramaturgo francês <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u623.jhtm"><b><span style="color: windowtext;">Jean-Paul Sartre</span></b></a> (1905-1980), maior
expoente da filosofia existencialista, parte do seguinte princípio: a
existência precede a essência. Com isso, quer dizer que o homem primeiro existe
no mundo - e depois se realiza, se define por meio de suas ações e pelo que faz
com sua vida.<br />
<br />
Assim, os existencialistas negam que haja algo como uma natureza humana - uma
essência universal que cada indivíduo compartilhasse -, ou que esta essência
fosse um atributo de Deus. Portanto, para um existencialista, não é justo dizer
"sou assim porque é da minha natureza" ou "ele é assim porque Deus
quer".<br />
<br />
Ao contrário, se a existência precede a essência, não há nenhuma natureza
humana ou Deus que nos defina como homens. Primeiro existimos, e só depois
constituímos a essência por intermédio de nossas ações no mundo. O
existencialismo, desta forma, coloca no homem a total responsabilidade por
aquilo que ele é.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-outline-level: 3; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 11.0pt;">Somos os responsáveis por nossa existência<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Se o homem primeiro existe e depois se faz por suas
ações, ele é um <b>projeto</b> - é aquele que se lança no futuro, nas suas
possibilidades de realização. O que isso quer dizer?<br />
<br />
Eu não escolho nascer no Brasil ou nos EUA, pobre ou rico, branco ou preto,
saudável ou doente: sou "jogado" no mundo. Existo. Mas o que eu faço
de minha vida, o <b>significado</b> que dou à minha existência, é parte da
liberdade da qual não posso me furtar. Posso ser escritor, poeta ou músico. No
entanto, se sou bancário, esta é minha escolha, é parte do projeto que eliminou
todas as outras possibilidades (escritor, poeta, músico) e concretizou uma
única (bancário).<br />
<br />
E, além disso, tenho total responsabilidade por aquilo que sou. Para o
existencialista, não há desculpas. Não há Deus ou natureza a quem culpar por
nosso fracasso. A liberdade é incondicional e é isso que Sartre quer dizer
quando afirma que estamos condenados a sermos livres: "Condenado porque
não se criou a si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao
mundo, é responsável por tudo quanto fizer" (em <i>O existencialismo é um
humanismo</i>, 1978, p. 9). <br />
<br />
Portanto, para um existencialista, o homem é condenado a se fazer homem, a cada
instante de sua vida, pelo conjunto das decisões que adota no dia-a-dia.<br />
<br />
"Tive que cuidar dos filhos, por isso não pude fazer um curso
universitário." "Não me casei porque não encontrei o verdadeiro
amor." "Seria um grande ator, mas nunca me deram uma oportunidade de
mostrar meu talento." Para Sartre, nada disso serve de consolo e não
podemos responsabilizar ninguém pelo que fizemos de nossa existência. O que
determina quem somos são as ações realizadas, não aquilo que poderíamos ser. A
genialidade de Cazuza ou Renato Russo, por exemplo, é o que eles deixaram em
suas obras, nada além disso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-outline-level: 3; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 11.0pt;">O peso e a importância da liberdade<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Mas ao escolher a si próprio, a sua existência, o
homem escolhe por toda a humanidade, isto é, sua escolha tem um alcance
universal. João é casado e tem três filhos: fez uma opção pela monogamia e a
família tradicional. Já seu amigo José é filiado a um partido político e vai
para o trabalho de bicicleta: acha correta a participação política e se
preocupa com o meio ambiente. As escolhas de José e João têm um valor
universal. Ao fazer algo, deveríamos nos perguntar: e se todos agissem da mesma
forma, o mundo seria um lugar melhor de se viver?<br />
<br />
E é por esta razão que o viver é sempre acompanhado de <b>angústia</b>. Quando
escolhemos um caminho, damos preferência a uma dentre diversas possibilidades
colocadas à nossa frente. Seguimos o caminho que julgamos ser o melhor, para
toda humanidade.<br />
<br />
Fugir deste compromisso é disfarçar a angústia e enganar sua própria
consciência. É agir de <b>má-fé</b>, segundo Sartre. Neste caso, abro mão de
minha responsabilidade. Digo: "Ah... nem todo mundo faz assim!", ou
então delego a responsabilidade de meus atos à sociedade, às pessoas de meu
convívio familiar e profissional ou a um momento de ira ou paixão. No entanto,
para os existencialistas, esta é uma vida <b>inautêntica</b>.<br />
<br />
À primeira vista, o peso da liberdade depositado no homem pelos filósofos
existencialistas pode parecer excessivamente pessimista, fatalista, de uma
solidão extrema no íntimo de nossas decisões. Mas, ao contrário, o
existencialista coloca o futuro em nossas mãos, nos dá total autonomia moral,
política e existencial, além da responsabilidade por nossos atos. Crescer não é
tarefa das mais fáceis.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-outline-level: 3; text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 11.0pt;">Outros pensadores existencialistas<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Desde <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u369.jhtm"><b><span style="color: windowtext;">Sócrates</span></b></a> (470 a.C.- 399 a.C), muitos
filósofos refletiram sobre a existência humana, passando pelos estóicos, <a href="http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u31.jhtm"><b><span style="color: windowtext;">Santo Agostinho</span></b></a> (354-430), <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u647.jhtm"><b><span style="color: windowtext;">Blaise Pascal</span></b></a> (1623-1662), <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u140.jhtm"><b><span style="color: windowtext;">Friedrich Nietzsche</span></b></a> (1844-1900) e <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/henri-bergson.jhtm"><b><span style="color: windowtext;">Henri Bergson</span></b></a> (1859-1941), mas nem por
isso podem ser chamados de filósofos existencialistas. <br />
<br />
Mesmo entre os pensadores alinhados às doutrinas da existência, encontram-se
posições diversas que vão do chamado <b>existencialismo cristão</b>,
representado pelo dinamarquês <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u373.jhtm"><b><span style="color: windowtext;">Sören Kierkegaard</span></b></a> (1813-1855) -
considerado o precursor do movimento -, o francês Gabriel Marcel (1889-1973) e
o alemão <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u355.jhtm"><b><span style="color: windowtext;">Karl Jaspers</span></b></a> (1883-1969), até o <b>existencialismo
ateu</b>, do próprio Sartre, do filósofo alemão <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u399.jhtm"><b><span style="color: windowtext;">Martin Heidegger</span></b></a> (1889-1976) e dos escritores
franceses <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u233.jhtm"><b><span style="color: windowtext;">Albert Camus</span></b></a> (1913-1960) e <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u131.jhtm"><b><span style="color: windowtext;">Simone de Beauvoir</span></b></a> (1908-1986).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; mso-outline-level: 5; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">A QUESTÃO DE DEUS EM SARTRE<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 70.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Em entrevista dada a Simone de Beauvoir em agosto/setembro de
1974, Sartre é por ela perguntado acerca da vida </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">além da morte,
questionando o filósofo, se nunca houvera sido tocado por essa idéia ou
pela </span> <span style="background: white;">idéia de um princípio
espiritual inerente ao ser humano. Ao que ele responde "Parece-me que
sim , mas como um fato quase natural (...) Todo o futuro que imaginamos na
consciência remete à consciência".<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ednref12"></a><a href="http://existencialismo.sites.uol.com.br/sartre.htm#_edn12"><span style="mso-bookmark: _ednref12;"><sup><span style="color: windowtext;">[xii]</span></sup></span><span style="mso-bookmark: _ednref12;"></span></a></span><span style="mso-bookmark: _ednref12;"></span> <span style="background: white;">Toda a questão aparece permeada
pelo primado da subjetividade, do ser que se estabelece no nada da consciência.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Seu ateísmo nascera a partir de um</span><span style="font-size: 11.0pt;"> <i><span style="background: white;">insight</span></i> <span style="background: white;">precoce, ainda na adolescência. Segundo Sartre, suas
relações com Deus, que nunca se estabeleceram na perspectiva de sujeição ou de
compreensão, não passavam de relações de boa vizinhança. Chega a declarar sua
presença num certo dia em que ateara fogo na casa, como um olhar que
eventualmente pousara sobre ele.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Por volta dos seus doze anos, na cidade de La Rochelle,
envolvido em situações corriqueiras da infância, subitamente lhe ocorreu o
pensamento de que Deus não existia. Sartre afirma não saber exatamente de onde
surgira tal idéia </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">ou como nele se instalara, mas o fato é que, a partir
de então aquela pequena intuição o acompanharia, quase como uma certeza,
"uma verdade que me surgira com evidência, sem nenhum pensamento prévio
(...) um pensamento que intervém bruscamente, uma intuição que surge e
determina a minha vida"<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ednref13"></a><a href="http://existencialismo.sites.uol.com.br/sartre.htm#_edn13"><span style="mso-bookmark: _ednref13;"><sup><span style="color: windowtext;">[xiii]</span></sup></span><span style="mso-bookmark: _ednref13;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ednref13;"></span>.
Notável é também o fato de que um pensamento </span> <span style="background: white;">surgido aos onze anos o levasse a nunca mais perguntar
acerca desta questão.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Sua ida para Paris, segundo ele, fortificou a sua posição
efetuando a transição de um ateísmo idealista para um ateísmo materialista,
para ele, quando dizia, "Deus não existe", se desfazia de uma idéia
que estava no mundo, colocando em seu lugar um nada espiritual, era uma grande
idéia sintética que desaparecia e que levaria Sartre a um pensamento diferente
acerca do mundo. Para ele, "a ausência de Deus era visível em todos os
lugares"<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ednref14"></a><a href="http://existencialismo.sites.uol.com.br/sartre.htm#_edn14"><span style="mso-bookmark: _ednref14;"><sup><span style="color: windowtext;">[xiv]</span></sup></span><span style="mso-bookmark: _ednref14;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ednref14;"></span>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Pensar o seu próprio ser, no mundo e fora dele, e o mundo sem
Deus, parecia a Sartre um empreendimento novo, já que não se encontrava, na
época da Escola Normal, a par dos escritos ateus, e uma vez que </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">"uma grande
filosofia atéia, realmente atéia, não existia na filosofia. Era nessa direção
que era preciso agora tentar trabalhar."<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ednref15"></a><a href="http://existencialismo.sites.uol.com.br/sartre.htm#_edn15"><span style="mso-bookmark: _ednref15;"><sup><span style="color: windowtext;">[xv]</span></sup></span><span style="mso-bookmark: _ednref15;"></span></a></span><span style="mso-bookmark: _ednref15;"></span> <span style="background: white;">Seu desejo era o de
fazer uma filosofia do homem, num mundo material.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">O existencialismo ateu de Sartre é </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">afirmado por ele
como estrutural e parte de sua constituição cultural. O problema de Deus
atravessa toda a obra de Sartre, contudo mais em nível intelectual e teórico do
que em nível de vivência. O ateísmo Sartre é efetivamente difundido em sua obra
"O Ser e o Nada", em outros escritos como "Anotações para uma
Moral", existe uma forte filosofia atéia , orgânica e muito bem
exposta. </span> <span style="background: white;">"Ainda na metade
dos anos 70, Sartre dirá que </span> <i><span style="background: white;">L'être
et le néant</span> </i><span style="background: white;">("O Ser e o
Nada") continha uma exposição das razões de sua rejeição à existência de
Deus: mas não eram aquelas as razões autênticas de seu ateísmo. O seu ateísmo
(...) fora uma intuição de seus doze anos e não podia ser reduzida a uma
discussão de teses filosóficas sobre a impossibilidade da existência de
Deus"<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ednref16"></a><a href="http://existencialismo.sites.uol.com.br/sartre.htm#_edn16"><span style="mso-bookmark: _ednref16;"><sup><span style="color: windowtext;">[xvi]</span></sup></span><span style="mso-bookmark: _ednref16;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ednref16;"></span>.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Em </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">A cerimônia do Adeus, Sartre apresenta Deus como um
ser na direção do qual tende a realidade humana e que é ele mesmo o coração
dessa realidade: Deus é a realidade humana como totalidade. Dessa nascente
surge a idéia do nada espiritual, da idéia ausente. Influenciado por Feuerbach,
Sartre afirma que "a alma humana é apenas o rastro imperfeito dos</span> <i><span style="background: white;">esse, nosse, velle</span></i><span style="background: white;">perfeitos de Deus". Em suma, "o homem é o ser que projeta ser
Deus"<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ednref17"></a><a href="http://existencialismo.sites.uol.com.br/sartre.htm#_edn17"><span style="mso-bookmark: _ednref17;"><sup><span style="color: windowtext;">[xvii]</span></sup></span><span style="mso-bookmark: _ednref17;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ednref17;"></span>.
"Ser homem é tender a ser Deus: ou caso se prefira, o homem é
fundamentalmente desejo de ser Deus"<a href="https://www.blogger.com/null" name="_ednref18"></a><a href="http://existencialismo.sites.uol.com.br/sartre.htm#_edn18"><span style="mso-bookmark: _ednref18;"><sup><span style="color: windowtext;">[xviii]</span></sup></span><span style="mso-bookmark: _ednref18;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ednref18;"></span> </span> <span style="background: white;">A consciência é remetida não à inexistência de Deus,
mas se ele pode ser realizado.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Na verdade o ateísmo é uma relação com Deus, fruto de uma
conversão filosófica, pois a própria crença em Deus é devida à condição humana
e não aos condicionamentos histórico-sociais. Em acordo com Marx, Sartre
afirma </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">o sentimento religioso como um álibi e uma fuga da própria condição
humana, pois </span> <span style="background: white;">para o homem
existe sempre uma luta a travar </span> <span style="background: white;">contra
a ilusão transcendental que é a relação com Deus. Invertendo o mito de
Cristo, de um Deus que se sacrifica para que o homem viva, na verdade é o homem
que perpetuamente se sacrifica em prol da existência de Deus. "Sacrifício
inútil e prejudicial"</span> <a href="https://www.blogger.com/null" name="_ednref19"></a><a href="http://existencialismo.sites.uol.com.br/sartre.htm#_edn19"><span style="mso-bookmark: _ednref19;"><sup><span style="color: windowtext;">[xix]</span></sup></span><span style="mso-bookmark: _ednref19;"></span></a><span style="mso-bookmark: _ednref19;"></span><span style="background: white;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">O existencialismo de Sartre conduz ao desespero, pois nele o
ser humano encontra-se sozinho, abandonado, independente. Em</span><span style="font-size: 11.0pt;"> <i><span style="background: white;">Anotações para
uma Moral</span> </i><span style="background: white;">Deus é a categoria
para todas as alienações, é a hipótese de objetivação do homem.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 70.8pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 70.8pt; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt; mso-outline-level: 1; page-break-after: avoid; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt; mso-font-kerning: 18.0pt;">A
Imaginação<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Quando um objeto inerte é observado, sua forma, posição e cor
podem ser percebidos, essa percepção revela uma existência passível de
constatação que entretanto independe do observador para existir, é o que Sartre
chama de a existência em si. Uma existência que se dá de forma alheia às minhas
“espontaneidades conscientes”</span><span style="font-size: 11.0pt;"> <sup><span style="background: white;">20</span> </sup><span style="background: white;">,trata-se
de uma coisa, algo que não existe para si mesmo. Existir na posse da
consciência da própria existência.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Sartre no texto “A Imaginação” destaca a diferença </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">entre a
existência como coisa e a existência como imagem. Há coisas que ao observarmos
já o fazemos com uma lente que nos mostra não o que a coisa é, mas o que dela
temos em nossa consciência. A transformação da imagem de uma coisa na própria
coisa é chamada de “metafísica ingênua da imagem”.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Em suma, a obra </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">“A Imaginação” discorre sobre o que é próprio da
imaginação, o que faz parte de sua natureza e questiona o conceito de imagem.
Apresenta as concepções de vários pensadores e psicólogos e conclui que imagem
não é uma coisa mas um ato, ela trata-se da consciência de uma coisa e não da
coisa em si mesma.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 5.0pt; margin-left: 70.8pt; margin-right: 0cm; margin-top: 5.0pt; page-break-after: avoid; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 5.0pt; margin-left: 70.8pt; margin-right: 0cm; margin-top: 5.0pt; page-break-after: avoid; text-align: justify;">
<b><span style="background: white; font-size: 11.0pt;">O Diabo e o Bom Deus<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 127.5pt; margin-right: 56.9pt; margin-top: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">“(...) Supliquei, pedi um sinal,
enviei mensagens ao Céu: nenhuma resposta. O Céu ignora até o meu nome. Eu me
perguntava, a cada minuto, o que eu poderia</span><span style="font-size: 11.0pt;"> <i><span style="background: white;">ser</span></i> <span style="background: white;">aos
olhos de Deus. Agora, já sei a resposta: nada. Deus não me vê, Deus não me
ouve, Deus não me conhece. Vês este vazio sobre nossas cabeças? É Deus. Vês
esta brecha na porta? É Deus. Vês este buraco na terra? É Deus ainda. A
ausência é Deus. O silêncio é Deus. Deus é a solidão dos homens. Eu estava
sozinho: sozinho, decidi o Mal; sozinho inventei o Bem. Fui eu quem trapaceou,
eu quem fez milagres, eu quem se acusa, agora, eu, somente, quem pode
absolver-me. Eu, o homem. Se Deus existe, o homem nada é; se o homem existe...
para onde vais?</span> <sup><span style="background: white;">21</span></sup><span style="background: white;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Nesta peça teatral Sartre utiliza-se
do diálogo que traduz-se num meio deveras interessante da transmissão de uma
mensagem que é ao mesmo tempo crítica e realista. O texto traz consigo uma
estória que provavelmente se dá na Idade Média, Alemanha. Período esse marcado
por uma presença forte da Igreja Cristã (Católica) principalmente do clero, de
militares, de uma pequena população urbana, de uma boa quantidade de
campesinos, de pobres, de meretrizes, de profetas, anjos, demônios e,
logicamente do Diabo e do Bom Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">É por demais fascinante a maneira com
que Sartre desenvolve sua peça bem como a precisão e inteligência com que
coloca as frases dos personagens.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Numa epítome é possível tornar
explícita a questão de Deus bem como do Bom Diabo, ou melhor, do Diabo, do Bem
e do Mal, da seguinte forma: tanto Deus quanto o Diabo nesta peça são sinônimos
do poder para matar, ordenar, amar, roubar, legitimar, vingar etc. Nobres,
religiosos, militares, pobres, doentes, marginalizados enfim, todos procuram se
apoderar de Deus, que é o Bem, para defenderem os seus interesses e legitimarem
suas ações. Contudo seus intentos e atos, parece que na maioria das vezes, são
carregados de anseios particulares com vistas ao benefício próprio. Benefícios esses
que favorecem o detentor de Deus–Bem, porém são maléficos (Diabo–Mal) para
todos aqueles que sofrem para que um se beneficie. Vê-se portanto que Deus e
Diabo não passam de conceitos criados a fim de legitimar o poder de uma(s)
pessoa(s) sobre a(s) outra(s). (Exemplos: O Exército X luta com o Exército W,
os dois assim o fazem em nome e para a glória de Deus; Vende-se indulgências
para que um se salve (que é algo Bom – Deus) não vá para o inferno (O
Mal–Diabo) e assim continue a fazer o seu Mal–Diabo de cada dia com aval de
Deus–Bem, e o outro enriqueça por intermédio da barganha (O Mal–O Diabo) porém
salve uma pobre alma do Inferno (O Mal–O Diabo); As pessoas tornam-se profetas
de Deus– Bem muita vez para sua própria honra, O Diabo–O Mal). Sendo assim, o ser
humano seria incapaz de viver somente com o Bem–Deus ou somente com o
Mal–Diabo, ambos são necessários. Destarte, há como entender que apenas a
presença única do Diabo–O Mal ou de Deus–Bem seria algo muito monótono, então é
necessário os dois existirem para que o ser humano caminhe e tenha em quem
jogar a culpa por seus fracassos e êxitos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 5.0pt; margin-left: 70.8pt; margin-right: 0cm; margin-top: 5.0pt; page-break-after: avoid; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 5.0pt; margin-left: 70.8pt; margin-right: 0cm; margin-top: 5.0pt; page-break-after: avoid; text-align: justify;">
<b><span style="background: white; font-size: 11.0pt;">O Existencialismo é um Humanismo.<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Sartre defende o existencialismo
contra os católicos afirmando que esta é uma doutrina que torna a vida humana
possível graças a subjetividade humana. Sartre ainda especifica a diferenciação
entre as duas escolas do existencialismo, </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">a dos existencialistas cristãos
Jaspers </span> <span style="background: white;">e Marcel e os ateus
Heidegger e o próprio Sartre, </span> <span style="background: white;">afirma
que a única coisa que une estas duas correntes é que a existência precede a
essência. Ou se preferir é necessário partir da subjetividade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">O existencialismo ateu afirma que, se
Deus não existe há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência,
um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito. Este ser é
o homem ou melhor a realidade humana . Isto significa que , em primeira
instância , o homem existe, surge no mundo e só posteriormente se define.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">O homem, tal como o existencialista o concebe, só não é
passível </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">de uma definição porque, de início, não é nada ; só
posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer de si mesmo.
Assim, não existe natureza humana, já que não existe um Deus para concebê-la .<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">O homem é aquilo que ele mesmo faz de
si, é a isto que chamamos de subjetividade. Porém, se realmente a existência
precede a essência, o homem é responsável pelo que é. Desse modo, o primeiro
passo do existencialismo é de por todo o homem na posse do que ele é de
submete-lo à responsabilidade total de sua existência. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Ao afirmarmos que o homem se escolhe
a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe, e também escolhe
todos os homens.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">O existencialista, pensa que é
extremamente incômodo que Deus não exista, pois, junto com ele, desaparece toda
e qualquer possibilidade de encontrar valores num céu inteligível; não pode
mais existir nenhum bem a priori; já que não existe uma consciência infinita e
perfeita para pensa-lo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">Se Deus não existe, não encontramos, já prontos, valores ou
ordens que possam legitimar a nossa conduta. Assim não teremos nem atras nem a
frente nenhuma justificativa para nossa conduta . Estamos sós , sem desculpas.
É o que posso expressar dizendo que o homem está condenado a ser livre.
Condenado, porque não se criou a si mesmo mas por estar livre no mundo </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">estamos
condenados a ser livres.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="background: white; font-size: 11.0pt;">O existencialista não pensara nunca, que o homem possa
conseguir o auxilio de um sinal qualquer que o oriente no mundo, pois é o
homem </span><span style="font-size: 11.0pt;"> <span style="background: white;">quem decifra os sinais.</span><b><o:p></o:p></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 11.0pt;">*
José Renato Salatiel</span></b><span style="font-size: 11.0pt;"> é jornalista e
professor universitário.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt;">EXERCÍCIOS<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ol start="1" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l1 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 11.0pt;">Explique a frase de
Sartre, “o homem está condenado a ser livre”.<o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">2.
Explique a afirmação “a existência precede a essência”, para Sartre.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">3.
(UFU) Liberdade, para Jean-Paul Sartre (1905-1980), seria assim definida:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">A)
o estar sob o jugo do todo para agir em conformidade consigo mesmo, instaurando
leis e normas necessárias para os indivíduos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">B)
circunstâncias que nos determinam e nos impedem de fazer escolhas de outro
modo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">C)
conformação às situações que encontramos no mundo e que nos determinam.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">D)
escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu mundo.
“Estamos condenados à liberdade”, segundo o autor.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 11.0pt;">4. Considere o texto abaixo. <br />
Dostoiévski escreveu: "Se Deus não existisse, tudo seria permitido". Eis
o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não
existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele
próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra
desculpas. <br />
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia
Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 9. <br />
Tomando o texto acima como referência, marque a alternativa correta. <br />
A) Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da liberdade pressupõe que o
homem é sempre responsável pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve
ser usada para justificar qualquer ato. <br />
B) O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção de certos valores como
liberdade e angústia. Para o existencialismo, a liberdade significa a total
recusa da responsabilidade. <br />
C) Defender que "tudo é permitido" significa que o homem não deve
assumir o que faz, pois todos os homens são essencialmente determinados por
forças sociais. <br />
D) Para Sartre, a expressão "tudo é permitido" significa que o homem
livre nunca deve considerar os outros e pode fazer tudo o que quiser, sem
assumir qualquer responsabilidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">5.
Leia o texto abaixo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><br />
"A doutrina que lhes estou apresentando é justamente o contrário do
quietismo, visto que ela afirma: a realidade não existe a não ser na ação;
aliás, vai longe ainda, acrescentando: o homem nada mais é do que o seu
projeto; só existe na medida em que se realiza; não é nada além do conjunto de
seus atos, nada mais que sua vida". <br />
SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural,
1987, Col. Os Pensadores. p. 13. <br />
Tomando o texto acima como referência, assinale a alternativa correta. <br />
A) A frase "a realidade não existe a não ser na ação" significa que é
o homem aquele que cria toda a realidade possível e imaginável, que o homem é o
ser que cria o mundo todo a partir de sua existência. <br />
B) O existencialismo sartreano é uma espécie muito particular de quietismo,
porque afirma que o homem é livre a partir do momento em que deixa a decisão
sobre a própria existência nas mãos dos outros. <br />
C) Quando Sartre afirma que o homem "nada mais é do que a sua vida",
ele está dizendo que todos são iguais na indeterminação de seus atos e que,
portanto, é indiferente ser responsável ou não pelas ações praticadas. <br />
D) O existencialismo de Sartre é o contrário do quietismo, porque defende que a
vida humana é feita a partir das ações e escolhas que cada ser humano realiza
juntamente com outros homens. A vida do homem é um projeto que se realiza em plena
liberdade. <br style="mso-special-character: line-break;" />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br style="mso-special-character: line-break;" />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="mso-list: l0 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">6.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Explique a frase “O existencialismo
é um humanismo”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">GABARITO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">1
SALA 2 SALA 3D 4A 5D 6 SALA <o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-36009145790792581992018-07-13T17:51:00.001-07:002018-07-13T17:51:38.005-07:00Nietzsche – uma crítica à modernidade - A filosofia do martelo e o Super-homem<br />
<div class="WordSection1">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMQ5jVMWl3xp6jDWf9GSImdGhaYKTtryimnbW6BQdFoc7O8P3Je53ZkwhtsrY4pL51JdrLdUYKqjiob0XzN-x9RvArF8T5PKiyB0wgZoUGJtB61VliUfBAOkmObulqu28Htsq5d_3_MPow/s1600/a_loucura_varre_as_ruas_-_divulgacao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="492" data-original-width="580" height="338" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMQ5jVMWl3xp6jDWf9GSImdGhaYKTtryimnbW6BQdFoc7O8P3Je53ZkwhtsrY4pL51JdrLdUYKqjiob0XzN-x9RvArF8T5PKiyB0wgZoUGJtB61VliUfBAOkmObulqu28Htsq5d_3_MPow/s400/a_loucura_varre_as_ruas_-_divulgacao.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="WordSection2">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-outline-level: 2; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Dionisíaco e o Socrático<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Nietzsche enriqueceu a filosofia moderna com meios
de expressão: o <i>aforismo</i> e o<i>poema</i>. Isso trouxe como
conseqüência uma nova concepção da filosofia e do filósofo: não se trata mais
de procurar o ideal de um conhecimento verdadeiro, mas sim de interpretar e
avaliar. A interpretação procuraria fixar o sentido de um fenômeno, sempre
parcial e fragmentário; a avaliação tentaria determinar o valor hierárquico
desses sentidos, totalizando os fragmentos, sem, no entanto, atenuar ou
suprimir a pluralidade. Assim, o aforismo nietzschiano é, simultaneamente, a
arte de interpretar e a coisa a ser interpretada, e o poema constitui a arte de
avaliar e a própria coisa a ser avaliada. O intérprete seria uma espécie de
fisiologista e de médico, aquele que considera os fenômenos como sintomas e
fala por aforismos; o avaliador seria o artista que considera e cria
perspectivas, falando pelo poema. Reunindo as duas capacidades, o filósofo do
futuro deveria ser artista e médico-legislador, ao mesmo tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Para Nietzsche, um tipo de filósofo encontra-se
entre os <a href="http://mundodosfilosofos.com.br/presocratico.htm"><span style="color: windowtext;">pré-socráticos</span></a>, nos quais existe unidade
entre o pensamento e a vida, esta "estimulando" o pensamento, e o
pensamento "afirmando" a vida. Mas o desenvolvimento da filosofia
teria trazido consigo a progressiva degeneração dessa característica, e, em
lugar de uma vida ativa e de um pensamento afirmativo, a filosofia ter-se-ia
proposto como tarefa "julgar a vida", opondo a ela valores
pretensamente superiores, mediando-a por eles, impondo-lhes limites,
condenando-a. Em lugar do filósofo-legislador, isto é, crítico de todos os
valores estabelecidos e criador de novos, surgiu o filósofo metafísico. Essa
degeneração, afirma Nietzsche, apareceu claramente com <a href="http://mundodosfilosofos.com.br/socrates.htm"><span style="color: windowtext;">Sócrates</span></a>,
quando se estabeleceu a distinção entre dois mundos, pela oposição entre essencial
e aparente, verdadeiro e falso, inteligível e sensível. Sócrates
"inventou" a metafísica, diz Nietzsche, fazendo da vida aquilo que
deve ser julgado, medido, limitado, em nome de valores "superiores"
como o Divino, o Verdadeiro, o Belo, o Bem. Com Sócrates, teria surgido um tipo
de filósofo voluntário e sutilmente "submisso", inaugurando a época
da razão e do homem teórico, que se opôs ao sentido místico de toda a tradição
da época da tragédia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Para Nietzsche, a grande tragédia grega apresenta
como característica o saber místico da unidade da vida e da morte e, nesse
sentido, constitui uma "chave" que abre o caminho essencial do mundo.
Mas Sócrates interpretou a arte trágica como algo irracional, algo que
apresenta efeitos sem causas e causas sem efeitos, tudo de maneira tão confusa
que deveria ser ignorada. Por isso Sócrates colocou a tragédia na categoria das
artes aduladoras que representam o agradável e não o útil e pedia a seus
discípulos que se abstivessem dessas emoções "indignas de filósofos".
Segundo Sócrates, a arte da tragédia desvia o homem do caminho da
verdade: <i>"uma obra só é bela se obedecer à razão"</i>,
formula que, segundo Nietzsche, corresponde ao aforismo <i>"só o
homem que concebe o bem é virtuoso"</i>. Esse bem ideal concebido por
Sócrates existiria em um mundo supra-sensível, no "verdadeiro mundo",
inacessível ao conhecimento dos sentidos, os quais só revelariam o aparente e
irreal. Com tal concepção, criou-se, segundo Nietzsche, uma verdadeira oposição
dialética entre Sócrates e Dioniso: "enquanto em todos os homens
produtivos o instinto é uma força afirmativa e criadora, e a consciência uma
força crítica e negativa, em Sócrates o instinto torna-se crítico e a
consciência criadora". Assim, Sócrates, o "homem teórico", foi o
único verdadeiro contrário do homem trágico e com ele teve início uma
verdadeira mutação no entendimento do Ser. Com ele, o homem se afastou cada vez
mais desse conhecimento, na medida em que abandonou o fenômeno do trágico,
verdadeira natureza da realidade, segundo Nietzsche. Perdendo-se a sabedoria
instintiva da arte trágica, restou a Sócrates apenas um aspecto da vida do
espírito, o aspecto lógico-racional; faltou-lhe a visão mística, possuído que
foi pelo instinto irrefreado de tudo transformar em pensamento abstrato, lógico,
racional. Penetrar a própria razão das coisas, distinguindo o verdadeiro do
aparente e do erro era, para Sócrates, a única atividade digna do homem. Para
Nietzsche, porém, esse tipo de conhecimento não tarda a encontrar seus limites:
"esta sublime ilusão metafísica de um pensamento puramente racional
associa-se ao conhecimento como um instinto e o conduz incessantemente a seus
limites onde este se transforma em arte".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Por essa razão, Nietzsche combateu a metafísica,
retirando do mundo supra-sensível todo e qualquer valor eficiente, e entendendo
as idéias não mais como "verdades" ou "falsidades", mas
como "sinais". A única existência, para Nietzsche, é a aparência e
seu reverso não é mais o Ser; o homem está destinado à multiplicidade, e a
única coisa permitida é sua interpretação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-outline-level: 2; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Vôo da Águia, a Ascensão da Montanha<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A crítica nietzschiana à metafísica tem um sentido
ontológico e um sentido moral: o combate à teoria das idéias
socrático-platônicas é, ao mesmo tempo, uma luta acirrada contra o cristianismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Segundo Nietzsche, o cristianismo concebe o mundo
terrestre como um vale de lágrimas, em oposição ao mundo da felicidade eterna
do além. Essa concepção constitui uma metafísica que, à luz das idéias do outro
mundo, autêntico e verdadeiro, entende o terrestre, o sensível, o corpo, como o
provisório, o inautêntico e o aparente. Trata-se, portanto, diz Nietzsche, de
"um platonismo para o povo", de uma vulgarização da metafísica, que é
preciso desmistificar. O cristianismo, continua Nietzsche, é a forma acabada da
perversão dos instintos que caracteriza o platonismo, repousando em dogmas e
crenças que permitem à consciência fraca e escava escapar à vida, à dor e à
luta, e impondo a resignação e a renúncia como virtudes. São os escravos e os
vencidos da vida que inventaram o além para compensar a miséria; inventaram
falsos valores para se consolar da impossibilidade de participação nos valores
dos senhores e dos fortes; forjaram o mito da salvação da alma porque não
possuíam o corpo; criaram a ficção do pecado porque não podiam participar das
alegrias terrestres e da plena satisfação dos instintos da vida. "Este
ódio de tudo que é humano", diz Nietzsche, "de tudo que é 'animal' e
mais ainda de tudo que é 'matéria', este temor dos sentidos... este horror da
felicidade e da beleza; este desejo de fugir de tudo que é aparência, mudança,
dever, morte, esforço, desejo mesmo, tudo isso significa... vontade de
aniquilamento, hostilidade à vida, recusa em se admitir as condições
fundamentais da própria vida".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Nietzsche propôs a si mesmo a tarefa de recuperar a
vida e transmutar todos os valores do cristianismo: <i>"munido de uma
tocha cuja luz não treme, levo uma claridade intensa aos subterrâneos do
ideal"</i>. A imagem da tocha simboliza, no pensamento de Nietzsche, o
método filológico, por ele concebido como um método crítico e que se constitui
no nível da patologia, pois procura "fazer falar aquilo que gostaria de
permanecer mudo". Nietzsche traz à tona, por exemplo, um significado
esquecido da palavra "bom". Em latim,<i>bonus</i> significa
também o "guerreiro", significado este que foi sepultado pelo
cristianismo. Assim como esse, outros significados precisariam ser recuperados;
com isso se poderia constituir uma <i>genealogia da moral</i> que
explicaria as etapas das noções de "bem" e de "mal". Para
Nietzsche essas etapas são o ressentimento ("é tua culpa se sou fraco e
infeliz"); a consciência da culpa (momento em que as formas negativas se
interiorizam, dizem-se culpadas e voltam-se contra si mesmas); e o ideal ascético
(momento de sublimação do sofrimento e de negação da vida). A partir daqui, a
vontade de potência torna-se vontade de nada e a vida transforma-se em fraqueza
e mutilação, triunfando o negativo e a reação contra a ação. Quando esse
niilismo triunfa, diz Nietzsche, a vontade de potência deixa de querer
significar "criar" para querer dizer "dominar"; essa é a
maneira como o escravo a concebe. Assim, na fórmula "tu és mau, logo eu
sou bom", Nietzsche vê o triunfo da moral dos fracos que negam a vida, eu
negam a "afirmação"; neles tudo é invertido: os fracos passam a se
chamar fortes, a baixeza transforma-se em nobreza. A "profundidade da
consciência" que busca o Bem e a Verdade, diz Nietzsche, implica
resignação, hipocrisia e máscara, e o intérprete-filólogo, ao percorrer os signos
para denunciá-las, deve ser um escavador dos submundos a fim de mostrar que a
"profundidade da interioridade" é coisa diferente do que ela mesma
pretende ser. Do ponto de vista do intérprete que desça até os <i>bas-fonds</i> da
consciência, o Bem é a vontade do mais forte, do "guerreiro", do
arauto de um apelo perpétuo à verdadeira ultrapassagem dos valores
estabelecidos, do super-homem, entendida esta expressão no sentido de um ser
humano que <i>transpõe</i> os limites do humano, é o além-do-homem.
Assim, o vôo da águia, a ascensão da montanha e todas as imagens de
verticalidade que se encontram em<i>Assim falou Zaratustra</i> representam
a inversão da profundidade e a descoberta de que ela não passa de um jogo de
superfície.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A etimologia nietzschiana mostra que não existe um
"sentido original", pois as próprias palavras não passam de
interpretações, antes mesmo de serem signos, e se elas só significam porque são
"interpretações essenciais". As palavras, segundo Nietzsche, sempre
foram inventadas pelas classes superiores e, assim, não indicam um significado,
mas <i>impõem</i> uma interpretação. O trabalho do etimologista,
portanto, deve centralizar-se no problema de saber o que existe para ser
interpretado, na medida em que tudo é máscara, interpretação, avaliação. Fazer
isso é "aliviar o que vive, dançar, criar". Zaratustra, o intérprete
por excelência, é como Dioniso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-outline-level: 2; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Os Limites do Humano: O Além-do-Homem<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Em Ecce Homo, Nietzsche assimila Zaratustra a
Dioniso, concebendo o primeiro como o triunfo da afirmação da vontade de potência
e o segundo como símbolo do mundo como vontade, como um deus artista,
totalmente irresponsável, amoral e superior ao lógico. Por outro lado, a arte
trágica é concebida por Nietzsche como oposta à decadência e enraizada na
antinomia entre a vontade de potência, aberta para o futuro, e o "eterno
retorno", que faz do futuro numa repetição; esta, no entanto, não
significa uma volta <b><i>do mesmo</i></b> nem uma volta <b><i>ao
mesmo</i></b>; o eterno retorno nietzschiano é essencialmente seletivo. Em dois
momentos de <i>Assim falou Zaratustra</i> (Zaratustra doente e
Zaratustra convalescente), o eterno retorno causa ao personagem-título,
primeiramente, uma repulsa e um medo intoleráveis que desaparecem por ocasião
de sua cura, pois o que o tornava doente era a idéia de que o eterno retorno estava
ligado, apesar de tudo, a um ciclo, e que ele faria tudo voltar, mesmo o homem,
o "homem pequeno". O grande desgosto do homem, diz Zaratustra, aí
está o que me sufocou e que me tinha entrado na garganta e também o que me
tinha profetizado o adivinho: tudo é igual. E o eterno retorno, mesmo do mais
pequeno, aí está a causa de meu cansaço e de toda a existência. Dessa forma, se
Zaratustra se cura é porque compreende que o eterno retorno abrange o desigual
e a seleção. Para Dioniso, o sofrimento, a morte e o declínio são apenas a
outra face da alegria, da ressurreição e da volta. Por isso, "os homens
não têm de fugir à vida como os pessimistas", diz Nietzsche, "mas,
como alegres convivas de um banquete que desejam suas taças novamente cheias,
dirão à vida: uma vez mais".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Para Nietzsche, portanto, o verdadeiro oposto a
Dioniso não é mais Sócrates, mas o Crucificado. Em outros termos, a verdadeira
oposição é a que contrapõe, de um lado, o testemunho contra a vida e o
empreendimento de vingança que consiste em negar a vida; de outro, a afirmação
do devir e do múltiplo, mesmo na dilaceração dos membros dispersos de Dioniso.
Com essa concepção, Nietzsche responde ao pessimismo de Schopenhauer: em lugar
do desespero de uma vida para a qual tudo se tornou vão, o homem descobre no
eterno retorno a plenitude de uma existência ritmada pela alternância da
criação e da destruição, da alegria e do sofrimento, do bem e do mal. O eterno
retorno, e apenas ele, oferece, diz Nietzsche, uma "saída fora da mentira
de dois mil anos", e a transmutação dos valores traz consigo o novo homem
que se situa além do próprio homem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Esse super-homem nietzschiano não é um ser, cuja
vontade "deseje dominar". Se se interpreta vontade de potência, diz
Nietzsche, como desejo de dominar, faz-se dela algo dependente dos valores
estabelecidos. Com isso, desconhece-se a natureza da vontade de potência como
princípio plástico de todas as avaliações e como força criadora de novos
valores. Vontade de potência, diz Nietzsche, significa "criar",
"dar" e "avaliar".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Nesse sentido, a vontade de potência do super-homem
nietzschiano o situa muito além do bem e do mal e o faz desprender-se de todos
os produtos de uma cultura decadente. A moral do além-do-homem, que vive esse
constante perigo e fazendo de sua vida uma permanente luta, é a moral oposta à
do escravo e à do rebanho. Oposta, portanto, à moral da compaixão, da piedade,
da doçura feminina e cristã. Assim, para Nietzsche, bondade, objetividade,
humildade, piedade, amor ao próximo, constituem valores inferiores, impondo-se
sua substituição pela <i>virtù</i> dos renascentistas italianos, pelo
orgulho, pelo risco, pela personalidade criadora, pelo amor ao distante. O
forte é aquele em que a transmutação dos valores faz triunfar o afirmativo na
vontade de potência. O negativo subsiste nela apenas como agressividade própria
à afirmação, como a crítica total que acompanha a criação; assim, Zaratustra, o
profeta do além-do-homem, é a pura afirmação, que leva a negação a seu último
grau, fazendo dela uma ação, uma instância a serviço daquele que cria, que
afirma.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Compreende-se, assim, porque Nietzsche desacredita
das doutrinas igualitárias, que lhe parecem "imorais", pois
impossibilitam que se pense a diferença entre os valores dos "senhores e
dos escravos". Nietzsche recusa o socialismo, mas em <i>Vontade de
Potência</i>exorta os operários a reagirem "como soldados".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-outline-level: 2; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Uma Filosofia Confiscada<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Apoiado na crítica nietzschiana aos valores da
moral cristã, em sua teoria da vontade de potência e no seu elogio do
super-homem, desenvolveu-se um pensamento nacionalista e racista, de tal forma
que se passou a ver no autor de <i>Assim Falou Zaratustra</i> um
percursor do nazismo. A principal responsável por essa deformação foi sua irmã
Elisabeth, que, ao assegurar a difusão de seu pensamento, organizando o
Nietzsche-Archiv, em Weimar, tentou colocá-lo a serviço do nacional-socialismo.
Elisabeth, depois do suicídio do marido, que fracassara em um projeto colonial
no Paraguai, reuniu arbitrariamente notas e rascunhos do irmão, fazendo
publicar <i>Vontade de Potência</i> como a última e a mais
representativa das obras de Nietzsche, retendo até 1908 <i>Ecce Homo</i>,
escrita em 1888. Esta obra constitui uma interpretação, feita por Nietzsche, de
sua própria filosofia, que não se coaduna com o nacionalismo e o racismo germânicos.
Ambos foram combatidos pelo filósofo, desde sua participação na guerra
franco-prussiana (1870-1871).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Por ocasião desse conflito, Nietzsche alistou-se no
exército alemão, mas seu ardor patriótico logo se dissolveu, pois, para ele, a
vitória da Alemanha sobre a França teria como conseqüência "um poder
altamente perigoso para a cultura". Nessa época, aplaudia as palavras de
seu colega em Basiléia, Jacob Burckhardt (1818-1897), que insistia junto a seus
alunos para que não tomassem o triunfo militar e a expansão de um Estado como
indício de verdadeira grandeza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Em <i>Para Além de Bem e Mal</i>, Nietzsche
revela o desejo de uma Europa unida para enfrentar o nacionalismo ("essa
neurose") que ameaçava subverter a cultura européia. Por outro lado,
quando confiou ao "louro" a tarefa de "virilizar a Europa",
Nietzsche levou até a caricatura seu desprezo pelos alemães, homens "que
introduziram no lugar da cultura a loucura política e nacional... que só sabem
obedecer pesadamente, disciplinados como uma cifre oculta em um número".
No mesmo sentido, Nietzsche caracterizou os heróis wagnerianos como germanos
que não passam de "obediência e longas pernas". E acabou rompendo
definitivamente com Wagner, por causa do nacionalismo e anti-semitismo do autor
de Tristão e Isolda: "Wagner condescende a tudo que desprezo, até o
anti-semitismo".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Para compreender corretamente as idéias políticas
de Nietzsche, é necessário, portanto, purificá-lo de todos os desvios
posteriores que foram cometidos em seu nome. Nietzsche foi ao mesmo tempo um
antidemocrático e um antitotalitário. "A democracia é a forma histórica de
decadência do Estado", afirmou Nietzsche, entendendo por decadência tudo
aquilo que escraviza o pensamento, sobretudo um Estado que pensa em si em lugar
de pensar na cultura. Em <i>Considerações Extemporâneas</i> essa tese
é reforçada: "estamos sofrendo as conseqüências das doutrinas pregadas
ultimamente por todos os lados, segundo as quais o estado é o mais alto fim do
homem, e, assim, não há mais elevado fim do que servi-lo. Considero tal fato
não um retrocesso ao paganismo mas um retrocesso à estupidez". Por outro
lado, Nietzsche não aceitava as considerações de que a origem do Estado seja o
contrato ou a convenção; essas teorias seriam apenas "fantásticas";
para ele, ao contrário, o Estado tem uma origem "terrível", sendo
criação da violência e da conquista e, como conseqüência, seus alicerces
encontram-se na máxima que diz: <i>"o poder dá o primeiro direito e
não há direito que no fundo não seja arrogância, usurpação e violência"</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Estado, diz Nietzsche, está sempre interessado na
formação de cidadãos obedientes e tem, portanto, tendência a impedir o
desenvolvimento da cultura livre, tornando-a estática e estereotipada. Ao
contrário disso, o Estado deveria ser apenas um meio para a realização da
cultura e para fazer nascer o além-do-homem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-outline-level: 2; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Assim Falou Zaratustra<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Em <i>Ecce Homo</i>, Nietzsche intitulou seus
capítulos: "Por que sou tão finalista?", "Por que sou tão
sábio?", "Por que sou tão inteligente?", "Por que escrevo
livros tão bons?". Isso levou muitos a considerarem sua obra como anormal
e desqualificada pela loucura. Essa opinião, no entanto, revela um superficial
entendimento de seu pensamento. Para entendê-lo corretamente, é necessário
colocar-se dentro do próprio núcleo de sua concepção da filosofia: Nietzsche
inverteu o sentido tradicional da filosofia, fazendo dela um discurso ao nível
da patologia e considerando a doença "um ponto de vista" sobre a
saúde e vice-versa. Para ele, nem a saúde, nem a doença são entidades; a
fisiologia e a patologia são uma única coisa; as oposições entre bem e mal,
verdadeiro e falso, doença e saúde são apenas jogos de superfície. Há uma
continuidade, diz Nietzsche, entre a doença e a saúde e a diferença entre as
duas é apenas de grau, sendo a doença um desvio interior à própria vida; assim,
não há fato patológico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A loucura não passa de uma máscara que esconde
alguma coisa, esconde um saber fatal e "demasiado certo". A técnica
utilizada pelas classes sacerdotais para a cura da loucura é a "meditação ascética",
que consiste em enfraquecer os instintos e expulsar as paixões; com isso, a
vontade de potência, a sensualidade e o livre florescimento do eu são
considerados "manifestações diabólicas". Mas, para Nietzsche,
aniquilar as paixões é uma "triste loucura", cuja decifração cabe à
filosofia, pois é a loucura que torna mais plano o caminho para as idéias
novas, rompendo os costumes e as superstições veneradas e constituindo uma
verdadeira subversão dos valores. Para Nietzsche, os homens do passado estiveram
mais próximos da idéia de que onde existe loucura há um grão de gênio e de
sabedoria, alguma coisa de divino: <i>"Pela loucura os maiores feitos
foram espalhados foram espalhados pela Grécia"</i>. Em suma, aos
"filósofos além de bem e mal", aos emissários dos novos valores e da
nova moral não resta outro recurso, diz Nietzsche, a não ser o de proclamar as
novas leis e quebrar o jugo da moralidade, sob o travestimento da loucura. É
dentro dessa perspectiva, portanto, que se deve compreender a presença da loucura
na obra de Nietzsche. Sua crise final apenas marcou o momento em que a
"doença" saiu de sua obra e interrompeu seu prosseguimento. As
últimos cartas de Nietzsche são o testemunho desse momento extremo e, como tal,
pertencem ao conjunto de sua obra e de seu pensamento. A filosofia foi, para
ele, a arte de deslocar as perspectivas, da saúde à doença, e a loucura deveria
cumprir a tarefa de fazer a crítica escondida da decadência dos valores e
aniquilamento: <i>"Na verdade, a doença pode ser útil a um homem ou a
uma tarefa, ainda que para outros signifique doença... Não fui um doente nem
mesmo por ocasião da maior enfermidade"</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 3.0pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Elaborado e Idealizado por <a href="mailto:madjarof@terra.com.br"><span style="color: windowtext;">Rosana
Madjarof</span></a><o:p></o:p></span></b></div>
</div>
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br clear="all" style="mso-break-type: section-break; page-break-before: always;" />
</span>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">EXERCÍCIOS<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">1. “Não sou homem, sou dinamite”. Esta frase atribuída a
Nietzsche realmente faz sentido dentro da “bombástica” crítica que o filósofo
fez ao <u>século XIX</u>, que segundo ele:<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">a) valorizava o avanço da ciência e da religião<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">b) estava em franca expansão industrial e social, sendo
positivo para o mundo<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">c) era marcado pelo neocolonialismo que desenvolvia as
colônias africanas<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">d) se desenvolvia de maneira uniforme em todo o mundo<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">e) contava com o predomínio da cultura judaico-cristã, a qual
o filósofo abolia<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">2. A nova moral que Nietzsche visa criar tem como
características:<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">a) o pensamento religioso cristão<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">b) do paganismo grego e romano<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">c) virtudes de um cavaleiro, como coragem e honra<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">d) a moral do protestantismo luterano<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: #F8FCFF; text-align: justify;">
<span style="color: windowtext; font-size: 11.0pt;">e) pensamentos que ficaram conhecidos como pós-modernos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3.
(UFU – 2ª Fase) Leia atentamente o texto a seguir.<br />
“O cristianismo, por sua vez, esmagou e alquebrou completamente o homem, e o<br />
mergulhou como que em um profundo lamaçal: então, no sentimento de total
abjeção, fazia brilhar de repente o esplendor de uma piedade divina, de tal
modo que o surpreendido, atendido pela graça, lançava um grito de embevecimento
e por um instante acreditava carregar o céu inteiro em si.”<br />
NIETZSCHE, F. Humano, demasiado humano. Col. Os Pensadores. São Paulo: Nova
Cultural, 1987. p. 59.<br />
<br />
Com base no texto de Nietzsche, responda as seguintes questões:<br />
A) O cristianismo pode ser considerado “moral do escravo” ou “moral do senhor”?<br />
B) Selecione uma frase do texto que apresenta a característica fundamental do
cristianismo para Nietzsche.<br />
C) Com base na frase selecionada, explique se, para Nietzsche, o cristianismo é
uma doutrina que nega ou que valoriza a força, a saúde e a vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">4. Nietzsche identificou os deuses gregos Apolo e
Dionísio, respectivamente, como</span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo
segmento moral, no qual se inserem as paixões humanas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">b) movimento e niilismo: polos de tensão na
existência humana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">c) alteridade e <i>virtu</i>: expressões
dinâmicas de intervenção e subversão de toda moral humana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">d) razão e desordem: dimensões complementares da
realidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: 12.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 12.0pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e) Amor e Paixão: sentimentos intensos da vida
humana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">5. A filosofia grega aprece
começar com uma ideia absurda absurda, com a proposição: a água é a origem e a
matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a
sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição
enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem
imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em
estado de crisálida, está contido o pensamento: <i>Tudo é um</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">NIETZSCHE, F. Crítica moderna.
In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O que, de acordo com Nietzsche,
caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A) O impulso para transformar,
mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">B) O desejo de explicar, usando
metáforas, a origem dos seres e das coisas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">C) A necessidade de buscar, de
forma racional, a causa primeira das coisas existentes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">D) A ambição de expor, de maneira
metódica, as diferenças entre as coisas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 7.5pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">E) A tentativa de justificar, a
partir de elementos empíricos, o que existe no real.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">GABARITO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1E
2C 3SALA 4 D 5 C<o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-29804296165298654372018-07-13T17:50:00.001-07:002018-07-13T17:50:08.407-07:00Immanuel Kant – teoria do conhecimento, Moral e Direito: a revolução copernicana<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Immanuel Kant (1724 – 1804)</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKgUT3b_zZwaTDfs_ACrpGfgVuZDDg4-IvHkltyyJ5AdVuQtIbDjM2frnjf32f1-xGHJ47UCTyAzBZ5P4QkdE4Yd8Z2Eihq0nMsk7c2OVb7mDIx3QXOTSO9ckkv8-uTVz5Ld4zv_1Hk2WQ/s1600/hqdefault.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="480" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKgUT3b_zZwaTDfs_ACrpGfgVuZDDg4-IvHkltyyJ5AdVuQtIbDjM2frnjf32f1-xGHJ47UCTyAzBZ5P4QkdE4Yd8Z2Eihq0nMsk7c2OVb7mDIx3QXOTSO9ckkv8-uTVz5Ld4zv_1Hk2WQ/s400/hqdefault.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Durante o período de sua carreira acadêmica, estendendo de 1747 a 1781,
Kant, como professor, seguiu a filosofia então prevalecente na Alemanha, que
era a forma modificada do racionalismo dogmático de Wolff com fundamento em
Leibniz. Porém, as aparentes contradições que ele descobriu nas ciências
físicas, e as conclusões a que Hume havia chegado na sua análise do princípio
de causa, dizendo que a relação de causa e efeito é uma questão de hábito e não
uma "verdade de razão" como supunha Leibniz, acordaram-no para a
necessidade de revisão ou criticismo de toda experiência humana do
conhecimento, com o propósito de permitir um grau de certeza para as ciências
físicas, e também para o propósito de colocar sobre uma fundação sólida as
verdades metafísicas que o ceticismo fenomenalista de Hume tinha destruído. Kant
achou que o velho racionalismo dogmático havia dado muita ênfase aos elementos
a priori do conhecimento e que, por outro lado, a filosofia empírica de Hume
tinha ido muito longe quando reduziu todo conhecimento a elementos empíricos ou
a posteriori. Portanto, ele se propõe passar o conhecimento em revista em ordem
a determinar quanto dele deve ser consignado aos fatores a priori ou
estritamente racionais, e quanto aos fatores a posteri resultantes da
experiência. Ele mesmo afirmava que o negócio da filosofia é responder a três
questões: O que eu sei? O que devo fazer? O que devo esperar? No entanto, as
respostas para a segunda e terceira perguntas dependem da resposta para a
primeira: nosso dever e nosso destino podem ser determinados somente depois de
um profundo estudo do conhecimento humano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A obra de Kant pode ser dividida em dois períodos fundamentais: o
pré-crítico e o critico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O primeiro (até 1770) corresponde à filosofia dogmática, influênciada
por Leibniz e Wolf. Realizou importantes estudos na área das ciências naturais
e da física de Newton. Entre as obras deste período, destaca-se a <i>História
Universal da Natureza e Teoria do Céu</i> (1755), onde apresenta a célebre
hipótese cosmológica da "nebulosa" para explicar a origem e evolução
do nosso sistema solar. Mostrou-se partidário da existência de vida em outros
planetas, procurou mostrar que Deus existe partindo da ordem e da beleza do
universo. A partir de 1762, Kant começou a manifestar um vivo interesse pelas
questões filosóficas, em especial para a crítica das faculdades do homem. O
segundo período corresponde ao despertar do "sono dogmático"
provocado pelo impacto que nele teve a filosofia de Hume. Escreveu então obras
como a <i>Crítica da Razão Pura</i>, <i>Crítica da Razão Prática</i> e <i>Critica
da Faculdade de Julgar</i>, nas quais demonstra a impossibilidade de se
construir um sistema filosófico metafísico antes de ter previamente investigado
as formas e os limites das nossas faculdades cognitivas. Respondendo às
questões colocadas por Hume, afirmou que todo o conhecimento começa com a
experiência, mas não deriva todo da experiência. A faculdade de conhecer tem
uma função ativa no processo do conhecimento. Este não representa as coisas
como são em si mesmas, mas sim como são para nós. A realidade em si é
incognoscível, tal como Deus. Esta teoria permitiu a Kant fundamentar o
dualismo "coisa em si" e o "fenômeno" (o que nos é dado
conhecer). Concepção que teve profundas repercussões na filosofia até aos
nossos dias. Kant manifestou grande simpatia pelos ideais da Independência
Americana e depois da Revolução Francesa. Foi um pacifista convicto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<b><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Sua obra</span></b><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">As obras de Kant são bastante diversificadas. Veja um resumo de alguns
de seus principais ensinamentos: os conceitos da Teoria do Conhecimento e da
teoria da Moral e Ética.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<b><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Teoria do Conhecimento</span></b><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Em sua <i>Teoria do Conhecimento</i>, Kant classificou o tangível e
o abstrato em dois grupos: 1 - aquilo que podemos conhecer; 2 - aquilo que são
por si desconhecidas. As coisas que podemos conhecer são aquelas que as pessoas
podem presenciar, tocar, ver e experimentar, como uma mesa ou um cachorro. Por
outro lado, existem coisas que são desconhecidas por si próprias, como Deus e o
conceito de liberdade, cujas existências, segundo Kant, se baseiam em
pressuposições necessárias. Kant afirmava que a área do conhecimento é limitada
ao mundo das experiências e que é inevitável que uma pessoa fracasse ao tentar
conhecer coisas que são desconhecidas. Kant apresenta essa linha de pensamento
em seu livro Crítica da Razão Pura, estabelecendo que os três grandes problemas
da Metafísica são Deus, a liberdade e a imortalidade, pois não são
solucionáveis por meio do pensamento especulativo. De acordo com Kant, a
existência de Deus e os conceitos de liberdade e imortalidade não podem ser
afirmados ou negados no campo teórico, nem podem ser cientificamente
demonstrados. Porém, Kant expressou a necessidade da crença em Deus e nos
conceitos de liberdade e imortalidade em sua filosofia moral. De acordo com
Kant, a existência da moralidade depende exclusivamente da existência de Deus,
da liberdade e imortalidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<b><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Classificação do Pensamento</span></b><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Kant dividiu o conhecimento humano em duas categorias: proposições
analíticas e sintéticas. Uma proposição analítica é aquela em que o predicado
está contido no sujeito, como no enunciado “nenhum dos solteiros é casado”. A
verdade deste enunciado é evidente, está presente no conceito e é descoberta
simplesmente ao analisar os termos concedidos sem a necessidade de experiências
avançadas. Por exemplo: “nenhum dos solteiros é casado” é uma verdade seja qual
for nossa experiência, porque o significado de “não ser casado” já está
presente no termo “solteiro”. Kant acreditava principalmente em um conhecimento
prévio, a priori, que é conquistado sem a necessidade da experiência. Um
exemplo de uma proposição a priori é “dois mais dois é igual a quatro”. Entendemos
esse conceito sem termos que fisicamente colocar dois e dois juntos. Kant
destacou a importância do conhecimento a priori, afirmando ser ele uma parte
essencial do conhecimento que não pode ser adquirido diretamente pela
experiência. Além da proposição analítica, Kant apresentou o conceito de
proposição sintética. A proposição sintética não pode ser alcançada por meio de
simples análise: ela exige experiência. Um exemplo desse conceito evidencia-se
na frase “a garota é loira”. Para sabermos se a garota é realmente loira, é
necessário uma experiência, pois não podemos ter certeza dessa afirmação sem
antes vê-la. Através dessas afirmações, Kant tentou explicar a estrutura do
conhecimento. A partir de Kant, originaram-se diversas discussões sobre a existência
de um conhecimento a priori. As definições de conhecimento de Kant tiveram uma
importância fundamental no estudo da Filosofia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<b><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Moral e Ética</span></b><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.0pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;">
<span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A filosofia moral de Kant afirma que a base para toda razão moral é a
capacidade do homem de agir racionalmente. O fundamento para esta lei de Kant é
a crença de que uma pessoa deve comportar-se de forma igual a que ela esperaria
que outra pessoa se comportasse na mesma situação, tornando assim seu próprio
comportamento uma lei universal. Um exemplo disso:<o:p></o:p></span></div>
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="3" class="MsoNormalTable" style="mso-cellspacing: 2.2pt; mso-padding-alt: 2.25pt 2.25pt 2.25pt 2.25pt; mso-yfti-tbllook: 1184; width: 95%px;">
<tbody>
<tr style="mso-yfti-firstrow: yes; mso-yfti-irow: 0; mso-yfti-lastrow: yes;">
<td style="background: #D9DDDD; padding: 2.25pt 2.25pt 2.25pt 2.25pt;">
<div class="MsoNormal">
Motoristas podem estacionar seus veículos em fila dupla
apenas em casos de emergência (por exemplo, com o propósito de resgatar uma
pessoa). De acordo com a filosofia moral de Kant, essa lei deve-se aplicar a
toda e qualquer pessoa que se encontre nessa mesma situação. Isto significa
que ninguém pode estacionar em fila dupla por motivo de preguiça ou porque
não encontrou uma vaga livre. Pois se todas as pessoas estacionassem em fila
dupla, e isso se tornasse uma lei universal, o trânsito ficaria confuso e a
cidade viraria um caos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Portanto, só é permitido estacionar em fila dupla em casos
de emergência. As exceções a essa regra – os casos de emergência – ocorreriam
em situações nas quais todas as pessoas estacionariam em fila dupla e/ou
considerariam justificável o fato de outros terem feito isso.<o:p></o:p></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br />
<span style="mso-fareast-language: PT-BR;">A situação descrita acima exemplifica
a lei moral de Kant que afirma que uma pessoa deve agir numa situação da mesma
forma que espera que todas as outras pessoas ajam. A lei moral de Kant é
baseada na idéia de que os seres humanos são racionais e independentes. Em sua
obra, <i>Metafísicas da Ética</i> (1797), Kant propõe que a razão
humana é a base da moralidade. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Segundo
Kant, toda ação deve ser tomada com um senso de responsabilidade ditado pela
razão. Kant também afirmou que nenhuma ação baseada apenas na obediência da lei
deve ser considerada como moral. A história comprovou esse conceito. Por
exemplo: durante a Segunda Guerra Mundial, as pessoas que obedeciam à lei
nazista e seguiram as leis nazi-fascistas não agiram humana e eticamente. Matar
e torturar seres humanos inocentes nunca são atos morais, mesmo que a lei de um
país permita ou até encoraje isso.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><span style="color: #444444; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/biografias/immanuel_kant<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">EXERCÍCIOS<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoListParagraph" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O filósofo Immanuel Kant
(1724-1804) foi um dos mais importantes da sua época, dando inúmeras
contribuições para a humanidade, como, por exemplo, a sua teoria do
conhecimento, conhecida como “criticismo kantiano”, caracterizada,
principalmente: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a)
pela valorização somente do racionalismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b)
pela valorização somente do empirismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c)
pela manifestação de elementos a priori e a posteriori.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d)
pela manifestação de elementos ligados somente à experiência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e)
pela união da razão à consciência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">2.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Kant desenvolve sua “filosofia
moral” em várias obras, como “Crítica da razão prática (1788). Em relação à
moral, o filósofo alemão concebe os “imperativos categóricos”, destacando: “Age
de tal modo que a máxima da tua ação se possa tomar princípio de uma legislação
universal”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">De acordo com os “imperativos”, o
indivíduo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a)Pode agir indiscriminadamente na
sociedade de acordo com suas vontades. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) É totalmente alienado para tomar
todas as suas atitudes políticas e sociais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">c)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Torna-se subversivo politicamente
quando discorda da ação política contextual.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">d)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Possui uma obrigação moral única e
geral para o convívio social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">e)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Tem um dever moral que pode ser
contestado por atitudes políticas repressoras. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3.(UEL
2ª Fase) As orientações pedagógicas do MEC indicam que se devem relacionar as
disciplinas escolares aos temas transversais, entre eles a ética. Para dar um
exemplo de questão ética, o documento nos mostra o seguinte dilema: Por
exemplo, é ou não ético roubar um remédio, cujo preço é inacessível, para
salvar alguém que, sem ele, morreria? Colocado de outra forma: deve-se
privilegiar o valor “vida” (salvar alguém da morte) ou o valor “propriedade
privada” (no sentido de não roubar)? MEC, Temas Transversais – Ética, p. 49.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Podemos
interpretar este dilema do ponto de vista da ética de Immanuel Kant
(1724-1804), em especial, de seu imperativo categórico: “age de tal modo que a
máxima da tua ação possa valer sempre como princípio universal de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>conduta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">ARANHA,
M. L. A ; MARTIS, M. H. P. Filosofando. São Paulo: 1993, p. 284.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com
base no texto do MEC e no imperativo categórico kantiano, faça o que se pede.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A)
Explique o que é o conceito de imperativo categórico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">B)
Analise duas possibilidades de interpretação do dilema em relação à ética
kantiana: uma na qual roubar o remédio é uma ação correta e uma na qual roubar
o remédio, mesmo que para salvar uma vida, é uma ação incorreta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">C)
Explique a crítica à razão feita por Kant em sua Teoria do Conhecimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">4. (UEL)
Leia o texto a seguir. A razão humana, num determinado domínio dos seus
conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões,
que não pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais
também não pode dar respostas por ultrapassarem completamente as suas
possibilidades. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(KANT, I.
Crítica da Razão Pura (Prefácio da primeira edição, 1781). Tradução de Manuela
Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1994, p. 03.) <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com base
no texto e nos conhecimentos sobre Kant, o domínio destas intermináveis
disputas chama-se <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a)
experiência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>b) natureza. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c)
entendimento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d)
metafísica. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e)
sensibilidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">5. UEL
2013.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A visão de
Kant sobre o Iluminismo articula-se com sua filosofia moral da seguinte forma: o
propósito iluminista é abandonar a menoridade intelectual para se pensar
autonomamente. Além disso, pensar por si mesmo não significa a rigor ceder aos
desejos particulares. Portanto, o iluminista não defende uma anarquia de
princípios e de ação; trata-se, sim, de elevar a moral ao nível da razão, como
uma legisladora universal que decide sobre máximas que se aplicam a todos
indistintamente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(BORGES,
M. L.; DALL´AGNOL, D.; DUTRA, D. V. Ética. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
p.22-23.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) De
acordo com a filosofia moral kantiana, explique a diferenciação entre autonomia e
heteronomia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b)
Explicite o significado do imperativo categórico de Kant e o relacione com a
tirinha.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">5. “(...)
a própria experiência é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja
regra tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos
e que é expressa em conceitos a priori, pelos quais portanto todos os objetos
da experiência têm necessariamente que se regular e com eles concordar.” <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(KANT,
Immanuel. Crítica da razão pura. São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 13). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com base
na filosofia de Kant, assinale o que for correto. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">01) O
método de Kant é chamado criticismo, pois consiste na crítica ou na análise
reflexiva da razão, a qual, antes de partir ao conhecimento das coisas, deve
conhecer a si mesma, fixando as condições de possibilidade do conhecimento,
aquilo que pode legitimamente ser conhecido e o que não. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">02) Para
Kant, uma vez que os limites do conhecimento científico são os limites da
experiência, as coisas que não são dadas à intuição sensível (a coisa em si, as
entidades metafísicas como Deus, alma e liberdade) não podem ser conhecidas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">04) Kant
mantém-se na posição dogmática herdada de Hume. Para os dois filósofos, o
conhecimento é um fato que não põe problema. O resultado da crítica da razão é
a constatação do poder ilimitado da razão para conhecer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">08) O
sentido da revolução copernicana operada por Kant na filosofia é que são os
objetos que se regulam pelo nosso conhecimento, não o inverso. Ou seja, o
conhecimento não reflete o objeto exterior, mas o sujeito cognoscente constrói
o objeto do seu saber. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">16) Com a
sua explicação da natureza do conhecimento, Kant supera a dicotomia
racionalismo-empirismo. O conhecimento, que tem por objeto o fenômeno, é o
resultado da síntese entre os dados da experiência e as intuições e os
conceitos a priori da razão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">GABARITO 1C
2D 3SALA 4 D 5 SALA 6.(1,2,8,16) <o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-48516268442358069642018-07-13T17:49:00.000-07:002018-07-13T17:55:47.032-07:00 O Iluminismo francês – Conceitos básicos e influências – Voltaire e o sarcasmo; Montesquieu e os 3 Poderes<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;"> O
Iluminismo francês – Conceitos básicos e influências – Voltaire e o sarcasmo;
Montesquieu e os 3 Poderes<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikRSZs-1Um8LZMpw2WxmxVLCZuCzJz-GBo629VSA5ixdQenPZssooclrjIbtEAKRptRyUb_Y7q2CdnuwtczSL5eFDR8DjlEqoCJViEZAhnpqptSSIZIK-tO2h8I6bb2yck0ULHDjPSvfzI/s1600/historia-geral-o-papa-urbano-ii-pregando-pelas-cruzadas-em-1095-iluminura-ilustracao-de-pequeno-tamanho-medieval.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="696" height="343" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikRSZs-1Um8LZMpw2WxmxVLCZuCzJz-GBo629VSA5ixdQenPZssooclrjIbtEAKRptRyUb_Y7q2CdnuwtczSL5eFDR8DjlEqoCJViEZAhnpqptSSIZIK-tO2h8I6bb2yck0ULHDjPSvfzI/s400/historia-geral-o-papa-urbano-ii-pregando-pelas-cruzadas-em-1095-iluminura-ilustracao-de-pequeno-tamanho-medieval.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;">O Iluminismo:
panorama histórico, conceitos e pensadores<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">"Nossa
divisa é: sem quartel aos supersticiosos, aos fanáticos, aos ignorantes, aos
loucos, aos perversos e aos tiranos...será que nos chamamos de filósofos para
nada?" - (Carta de Diderot a Voltaire, em 29 de setembro de 1762.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;">A Família Iluminista <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Acreditavam-se
todos eles pertencer a uma só família, cujos membros espalhavam-se por Edimburgo,
Nápoles, Filadélfia, Berlim, Milão ou Königsberg e, é claro, Paris. Eram os
philosophes iluministas, escritores e livres-pensantes que organizavam-se ao
redor de alguns dos mestres-pensadores da época, tais como Adam Smith, David
Hume, Edward Gibbon, Diderot, o barão d'Holbach, Helvetius, o excêntrico
filósofo Emanuel Kant e, evidentemente, em torno do "mestre"
Jean-Jacques Rousseau e do seu rival , o "rei" Voltaire. Consideravam
seus mentores espirituais os grandes pensadores do século anterior, tais como
René Descartes, Isaac Newton e John Locke. Como em qualquer família, ocorriam
desavenças entre eles. mas qualquer insinuação de prisão ou censura que
pairasse sobre um dos seus integrantes, era o sinal para que os demais se
mobilizassem na defesa do perseguido. Tornou-se célebre a afirmação de Voltaire
que disse a um contendor seu: "Senhor, sou contra tudo o que vossa
senhoria disse, mas defenderei até a morte o seu direito de dize-la".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;">A secularização do conhecimento <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Empenhava-se,
essa estranha família de escritores das mais diversas nacionalidades, na
propagação de um vasta e ambicioso programa comum: a secularização total da
sociedade! Secularismo, humanismo, cosmopolitismo e liberdade em todo os
sentidos, eram as bandeiras deles. O direito à liberdade de palavra, de
expressão, de imprensa, também se estendia para eles à liberdade de comércio, à
liberdade do empreendimento econômico, fora das intromissões da censura da
Igreja e do Estado absolutista-mercantilista. Livres enfim, para que cada um,
de acordos com os talentos nascidos ou adquiridos, encontrasse o seu próprio
caminho de realização. Desprovidos em sua maioria de cátedras acadêmicas, tendo
o púlpito e os padres como inimigos, quais foram os instrumentos que aquela
confraria de homens de letras se serviu para difundir seus ideais e princípios?
Porque, de certa forma, os Iluministas tiveram que buscar e ao mesmo tempo
formar o seu próprio público. <span style="background: #139613;"><br />
</span>Para chegar até ele, para atingir o novo público cultivado (tanto de
gente da nobreza como das classes burguesas) que gradativamente estava se
formando na sociedade européia do século XVIII, recorreram intensamente à
publicação e difusão de livros. Quando, devido à censura ou a uma queima
judicial, recorriam à impressões clandestinas (feitas na Holanda ), depois as
introduziam por contrabando em qualquer canto da Europa. Revelaram-se
verdadeiros mestres em escrever panfletos, publicações que fizeram largo uso
devido ao lado prático que eles tinham como veículo instantâneo de difusão de
idéias. Daí boa parte da literatura deles, fosse em verso ou em prosa, estar
carregada pelo estilo polêmico e apaixonado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;">A Enciclopédia<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O mais
poderoso e duradouro de todos os instrumentos para a divulgação das Luzes -
obra magna da propaganda iluminista - foi a edição da Enciclopédia, ou
Dictionaire raisonné des sciences, des arts, et des métiers, dirigida por Jean
Le Rond d'Alembert (entre 1751-54) e, em seguida, por Denis Diderot. Grandiosa
publicação que se seguiu por vinte anos, até que, em 1772, o seu 17º volume
encerrou a obra inteira. Fazendo com que, segundo Daniel Mornet, o século XVIII
fosse "com toda a certeza....um século enciclopédico". Acertada sua
impressão por meio de subscrições, a Enciclopédia ultrapassou largamente os
seus 8.011 assinantes originais, virando leitura obrigatória entre os homens
cultos do século. Foi uma obra consultada por uma quantidade inumerável de
leitores por toda Europa e América incluída. <span style="background: #139613;"><br />
</span>Tratou-se de uma estupenda síntese do conhecimento científico, com
grande ênfase nas artes mecânicas e na sabedoria prática das coisas da vida,
servindo de modelo para todas as demais que a seguiram posteriormente. A
predominância e gosto por temas seculares e o alto nível dos seus colaboradores
- Diderot selecionou o supra sumo da elite intelectual (disse-lhes "É
preciso examinar tudo, remexer tudo sem exceção e sem reserva") - fez da
Enciclopédia o acontecimento editorial e intelectual do século. Entre os
grandes nome arrebanhados por ele estavam Montesquieu (Leis), Lamarck (botânica),
Helvetius (matemática), Rousseau (música), Buffon, Necker, Turgot, Mongez, além
de artigos do barão d'Holbach, um ateu militante, e Voltaire(encarregado dos
verbetes sobre Elegância, História, Espirito e Imaginação), num total de 139
colaboradores identificados. Talvez ela tivesse para o mundo burguês e
industrial que então despontava, o mesmo significado que a Suma Teológica de
São Tomás de Aquino teve para a Europa medieval.<span style="background: #139613;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;">A intensa correspondência<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="background: #139613; font-family: "times new roman" , serif;"><br />
</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O homem culto do século XVIII é
acima de tudo um grande escritor de cartas. Havia uma verdadeira arte da
epistolografia, atribuindo-se somente a Voltaire mais de 50 mil cartas! Como
sabiam que mais tarde haveria interesse em publicá-las, cuidavam do estilo e da
apresentação delas, como se fossem páginas ou capítulos de livros
futuros. <span style="background: #139613;"><br />
<br />
</span>Por gostarem de trocar informações e colocar os outros integrantes da
irmandade - la petit troupe - a par do que estavam fazendo ou pensando, elas,
as cartas, converteram-se num veículo confiável, rápido, e, fundamentalmente,
ao abrigo da censura. Tanto é que os americanos fizeram largo uso delas quando
espalharam pelas Treze Colônias os Comitês de Correspondência, formados por
ativistas da independência e simpatizantes da causa iluminista, entre eles,
destacando-se acima de todos, Benjamim Franklin. Logo, pode-se afirmar que as
cartas distribuídas pelos Comitês de Correspondência foram as sementes da
Revolução Americana de 1776.Aliás, foi por meio de uma das suas cartas, escrita
a Hélvetius em 1763, que Voltaire canta a vitória do partido das luzes sobre os
partidários da superstição e do obscurantismo. Dizia ela: "Essa razão que
tanto perseguimos avança todos os dias [..] Os jovens se formam, e aqueles que
são destinados aos lugares mais elevados desfazem-se dos infames preconceitos que
aviltam uma nação. Sempre haverá um grande número de tolos, e uma boa multidão
de patifes. Mas os pensadores, mesmo em número pequeno, serão respeitados [..]
Esteja certo que tão logo as pessoas de bem se unam, nada mais poderá detê-las.
É do interesse do rei, e do Estado, que os filósofos governem a sociedade...
Chegou o tempo em que homens como você devem triunfar [...] Afinal, nosso
partido já vence o deles em matéria de boa educação." - (Carta a Helvitus,
em 15.9.1763) <span style="background: #139613;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;">O tabernáculo de Frederico e o
despotismo ilustrado <o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Algumas
cortes européias serviram por igual de abrigo aos iluministas. Especialmente
conhecido foi o Tabernáculo que Frederico o Grande, da Prússia, montou na sua
propriedade, em Saint-Soucy, convidando para lá uma elite de livres-pensadores.
Lá estiveram o naturalista Maupertuis, La Mettrie, o perseguido autor do
"Homem máquina" e o mais famosos de todos, Voltaire. Catarina II da
Rússia tentou o mesmo com Diderot e José II da Áustria celebrizou-se em
proteger os pensadores do furor da Igreja Católica. Os reis apoiaram os
livres-pensadores na medida em que podiam servir-se deles para reformar os
estados antes que uma possível revolução explodisse. E também faziam questão de
protegê-los para fins publicitários, para terem uma boa imagem junto às classes
culturas e refinadas da Europa de então. Por isso se entende que em matéria de
política a maioria dos iluministas seguiu a Doutrina do Dr. Johnson, favorável
ao despotismo ilustrado. Porém, historicamente, a agitação e a insubordinação aos
costumes e a crítica à religião que abertamente a maioria deles praticou, fez
com que, ironicamente, os iluministas fossem tidos como os arautos da
democracia moderna.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;">Montesquieu (1689-1755)<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">A política
de Montesquieu, exposta no Espírito das Leis (1748), surge como
essencialmente racionalista. Ela se caracteriza pela busca de um justo
equilíbrio entre a autoridade do poder e a liberdade do cidadão. Para que
ninguém possa abusar da autoridade, "é preciso que, pela disposição das
coisas, o poder detenha o poder". Daí a separação entre poder legislativo,
poder executivo e poder judiciário. Montesquieu, porém, possui sobretudo
concepção racionalista das leis que não resultam dos caprichos arbitrários do
soberano, mas são "relações necessárias que derivam da natureza das
coisas". Assim é que cada forma de governo determina, necessariamente,
este ou aquele tipo de lei, esta ou aquela psicologia para com os cidadãos: a
democracia da cidade antiga só é viável em função da "virtude", isto
é, pelo espírito cívico da população. A monarquia tradicional repousa num
sistema hierárquico de suseranos e vassalos que só funciona a partir de uma
moral da honra, ao passo que o despotismo só subsiste com a manutenção, em
toda parte, da força do medo. Não vemos como na Inglaterra a liberdade política
conduz à existência de leis particulares que não encontramos em outros regimes?
As leis obedecem a um determinismo racional. Como diz muito bem Brehier,
"a variável aqui é a forma de governo de que as legislações políticas, civil
e outras são as funções". Todavia, as "relações necessárias", de
que fala Montesquieu, são muito menos a expressão de um determinismo
sociológico de tipo materialista do que a afirmação de uma ligação ideal,
harmônica, entre certos tipos de governo e certas leis possíveis, sendo que as
melhores pertencem a este ou aquele governo, cabendo ao legislador descobri-las
e aplicá-las. Montesquieu, por exemplo, nunca afirmou que o clima determina,
necessariamente, estas ou aquelas instituições. Só os maus legisladores
favorecem os vícios do clima. É preciso encontrar em cada clima, em cada forma
de governo, em cada circunstância em que se está colocado, quais as leis melhor
adaptadas, quais aquelas que, na situação considerada, realizarão o conjunto
mais justo, mais harmonioso. O "direito natural", a justiça ideal
preexistem às leis escritas, uma vez que lhes servem de guia. "A
verdadeira lei da humanidade é a razão humana enquanto governa todos os povos
da terra; dizer que só o que as leis positivas ordenam ou proíbem é que
constitui o que há de justo e injusto, significa dizer que, antes que se
tivesse traçado os círculos, todos os raios eram desiguais".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;">Voltaire (1694-1778)<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Voltaire,
de certo modo, é o tipo acabado do "filósofo" do século XVIII.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">As idéias
filosóficas de Voltaire, tirada de <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/locke.htm">Locke</a> e de
Newton, não são originais. O próprio espírito voltairiano teve seus
precursores. Fontenelle (1657-1757) mostrou, antes de Voltaire, que a história
se explica mais pelo jogo das paixões humanas do que pelo decreto da
Providência. E Fontenelle já colocara (Conversações sobre a pluralidade
dos mundos) a nova astronomia ao alcance dos marqueses. Pierre Bayle
(1647-1707), protestante francês exilado em Roterdam, possuía a arte de, antes
de Voltaire, opor os sistemas metafísicos entre si, a fim de ressaltar de suas
contradições a necessidade da tolerância (o Dicionário histórico e
crítico de Bayle, 1697, é uma prodigiosa colocação de teses que testemunha
sua incomparável erudição e que será possuído por todos os intelectuais do
século XVIII). Em seus Pensamentos sobre o cometa, Bayle já apresenta
ardis tipicamente voltairianos para comprometer, em sua crítica aos prodígios e
superstições populares, a fé nos milagres do cristianismo. Voltaire, inimigo
encarniçado do cristianismo, é um deísta convicto: a organização do mundo, sua
finalidade interna, só se explicam pela existência de um Criador
inteligente ("Este mundo me espanta e não posso imaginar / Que este
relógio exista e não tenha relojoeiro"). Criticou Leibnitz e seu
"melhor dos mundos possíveis" que, após o terremoto de Lisboa,
permanece otimista; contra Pascal, "misantropo sublime", ele acha que
o homem, reduzido apenas aos seus recursos, pode estabelecer uma certa justiça
sobre a terra e alcançar uma certa felicidade. Apesar de negar o pecado
original, Voltaire, no entanto, mantém o princípio de um Deus justiceiro. É
certo que esse Deus policial é sobretudo requisitado para manter a ordem social
e as vantagens econômicas aproveitadas por Voltaire e os outros grandes
burgueses. O célebre verso de Voltaire"Se Deus não existisse precisaria
ser inventado"deve, para ser bem compreendido, ser citado com seu
comentário: "e teu novo arrendatário / Por não crer em Deus, pagar-te-á
melhor?" É certo, no entanto, que Voltaire crê na ordem do mundo,
numa finalidade providencial. Para ele, a estrutura geográfica da terra, as
espécies vivas são fixas; em nome desse finalismo estático, ele rejeita as
idéias evolucionistas que começam a se difundir. Recusa-se a crer nos fósseis
de animais marinhos descobertos nas montanhas por aquela época. Admitir que as
montanhas outrora estiveram submersas, seria negar a estabilidade e a
finalidade da ordem atual do mundo. (Ele também teme que esses fósseis marinhos
nas montanhas só sirvam para os cristãos provarem a história do dilúvio!).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="apple-style-span"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="background: white; font-family: "times new roman" , serif;">POEMA SOBRE O DESASTRE DE LISBOA<o:p></o:p></span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Ó
infelizes mortais! Ó deplorável terra!<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Ó
agregado horendo que a todos os mortais encerra!<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Exercício
eterno que inúteis dores mantém!<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Filósofos
iludos que bradais “tudo está bem”;<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Acorrei,
contemplai estas ruínas malfadas<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Estes
escombros, estes despojos, estas cinzas desgraçadas,<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Estas
mulheres, estes infantes uns nos outros amontoados<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Estes
membros dispersos sob estes mármores quebrados<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Cem
mil desafortunados que a terra devora,<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Os
quais, sangrando, despedaçados, e palpitantes embora,<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Enterrados
com seus tectos terminam sem assistência<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">No
horror dos tormentos sua lamentosa existência!<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Aos
gritos balbuciados por suas vozes expirantes,<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Ao
espetáculo medonhos de suas cinzas fumengantes,<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Direi
vós: “Eis das eternas leis o cumprimento,<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Que
de um Deus livre e bom requer o discernimento?”<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Direi
vós, perante tal amontoado de vítimas:<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">“Deus
vingou-se, a morte deles é o preço de seus crimes?”<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Que
crime, que falta cometeram esses infantes<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Sobre
o seio materno esmagados e sangrantes?<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Lisboa,
que não é mais, teve ela mais vícios<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Que
Londres, que Paris, mergulhadas nas delícias?<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<em><span style="background: white;">Lisboa
está arruinada, dança-se em Paris (...).<o:p></o:p></span></em></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Leia
mais: <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/iluminismo.htm#ixzz1XJukO6BF"><span style="color: windowtext;">http://www.mundodosfilosofos.com.br/iluminismo.htm#ixzz1XJukO6BF</span></a></span><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">EXERCÍCIOS<o:p></o:p></span></div>
<ol start="1" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;">Assim se refere o historiador Jean Touchard à
forma de Estado europeu que floresceu na segunda metade do século
XVIII.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os "reis
filósofos", temendo revoluções sociais, introduziram reformas
inspiradas nos ideais iluministas.<o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">Estas
observações se aplicam:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">a) às
Monarquias Constitucionais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">b) ao
Despotismo Esclarecido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">c) às
Monarquias Parlamentares.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">d) ao Regime
Social-Democrático.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">e) aos
Principados ítalo-germânicos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">2. Entre
os séculos XVI e XVIII ocorreram diversas transformações culturais na Europa
ocidental. Assinale a seguir a opção que identifica corretamente uma dessas
transformações:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">a) o
desenvolvimento do pensamento científico, nos séculos XVII e XVIII, baseava-se
na crítica, no empirismo e no naturalismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">b) o
movimento reformista, no século XVI, caracterizou-se por uma unidade de
pensamento e práticas nos diversos países nos quais se difundiu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">c) a
Contra-Reforma, expressa no Concílio de Trento, entre 1545 e 1563, alterou os
dogmas católicos a partir de um enfoque humanista, que extinguiu os Tribunais
da Santa Inquisição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">d) o
Iluminismo, no século XVIII, baseando-se no racionalismo, criticou os fundamentos
do poder da Igreja, apoiando os princípios do poder monárquico absoluto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">3. As
grandes revoluções burguesas do século XVIII refletem, em parte, algumas idéias
dos filósofos iluministas, dentre as quais podemos destacar a que<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">a) apontou
a necessidade de limitar a liberdade individual para impedir que o excesso
degenerasse em anarquismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">b)
acentuou que o Estado não possui poder ilimitado, o qual nada mais é do que a
somatória do poder dos membros da sociedade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">c) visou
defender a tese de que apenas a federalização política é compatível com a
democracia orgânica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">d) mostrou
que, sem centralização e dependência dos poderes ao Executivo, não há paz
social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">e)
procurou salientar que a sociedade industrial somente se desenvolverá a partir
de minucioso planejamento econômico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">4. Sobre o
chamado despotismo esclarecido é correto afirmar que<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">a) foi um
fenômeno comum a todas as monarquias européias, tendo por característica a
utilização dos princípios do Iluminismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">b) foram
os déspotas esclarecidos os responsáveis pela sustentação e difusão das idéias
iluministas elaboradas pelos filósofos da época.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">c) foi uma
tentativa bem intencionada, embora fracassada, das monarquias européias
reformarem estruturalmente seus Estados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">d) foram
os burgueses europeus que convenceram os reis a adotarem o programa de
modernização proposto pelos filósofos iluministas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">e) foi uma
tentativa, mais ou menos bem sucedida, de algumas monarquias reformarem, sem
alterá-las, as estruturas vigentes.<o:p></o:p></span></div>
<ol start="5" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l1 level1 lfo2;"><span style="font-family: "times new roman" , serif;">Identifique, nas sentenças a seguir citadas,
aquela que expressa o pensamento de Montesquieu:<o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">a) "É
uma verdade eterna: qualquer pessoa que tenha o poder, tende a abusar dele.
Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder
seja contido pelo poder (divisão de poderes)".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">b)
"(...) é preciso (...) encontrar uma forma de associação que defenda e
proteja a pessoa e os bens de cada associação, de qualquer força comum, e pela
qual, cada um, não obedeça senão a si mesmo, ficando assim tão livre quanto
antes."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">c) "O
Estado está obrigado a proporcionar trabalho ao cidadão capaz, e ajuda e
proteção aos incapacitados. Não se pode obter tais resultados a não ser por um
Poder Democrático."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">d) "A
única maneira de erigir-se um poder, capaz de defendê-los contra a invasão e
danos infligidos, uns contra os outros (...) consiste em conferir todo o poder
e força a um só homem."<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">e) “Só a
concentração de poder salva o Homem”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">6.
(UNESP 2013) Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande
parte dos seres humanos, mesmo muito após a natureza<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>tê-los declarado livres da orientação alheia,
ainda permanecem, com gosto, e por toda a vida, na condição de menoridade.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É tão confortável ser menor! Tenho à
disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por mim,
um médico que prescreve uma dieta etc.: então não preciso me esforçar. A
maioria da humanidade vê como muito perigoso, além de bastante difícil, o passo
a ser dado rumo à maioridade, uma vez que tutores já tomaram para si de bom
grado a sua supervisão. Após terem previamente embrutecido e cuidadosamente
protegido seu gado, para que estas pacatas criaturas não ousem dar qualquer
passo fora dos trilhos nos quais devem andar, os tutores lhes mostram o perigo
que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal perigo, porém, não é
assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar;
basta, entretanto, o perigo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por
completo para que não façam novas tentativas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">(Immanuel
Kant, apud Danilo Marcondes. Textos básicos de ética – de Platão a Foucault,
2009. Adaptado.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">O
texto refere-se à resposta dada pelo filósofo Kant à pergunta sobre “O que é o
Iluminismo?”. Explique o significado da oposição por ele estabelecida entre
“menoridade” e “autonomia intelectual”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">7.
(ENEM 2012)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">8. (ENEM
2012)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">9. (ENEM
2012)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">GABARITO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "times new roman" , serif;">1B 2A 3B
4E 5A 6 SALA 7A 8E 9 B<o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-73642307700552932462018-07-13T17:45:00.001-07:002018-07-13T17:45:42.516-07:00 Empirismo inglês – David Hume<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF8mz2ydd9aYzSd8DymwRhD_pwa9o-viwrcVUuh7GSKeGAZEBo0pU1AGqFg1HVjp6PC2w2mxC4Xcab0RndjHRe0NCs9aXApOHOkBW4wLpxIuxAA8EGO1hp8hHPfvw7KDt_VLpxXI0F7LNE/s1600/2017-45.jpg%2521Large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="562" data-original-width="750" height="239" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF8mz2ydd9aYzSd8DymwRhD_pwa9o-viwrcVUuh7GSKeGAZEBo0pU1AGqFg1HVjp6PC2w2mxC4Xcab0RndjHRe0NCs9aXApOHOkBW4wLpxIuxAA8EGO1hp8hHPfvw7KDt_VLpxXI0F7LNE/s320/2017-45.jpg%2521Large.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;">David Hume
– 1711 - 1776</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Hume quis
ser o Newton da psicologia. O subtítulo de seu Tratado da Natureza
Humana é, nesse sentido, bastante esclarecedor: "Uma tentativa de
introdução do método de raciocínio experimental nas ciências morais. A análise
psicológica do entendimento operada por Hume parece, à primeira vista, muito
próxima da de <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/locke.htm">Locke</a>.
Ele parte do princípio de que todas as nossas "idéias" são ópias das
nossas "impressões", isto é, dos dados empíricos: impressões de
sensação, mas, também, impressões de reflexão (emoções e paixões). Não é este o
ponto de vista tradicional do empirismo que vê na experiência a fonte de todo
saber?<br />
<br />
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Na
realidade, o método de Hume pode ser apresentado de maneira mais moderna. Sua
filosofia coloca, sob o nome de "impressões", aquilo que Bergson mais
tarde denominará os dados imediatos da consciência e que os fenomenologistas
denominarão a intuição originária ou o vivido. Ao falar de fenomenologia
contemporânea, Gaton Berger escrevia: "É preciso ir dos conceitos vazios,
pelos quais uma idéia é apenas visada, à intuição direta e concreta da idéia,
exatamente como Hume nos ensina a retornar das idéias para as impressões".
Para Hume, ir da idéia à impressão consiste em apenas perguntar qual é o
conteúdo da consciência que se oculta sob as palavras. Fala-se de substância,
de princípios, de causas e efeitos etc. Que existe verdadeiramente no
pensamento quando se discorre sobre isso? As quais impressões vividas
correspondem todas essas palavras? Aquilo que Hume chama de impressão e que ele
caracteriza pelos
termos "vividness", "liveliness" é o
pensamento atual, vivo, que se precisa redescobrir sob as palavras (no
empirismo de Hume, diz Laporte, há que ver "antes o ódio ao verbalismo do
que o preconceito do sensualismo").</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A Análise
da Idéia de Causa</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Aos olhos
de Hume, a noção de causalidade é muito enigmática porque, em nome desse
princípio de causalidade, a todo momento afirmamos mais do que vemos, não
cessamos de ultrapassar a experiência imediata. Por exemplo, em nome do
princípio de causalidade (as mesmas causas produzem os mesmos efeitos ou o
aquecimento da água é causa da ebulição), afirmo que a água que acabo de pôr no
fogo vai ferver; prevejo a ebulição dessa água, portanto, tiro "de um
objeto uma conclusão que o ultrapassa". Todo raciocínio experimental, pelo
qual do presente se conclui o futuro (a água vai ferver, a barra de metal vai
se dilatar, amanhã fará dia etc.), repousa nesse princípio de causalidade.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">De onde me
vem esse princípio? A qual impressão corresponde essa idéia? A
"investigação" filosófica vai se apresentar aqui como uma pesquisa em
todas as direções:</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">"Nós
devemos proceder como essas pessoas que, ao procurarem um objeto que lhes está
oculto e quando não o encontram no lugar que esperavam, vasculham todos os
lugares vizinhos sem visão nem propósitos determinados, na esperança de que sua
boa sorte irá orientá-las no sentido do objeto de suas buscas". Vejamos para
onde nos conduzirá essa busca filosófica.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Hume não
encontrará, em nenhum setor da experiência, uma impressão concreta de
causalidade que torne legítima essa idéia de causa que pretendemos ter:</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) Consideremos,
de início, a experiência externa: vejo que o movimento de uma bola de bilhar é
seguido do movimento de outra bola com que a primeira se chocou, assim como
vejo que o aquecimento é seguido da ebulição: vejo, então, que o
fenômeno A é seguido do fenômeno B . Mas o que não vejo é o
porquê dessa sucessão. É certo que posso repetir a experiência e que, cada vez
em que a repito, o fenômeno B se segue ao fenômeno A . Mas
isto não esclarece nada. A repetição constante de um enigma não é o mesmo que
sua solução. Vejo bem que, entre os fenômenos A e B , há
uma conjunção constante, mas não vejo conexão necessária. Constato
que A se mostra e que, depois, B aparece. Mas não constato
que B aparece porque A se mostra. A experiência externa
apenas me fornece o e depois, não me dá a origem do porquê.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) Examinemos
agora essa experiência, simultaneamente interna e externa, que faço a todo
momento em que sinto o poder da minha consciência sobre meu corpo. Não terei
aqui a chave do princípio de causalidade. Se quero levantar o braço, levanto-o.
Não é evidente que minha vontade é a causa do movimento de meu corpo? Mas, se
refletirmos bem, essa experiência não é menos clara do que a precedente.
Constato duas coisas: inicialmente, que quero levantar o braço, em seguida, que
ele se levanta. Não sei absolutamente por meio de que engrenagem neuromuscular
complexa se opera o movimento de meu braço. Um paralítico, como eu, quer
levantar o braço e, para surpresa sua, constata que nenhum movimento se segue
ao seu desejo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">E eu, cuja
língua ou cujos dedos se movem segundo minha vontade, não tenho o menor poder
sobre meu coração ou sobre meu fígado. Lembramo-nos como a sucessão de meu
querer e de meus movimentos espantava <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/cartesianismo.htm">Malebranche</a> a
tal ponto que ele via em minha vontade apenas uma ocasião a partir da qual Deus
produzia o movimento de meu corpo. Aos olhos de Hume, filósofo do século XVIII,
essa hipótese é extravagante, mas ele retém a análise psicológica do grande
filósofo francês. Ainda aqui, constato com surpresa que quero efetuar certos
movimentos e depois que esses movimentos se realizam. Mas não
constato o porquê, não tenho experiência de uma conexão necessária.
Permanece enigmática a ação da alma sobre o corpo: "Se tivéssemos o poder
de afastar as montanhas ou controlar os planetas, esse poder não seria mais
extraordinário".</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) Quer
dizer enfim da esperiência puramente interior da sucessão de minhas próprias
idéias? Deve admitir que minha reflexão atenta é causa das idéias que me
ocorrem? Mas, de saída, segundo os casos ou os momentos, as idéias ocorrem ou
não. Pela manhã, elas ocorrem melhor do que à tarde (em alguns) e melhor antes
da refeição do que após. Ainda aqui constato a existência de uma sucessão entre
meu esforço de atenção e minhas idéias, mas não vejo conexão necessária entre
os dois fatos.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Por
conseguinte, a conclusão se impõe. Não existe nenhuma impressão autêntica da
causalidade. O que acontece é que eu acredito na causalidade e Hume explica
essa crença, partindo do hábito e da associação das idéias. Por que será
que espero ver a água ferver quando a aqueço? É porque, responde Hume,
aquecimento e ebulição sempre estiveram associados em minha experiência e essa
associação determinou um hábito em mim. Coloco a água no fogo e afirmo, em
virtude de poderoso hábito: vai ferver. Se estabeleço "uma conclusão que
projeta no futuro os casos passados de que tive experiência", é porque a
imaginação, irresistivelmente arrastada pelo peso do costume, resvala de um
evento dado àquele que comumente o acompanha. Aparento antecipar a experiência
quando, na verdade, cedo a uma tendência criada pelo hábito. Por conseguinte, a
necessidade causal não existe realmente nas coisas."A necessidade é algo
que existe no espírito, não nos objetos."</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O
Ceticismo de Hume</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O
empirismo de Hume surge então como um ceticismo; explicar psicologicamente a
crença no princípio de causalidade é recusar todo valor a esse princípio. De
fato, não existe, na idéia de causalidade, senão o peso do meu hábito e da
minha expectativa. Espero invencivelmente a ebulição da água que coloquei no
fogo. Mas essa expectativa não tem fundamento racional. Em suma, poderia
ocorrer - sem contradição - que essa água aquecida se transformasse em
gelo! "Qualquer coisa, diz Hume, pode produzir qualquer coisa." No
domínio das proposições lógicas, A não pode ser não-A . Mas
nas "matters of fact", tudo pode acontecer. Aquele rei de Sião,
que condenara à morte o embaixador norueguês em sua corte (porque este último
zombara dele ao afirmar que em seu país, no inverno, os rios se tornavam tão
duros que se podia fazer deslizar trenós sobre os mesmos!!), errara muito ao
negar um fato contrário à sua experiência. O princípio de causalidade,
inteiramente explicado por uma ilusão psicológica, não tem o menor valor de
verdade. Pascal, que já esboçara essa análise psicológica da indução, dizia em
fórmula surpreendente: "Quem reduz o costume a seu princípio,
anula-o".</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O
ceticismo de Hume, portanto, surge-nos, dirá <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/hegel.htm">Hegel</a> mais tarde,
como um ceticismo absoluto. Para Hegel, ao ceticismo antigo, que duvida
sobretudo dos sentidos para preparar a conversão do espírito ao mundo das
verdades eternas, opõe-se um ceticismo moderno - de que Hume seria o corifeu -
que nega apenas as afirmações da metafísica e fundamenta, solidamente, as
verdades da ciência experimental. Na realidade, o ceticismo de Hume, ao
abolir o princípio de causalidade, lança a suspeita em toda ciência
experimental. Em todos os princípios do conhecimento ele descobre as ilusões da
imaginação e do hábito. Até a unidade do eu - que se nos apresenta ingenuamente
como uma evidência - é ilusória para ele. Segundo Hume, é também a imaginação
que identifica o eu com o que ele possui ou, como dizemos, o ser e o ter. Em
última instância, eu tenho reputação e mesmo lembranças, idéias e sonhos do
mesmo modo que tenho esta roupa ou esta casa. É simplesmente a imaginação,
hábil em mascarar a descontinuidade de todas as coisas, que facilmente desliza
de um estado psíquico a outro e constrói o mito da personalidade, coleção de
haveres heteróclitos que é dado como um ser. Pois, ou eu sou meus
"estados" e minhas "qualidades" e não sou eu mesmo, ou
então sou eu mesmo e nada mais.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Só que
Hume é o primeiro a reconhecer que seu ceticismo, por mais absoluto que seja, é
artificial. Hume, como todo mundo, quando coloca a água no fogo, está
persuadido de que ela vai ferver. Quando reflete como filósofo, em seu
gabinete, ele é cético. Quando mergulha na vida corrente, suas "conclusões
filosóficas parecem desvanecer-se como os fantasmas da noite ao nascer do
dia". Se, diz ele curiosamente, "após três ou quatro horas de
diversão, eu quisesse retornar às minhas especulações, estas me pareceriam tão
frias, tão forçadas e ridículas que não poderia encontrar coragem e retomá-las
por pouco que fosse". A crença no princípio de causalidade, absurda no
plano da reflexão, é natural, instintiva. A teoria de Hume, por conseguinte, é
simultaneamente um dogmatismo instintivo e um ceticismo reflexivo. Ceticismo e
dogmatismo não se apresentam nele segundo os domínios do saber, mas segundo os
níveis do pensamento. Ninguém mais do que ele separou filosofia e vida. Ele
filosofa ceticamente segundo uma reflexão rigorosa e dissolvente. Podemos então
qualificar, de certo modo, como "humorístico" o ceticismo desse
filósofo inglês que, por outro lado, ousou dizer que convinha a um cavalheiro
pensar como os whigs... e votar como os tories.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">EXERCÍCIOS</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<ol start="1" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">UEL. Leia o texto a seguir:</span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Certamente,
temos aqui ao menos uma proposição bem inteligível, senão uma verdade, quando
afirmamos que, depois da conjunção constante de dois objetos, por exemplo,
calor e chama, peso e solidez, unicamente o costume nos determina a esperar um
devido ao aparecimento do outro. Parece que esta hipótese é a única que explica
a dificuldade que temos de, em mil casos, tirar uma conclusão que não somos
capazes de tirar de um só caso, que não discrepa em nenhum aspecto dos outros.
A razão não é capaz de semelhante variação. As conclusões tiradas por ela, ao
considerar um círculo, são as mesmas que formaria examinando todos os círculos
do universo. Mas ninguém, tendo visto somente um corpo se mover depois de ter
sido impulsionado por outro, poderia inferir que todos os demais corpos se
moveriam depois de receberem impulso igual. Portanto, todas as inferências
tiradas da experiência são efeitos do costume e não do raciocínio.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(HUME, D.
Investigação acerca do entendimento humano. tradução de Anoar Aiex. São Paulo:
Nova Cultural, 1999. pp. 61-62.)</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com base
no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de David Hume, é correto
afirmar:</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) A
razão, para Hume, é incapaz de demonstrar proposições matemáticas, como, por
exemplo, uma proposição da geometria acerca de um círculo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) Hume
defende que todo tipo de conhecimento, matemático ou experimental, é obtido
mediante o uso da razão, e pode ser justificado com base nas operações do
raciocínio.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) É
necessário examinar um grande número de círculos, de acordo com Hume, para se
poder concluir, por exemplo, que a área de um círculo qualquer é igual a π
multiplicado pelo quadrado do raio desse círculo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) Hume
pode ser classificado como um filósofo cético, no sentido de que ele defende a
impossibilidade de se obter qualquer tipo de conhecimento com base na razão.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) Segundo
Hume, somente o costume, e não a razão, pode ser apontado como sendo o
responsável pelas conclusões acerca da relação de causa e efeito, às quais as
pessoas chegam com base na experiência.</span></div>
<ol start="2" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(UFU) Leia atentamente o texto e responda as
questões que se seguem.</span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">“Suponha-se
que seja trazida de súbito a este mundo uma pessoa [...]. É verdade que ela
observaria imediatamente uma contínua sucessão de objetos, e um acontecimento
seguindose a outro, mas não conseguiria descobrir mais nada além disso. [...]
Suponhamos agora que ela tenha adquirido mais experiência e vivido no mundo o
bastante para observar que objetos ou acontecimentos semelhantes estão
constantemente unidos uns aos outros. Qual é o resultado dessa experiência? O
resultado é que essa pessoa passa a inferir imediatamente a existência de um
objeto a partir do aparecimento do outro”.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">HUME, D.
Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Editora UNESP, 1999. p.
63-64.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A) O texto
refere-se sobretudo a que princípio de associação de ideias: semelhança,
contiguidade ou causalidade?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">B) Segundo
Hume, a progressão do nosso conhecimento por inferência se funda sobre a razão
ou sobre a experiência?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">C) A
partir de suas respostas nas questões A e B, explique, do ponto de vista do que
Hume denomina hábito, a diferença que o texto estabelece entre as duas pessoas
hipotéticas: a que foi trazida de súbito para este mundo e a que aqui já vive
de longa data.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3. UEL
2013. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Leia o
texto a seguir.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Hume
considerou não haver nenhuma razão para supor que, dado o que se chama um
“efeito”, deva haver uma causa invariavelmente unida a ele. Observamos
sucessões de fenômenos: à noite sucede o dia, ao dia, a noite etc.; sempre que
se solta um objeto, ele cai no chão etc. Diante da regularidade observada,
concluímos que certos fenômenos são causas e outros, efeitos. Entretanto,
podemos afirmar somente que um acontecimento sucede a outro - não podemos
compreender que haja alguma força ou poder pelo qual opera a chamada “causa”, e
não podemos compreender que haja alguma conexão necessária entre semelhante
“causa” e seu suposto “efeito”.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(FERRATER-MORA,
J. Dicionário de Filosofia, Tomo I, São Paulo: Loyola, 2000, p.427.)</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) Com
base na filosofia de Hume, explique a importância do conceito de causalidade para
o conhecimento dos fenômenos naturais.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b)
Explicite a leitura que Hume faz do empirismo.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">4. ENEM
2012.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">5.
“O hábito é, pois, o grande guia da vida humana. É aquele princípio único que
faz com que nossa experiência nos seja útil e nos leve a esperar, no futuro,
uma seqüência de acontecimentos semelhante às que se verificaram no passado.
Sem a ação do hábito, ignoraríamos completamente toda questão de fato além do
que está imediatamente presente à memória ou aos sentidos. Jamais saberíamos
como adequar os meios aos fins ou como utilizar os nossos poderes naturais na produção
de um efeito qualquer. Seria o fim imediato de toda a ação, assim como da maior
parte da especulação.” (HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano.
São Paulo: Abril Cultural, 1973, pp. 145-146. Os Pensadores). Com base nesse
texto e no seu conhecimento sobre a Filosofia de Hume, assinale o que for
correto. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">01)
Segundo Hume, entre um fenômeno e outro não há conexão causal necessária que possa
ser verificada na experiência; é o hábito que explica a noção da relação causa
e efeito: por termos visto, várias vezes juntos, dois objetos ou fatos – por
exemplo, calor e chama, peso e solidez –, somos levados, pelo costume, a prever
um quando o outro se apresenta. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">02) Como
representante do racionalismo, Hume afirmou que o princípio de causalidade, lei
inexorável que regula todos os acontecimentos da natureza, é inferido da
experiência por um processo de raciocínio. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">04) Para
Hume, o hábito é um falso guia; se não nos fiarmos na razão, fonte do
conhecimento verdadeiro, e nos deixarmos conduzir pelo costume, erraremos
inevitavelmente em nossas ações e investigações. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">08) É o
hábito que nos permite ultrapassar os dados empíricos, os quais possuímos seja
na forma de impressão seja na forma de idéias, e afirmar mais do que aquilo o
qual pode ser alcançado na experiência imediata. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">16) A
idéia de causa é apenas uma idéia geral constituída pela associação de idéias e
baseada na crença formada pelo hábito.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1E 2SALA
3SALA 4E 5 (1,8,16)</span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-72829317357709948042018-07-13T17:43:00.000-07:002018-07-13T17:43:41.594-07:00Empirismo inglês – Bacon e Locke<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirhlzv1Rf-S6g9NJHCIlvChgtvxyZprRF9s2cUvKKtiSCFMfREPCeq9pzi6x6DTtpo9N9OgCJLagZXVTsOimn5oW_nPS1ENdC4Ommfo2ATOuJXujdVayppqiGdCh0ZsDeiJXFfUiyi-ngT/s1600/175-empirismo-per-historico-cc3b3pia1.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="700" height="171" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirhlzv1Rf-S6g9NJHCIlvChgtvxyZprRF9s2cUvKKtiSCFMfREPCeq9pzi6x6DTtpo9N9OgCJLagZXVTsOimn5oW_nPS1ENdC4Ommfo2ATOuJXujdVayppqiGdCh0ZsDeiJXFfUiyi-ngT/s400/175-empirismo-per-historico-cc3b3pia1.png" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin: 5.45pt 0cm 3.4pt; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Pensamento: A "Instauratio
Magna"<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin-bottom: 4.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.75pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A <i>Instauratio magna scientiarum</i> deveria ter
precisamente representado a reforma do saber, deveria ter constituído a <i>summa
philosophica</i> dos tempos novos, e lançado o fundamento do <i>regnum
hominis</i>, tão audazmente iniciado pela ciência e pela política da
Renascença. Essa obra deveria ter abraçado a enciclopédia das ciências e
compreendido também as técnicas, segundo o novo ideal humano e prático e
imanentista. Começa-se, portanto, com a classificação geral das disciplinas
humanas, baseada no respectivo predomínio das três faculdades que presidem à
organização do saber: memória, fantasia, razão. Essa classificação é baseada
não no objeto do conhecimento, e sim no sujeito que conhece. <b>1)</b> <i>História</i> tanto
civil quanto natural, que registra (memória) os dados de fato; <b>2)</b> <i>Poesia</i>,
elaboração imaginativa desses dados; <b>3)</b> <i>Ciência</i> ou
filosofia, isto é, conhecimento racional de Deus, do homem e da natureza.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin-bottom: 4.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.75pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A <i>teologia natural</i> de Bacon não exclui, mas prescinde
da revelação cristã e da religião positiva. A <i>ciência do homem</i> divide-se
em ciência do homem individual <i>(philosophia humanitatis)</i>, e em
ciência da sociedade humana <i>(philosophia civilis)</i>. A primeira diz
respeito ao homem todo, espírito e matéria. A segunda diz respeito à arte de
governar e às relações sociais e aos negócios. A<i>filosofia natural</i> ou <i>física</i>,
divide-se em <i>especulativa</i> e <i>operativa</i>. A primeira,
por sua vez, se divide em<i>física especial </i>("que procura a causa
eficiente e material"), e em <i>metafísica</i> ("que
procura a causa final e a forma"). Pertencem pois à<i> física
operativa </i>as artes mecânicas. Acima das ciências filosóficas
particulares, Bacon põe uma ciência filosófica comum, denominando-a <i>philosophia
prima</i>. Esta não é a ontologia tradicional, a ciência do ser em geral, mas a
ciência dos princípios comuns às várias ciências.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin: 5.45pt 0cm 3.4pt; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O "Novum Organum"<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin: 5.45pt 0cm 3.4pt; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin-bottom: 4.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.75pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Entretanto, o que interessa mais a Bacon não é esta ciência dos
princípios comuns, e sim a ciência da natureza, e, portanto, o <i>Novum
organum</i>, que deveria conter precisamente as regras para a construção da
ciência da natureza. Como é sabido, Bacon reivindica, contra <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htm"><span style="color: blue;">Aristóteles</span></a> e a <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/escolastica.htm"><span style="color: blue;">Escolática</span></a>, o método indutivo. Aristóteles
e <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/aquino.htm"><span style="color: blue;">Tomás de Aquino</span></a> afirmaram claramente este
método, e até o reconheceram como único procedimento inicial do conhecimento
humano; entretanto a eles interessavam muito mais as causas do que a
experiência, o que transcende a experiência do que a experiência; muito mais a
metafísica do que a ciência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin-bottom: 4.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.75pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Segundo Bacon, o verdadeiro método da indução científica compreende uma
parte negativa ou crítica, e uma parte positiva ou construtiva. A <i>parte
negativa</i> consiste, antes de tudo, em alertar a mente contra os erros
comuns, quando procura a conquista da ciência verdadeira. Na sua linguagem
imaginosa Bacon chama as causas destes erros comuns, fantasmas - <i>idola</i> -
e os divide em quatro grupos fundamentais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin-bottom: 4.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.75pt;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">1)</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> <i>Idola tribus</i>, a saber, os erroa da raça humana
"fundamentados em a natureza como tal" (não se sabe, pois, o
verdadeiro porquê);<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin-bottom: 4.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.75pt;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">2)</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> <i>Idola specus</i> (por alusão à caverna de <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/platao.htm"><span style="color: blue;">Platão</span></a>)
determinados pelas disposições subjetivas de cada um;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin-bottom: 4.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.75pt;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">3)</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> <i>Idola fori</i>, erros da praça, provenientes do comércio social
ou da linguagem imperfeita;<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin-bottom: 4.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.75pt;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">4)</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> <i>Idola theatri</i>, isto é, os erros provenientes das escolas
filosóficas, que substituem o mundo real por um mundo fantástico, por um jogo
cênico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin-bottom: 4.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.75pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Desembaraçado o terreno destes erros, Bacon passa a tratar da <i>natureza
positiva</i>, construtiva, da <i>genuína interpretação da natureza</i> para
dominá-la. Mas, para tanto, é mister conhecer as que Bacon chama de ><i>formas</i>,
isto é, os princípios imanentes, causa e lei da ação e da ordem das <i>naturezas</i>.
As naturezas são precisamente os fenômenos experimentais, objeto da física
especial (luz, calor, pêso, etc.); as formas são leis genéticas e organizadoras
das naturezas, as essências ou causas formais, objeto da metafísica de Bacon.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin-bottom: 4.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.75pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Esta pesquisa, esta passagem das naturezas às formas, dos fenômenos às
essências - bem conhecida pela filosofia tradicional - é determinada por Bacon,
segundo um método preciso, desconhecido dos predecessores, nas famosas <i>tabulae</i> baconianas.
Para determinar de um modo certo as causas e as leis dos fenômenos - isto é, as
formas das naturezas - Bacon recolhe, antes de tudo, o maior número possível de
exemplos, em que um determinado fenômeno aparece; depois enumera os casos que
mais se assemelham às primeiras, em que, porém, o mesmo fenômeno não aparece.
Enfim registra o aumentar ou o diminuir do fenômeno em questão, quer no mesmo
objeto, quer em objetos diferentes. Têm-se, desta maneira, três espécies de
registros ou tabelas:<b> 1)</b>tabelas de <i>presença</i>;<b> 2)</b> tabelas
de <i>ausência</i>; <b>3)</b> tabelas de<i> gradações</i>.
É evidente que nos casos onde uma determinada natureza ou fenômeno aparecem, aí
se encontrará também a sua causa e lei; nos casos em que o fenômeno não se
manifesta, aí faltará também a sua causa e lei; e nos casos onde o fenômeno
aumenta ou diminui, aí aumentará ou diminuirá também a sua causa e lei. A causa
(forma) dos fenômenos (naturezas) será procurada, portanto, com base nos fenômenos
presentes na primeira tabela; não sendo fácil, a princípio, ter-se tabelas
completas e isolar as naturezas simples, e desta maneira pôr em evidência a
causa, é mister estabelecê-la por <i>hipótese</i>, que será, em seguida,
averiguada pelas experimentações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 12.9pt; margin-bottom: 4.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 4.75pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Essa gnosiologia, metodologia (empírica) é baseada em uma metafísica,
uma física materialista e, mais precisamente, atomista, bastante semelhante à
de Demócrito. O mundo material é constituído de corpúsculos, qualitativamente
idênticos, diversos apenas por grandeza, forma e posição. Estes corpúsculos são
animados por uma força, em virtude da qual se agrupam em determinados
complexos, que constituem as formas baconianas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br />
<br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin: 6pt 0cm 3.75pt; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O Pensamento de John Locke<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin: 5.25pt 0cm; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Locke julga, como Bacon, que o fim da filosofia é prático. Entretanto -
diversamente de Bacon, que julgava fim da filosofia o conhecimento da natureza
para dominá-la (fim econômico) - Locke pensa que o fim da filosofia é
essencialmente moral; quer dizer: a filosofia deve proporcionar uma norma
racional para a vida do homem. E, como os seus predecessores empiristas, ele
sente, antes de mais nada, a necessidade de instituir uma investigação sobre o
conhecimento humano, elaborar uma <i>gnosiologia</i>, para achar um
critério de verdade. Podemos dizer que a sua filosofia se limita a este
problema gnosiológico, para logo passar a uma filosofia moral (e política,
pedagógica, religiosa), sem uma adequada e intermédia metafísica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Locke não parte, realisticamente, do ser, e sim, fenomenisticamente, do
pensamento. No nosso pensamento acham-se apenas <i>idéias</i> (no
sentido genérico das <i>representações</i>): qual é a sua origem e o seu
valor? Locke exclui absolutamente as idéias e os princípios que deles se
formam, derivam da experiência; antes da experiência o espírito é como uma
folha em branco, uma <i>tabula rasa</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No entanto, a experiência é dúplice: externa e interna. A primeira
realiza-se através da <i>sensação</i>, e nos proporciona a representação
dos objetos (chamados) externos: cores, sons, odores, sabores, extensão, forma,
movimento, etc. A segunda realiza-se através da<i> reflexão</i>, que nos
proporciona a representação das próprias operações exercidas pelo espírito
sobre os objetos da sensação, como: conhecer, crer, lembrar, duvidar, querer,
etc. Nas idéias proporcionadas pela sensibilidade externa, Locke distingue as
qualidades <i>primárias</i>, absolutamente <i>objetivas</i>, e as
qualidades <i>secundárias</i>, <i>subjetivas</i>(objetivas apenas em
sua causa).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">As idéias ou representações dividem-se em idéias <i>simples</i> e
idéias <i>complexas</i>, que são uma combinação das primeiras. Perante as
idéias simples - que constituem o material primitivo e fundamental do
conhecimento - o espírito é puramente passivo; pelo contrário, é ele ativo na
formação das idéias complexas. Entre estas últimas, a mais importante é a <i>substância</i>:
que nada mais seria que uma coleção constante de idéias simples, referida pelo
espírito a um misterioso substrato unificador. O espírito é também ativo nas
sínteses que são as <i>idéias de relação</i>, e nas análises que são
as <i>idéias gerais</i>. Às idéias de ralação pertencem as relações
temporais e espaciais e de idéias simples dos complexos a que pertencem e da
universalização da idéia assim isolada, obtendo-se, desse modo, a idéia
abstrata (por exemplo, a brancura). Locke é, mais ou menos, nominalista:
existem, propriamente, só indivíduos com uma essência individual, e as idéias
gerais não passam de nomes, que designam caracteres comuns a muitos indivíduos.
Entretanto, os nomes que designam uma idéia abstrata, isto é, uma propriedade
semelhante em muitas coisas, têm um valor e um escopo práticos: auxiliar os
homens a se conduzirem na vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Dado o nominalismo de Locke, compreende-se como, para ele, é impossível
a ciência verdadeira da natureza, considerada como conhecimento das leis
universais e necessárias. Locke julga também inaplicável à natureza a
matemática - reconhecendo-lhe embora o caráter de verdadeira ciência - isto é,
não acredita na físico-matemática, à maneira de <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/galileu.htm"><span style="color: blue;">Galileu</span></a>.
Entretanto, mesmo que a ciência da natureza não nos desse senão a
probabilidade, a opinião, seria útil enquanto prática.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Até aqui foram analisados e descritos os conteúdos de consciência. É
mister agora propor a questão do seu valor lógico. Costuma-se dizer que as
idéias são "verdadeiras ou falsas"; melhor seria chamá-las
"justas ou erradas", porque, propriamente, "a verdade e a
falsidade pertencem às proposições", em que se afirma ou se nega uma
relação entre duas idéias. E esta relação, afirmada ou negada, pode ser
precisamente falsa ou verdadeira. O conhecimento da relação positiva ou
negativa entre as idéias é, segundo Locke, de dois tipos: <i>intuitivo</i>e <i>demonstrativo</i>.
No primeiro caso a relação é colhida intuitiva, imediata e evidentemente. Por
exemplo: 3 = 2 + 1. No segundo caso a relação é colhida mediatamente,
recorrendo às idéias intermediárias, ao raciocínio. Por exemplo: a existência
de Deus demonstrada pela nossa existência e pelo princípio de causalidade.
Naturalmente, a demonstração é inferior à intuição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin: 6pt 0cm 3.75pt; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Idéias Metafísicas<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin: 5.25pt 0cm; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Estamos, porém, ainda fechados no mundo subjetivo, fenomênico; de fato,
tratou-se, até agora, de relações positivas ou negativas, concordes ou
desacordes com as idéias. Podemos nós sair desse mundo subjetivo e atingir o
mundo objetivo, isto é, podemos conhecê-lo imediatamente ou mediatamente na sua
existência e na sua natureza? Locke afirma-o, sem mostrar, entretanto, como
este conhecimento do mundo externo possa concordar com a sua geral
(fenomenista) concepção e definição do conhecimento. É a sólita posição de um
fenomenismo ainda não plenamente consciente de si mesmo. Corta as relações com
o ser e vai para o fenomenismo absoluto, mas tem ainda saudade desse ser do
qual se isolou.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Em todo caso, Locke acredita poder atingir, antes de tudo, o nosso ser,
depois o de Deus, e, finalmente, o das coisas. O <i>nosso ser</i> seria <i>intuitivamente</i> percebido
através da reflexão. A existência <i>de Deus</i> seria
racionalmente <i>demonstrada</i> mediante o princípio de <i>causa</i>,
partindo do conhecimento imediato de uma outra existência (a nossa). A
existência das <i>coisas</i>, alfim, seria <i>sentida</i>invencivelmente,
porque nos sentimos <i>passivos</i> em nossas sensações, que deveriam
ser causadas por seres externos a nós.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Entretanto, pelo que diz respeito ao nosso ser, é mister ter presente
que nós não conhecemos intuitivamente a substância da alma, e sim as suas
atividades. Pelo que diz respeito a Deus, a prova da sua existência vale, se
vale absolutamente o princípio de causa - o que Locke não demonstrou. Enfim,
pelo que diz respeito às coisas externas, mesmo admitida a prova aduzida por
Locke - segundo a confissão do próprio filósofo - tal prova vale apenas pelo que
concerne à existência das coisas, e não pelo que concerne à natureza delas. De
fato, segundo a filosofia de Locke, não sabemos se as idéias da natureza das
coisas correspondem à realidade das coisas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin: 6pt 0cm 3.75pt; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Moral e Política<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin: 6pt 0cm 3.75pt; text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin: 5.25pt 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Locke não admite, naturalmente, idéias e princípios inatos nem sequer no
campo da moral. A sua <i>moral</i>, todavia, é muito mais intelectualista
do que empirista, pois ele lhe reconhece o caráter de verdadeira ciência,
universal e necessária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Entretanto, não basta ter construído uma moral em abstrato, embora
racional. É preciso torná-la praticamente eficaz, isto é, faz-se mister uma
obrigação moral, que se imponha à nossa vontade. Ora, visto que é natural, no
homem, a tendência para o próprio bem-estar, é natural que ele seja atingido
pelas penas, pelas sanções, que precisamente lhe impedem tal realização. Que
parte tem a liberdade da vontade em tudo isto? Locke nega, propriamente, o
livre arbítrio, porquanto nós nos inclinamos necessariamente para um bem
determinado e devemos desejar o bem maior.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Quanto à<i> política</i>, Locke deriva a lei civil da lei natural,
racional, moral, em virtude da qual todos os homens - como seres racionais -
são livre iguais, têm direito à vida e à propriedade; e, entretanto na vida
política, não podem renunciar a estes direitos, sem renunciar à própria
dignidade, à natureza humana. Locke admite um originário estado de natureza
antes do estado civilizado. Não, porém, no sentido brutal e egoísta de
inimizade universal, como dizia <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/hobbes.htm"><span style="color: blue;">Hobbes</span></a>;
mas em um sentido moral, em virtude do qual cada um sente o dever racional de
respeitar nos outros a mesma personalidade que nele se encontra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Também Locke admite a passagem do estado de natureza ao estado
civilizado, porquanto, no primeiro, falta a certeza e a regularidade da defesa
e da punição, que existe no segundo, graças à autoridade do superior.
Entretanto, estipulando este contrato social, os indivíduos não renunciam a
todos os direitos, porquanto os direitos que constituem a natureza humana
(vida, liberdade, bens), são inalienáveis; mas renunciam unicamente ao direito
de defesa e de fazer justiça, para conseguir que os direitos inalienáveis sejam
melhor garantidos. Antes, se o estado violasse esses direitos inalienáveis, os indivíduos
teriam o direito e o dever de a ele resistir e de se revoltar contra o poder
usurpador. A doutrina política de Locke, contida no seu <i>Tratado sobre o
Governo Civil</i>, é a expressão teórica do constitucionalismo liberal inglês,
em contraste com a doutrina do absolutismo naturalista de Hobbes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 6.0pt; mso-outline-level: 2;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Idéias Pedagógicas<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Com respeito à religião, Locke toma uma atitude racionalista moderada.
Admite uma religião natural, exigível também politicamente, porquanto
fundamentada na razão. E professa a tolerância a respeito das religiões
particulares, históricas, positivas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Locke interessou-se especialmente pelos <i>problemas pedagógicos</i>,
escrevendo os <i>Pensamentos sobre a Educação</i>. Aí afirma a nossa
passividade, pois nascemos todos ignorantes e recebemos tudo da experiência;
mas, ao mesmo tempo, afirma a nossa parte ativa, enquanto o intelecto constrói
a experiência, elaborando as idéias simples.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 14.25pt; margin-bottom: 5.25pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 5.25pt;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Afirma-se que todos nascemos iguais, dotados de razão; mas, ao mesmo
tempo, todos temos temperamentos diferentes, que devem ser desenvolvidos de
conformidade com o temperamento de cada um. Esta educação individual não
exclui, mas implica a educação, a formação social, para ampliar, enriquecer a
própria personalidade. Tem muita importância a obra do educador, mas é
fundamental a colaboração do discípulo, pois trata-se da formação do intelecto,
da razão, que é, necessariamente, autônoma. A formação educacional consiste,
portanto, fundamentalmente, no desenvolvimento do intelecto mediante a moral,
precisamente pelo fato de que se trata de formar seres conscientes, livres,
senhores de si mesmos. Por conseguinte, a educação deve ser formativa,
desenvolvendo o intelecto, e não informativa, erudita, mnemônica. Igualmente
Locke é fautor de educação física, mas como o meio para o domínio de si mesmo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">EXERCÍCIOS<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1. UEL.
Segundo Francis Bacon, "são de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a
mente humana. Para melhor apresentá-los, lhes assinamos nomes, a saber: Ídolos
da Tribo; Ídolos da Caverna; Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro".<br />
Fonte: BACON, F. Novum Organum. Tradução de José Aluysio Reis de Andrade. São
Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 21.<br />
<br />
Com base nos conhecimentos sobre Bacon, os Ídolos da Tribo são:<br />
a) Os ídolos dos homens enquanto indivíduos.<br />
b) Aqueles provenientes do intercurso e da associação recíproca dos
indivíduos.<br />
c) Aqueles que imigraram para o espírito dos homens por meio das diversas
doutrinas filosóficas.<br />
d) Aqueles que chegam ao espírito humano por meio de regras viciosas de
demonstração.<br />
e) Aqueles fundados na própria natureza humana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">2. ENEM.
Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade,
como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa
expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e
Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de
um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de
enriquecer sua vida, física e culturalmente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">CUPANI,
A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia.
São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Autores da
filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista
concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das
intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) expor
a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda
existentes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) oferecer
a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi
da filosofia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) ser
a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam
o progresso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) explicitar
as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos
éticos e religiosos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) explicar
a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates
acadêmicos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3. UEL. A
figura do homem que triunfa sobre a natureza bruta (Fig. 5) é significativa
para se pensar a filosofia de Francis Bacon (1561-1626). Com base no pensamento
de Bacon, considere as afirmativas a seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">I. O homem
deve agir como intérprete da natureza para melhor conhecê-la e dominá-la em seu
benefício.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">II. O
acesso ao conhecimento sobre a natureza depende da experiência guiada por
método indutivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">III. O
verdadeiro pesquisador da natureza é um homem que parte de proposições gerais
para, na sequência e à luz destas, clarificar as premissas menores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">IV. Os
homens de experimentos processam as informações à luz de preceitos dados a
priori pela razão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Assinale a
alternativa correta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) Somente
as afirmativas I e II são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) Somente
as afirmativas II e IV são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) Somente
as afirmativas III e IV são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) Somente
as afirmativas I, II e III são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) Somente
as afirmativas I, III e IV são corretas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">4. UEL.
Leia o texto a seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">
O pensamento moderno caracteriza-se pelo crescente abandono da ciência
aristotélica. Um dos pensadores modernos desconfortáveis com a lógica dedutiva
de Aristóteles – considerando que esta não permitia explicar o progresso do
conhecimento científico – foi Francis Bacon. No livro Novum Organum, Bacon
formulou o método indutivo como alternativa ao método lógico-dedutivo
aristotélico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com base
no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Bacon, é correto afirmar que
o método indutivo consiste<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) na
derivação de consequências lógicas com base no corpo de conhecimento de um dado
período histórico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) no
estabelecimento de leis universais e necessárias com base nas formas válidas do
silogismo tal como preservado pelos medievais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) na
postulação de leis universais com base em casos observados na experiência, os
quais apresentam regularidade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) na
inferência de leis naturais baseadas no testemunho de autoridades científicas
aceitas universalmente. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) na
observação de casos particulares revelados pela experiência, os quais impedem a
necessidade e a universalidade no estabelecimento das leis
naturais. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">5. PUC.
São de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana. Para melhor
apresentá-los, assinalamos os nomes: Ídolos da Tribo, Ídolos da Caverna, Ídolos
do Foro e Ídolos do Teatro.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Fonte:
BACON. Novum Organum..., São Paulo: Nova Cultural, 1999, p.33.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">É
correto afirmar que para Bacon: <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) Os
Ídolos da Tribo e da Caverna são os conhecimentos primitivos que herdamos dos
nossos antepassados mais notáveis. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) Os
Ídolos do Teatro são todos os grandes atores que nos influenciam na vida
cotidiana. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) Os
Ídolos do Foro são as ideias formadas em nós por meio dos nossos
sentidos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) Através
dos Ídolos, mesmo considerando que temos a mente bloqueada, podemos chegar à
verdade. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) Os
Ídolos são falsas noções e retratam os principais motivos pelos quais erramos
quando buscamos conhecer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">6. Ciência
e poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o
efeito. Pois a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. E o que à
contemplação apresenta-se como causa é regra na prática.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Fonte:
BACON. Novum Organum..., São Paulo: Nova Cultural, 1999, p.40.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Tendo em
vista o texto acima, assinale a alternativa correta:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) Bacon
estabelece que a melhor maneira de explicar os fenômenos naturais é recorrer
aos princípios inatos da razão. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) Através
do conhecimento científico, o homem aprende a aceitar o domínio dos princípios
metafísicos de causalidade sobre a natureza. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) O
conhecimento da natureza depende do poder do homem. Assim um rei conhece mais
sobre a natureza do que um pobre estudante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) Através
da contemplação - observação – da natureza o homem aprende a conhecê-la e,
então, reúne condições para dominar a natureza. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) Devemos
ser práticos e obedecer à natureza, pois o conhecimento das relações de causa e
efeito é impossível e sempre frustrante. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">7. Ainda
sobre Locke, sabemos que é considerado o protagonista do empirismo, a teoria
normalmente chamada da "Tabula rasa" (lousa em branco). Esta teoria
afirma que todas as pessoas começam aprendem pela experiência, pela tentativa e
erro. Sobre essa teoria assinale a aternativa correta. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) O
individuo é um produto do meio que vive. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) O homem
já nasce com um conhecimento prévio. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) Não
somos influenciados pelo meio em que vivemos. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) Já
nascemos predestinados a ser o que somos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">8.
"Todas as idéias derivam da sensação ou reflexão. Suponhamos que a mente
é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem
quaisquer idéias; como ela será suprida? (...) De onde apreende todos os
materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da
experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente
o próprio conhecimento." (LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento
humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 165).<br />
Assinale o que for correto.<br />
01) Para John Locke, embora nosso conhecimento se origine na experiência, nem
todo ele deriva da experiência. No entendimento, existem idéias inatas
abstraídas das coisas pela reflexão.<br />
02) Como seguidor de Descartes, John Locke assume a diferença entre
conhecimento verdadeiro, que é puramente intelectual e infalível, e
conhecimento sensível, que, por depender da sensação, é suscetível de
erro.<br />
04) John Locke é o iniciador da teoria do conhecimento em sentido estrito, pois
se propôs, no Ensaio acerca do entendimento humano, a investigar explicitamente
a natureza, a origem e o alcance do conhecimento humano.<br />
08) Para John Locke, todo nosso conhecimento provém e se fundamenta na
experiência. As impressões formam as idéias simples; a reflexão sobre as idéias
simples, ao combiná-las, formam idéias complexas, como substância, Deus, alma
etc.<br />
16) John Locke distingue as qualidades do objeto em qualidades primárias
(solidez, extensão, movimento etc.) e qualidades secundárias (cor, odor, sabor
etc.); as primeiras existem realmente nas coisas, as segundas são relativas e
subjetivas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span class="apple-converted-space"><span style="background: whitesmoke; color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">1E 2C 3A 4C 5E 6D 7A
8 (4,8,16)</span></span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-50363084907138935292018-07-13T17:39:00.000-07:002018-07-13T17:39:16.463-07:00O racionalismo de Descartes – teoria do conhecimento e a hipótese do sonho<br />
<div class="WordSection1">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw2oqDwPEIJq4TnpasoHTVngqsiKoNU9ZvyzQcndrwugNaGe4NJBc-J1EiaqUuu5T0KQ4onpaDujfngr1V9-bcagPktEp4g_1BY8C-FgKN4KOEa3dDkm1KzGwI-toJ1hnYvdJzHFX8UkdT/s1600/Ren%25C3%25A9-descartes-600x264.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="264" data-original-width="600" height="175" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw2oqDwPEIJq4TnpasoHTVngqsiKoNU9ZvyzQcndrwugNaGe4NJBc-J1EiaqUuu5T0KQ4onpaDujfngr1V9-bcagPktEp4g_1BY8C-FgKN4KOEa3dDkm1KzGwI-toJ1hnYvdJzHFX8UkdT/s400/Ren%25C3%25A9-descartes-600x264.png" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="WordSection2">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A
Metafísica<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">No Discurso
sobre o Método, Descartes pensa sobretudo na ciência. Para bem compreender sua
metafísica, é necessário ler as Meditações.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1. -
Todos sabem que Descartes inicia seu itinerário espiritual com a dúvida. Mas é
necessário compreender que essa dúvida tem um outro alcance que a dúvida
metódica do cientista. Descartes duvida voluntária e sistematicamente de tudo,
desde que possa encontrar um argumento, por mais frágil que seja. Por
conseguinte, os instrumentos da dúvida nada mais são do que os auxiliares
psicológicos, de uma ascese, os instrumentos de um verdadeiro "exército
espiritual". Duvidemos dos sentidos, uma vez que eles freqüentemente nos
enganam, pois, diz Descartes, nunca tenho certeza de estar sonhando ou de estar
desperto! (Quantas vezes acreditei-me vestido com o "robe de
chambre", ocupado em escrever algo junto à lareira; na verdade,
"estava despido em meu leito").<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Duvidemos
também das próprias evidências científicas e das verdades matemáticas! Mas quê?
Não é verdade - quer eu sonhe ou esteja desperto - que 2 + 2 = 4? Mas se um
gênio maligno me enganasse, se Deus fosse mau e me iludisse quanto às minhas
evidências matemáticas e físicas? Tanto quanto duvido do Ser, sempre posso
duvidar do objeto (permitam-me retomar os termos do mais lúcido intérprete de
Descartes, Ferdinand Alquié).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">2. -
Existe, porém, uma coisa de que não posso duvidar, mesmo que o demônio queira
sempre me enganar. Mesmo que tudo o que penso seja falso, resta a certeza de
que eu penso. Nenhum objeto de pensamento resiste à dúvida, mas o próprio
ato de duvidar é indubitável. "Penso, cogito, logo existo, ergo
sum" . Não é um raciocínio (apesar do logo, do ergo), mas uma intuição,
e mais sólida que a do matemático, pois é uma intuição metafísica,
metamatemática. Ela trata não de um objeto, mas de um ser. Eu penso, Ego cogito
(e o ego, sem aborrecer Brunschvicg, é muito mais que um simples acidente
gramatical do verbo cogitare). O cogito de Descartes, portanto, não é, como já
se disse, o ato de nascimento do que, em filosofia, chamamos de idealismo (o
sujeito pensante e suas idéias como o fundamento de todo conhecimento), mas a
descoberta do domínio ontológico (estes objetos que são as evidências
matemáticas remetem a este ser que é meu pensamento).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3. -
Nesse nível, entretanto, nesse momento de seu itinerário espiritual, Descartes
é solipsista. Ele só tem certeza de seu ser, isto é, de seu ser pensante (pois,
sempre duvido desse objeto que é meu corpo; a alma, diz Descartes nesse
sentido, "é mais fácil de ser conhecida que o corpo").<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">É
pelo aprofundamento de sua solidão que Descartes escapará dessa solidão. Dentre
as idéias do meu cogito existe uma inteiramente extraordinária. É a idéia de
perfeição, de infinito. Não posso tê-la tirado de mim mesmo, visto que sou
finito e imperfeito. Eu, tão imperfeito, que tenho a idéia de Perfeição,
só posso tê-la recebido de um Ser perfeito que me ultrapassa e que é o autor do
meu ser. Por conseguinte, eis demonstrada a existência de Deus. E nota-se que
se trata de um Deus perfeito, que, por conseguinte, é todo bondade. Eis o
fantasma do gênio maligno exorcizado. Se Deus é perfeito, ele não pode ter
querido enganar-me e todas as minhas idéias claras e distintas são garantidas
pela veracidade divina. Uma vez que Deus existe, eu então posso crer na
existência do mundo. O caminho é exatamente o inverso do seguido por <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/aquino.htm">São Tomás</a>. Compreenda-se
que, para tanto, não tenho o direito de guiar-me pelos sentidos (cujas
mensagens permanecem confusas e que só têm um valor de sinal para os instintos
do ser vivo). Só posso crer no que me é claro e distinto (por exemplo: na
matéria, o que existe verdadeiramente é o que é claramente pensável, isto é, a
extensão e o movimento). Alguns acham que Descartes fazia um circulo vicioso: a
evidência me conduz a Deus e Deus me garante a evidência! Mas não se trata da
mesma evidência. A evidência ontológica que, pelo cogito, me conduz a Deus
fundamenta a evidência dos objetos matemáticos. Por conseguinte, a metafísica
tem, para Descartes, uma evidência mais profunda que a ciência. É ela que
fundamenta a ciência (um ateu, dirá Descartes, não pode ser geômetra!).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">4. -
A Quinta meditação apresenta uma outra maneira de provar a existência de Deus.
Não mais se trata de partir de mim, que tenho a idéia de Deus, mas antes da
idéia de Deus que há em mim. Apreender a idéia de perfeição e afirmar a
existência do ser perfeito é a mesma coisa. Pois uma perfeição não-existente
não seria uma perfeição. É o argumento ontológico, o argumento de Santo Anselmo
que Descartes (que não leu Santo Anselmo) reencontra: trata-se, ainda aqui,
mais de uma intuição, de uma experiência espiritual (a de um infinito que me
ultrapassa) do que de um raciocínio.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O
Método<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Descartes
quer estabelecer um método universal, inspirado no rigor matemático e em suas
"longas cadeias de razão".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1. -
A primeira regra é a evidência : não admitir "nenhuma coisa como
verdadeira se não a reconheço evidentemente como tal". Em outras palavras,
evitar toda "precipitação" e toda "prevenção"
(preconceitos) e só ter por verdadeiro o que for claro e distinto, isto é, o
que "eu não tenho a menor oportunidade de duvidar". Por conseguinte,
a evidência é o que salta aos olhos, é aquilo de que não posso duvidar, apesar
de todos os meus esforços, é o que resiste a todos os assaltos da dúvida,
apesar de todos os resíduos, o produto do espírito crítico. Não, como diz bem
Jankélévitch, "uma evidência juvenil, mas quadragenária".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">2. -
A segunda, é a regra da análise: "dividir cada uma das dificuldades
em tantas parcelas quantas forem possíveis".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3. -
A terceira, é a regra da síntese : "concluir por ordem meus
pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer
para, aos poucos, ascender, como que por meio de degraus, aos mais
complexos".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">4. -
A última á a dos "desmembramentos tão complexos... a ponto de estar certo
de nada ter omitido".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Se
esse método tornou-se muito célebre, foi porque os séculos posteriores viram
nele uma manifestação do livre exame e do racionalismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) Ele
não afirma a independência da razão e a rejeição de qualquer autoridade? "<a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htm">Aristóteles</a> disse"
não é mais um argumento sem réplica! Só contam a clareza e a distinção das
idéias. Os filósofos do século XVIII estenderão esse método a dois domínios de
que Descartes, é importante ressaltar, o excluiu expressamente: o político e o
religioso (Descartes é conservador em política e coloca as "verdades da
fé" ao abrigo de seu método).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) O
método é racionalista porque a evidência de que Descartes parte não é, de modo
algum, a evidência sensível e empírica. Os sentidos nos enganam, suas indicações
são confusas e obscuras, só as idéias da razão são claras e distintas. O ato da
razão que percebe diretamente os primeiros princípios é a intuição. A dedução
limita-se a veicular, ao longo das belas cadeias da razão, a evidência
intuitiva das "naturezas simples". A dedução nada mais é do que uma
intuição continuada.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<span style="background: #E0F1FF; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br clear="all" style="mso-break-type: section-break; page-break-before: auto;" />
</span>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: #E0F1FF; color: black; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><b>EXERCÍCIOS</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1. UEL. É amplamente conhecido, na
história da filosofia, como Descartes coloca em dúvida todo o conhecimento, até
encontrar um fundamento inabalável; uma espécie de princípio de reconstituição
do conhecimento. Neste processo, Descartes elege uma regra metodológica que o
orientará na busca de novas verdades.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A regra geral que orientará
Descartes na busca de novas verdades é<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) a possibilidade do mundo
externo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) a possibilidade de unirmos corpo
e alma.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) a clareza e distinção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) a certeza dos juízos
matemáticos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e)
a idéia de que corpo e alma são entidades distintas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">2. (UFU). O texto abaixo é de René
Descartes (1596 – 1650). Leia-o com atenção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">“Mas, logo em seguida, adverti que,
enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que
eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: <i>eu penso,
logo existo</i>, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes
suposições dos céticos não seriam capazes de a abalar, julguei que podia
aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da filosofia que
procurava.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Descartes. Discurso do Método. <i>Coleção
Os Pensadores. </i>São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 41.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com base no pensamento de
Descartes, reponda o que se pede.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A) Por que o <i>cogito </i>é o
“primeiro princípio da filosofia” para Descartes?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">B) Qual é a relação entre o
procedimento da dúvida hiperbólica e a descoberta do <i>cogito </i>em
Descartes?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3. UFU.
"Além disso observei que os filósofos, ao empreenderem explicar, pelas
regras da sua lógica, coisas que são manifestas por si próprias, não fizeram
mais do que obscurecê-las".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(Descartes
- Princípios de Filosofia - trad. Alberto Ferreira, Lisboa, Guimarães
Editores)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Explique a
concepção de conhecimento em Descartes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">4. UFU.
Leia com atenção a exposição dos preceitos fundamentais do Método, feito
por Descartes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">“O
primeiro era de jamais acolher alguma coisa como verdadeira que não conhecesse
evidentemente como tal; (...). O segundo, o de dividir cada uma das
dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e quantas
necessárias fossem para melhor resolvê-las. O terceiro, o de conduzir por ordem
os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de
conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos
mais compostos, (...) e o último, o de fazer revisões tão gerais, que eu
tivesse a certeza de nada omitir.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">DESCARTES. Discurso
do Método. Coleção “Os Pensadores”. São Paulo: Abril Cultural, 1987.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A
efetivação do método ocorre graças ao esforço do pensamento que objetiva
descobrir a verdade das coisas existentes. Tomando o texto de Descartes por
referência, indique as quatro operações mentais que cada um deve fazer para
executar o método proposto pelo filósofo francês.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">5. UEL. “Tomemos
[...] este pedaço de cera que acaba de ser tirado da colméia: ele não perdeu
ainda a doçura do mel que continha, retém ainda algo do odor das flores de que
foi recolhido; sua cor, sua figura, sua grandeza, são patentes; é duro, é frio,
tocamo-lo e, se nele batermos, produzirá algum som. Enfim, todas as coisas que
podem distintamente fazer conhecer um corpo encontram-se neste. Mas eis que,
enquanto falo, é aproximado do fogo: o que nele restava de sabor exala-se, o
odor se esvai, sua cor se modifica, sua figura se altera, sua grandeza aumenta,
ele torna-se líquido, esquenta-se, mal o podemos tocar e, embora nele batamos,
nenhum som produzirá. A mesma cera permanece após essa modificação? Cumpre
confessar que permanece: e ninguém o pode negar. O que é, pois, que se conhecia
deste pedaço de cera com tanta distinção? Certamente não pode ser nada de tudo
o que notei nela por intermédio dos sentidos, visto que todas as coisas que se
apresentavam ao paladar, ao olfato, ou à visão, ou ao tato, ou à audição,
encontravam-se mudadas e, no entanto, a mesma cera permanece.” (DESCARTES,
René. Meditações. Trad. De Jacó Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo:
Nova Cultural, 1996. p. 272.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com base
no texto, é correto afirmar que para Descartes:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) Os
sentidos nos garantem o conhecimento dos objetos, mesmo considerando as
alterações em sua aparência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) A causa
da alteração dos corpos se encontra nos sentidos, o que impossibilita o
conhecimento dos C mesmos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) A
variação no modo como os corpos se apresentam aos sentidos revela que o
conhecimento destes excede o conhecimento sensitivo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) A
constante variação no modo como os corpos se apresentam aos sentidos comprova a
inexistência dos mesmos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) A
existência e o conseqüente conhecimento dos corpos têm como causa os sentidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">6. UEL. “E
quando considero que duvido, isto é, que sou uma coisa incompleta e dependente,
a idéia de um ser completo e independente, ou seja, de Deus, apresenta-se a meu
espírito com igual distinção e clareza; e do simples fato de que essa idéia se
encontra em mim, ou que sou ou existo, eu que possuo esta idéia, concluo tão
evidentemente a existência de Deus e que a minha depende inteiramente dele em
todos os momentos da minha vida, que não penso que o espírito humano possa
conhecer algo com maior evidência e certeza”. (DESCARTES, René. Meditações.
Trad. de Jacó Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
p. 297-298.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com base
no texto, é correto afirmar:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) O
espírito possui uma idéia obscura e confusa de Deus, o que impede que esta
idéia possa ser conhecida com evidência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) A idéia
da existência de Deus, como um ser completo e independente, é uma conseqüência
dos limites do espírito humano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) O
conhecimento que o espírito humano possui de si mesmo é superior ao
conhecimento de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) A única
certeza que o espírito humano é capaz de provar é a existência de si mesmo,
enquanto um ser que pensa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) A
existência de Deus, como uma idéia clara e distinta, é impossível de ser
provada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">GABARITO –
1C 2 SALA 3 SALA 4SALA 5C 6B<o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-73698082293820910842018-07-13T17:37:00.002-07:002018-07-13T17:37:34.185-07:00 A filosofia renascentista e o nascimento da modernidade –– A política – de Maquiavel<br />
<div class="WordSection1">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN8XBE8WJf0FrMvXocOrLXXzNrOGOmlGZgYfEmux-mpM9jlm9pE0QfjOIJ2khjNNSAuRHG1_iqKr52b8H2bWM4wyNxUPSMEgNONNkds_A6vP_JcQ2wZG90UOdIAY2jrqyHlC8bT5M4KzXO/s1600/maquiavel.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1200" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN8XBE8WJf0FrMvXocOrLXXzNrOGOmlGZgYfEmux-mpM9jlm9pE0QfjOIJ2khjNNSAuRHG1_iqKr52b8H2bWM4wyNxUPSMEgNONNkds_A6vP_JcQ2wZG90UOdIAY2jrqyHlC8bT5M4KzXO/s400/maquiavel.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
<div class="WordSection2">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O
Príncipe</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> foi
dedicado a Lourenço II (1492-1519), potentado da família dos Médicis e duque de
Urbino, mas ele não teve tempo de aprender-lhe as lições, pois faleceu logo
depois. Porém, outros souberam aproveitá-lo, como o caso do monarca inglês
Henrique VIII e o de Catarina de Médicis, rainha-mãe da França, que teria
seguido os ensinamentos de Maquiavel ao jogar católicos contra protestantes e
ordenar o famoso massacre de 1572. Com isso manteve a soberania para os filhos,
indolentes e incapazes de agir maquiavelicamente como a mãe. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">**********</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Na
Itália do Renascimento reinava grande confusão. A tirania imperava em pequenos
principados, governados despoticamente por casas reinantes sem tradição
dinástica ou de direitos contestáveis. A ilegitimidade do poder gera situações
de crise e instabilidade permanente, onde somente o cálculo político, a astúcia
e a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter o
príncipe. Esmagar ou reduzir à impotência a posição interna, atemorizar os
súditos para evitar a subversão e realizar alianças com outros principados
constituem o eixo da administração. Como o poder se funda exclusivamente em
atos de força, é previsível e natural que pela força seja deslocado deste para
aquele senhor. <b>Nem a religião, a tradição ou a vontade popular legitimam o
soberano, e assim ele tem de contar exclusivamente com sua energia criadora. A
ausência de um Estado central e a extrema multipolarização do poder criam um
vazio, que as mais fortes individualidades têm capacidade de ocupar.</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">***********</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A
clientela era constituída pela Igreja, Estados feudais, grandes senhores de
terras, cortes aristocráticas e camadas superiores da burguesia, assim como
pelas coroas representativas dos interesses dos novos Estados nacionais
europeus. As necessidades de consumos desses setores especializaram a economia
na produção de tecidos caros, no comércio de especiarias do Oriente e nos
negócios bancários com os potentados dos demais países. Essa solidariedade
entre a economia italiana e as condições e contradições características da
Europa medieval acarretará sua ruína, quando ocorrer a decadência da ordem
feudal. Por outro lado, a relativa facilidade com que os senhores feudais são
afastados do poder nos núcleos burgueses mais fortes elimina a necessidade de
unificação nacional como tarefa socialmente necessária. A burguesia dispensa o
monarca como peça essencial para submeter os senhores feudais, como ocorreu no
caso clássico da França. Ela mesma se concebe como aristocracia reinante, mas a
organização estatal resultante sofre de uma debilidade insanável, mostrando-se
totalmente incapaz de fazer frente aos gigantescos aparelhos de Estado, em vias
de aparecimento.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">ANÁLISE
GERAL DA OBRA - <i>O PRÌNCÍPE</i></span></b></div>
<div style="text-align: center;">
<table border="0" cellpadding="0" class="MsoNormalTable" style="text-align: center; width: 100%px;">
<tbody>
<tr>
<td style="padding: .75pt .75pt .75pt .75pt;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<i><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O
Príncipe</span></i><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> é
dirigido a um príncipe que esteja governando um Estado e o aconselha sobre
como manter seu governo da forma mais eficiente possível. Essa eficiência é a
ciência política de Maquiavel. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Ele
começa descrevendo os diferentes tipos de Estado e como cada tipo afeta a
forma de governo do príncipe. Também ensina como um príncipe pode conquistar
um Estado e manter o domínio sobre ele. Por exemplo, no caso dos principados
hereditários, por já estarem afeiçoados à família do príncipe, é mais fácil
de mantê-los: é só continuar agindo de acordo com seus antecessores. E mesmo
que o príncipe não seja bom e acabe perdendo o Estado, ele o readquire por
pior que seja o ocupante.</span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Entretanto,
o difícil é manter os principados novos que na verdade não são novos, e sim
mistos por terem sido incorporados a um Estado hereditário. Diz que "as
sua variações nascem principalmente de uma dificuldade comum a todos os
principados novos, a saber, que os homens mudam de boa vontade de senhor,
supondo melhorar, e estas crenças os fazem tomar armas contra o senhor atual.
De fato, enganam-se e vêem por experiência própria haverem piorado. Isso
depende de outra necessidade natural e ordinária que faz com que um novo
príncipe careça ofender os novos súditos com a sua tropa e por meio de infindas
injúrias, que acarreta uma recente conquista." (MAQUIAVEL. 1996) </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Portanto,
são inimigos do príncipe todas as pessoas que se sentiram ofendidas com a
ocupação do principado. Também não se pode ter como amigo aqueles que o
colocaram ali, pois estes não podem ser satisfeitos como pensavam. Porém é
necessário ter cuidados e não usar contra eles "remédios fortes",
pois o príncipe depende deles, e mesmo que tenha um exército forte é necessário
a ajuda dos habitantes para entrar numa província. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">É
interessante notar que Maquiavel apresenta os problemas e as dificuldades, e
isso tudo é demonstrado de uma forma que perece não haver solução. Porém, logo
em seguida ele apresenta não só a solução para os problemas como também
conselhos, os quais o governante deve seguir se quiser ser bem sucedido.</span></b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"> Seguindo o mesmo raciocínio, se um príncipe anexa
um Estado a outro mais antigo, e sendo este da mesma província e da mesma
língua, ele será facilmente conquistado. Porém, para mantê-lo deve-se extinguir
o sangue do antigo governante e não alterar as leis nem os impostos. Agindo
dessa forma, em pouco tempo está feita a união ao antigo Estado. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">No
entanto, surgem dificuldades quando se conquista uma província de costumes,
língua e leis diferentes. Nesse caso é preciso que o príncipe tenha habilidade
e sorte. O melhor é ir o príncipe habitá-la, pois assim poderá perceber os
problemas e tentar solucioná-los mais rapidamente. E estando o príncipe mais
perto, os súditos ficam satisfeitos, os ataques externos serão mais raros e é
muito mais difícil o príncipe perder a província, mas ele não fizer nada disso
ele só terá notícias delas quando esta já estiver perdida. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">"Outro
remédio eficaz é organizar colônias, em um ou dois lugares, as quais serão uma
espécie de grilhões postos à província, pois é necessário fazer isso, ou ter lá
muita força armada. <b>Com as colônias não se gasta muito, e sem grandes
despesas podem ser feitas e mantidas. Os únicos prejudicados com elas serão
aqueles a quem se tomam os campos e as casas, para dá-los aos novos habitantes.
Mas os prejudicados sendo minoria na população do Estado, e dispersos e
reduzidos à pobreza, não poderão causar dano ao príncipe, e os outros que não
foram prejudicados deverão por isso aquietar-se, por medo de que lhes aconteça
o mesmo.</b> Enfim, acho que essas colônias não custam muito e são fiéis;
ofendem menos, e também os ofendidos não podem ser nocivos ao príncipe, como se
explicou acima. <b>Deve-se notar que os homens devem ser mimados ou
exterminados, pois se se vingam de ofensas leves, das graves já não podem
fazê-lo. Assim, a injúria que se faz de ser tal, que não se tema a vingança.</b>
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Mas
conservando, em vez de colônias, força armada, gasta-se muito mais, e tem de
ser despendida nela toda a receita da província. A conquista torna-se, pois,
perda, e ofende muito mais, porque prejudica todo o Estado com as mudanças de
alojamento das tropas. Estes incômodos todos os sentem, e todos por fim se
tornam inimigos que podem fazer mal, ainda batido na própria casa, por estas
razões, pois, é inútil conservar força armada, ao contrário de manter colônias.
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Também
numa província diferente por línguas, costumes e leis, faça-se o príncipe de
chefe e defensor dos mais fracos, e trate de enfraquecer os poderosos da
própria província, além de guarda-se de que entre por a caso um estrangeiro tão
poderoso quanto ele." (MAQUIAVEL. 1996) </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A
passagem do livro citada acima é uma das mais interessantes, engraçadas e que
ao mesmo tempo não deixa de ser contemporânea. Como se pode notar, o autor
pensou nos mínimos detalhes para que o príncipe seja bem sucedido na sua
conquista. <b>E o mais interessante é que nesses parágrafos pode-se perceber
que, de acordo com os seus ensinamentos, os fins justificam os meios, muito
embora isso não esteja escrito dessa forma.</b> Entretanto, quando Maquiavel
afirma que quando se utiliza as colônias os únicos prejudicados serão aqueles
que perderem suas terras, mas estes sendo minoria não poderão prejudicar o
príncipe, ou seja, o meio utilizado para se fazer as colônias pode até não ser
o mais correto, mas se o fim for bom, o meio foi justificado. Um outro ponto
interessante é quando o autor diz que o príncipe deve se fazer defensor dos
mais fracos. O que na verdade ocorre hoje em dia, pois muitos políticos se
utilizam dessa tática para conquistar a confiança do povo e conseguir mais
votos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">No caso
de Estados que antes de serem conquistados estavam habituados a reger-se por
leis próprias e em liberdade, existem três formas, segundo Maquiavel, de manter
sua posse: arruiná-los, ir habitá-los ou deixá-los viver com suas leis,
arrecadando um tributo e criar um governo de poucos. No entanto, Maquiavel
chega a ser até engraçado ao dizer que <b>"em verdade não há garantia de
posse mais segura do que a ruína". Segundo ele, o príncipe que se torna
senhor de um Estado tradicionalmente livre e não o destrói será destruído.</b> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Um
outro detalhe muito importante que pode ser percebido no decorrer de toda obra
são os exemplos históricos. Maquiavel fundamenta toda a sua teoria na história
dos grandes homens e dos grandes feitos do passado. Segundo ele, "…os
homens trilham quase sempre estradas já percorridas. Um homem prudente deve
assim escolher os caminhos já percorridos pelos grandes homens e imitá-los; assim,
mesmo que não seja possível seguir fielmente esse caminho, nem pela imitação
alcançar totalmente as virtudes dos grandes, sempre se aproveita muita
coisa". (MAQUIAVEL. 1996) <b>O mais interessante é que, através desses
exemplos, ele comprova tudo o que está sendo dito e convence o leitor com os
seus argumentos que são muito pertinentes e se encaixam perfeitamente no que
ele está querendo dizer.</b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Outro aspecto
marcante de sua obra é quando são tratados os meios de se tornar príncipe, que
podem ser dois: pelo valor ou pela fortuna. Entretanto ele adverte que aqueles
que se tornaram príncipes pela fortuna tem muita dificuldade para se manter no
poder. Porém, a fortuna e o valor não são as únicas formas de se tornar
príncipe. Existem outras duas: pela maldade e por mercê do favor de seus
conterrâneos, <b>mas Maquiavel diz que os príncipes que realizaram matanças e
não tem nem piedade nem religião, podem até conquistar o mando, mas não a
glória.</b> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Analisaremos agora
a parte da obra relacionada aos gêneros de milícia. De acordo com Maquiavel, é
necessário a um príncipe estabelecer sólidos fundamentos; sem isso, segundo
ele, é certa a sua ruína. As principais bases que os Estados têm são boas leis
e boas armas. E as forças com que um príncipe mantém o seu Estado são próprias
ou mercenárias, auxiliares ou mistas. <b>As mercenárias e auxiliares são úteis
e perigosas. Se algum príncipe tiver o seu Estado apoiado em tal classe de
forças, não estará nunca seguro, porque essas tropas são ambiciosas,
indisciplinadas, infiéis, são insolentes para com os amigos e covardes perante
os inimigos. Isso porque o que as mantém em campo não é o amor, mas sim um
pequeno pagamento. Segundo Maquiavel, um dos problemas da Itália é ter sido
governada muitos anos com armas mercenárias.</b> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Com relação às
tropas auxiliares, de acordo com o autor, não são mais do que tropas inúteis e
quem valha-se dessas tropas quem não quiser vencer, pois elas são mais
perigosas do que as mercenárias. Para Maquiavel, os príncipes prudentes sempre
repeliram tais forças, para valer-se das suas próprias, preferindo antes perder
com estas a vencer com o auxilio das outras, considerando falsa a vitória com
forças alheias. <b>O príncipe não deve, pois ter outro objetivo nem outro
pensamento a não ser a guerra por ser esta a única arte que se espera de quem
comanda.</b> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 11.0pt;">O príncipe deve
desejar ser tido como piedoso e não como cruel. Daí surge uma questão muito
debatida: é melhor ser amado ou temido? A resposta de Maquiavel é que o melhor
é ser as duas coisas, mas como é difícil reunir ao mesmo tempo essas duas
qualidades, é muito melhor ser temido do que amado, quando se tenha que falhar
numa das duas.</span></b><span style="font-size: 11.0pt;"> "Os homens
hesitam menos em ofender aos que se fazem amar do que aos que se fazem temer,
porque o amor é mantido por um vínculo de obrigação, o qual, devido a serem os
homens pérfidos é rompido sempre que lhes aprouver, ao passo que o temor que se
infunde é alimentado pelo receio de castigo, que é um sentimento que não se
abandona nunca. Deve portanto o príncipe fazer-se temer de maneira que, se não
se fizer amado, pelo menos evite o ódio". (MAQUIAVEL. 1996) </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Maquiavel faleceu
sem ter visto realizados os ideais pelos quais se bateu durante toda a vida.
Também não viu concretizado, enquanto viveu, o ideal de uma Itália poderosa e
unificada. <b>Deixou, porém, um valioso legado: o conjunto de idéias elaborados
em cinco ou seis anos de meditação forçada pelo exílio. O objeto de suas
reflexões é a realidade política, pensada em termo de prática humana concreta,
e o centro maior de seu interesse é o fenômeno do poder formalizado na
instituição do Estado. Não se trata de estudar o tipo ideal de Estado, mas
compreender como as organizações políticas se fundam, se desenvolvem, persistem
e decaem.</b> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<b><span style="font-size: 11.0pt;">Talvez nem ele
mesmo soubesse avaliar a importância desses pensamentos dentro do panorama mais
amplo da história, pois especulou sempre sobre os problemas mais imediatos que
se apresentavam. Apesar disso, revolucionou a história das idéias políticas,
constituindo um marco que a dividiu em duas fases distintas.</span></b><span style="font-size: 11.0pt;"> </span></div>
</div>
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<br clear="all" style="page-break-before: auto;" />
</span>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif;">EXERCÍCIOS</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1. UNESP. o texto político, que
apresenta uma visão muito próxima de importantes reflexões do filósofo italiano
Maquiavel, um dos primeiros a apontar que os domínios da ética e da política
são práticas distintas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">“A política arruína o caráter”,
disse Otto von Bismarck (1815-1898), o “chanceler de ferro” da Alemanha, para
quem mentir era dever do estadista. Os ditadores que agora enojam o mundo ao
reprimir ferozmente seus próprios povos nas praças árabes foram colocados e
mantidos no poder por nações que se enxergam como faróis da democracia e dos
direitos humanos: Estados Unidos, Inglaterra e França. Isso é condenável? Os
ditadores eram a única esperança do Ocidente de continuar tendo acesso ao
petróleo árabe e de manter um mínimo de informação sobre as organizações
terroristas islâmicas. Antes de condenar, reflita sobre a frase do mais
extraordinário diplomata americano do século passado, George Kennan, morto aos
101 anos em 2005: “As sociedades não vivem para conduzir sua política externa:
seria mais exato dizer que elas conduzem sua política externa para viver”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(Veja, 02.03.2011. Adaptado.)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A associação entre o texto e as
ideias de Maquiavel pode ser feita, pois o filósofo</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(A) considerava a ditadura o modelo
mais apropriado de governo, sendo simpático à repressão militar sobre
populações civis.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(B) foi um dos teóricos da
democracia liberal, demonstrando-se avesso a qualquer tipo de manifestação de
autoritarismo por parte dos governantes.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(C) foi um dos teóricos do
socialismo científico, respaldando as ideias de Marx e Engels.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(D) foi um pensador escolástico que
preconizou a moralidade cristã como base da vida política.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(E) refletiu sobre a política
através de aspectos prioritariamente pragmáticos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">2. UEL. “Deveis saber, portanto,
que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela força. A</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">primeira é própria do homem; a
segunda, dos animais. [...] Ao príncipe torna-se necessário, porém, saber
empregar convenientemente o animal e o homem. [...] Sendo, portanto, um
príncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as
qualidades da raposa e do leão, pois este não tem defesa alguma contra os
laços, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os
laços e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões
não serão bem-sucedidos. Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve
guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas
que o determinaram cessem de existir”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Fonte: MAQUIAVEL, N. <b>O Príncipe</b>.
Tradução de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1993, cap, XVIII,
p.101-102.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Com base no texto e nos
conhecimentos sobre <i>O Príncipe </i>de Maquiavel, assinale a alternativa
correta:</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) Os homens não devem recorrer ao
combate pela força porque é suficiente combater recorrendo-se à lei.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) Um príncipe que interage com os
homens, servindo-se exclusivamente de qualidades morais, certamente terá êxito
em manter-se no poder.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) O príncipe prudente deve
procurar vencer e conservar o Estado, o que implica o desprezo aos valores
morais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) Para conservar o Estado, o
príncipe deve sempre partir e se servir do bem.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) Para a conservação do poder, é
necessário admitir a insuficiência da força representada pelo leão e a
importância da habilidade da raposa.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">3. UFU. Leia o seguinte fragmento
de <i>O Príncipe, </i>de Maquiavel, e faça o que se pede a seguir.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">E há de se entender o seguinte: que
um príncipe, e especialmente um príncipe novo, não pode observar todas as
coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo freqüentemente
forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a
religião. É necessário, por isso, que possua ânimo disposto a voltar-se para a
direção a que os ventos e as variações da sorte o impelirem, e, como disse mais
acima, não partir do bem, mas podendo, saber entrar para o mal, se a isso
estiver obrigado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">MAQUIAVEL, Nicolau. <i>O Príncipe</i>.
São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 80. <i>Coleção Os Pensadores</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A) Extraia uma expressão do texto
acima que defina a idéia de que, para Maquiavel, “os fins justificam os meios”
e justifique sua resposta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">B) Extraia uma expressão do texto
acima que esteja adequada ao conceito de <i>fortuna </i>e explique por que ela
é adequada.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">4. UEL
2013.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Leia o
texto e o quadrinho a seguir.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Aqueles
que somente por fortuna se tornam príncipes pouco trabalho têm para isso, é
claro, mas se mantêm muito penosamente. Não têm nenhuma dificuldade em alcançar
o posto, porque por aí voam; surge, porém, toda sorte de dificuldades depois da
chegada. Tais príncipes estão na dependência exclusiva da vontade e boa fortuna
de quem lhes concedeu o Estado, isto é, duas coisas extremamente volúveis e
instáveis.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">(Adaptado
de: MAQUIAVEL, O Princípe. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p.55.)</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a)
Desenvolva os conceitos de fortuna e de virtù, em conformidade com Maquiavel.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) O que
diferencia o pensamento político de Maquiavel daquele concebido pela tradição
cristã?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">5. ENEM
2012.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">6. FUVEST.
O governo Médici não se limitou à repressão. Distinguiu claramente entre um
setor significativo mas minoritário da sociedade, adversário do regime, e a
massa da população que vivia um dia a dia de alguma esperança nesses anos de
prosperidade econômica. A repressão acabou com o primeiro setor, enquanto a
propaganda encarregou</span><span style="font-family: "Segoe UI Symbol",sans-serif;">✄</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">se
de, pelo menos, neutralizar gradualmente o segundo. Para alcançar este último
objetivo, o governo contou com o grande avanço das telecomunicações no país,
após 1964. As facilidades de crédito pessoal permitiram a expansão do número de
residências que possuíam televisão: em 1960, apenas 9,5% das residências
urbanas tinham televisão; em 1970, a porcentagem chegava a 40%. Por essa época,
beneficiada pelo apoio do governo, de quem se transformou em porta</span><span style="font-family: "Segoe UI Symbol",sans-serif;">✄</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">voz, a TV Globo expandiu</span><span style="font-family: "Segoe UI Symbol",sans-serif;">✄</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">se até se tornar rede nacional e
alcançar praticamente o controle do setor. A propaganda governamental passou a
ter um canal de expressão como nunca existira na história do país. A promoção
do “Brasil grande potência” foi realizada a partir da Assessoria Especial de
Relações Públicas (AERP), criada no governo Costa e Silva, mas que não chegou a
ter importância nesse governo. Foi a época do “Ninguém segura este país”, da
marchinha Prá Frente, Brasil, que embalou a grande vitória brasileira na Copa
do Mundo de 1970. <span> </span>Boris Fausto, História
do Brasil. Adaptado.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) “Deve o
príncipe fazer</span><span style="font-family: "Segoe UI Symbol",sans-serif;">✄</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">se
temer, de maneira que, se não se fizer amado, pelo menos evite o ódio, pois é
fácil ser ao mesmo tempo temido e não odiado”. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) “O mal
que se tiver que fazer, deve o príncipe fazê</span><span style="font-family: "Segoe UI Symbol",sans-serif;">✄</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">lo de uma só vez; o bem, deve fazê</span><span style="font-family: "Segoe UI Symbol",sans-serif;">✄</span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">lo aos poucos (...)”. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) “Não se
pode deixar ao tempo o encargo de resolver todas as coisas, pois o tempo tudo
leva adiante e pode transformar o bem em mal e o mal em bem”. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) “Engana-se
quem acredita que novos benefícios podem fazer as grandes personagens
esquecerem as antigas injúrias (...)”. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) “Deve o
príncipe, sobretudo, não tocar na propriedade alheia, porque os homens esquecem
mais depressa a morte do pai que a perda do patrimônio”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.6pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">6.
</span><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">Muito citado,
Nicolau Maquiavel é um dos maiores expoentes do Renascimento e sua contribuição
determinou novos horizontes para a filosofia política. A respeito do seu
conceito de <b><i>virtú</i></b>, analise as assertivas abaixo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.6pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">I. A <b><i>virtú </i></b>é a qualidade dos oportunistas, que
agem guiados pelo instinto natural e irracional do egoísmo e almejam,
exclusivamente, sua vantagem pessoal.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.6pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">II. O homem de <b><i>virtú </i></b>é antes de tudo um sábio, é
aquele que conhece as circunstâncias do momento oferecido pela fortuna e age
seguro do seu êxito.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.6pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">III. Mais do que todos os homens, o príncipe tem de ser um homem
de <b><i>virtú</i></b>, capaz de conhecer as circunstâncias e utilizá-las
a seu favor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.6pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">IV. Partidário da teoria do direito divino, Maquiavel vê o príncipe como
um predestinado e a <b><i>virtú </i></b>como algo que não depende dos
fatores históricos. Assinale a <b>ÚNICA </b>alternativa que contém as
assertivas verdadeiras.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.6pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">a) I, II, e III.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.6pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">b) II e III.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.6pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">c) II e IV.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.6pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">d) II, III e IV.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">GABARITO</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1E 2E 3SALA
4SALA 5C 6B 7B</span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-43846462662052973422018-07-13T17:35:00.002-07:002018-07-13T17:35:32.788-07:00A filosofia renascentista e o nascimento da modernidade – Parte 1 – Os choques com a Igreja <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiau0GFfjkXQerOLngmof00_OdRHqz_fcZLJnaVDupT2YnIdhAQyDMh8xgYq0s7eAP3LVlJsW1SQCmwikDpzQX92Z63QT0GpS1LjR-tPXUFMfMIn94xyF-o-Un3U589m92LfnUW1CUPAmsp/s1600/historia-geral-o-papa-urbano-ii-pregando-pelas-cruzadas-em-1095-iluminura-ilustracao-de-pequeno-tamanho-medieval.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="696" height="343" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiau0GFfjkXQerOLngmof00_OdRHqz_fcZLJnaVDupT2YnIdhAQyDMh8xgYq0s7eAP3LVlJsW1SQCmwikDpzQX92Z63QT0GpS1LjR-tPXUFMfMIn94xyF-o-Un3U589m92LfnUW1CUPAmsp/s400/historia-geral-o-papa-urbano-ii-pregando-pelas-cruzadas-em-1095-iluminura-ilustracao-de-pequeno-tamanho-medieval.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Bruno, Galileu <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A inspiração clássica<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O humanismo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Uma nova proposta filosófica<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">As grandes inovações<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Entende-se
por Renascimento o período compreendido pelos séculos XIV-XV-XVI, os anos de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">trecento, quatrocento e quinquecento</i>,
conforme afirma o ponto de vista italiano, berço da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Renassaince</i>. Como é notório, os renascentistas posicionavam-se à
frente do seu tempo, responsáveis por resgatar a cultura, que estaria morta
durante a Idade Média, considerada “uma longa noite de mil anos”, ou ainda
“Idade das Trevas”. A crítica ao medievalismo está no total controle da Igreja
sobre as ações humanas, a interferência do poder espiritual no temporal, na Era
das guerras, no belicismo e na religiosidade que destruíram o desenvolvimento
cultural. Conforme afirmou o colega Jostein Gaarder, no seu Best-seller “O
Mundo de Sofia”, a Idade Média compreende “os longos e inacabáveis anos
escolares da infância”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ainda
como Gaarder, a chegada ao Renascimento corresponde à comemoração do
aniversário de 15 anos, as novas descobertas, é a puberdade. Deixando as
metáforas de lado, o Renascimento italiano visava recriar a cultura ocidental,
dominada pelo cristianismo até então. Para isso, inspirou-se no classicismo, na
cultura Greco-romana. Deu a razão um poder sobrevalorizado que marcará a
Modernidade. De acordo com Martins, Santiago e Oliva (2011, p. 9), este período
foi marcado pela “consciência de inovar; e uma das inovações mais radicais é
que, com a modernidade, o homem e a razão assumem-se como capazes de conhecer o
mundo de forma autônoma, sem o intermédio da palavra divina e sem o recurso à
autoridade da revelação”. A partir dessa perspectiva, os assuntos relacionados
à religião, política e sociedade foram respondidos através do uso da razão e da
reflexão sobre a experiência, e não meramente por uma consulta a qualquer
autoridade espiritual, como a Igreja/papa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ainda
de acordo com os autores acima, o Renascimento proporcionou “contudo, lugar ao
homem moderno, que, submetido à razão, como sujeito da ciência, coloca-se no
lugar de Deus, podendo manipular a natureza de sua época”. Dessa forma, este
contexto recoloca o homem no centro do Universo, dando ao seu antropocentrismo
e individualismo caracteres únicos para a promoção de um indivíduo racional,
autônomo, avesso à submissão à autoridade religiosa. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Resgatar
a Antiguidade Clássica foi acompanhado, é claro, da releitura dos textos
daquela época e também de uma inspiração artística que remontasse ao
classicismo, seja na arquitetura ou nas artes plásticas. O que se conhece por
humanismo renascentista é virtualmente sinônimo de Renascimento. De acordo com
LITTLE (2010, p. 26): <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-left: 35.4pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">“o termo ‘humanista’
foi usado pela primeira vez no século XIV para se referir aos professores das
artes liberais romanas (geometria, gramática, poesia, retórica e filosofia
moral). Aos poucos veio a ser usado para qualquer pessoa instruída com sério
interesse no mundo clássico e no valor das emoções e relações humanas. (...) o
Humanismo renovou a visão dos artistas como ‘grandes homens’, que poderiam
desempenhar papel importante na descoberta do passado clássico e da natureza
humana. (...) Ao enfatizar a importância da razão e da investigação racional, o
Humanismo desafiou a dominação da teologia, com sua elevação do divino e
submissão do terreno como pecaminoso e corrupto. Os artistas começaram a
representar a santidade em pessoas comuns: depois de séculos de esplendor como
rainha dos céus, a Virgem foi retratada como humilde”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Percebe-se, então, que
o humanismo valeu-se mais das explicações terrenas às divinas, concedendo ao
homem o poder de compreender as suas dimensões de maneira a explicar a sua vida
de um ponto de vista racional e não religioso. Não é por acaso que o
Renascimento coincide com o momento da Reforma Protestante, do segundo grande
Cisma da Igreja Católica, que fragmentou o seu poder ao proporcionar o
surgimento de outras religiões, como o luteranismo, anglicanismo, calvinismo,
etc; além de promover a tradução e o livre-exame da Bíblia e a salvação pela
fé.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Por
Vladimir Miguel Rodrigues<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;">EXERCÍCIOS<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36pt; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l2 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A)
Cite e explique ao menos duas características do Renascimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b)
Identifique três grandes nomes deste período.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast">
<br /></div>
<ol start="2" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l2 level1 lfo1;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">UNICAMP. Esta longa Idade Média é o contrário do
hiato visto pelos humanistas do Renascimento e, salvo raras exceções,
pelos homens das Luzes. É o momento da criação da sociedade moderna, do
essencial das nossas estruturas sociais e mentais; momento em que se criou
a cidade, a universidade, o moinho, a máquina, a hora e o relógio, o livro
, o garfo, o vestuário, a pessoa, a consciência. (Adaptado de Jacques Lê
Goff, “Prefácio”, Para um novo conceito de Idade Média : Tempo, Trabalho e
Cultura no Ocidente. Lisboa, Editorial Estampa, 1979, p. 12.) <o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 54.0pt; mso-list: l0 level1 lfo3; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">a)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A
que conceito de Idade Média o texto está se contrapondo? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 54.0pt; mso-list: l0 level1 lfo3; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">b)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">)
Qual o período histórico valorizado pelos humanistas do Renascimento? Por quê? <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 54.0pt; mso-list: l0 level1 lfo3; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">c)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c)
Caracterize a atividade que impulsionou o desenvolvimento das cidades
medievais.APRENDENDO MAIS<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraph" style="mso-list: l2 level1 lfo1; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">3.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif;">Em Roma, no século
XV, destruíram-se muitos e belos monumentos, sem que as autoridades ou os
mecenas se lembrassem de os restaurar. No melhor período desse “regresso ao
antigo”, ocorrido durante o Renascimento italiano, não se restaura nenhuma
ruína, e toda a gente continua a explorar templos, teatros e anfiteatros, como
se fossem pedreiras. </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif;">(Adaptado de Jacques
Heers. <i>Idade Média: uma impostura. </i>Porto: Edições Asa. 1994, p. 111.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif;">Sobre as principais
características filosóficas do Renascimento, assinale a alternativa correta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">a)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif;">Teocentrismo,
heliocentrismo e humanismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">b)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif;">Antropocentrismo,
humanismo e heliocentrismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">c)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif;">Antropocentrismo,
geocentrismo e racionalismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">d)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif;">Teocentrismo,
geocentrismo e resgate do clero.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; mso-list: l1 level1 lfo2; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">e)<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span></b><!--[endif]--><span style="color: #231f20; font-family: "Times New Roman",serif;">Antropocentrismo,
incentivo ao papado, racionalismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ol start="4" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="color: #231f20; mso-list: l2 level1 lfo1; text-align: justify;"><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman",serif;">UEL. O
Renascimento, amplo movimento artístico, literário e científico,
expandiu-se da Península Itálica por quase toda a Europa, provocando
transformações na sociedade. Sobre o tema, é correto afirmar: </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) O racionalismo renascentista
reforçou o princípio da autoridade da ciência teológica e da tradição medieval.
<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) Houve o resgate, pelos
intelectuais renascentistas, dos ideais medievais ligados aos dogmas do
catolicismo, sobretudo da concepção teocêntrica de mundo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) Nesse período, reafirmou-se a
idéia de homem cidadão, que terminou por enfraquecer os sentimentos de
identidade nacional e cultural, os quais contribuíram para o fim das monarquias
absolutas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) O humanismo pregou a
determinação das ações humanas pelo divino e negou que o homem tivesse a
capacidade de agir sobre o mundo, transformando-o de acordo com sua vontade e
interesse. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) Os estudiosos do período
buscaram apoio na observação, no método experimental e na reflexão racional,
valorizando a natureza e o ser humano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ol start="5" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="color: #231f20; mso-list: l2 level1 lfo1; text-align: justify;"><span style="color: windowtext; font-family: "Times New Roman",serif;">PUC. Outras
coisas que viu, mui numerosas, Pedem tempo que o verso meu não dura, Pois
lá encontrou, guardadas e copiosas, Mil coisas de que andamos à procura.
Só de loucura não viu muito ou pouco Que ela não sai de nosso mundo louco.
Mostrou-se-lhe também o que era seu, O tempo e as muitas obras que perdia,
(...) Viu mais o que ninguém suplica ao céu, Pois todos cremos tê-lo em
demasia: Digo o siso, montanha ali mais alta Que as erguidas do mais que
aqui nos falta. ARIOSTO, Ludovico. Orlando Furioso. São Paulo: Atelier,
2002. p. 261. O trecho acima, de um livro de 1516, narra parte de uma
viagem imaginária à Lua. Lá, o personagem encontra o que não há na Terra e
não encontra o que aqui há em excesso. Pode-se identificar o caráter
humanista do texto na </span><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a) certeza, de origem cristã, de que
a reza ( suplicar ao céu) é a única forma de se obter o que se busca. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b) constatação da pouca razão (
siso) e da grande loucura existente entre os homens. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c) aceitação da limitada capacidade
humana de fazer poesia ( o verso meu não dura). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d) percepção do desleixo e da
indiferença humanos ( o tempo e as muitas obras que perdia). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 18.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e) ambição dos homens em sua busca
de bens ( Mil coisas de que andamos à procura).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">6.
O texto foi extraído da peça Tróilo e Créssida de William Shakespeare, escrita,
provavelmente, em 1601. “Os próprios céus, os planetas, e este centro
reconhecem graus, prioridade, classe, constância, marcha, distância, estação,
forma, função e regularidade, sempre iguais; eis porque o glorioso astro Sol
está em nobre eminência entronizado e centralizado no meio dos outros, e o seu
olhar benfazejo corrige os maus aspectos dos planetas malfazejos, e, qual rei
que comanda, ordena sem entraves aos bons e aos maus.” (personagem Ulysses, Ato
I, cena III). SHAKESPEARE, W. Tróilo e Créssida. Porto: Lello & Irmão,
1948. A descrição feita pelo dramaturgo renascentista inglês se aproxima da
teoria <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a)
geocêntrica do grego Claudius Ptolomeu.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b)
da reflexão da luz do árabe Alhazen. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c)
heliocêntrica do polonês Nicolau Copérnico. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d)
da rotação terrestre do italiano Galileu Galilei. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e)
da gravitação universal do inglês Isaac Newton.<span style="color: #231f20;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">GABARITO<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">1 SALA 2
SALA 3B 4E 5B 6C<o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-66691125143303567242018-07-13T17:33:00.001-07:002018-07-13T17:33:55.257-07:00Baixa Idade Média - A Escolástica de Santo Tomás de Aquino<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1JygUIkeiR23Oa408trnKBNoOJNT-aHcbJK937Efe_9_Bm5hnLwNh-SLYgSAHsvm7a42XPObRrCqI5sy8Udp34xSNzJANgaWRAPlyNYO5osLYWsIbIOENISYjm1OX6DxaPW8D-O3aMZEM/s1600/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1JygUIkeiR23Oa408trnKBNoOJNT-aHcbJK937Efe_9_Bm5hnLwNh-SLYgSAHsvm7a42XPObRrCqI5sy8Udp34xSNzJANgaWRAPlyNYO5osLYWsIbIOENISYjm1OX6DxaPW8D-O3aMZEM/s400/images.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Baixa Idade Média - A Escolástica de Santo
Tomás de Aquino<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Os conceitos de Escolástica<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">O contexto histórico<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">A cristianização de Aristóteles<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">A leitura de Averróis<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">O caminho para o Renascimento Cultural<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Após uma longa preparação
e um desenvolvimento promissor, a escolástica chega ao seu ápice com Tomás de
Aquino. Adquire plena consciência dos poderes da razão, e proporciona
finalmente ao pensamento cristão uma filosofia. Assim, converge para Tomás de
Aquino não apenas o pensamento escolástico, mas também o pensamento patrístico,
que culminou com <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/agostinho.htm">Agostinho</a>,
rico de elementos helenistas e neoplatônicos, além do patrimônio de revelação
judaico-cristã, bem mais importante.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Para Tomás de Aquino,
porém, converge diretamente o pensamento helênico, na sistematização imponente
de <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htm">Aristóteles</a>.
O pensamento de Aristóteles, pois, chega a Tomás de Aquino enriquecido com os
comentários pormenorizados, especialmente árabes.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Nasceu <strong>Tomás</strong>
em 1225, no castelo de Roccasecca, na Campânia, da família feudal dos condes de
Aquino. Era unido pelos laços de sangue à família imperial e às famílias reais
de França, Sicília e Aragão. Recebeu a primeira educação no grande mosteiro de
Montecassino, passando a mocidade em Nápoles como aluno daquela universidade.
Depois de ter estudado as artes liberais, entrou na ordem dominicana,
renunciando a tudo, salvo à ciência. Tal acontecimento determinou uma forte
reação por parte de sua família; entretanto, Tomás triunfou da oposição e se
dedicou ao estudo assíduo da teologia, tendo como mestre Alberto Magno,
primeiro na universidade de Paris (1245-1248) e depois em Colônia.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Também <em>Alberto</em> ,
filho da nobre família de duques de Bollstädt (1207-1280), abandonou o mundo e
entrou na ordem dominicana. Ensinou em Colônia, Friburgo, Estrasburgo, lecionou
teologia na universidade de Paris, onde teve entre os seus discípulos também
Tomás de Aquino, que o acompanhou a Colônia, aonde Alberto foi chamado para
lecionar no <em>estudo geral</em> de sua ordem. A atividade científica de
Alberto Magno é vastíssima: trinta e oito volumes tratando dos assuntos mais
variados - ciências naturais, filosofia, teologia, exegese, ascética. <o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Em 1252 Tomás voltou para
a universidade de Paris, onde ensinou até 1269, quando regressou à Itália,
chamado à corte papal. Em 1269 foi de novo à universidade de Paris, onde lutou
contra o averroísmo de Siger de Brabante; em 1272, voltou a Nápoles, onde lecionou
teologia. Dois anos depois, em 1274, viajando para tomar parte no Concílio de
Lião, por ordem de Gregório X, faleceu no mosteiro de Fossanova, entre Nápoles
e Roma. Tinha apenas quarenta e nove anos de idade.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">As obras do Aquinate
podem-se dividir em quatro grupos:<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<strong><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">1.</span></strong><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;"> <strong>Comentários</strong>:
à lógica, à física, à metafísica, à ética de Aristóteles; à Sagrada Escritura;
a Dionísio pseudo-areopagita; aos quatro livros das sentenças de Pedro
Lombardo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<strong><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">2. Sumas</span></strong><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">: Suma <em>Contra os
Gentios</em> , baseada substancialmente em demonstrações racionais; <em>Suma
Teológica</em> , começada em 1265, ficando inacabada devido à morte prematura
do autor.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<strong><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">3. Questões</span></strong><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">: <em>Questões Disputadas</em>
(<em>Da verdade</em> , <em>Da alma</em> , <em>Do mal</em> , etc.); <em>Questões
várias</em> .<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<strong><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">4.</span></strong><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;"> <strong>Opúsculos</strong>:
<em>Da Unidade do Intelecto Contra os Averroístas</em> ; <em>Da Eternidade do
Mundo</em> , etc.<o:p></o:p></span></div>
<h2 style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">O
Pensamento: A Gnosiologia<o:p></o:p></span></h2>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Diversamente do
agostinianismo, e em harmonia com o pensamento aristotélico, Tomás considera a <em>filosofia</em>
como uma disciplina essencialmente teorética, para resolver o problema do
mundo. Considera também a filosofia como absolutamente distinta da teologia, -
não oposta - visto ser o conteúdo da teologia arcano e revelado, o da filosofia
evidente e racional.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">A <strong>gnosiologia</strong>
tomista - diversamente da agostiniana e em harmonia com a aristotélica - é empírica
e racional, sem inatismos e iluminações divinas. O conhecimento humano tem dois
momentos, sensível e intelectual, e o segundo pressupõe o primeiro. O
conhecimento sensível do objeto, que está fora de nós, realiza-se mediante a
assim chamada espécie <em>sensível</em> . Esta é a impressão, a imagem, a forma
do objeto material na alma, isto é, o objeto sem a matéria: como a impressão do
sinete na cera, sem a materialidade do sinete; a cor do ouro percebido pelo
olho, sem a materialidade do ouro.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">O conhecimento intelectual
depende do conhecimento sensível, mas transcende-o. O intelecto vê em a
natureza das coisas - <em>intus legit</em> - mais profundamente do que os
sentidos, sobre os quais exerce a sua atividade. Na espécie sensível - que
representa o objeto material na sua individualidade, temporalidade,
espacialidade, etc., mas sem a matéria - o inteligível, o universal, a essência
das coisas é contida apenas implicitamente, potencialmente. Para que tal
inteligível se torne explícito, atual, é preciso extraí-lo, abstraí-lo, isto é,
desindividualizá-lo das condições materiais. Tem-se, deste modo, a <em>espécie
inteligível</em> , representando precisamente o elemento essencial, a forma
universal das coisas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Pelo fato de que o
inteligível é contido apenas potencialmente no sensível, é mister um <em>intelecto
agente </em>que abstraia, desmaterialize, desindividualize o inteligível do
fantasma ou representação sensível. Este intelecto agente é como que uma luz
espiritual da alma, mediante a qual ilumina ela o mundo sensível para
conhecê-lo; no entanto, é absolutamente desprovido de conteúdo ideal, sem
conceitos diferentemente de quanto pretendia o inatismo agostiniano. E,
ademais, é uma faculdade da alma individual, e não noa advém de fora, como
pretendiam ainda i iluminismo agostiniano e o panteísmo averroísta. O intelecto
que propriamente entende o inteligível, a essência, a idéia, feita explícita,
desindividualizada pelo intelecto agente, é o <em>intelecto passivo</em> , a
que pertencem as operações racionais humanas: conceber, julgar, raciocinar,
elaborar as ciências até à filosofia.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Como no conhecimento
sensível, a coisa sentida e o sujeito que sente, formam uma unidade mediante a
espécie sensível, do mesmo modo e ainda mais perfeitamente, acontece no
conhecimento intelectual, mediante a espécie inteligível, entre o objeto
conhecido e o sujeito que conhece. Compreendendo as coisas, o espírito se torna
todas as coisas, possui em si, tem em si mesmo imanentes todas as coisas,
compreendendo-lhes as essências, as formas. <o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">É preciso claramente
salientar que, na filosofia de Tomás de Aquino, a espécie inteligível não é a
coisa entendida, quer dizer, a representação da coisa <em>(id quod
intelligitur)</em> , pois, neste caso, conheceríamos não as coisas, mas os
conhecimentos das coisas, acabando, destarte, no fenomenismo. Mas, a espécie
inteligível é o meio pelo qual a mente entende as coisas extramentais (é, logo,
<em>id quo intelligitur</em> ). E isto corresponde perfeitamente aos dados do
conhecimento, que nos garante conhecermos coisas e não idéias; mas as coisas
podem ser conhecidas apenas através das espécies e das imagens, e não podem
entrar fisicamente no nosso cérebro.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">O conceito tomista de
verdade é perfeitamente harmonizado com esta concepção realista do mundo, e é
justificado experimentalmente e racionalmente. A verdade lógica não está nas
coisas e nem sequer no mero intelecto, mas na adequação entre a coisa e o
intelecto: <em>veritas est adaequatio speculativa mentis et rei</em> . E tal
adequação é possível pela semelhança entre o intelecto e as coisas, que contêm
um elemento inteligível, a essência, a forma, a idéia. O sinal pelo qual a
verdade se manifesta à nossa mente, é a evidência; e, visto que muitos
conhecimentos nossos não são evidentes, intuitivos, tornam-se verdadeiros
quando levados à evidência mediante a demonstração.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Todos os conhecimentos
sensíveis são evidentes, intuitivos, e, por conseqüência, todos os
conhecimentos sensíveis são, por si, verdadeiros. Os chamados erros dos
sentidos nada mais são que falsas interpretações dos dados sensíveis, devidas
ao intelecto. Pelo contrário, no campo intelectual, poucos são os nossos
conhecimentos evidentes. São certamente evidentes os princípios primeiros
(identidade, contradição, etc.). Os conhecimentos não evidentes são
reconduzidos à evidência mediante a demonstração, como já dissemos. É neste
processo demonstrativo que se pode insinuar o erro, consistindo em uma falsa
passagem na demonstração, e levando, destarte, à discrepância entre o intelecto
e as coisas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">A demonstração é um
processo dedutivo, isto é, uma passagem necessária do universal para o
particular. No entanto, os universais, os conceitos, as idéias, não são inatas
na mente humana, como pretendia o agostinianismo, e nem sequer são inatas suas
relações lógicas, mas se tiram fundamentalmente da experiência, mediante a
indução, que colhe a essência das coisas. A ciência tem como objeto esta
essência das coisas, universal e necessária.<o:p></o:p></span></div>
<h2 style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">A
Metafísica<o:p></o:p></span></h2>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">A metafísica tomista
pode-se dividir em geral e especial. A metafísica geral - ou <em>ontologia</em>
- tem como objeto o ser em geral e as atribuições e leis relativas. A
metafísica especial estuda o ser em suas grandes especificações: Deus, o
espírito, o mundo. Daí temos a <em>teologia</em> racional - assim chamada, para
distingui-la da teologia revelada; a <em>psicologia racional</em> (racional,
porquanto é filosofia e se deve distinguir da moderna psicologia empírica, que
é ciência experimental); a <em>cosmologia</em> ou filosofia da natureza (que
estuda a natureza em suas causas primeiras, ao passo que a ciência experimental
estuda a natureza em suas causas segundas).<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">O princípio básico da <em>ontologia</em>
tomista é a especificação do ser em potência e ato.<em> Ato </em>significa
realidade, perfeição; <em>potência</em> quer dizer não-realidade, imperfeição.
Não significa, porém, irrealidade absoluta, mas imperfeição relativa de mente e
capacidade de conseguir uma determinada perfeição, capacidade de
concretizar-se. Tal passagem da potência ao ato é o <em>vir-a-ser</em> , que
depende do ser que é ato puro; este não muda e faz com que tudo exista e
venha-a-ser. Opõe-se ao ato puro a potência pura que, de per si, naturalmente é
irreal, é nada, mas pode tornar-se todas as coisas, e chama-se matéria.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">A Natureza<o:p></o:p></span></h3>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Uma determinação,
especificação do princípio de potência e ato, válida para toda a realidade, é o
princípio da matéria e de forma. Este princípio vale unicamente para a
realidade material, para o mundo físico, e interessa portanto especialmente à <em>cosmologia</em>
tomista. A <em>matéria</em> não é absoluto, não-ente; é, porém, irreal sem a
forma, pela qual é determinada, como a potência é determinada, como a potência
é determinada pelo ato. É necessária para a forma, a fim de que possa existir
um ser completo e real (<em>substância</em> ). A <em>forma</em> é a essência
das coisas (água, ouro, vidro) e é universal. A individuação, a concretização
da forma, essência, em vários indivíduos, que só realmente existem (esta água,
este ouro, este vidro), depende da matéria, que portanto representa o princípio
de individuação no mundo físico. Resume claramente Maritain esta doutrina com
as palavras seguintes: <em>"Na filosofia de Aristóteles e Tomás de Aquino,
toda substância corpórea é um composto de duas partes substanciais
complementares, uma passiva e em si mesma absolutamente indeterminada (</em> <em>a
matéria</em> <em>), outra ativa e determinante (</em> <em>a forma</em> <em>)"</em>
.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Além destas duas causas
constitutivas (matéria e forma), os seres materiais têm outras duas causas: a
causa eficiente e a causa final. A <em>causa eficiente </em>é a que faz surgir
um determinado ser na realidade, é a que realiza o <em>sínolo</em> , a saber, a
síntese daquela determinada matéria com a forma que a especifica. A <em>causa
final </em>é o fim para que opera a causa eficiente; é esta causa final que
determina a ordem observada no universo. Em conclusão: todo ser material existe
pelo concurso de quatro causas - <em>material</em> , <em>formal</em> , <em>eficiente</em>
, <em>final</em> ; estas causas constituem todo ser na realidade e na ordem com
os demais seres do universo físico.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">O Espírito<o:p></o:p></span></h3>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Quando a forma é
princípio da vida, que é uma atividade cuja origem está dentro do ser, chama-se
<em>alma</em> . Portanto, têm uma alma as plantas (alma vegetativa: que se
alimenta, cresce e se reproduz), e os animais (alma sensitiva: que, a mais da
alma vegetativa, sente e se move). Entretanto, a <em>psicologia racional</em> ,
que diz respeito ao homem, interessa apenas a alma racional. Além de
desempenhar as funções da alma vegetativa e sensitiva, a alma racional entende
e quer, pois segundo Tomás de Aquino, existe uma forma só e, por conseguinte,
uma alma só em cada indivíduo; e a alma superior cumpre as funções da alma
inferior, como a mais contém o menos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">No homem existe uma alma
espiritual - unida com o corpo, mas transcendendo-o - porquanto além das
atividades vegetativa e sensitiva, que são materiais, se manifestam nele também
atividades espirituais, como o ato do intelecto e o ato da vontade. A atividade
intelectiva é orientada para entidades imateriais, como os conceitos; e, por
conseqüência, esta atividade tem que depender de um princípio imaterial,
espiritual, que é precisamente a alma racional. Assim, a vontade humana é
livre, indeterminada - ao passo que o mundo material é regido por leis
necessárias. E, portanto, a vontade não pode ser senão a faculdade de um
princípio imaterial, espiritual, ou seja, da alma racional, que pelo fato de
ser imaterial, isto é, espiritual, não é composta de partes e, por conseguinte,
é imortal.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Como a alma espiritual
transcende a vida do corpo depois da morte deste, isto é, é imortal, assim
transcende a origem material do corpo e é criada imediatamente por Deus, com
relação ao respectivo corpo já formado, que a individualiza. Mas, diversamente
do dualismo platônico-agostiniano, Tomás sustenta que a alma, espiritual
embora, é unida substancialmente ao corpo material, de que é a forma. Desse
modo o corpo não pode existir sem a alma, nem viver, e também a alma, por sua
vez, ainda que imortal, não tem uma vida plena sem o corpo, que é o seu
instrumento indispensável.<o:p></o:p></span></div>
<h3 style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Deus<o:p></o:p></span></h3>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Como a cosmologia e a
psicologia tomistas dependem da doutrina fundamental da potência e do ato,
mediante a doutrina da matéria e da forma, assim a <em>teologia racional</em>
tomista depende - e mais intimamente ainda - da doutrina da potência e do ato.
Contrariamente à doutrina agostiniana que pretendia ser Deus conhecido
imediatamente por intuição, Tomás sustenta que Deus não é conhecido por
intuição, mas é cognoscível unicamente por demonstração; entretanto esta
demonstração é sólida e racional, não recorre a argumentações <em>a priori</em>
, mas unicamente <em>a posteriori</em> , partindo da experiência, que sem Deus
seria contraditória.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">As provas tomistas da
experiência de Deus são cinco: mas todas têm em comum a característica de se
firmar em evidência (sensível e racional), para proceder à demonstração, como a
lógica exige. E a primeira dessas provas - que é fundamental e como que norma
para as outras - baseia-se diretamente na doutrina da potência e do ato.
"Cada uma delas se firma em dois elementos, cuja solidez e evidência são
igualmente incontestáveis: uma experiência sensível, que pode ser a constatação
do movimento, das causas, do contingente, dos graus de perfeição das coisas ou
da ordem que entre elas reina; e uma aplicação do princípio de causalidade, que
suspende o movimento ao imóvel, as causas segundas à causa primeira, o
contingente ao necessário, o imperfeito ao perfeito, a ordem à inteligência
ordenadora".<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Se conhecermos apenas
indiretamente, pelas provas, a existência de Deus, ainda mais limitado é o
conhecimento que temos da essência divina, como sendo a que transcende
infinitamente o intelecto humano. Segundo o Aquinate, antes de tudo sabemos o
que Deus não é (teologia negativa), entretanto conhecemos também algo de
positivo em torno da natureza de Deus, graças precisamente à famosa doutrina da
<em>analogia</em>. Esta doutrina é solidamente baseada no fato de que o
conhecimento certo de Deus se deve realizar partindo das criaturas, porquanto o
efeito deve Ter semelhança com a causa. A doutrina da analogia consiste
precisamente em atribuir a Deus as perfeições criadas positivas, tirando,
porém, as imperfeições, isto é, toda limitação e toda potencialidade. O que
conhecemos a respeito de Deus é, portanto, um conjunto de negações e de
analogias; e não é falso, mas apenas incompleto.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Quanto ao problemas das
relações entre Deus e o mundo, é resolvido com base no conceito de criação, que
consiste numa produção do mundo por parte de Deus, total, livre e do nada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8edMF1cPXiwjP-11C3ngMrBOw68B0sIjrcqZqYhbQO06jatMPk4nYiyR9S5F9bnjUiToqmOvTcgNx606p5UJZ6r5In-gopA0Dya-m6O6Gujefi4ml1ae7_Xi-wiy1ZDv4x4QvFu_Nu7Oj/s1600/Professor_V.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="380" data-original-width="380" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8edMF1cPXiwjP-11C3ngMrBOw68B0sIjrcqZqYhbQO06jatMPk4nYiyR9S5F9bnjUiToqmOvTcgNx606p5UJZ6r5In-gopA0Dya-m6O6Gujefi4ml1ae7_Xi-wiy1ZDv4x4QvFu_Nu7Oj/s320/Professor_V.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;">EXERCÍCIOS<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoListParagraph" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">1.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;">Explique
as principais características do contexto histórico da Escolástica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">2.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;">Diferencie
a Escolástica de Aquino da Patrística de Agostinho.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">3.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;">Apresente
a leitura da obra de Aristóteles feita por Tomás de Aquino.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">4.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">O
texto que segue refere-se às vias da prova da existência de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">As cinco vias consistem em cinco
grandes linhas de argumentação por meio das quais se pode provar a existência
de Deus. Sua importância reside sobretudo em que supõe a possibilidade de se
chegar no entendimento de Deus, ainda que de forma parcial e indireta, a partir
da consideração do mundo natural, do cosmo, entendido como criação divina.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">MARCONDES, D. <i>Textos básicos de
filosofia:dos pré-socráticos a Wittgenstein</i>. Rio de<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 67.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A partir do texto, marque a
alternativa correta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A) As cinco vias são argumentos
diretos e evidentes da existência de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">B) Tomás de Aquino formula as cinco
vias da prova da existência de Deus, utilizando, sistematicamente, as passagens
bíblicas para fundamentar seus argumentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">C) As cinco vias partem de
afirmações gerais e racionais sobre a existência de Deus, para chegar a
conclusões sobre as coisas sensíveis, particulares e verificáveis sobre o mundo
natural.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">D) Tomás de Aquino formula as
argumentações que provam a existência de Deus sob a influência do pensamento de
Aristóteles, recorrendo não à Bíblia, mas, sobretudo, à <i>Metafísica </i>do
filósofo grego.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="margin-left: 0cm; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">5.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;">UNESP
2013. Texto 1. Para santo Tomás de Aquino, o poder político, por ser uma
instituição divina, além dos fins temporais que justificam a ação política,
visa outros fins superiores, de natureza espiritual. O Estado deve dar
condições para a realização eterna e sobrenatural do homem. Ao discutir a
relação Estado-Igreja, admite a supremacia desta sobre aquele. Considera a
Monarquia a melhor forma de governo, por ser o governo de um só, escolhido pela
sua virtude, desde que seja bloqueado o caminho da tirania.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;">TexTo
2 - Maquiavel rejeita a política normativa dos gregos, a qual, ao explicar
“como o homem deve agir”, cria sistemas utópicos. A nova política, ao
contrário, deve procurar a verdade efetiva, ou seja, “como o homem age de
fato”. O método de Maquiavel estipula a observação dos fatos, o que denota uma
tendência comum aos pensadores do Renascimento, preocupados em superar, através
da experiência, os esquemas meramente dedutivos da Idade Média. Seus estudos
levam à constatação de que os homens sempre agiram pelas formas da corrupção e
da violência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;">(Maria Lúcia Aranha e Maria Helena Martins. Filosofando,
1986. Adaptado.)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 0cm; mso-add-space: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;">Explique
as diferentes concepções de política expressadas nos dois textos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-left: 0cm; mso-add-space: auto;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT; mso-fareast-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-list: Ignore;">6.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Para Santo Tomás, filosofia e
teologia são ciências distintas porque: </span><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">a)
A filosofia se funda no exercício da razão humana e a teologia na revelação
divina. </span><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">b)
A filosofia é uma ciência complementar à teologia.</span><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">c)
A filosofia nos traz a compreensão da verdade que será comprovada pela
teologia. </span><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">d)
A revelação é critério de verdade, por isso não se pode filosofar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">e)
A teologia é a mãe de todas as ciências e a filosofia serve apenas para
explicar pontos de menor importância.</span><span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="margin-left: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span lang="PT" style="font-family: "Times New Roman",serif; mso-ansi-language: PT;">1 SALA
2 SALA 3 SALA 4D 5 SALA 6A<o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-35022088906230344702018-07-13T17:31:00.001-07:002018-07-13T17:31:35.492-07:00Filosofia Medieval – Introdução ao pensamento da fé – Santo Agostinho e a Patrística<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhICOH-eOIfbc1AfGZlh3CZfXsAr4Ar48Ru2rTnNpftelszfpUS25p2W0yrHdLaBLck0SLM0Oqx2Rqtc0DNezaxJ4VXMyugQalXasaC1fRevtT00GUDa5cJy9PTD_2KmnO-AJI4l_T8AjjB/s1600/filosofia-medieval.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="390" data-original-width="430" height="290" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhICOH-eOIfbc1AfGZlh3CZfXsAr4Ar48Ru2rTnNpftelszfpUS25p2W0yrHdLaBLck0SLM0Oqx2Rqtc0DNezaxJ4VXMyugQalXasaC1fRevtT00GUDa5cJy9PTD_2KmnO-AJI4l_T8AjjB/s320/filosofia-medieval.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Os
Conceitos dos padres<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Teoria
do Conhecimento<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">A
interpretação de Platão<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Entre
a fé e a razão<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Com o nome de <em>patrística</em>
entende-se o período do pensamento cristão que se seguiu à época
neotestamentária, e chega até ao começo da <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/escolastica.htm"><span style="color: windowtext;">Escolástica</span></a>: isto é, os séculos II-VIII da
era vulgar. Este período da cultura cristã é designado com o nome de Patrística,
porquanto representa o pensamento dos Padres da Igreja, que são os construtores
da teologia católica, guias, mestres da doutrina cristã. Portanto, se a
Patrística interessa sumamente à história do dogma, interessa assaz menos à
história, em que terá importância fundamental a Escolástica.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">A Patrística é
contemporânea do último período do pensamento grego, o <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/cristianismo.htm"><span style="color: windowtext;">período religioso</span></a>, com o qual tem fecundo
contato, entretanto dele diferenciado-se profundamente, sobretudo como o teísmo
se diferencia do panteísmo. E é também contemporâneo do império romano, com o
qual também polemiza, e que terminará por se cristianizar depois de
Constantino. Dada a culminante grandeza de <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/agostinho.htm"><span style="color: windowtext;">Agostinho</span></a>, a Patrística será dividida em
três períodos: antes de Agostinho, período em que, filosoficamente, interessam
especialmente os chamados <em>apologistas</em> e os padres <em>alexandrinos</em>
; Agostinho, que merece um desenvolvimento à parte, visto ser o maior dos
Padres; depois de Agostinho vem o período que, logo após a sistematização,
representa a decadência da Patrística<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">O
Pensamento: A Gnosiologia (Teoria do Conhecimento)<o:p></o:p></span></h2>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Agostinho considera a <em>filosofia</em>
praticamente, platonicamente, como solucionadora do problema da vida, ao qual
só o cristianismo pode dar uma solução integral. Todo o seu interesse central
está portanto, circunscrito aos problemas de Deus e da alma, visto serem os
mais importantes e os mais imediatos para a solução integral do problema da
vida.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">O <em>problema
gnosiológico</em> é profundamente sentido por Agostinho, que o resolve,
superando o ceticismo acadêmico mediante o iluminismo platônico. Inicialmente,
ele conquista uma certeza: a certeza da própria existência espiritual; daí tira
uma verdade superior, imutável, condição e origem de toda verdade particular.
Embora desvalorizando, platonicamente, o conhecimento sensível em relação ao
conhecimento intelectual, admite Agostinho que os sentidos, como o intelecto,
são fontes de conhecimento. E como para a visão sensível além do olho e da
coisa, é necessária a luz física, do mesmo modo, para o conhecimento
intelectual, seria necessária uma luz espiritual. Esta vem de Deus, é a Verdade
de Deus, o Verbo de Deus, para o qual são transferidas as <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/platao.htm"><span style="color: windowtext;">idéias
platônicas</span></a>. No Verbo de Deus existem as verdades eternas, as idéias,
as espécies, os princípios formais das coisas, e são os modelos dos seres
criados; e conhecemos as verdades eternas e as idéias das coisas reais por meio
da luz intelectual a nós participada pelo Verbo de Deus. Como se vê, é a
transformação do inatismo, da reminiscência platônica, em sentido teísta e
cristão. Permanece, porém, a característica fundamental, que distingue a
gnosiologia platônica da <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htm"><span style="color: windowtext;">aristotélica</span></a> e tomista, pois, segundo a
gnosiologia platônica-agostiniana, não bastam, para que se realize o
conhecimento intelectual humano, as forças naturais do espírito, mas é mister
uma particular e direta iluminação de Deus.<o:p></o:p></span></div>
<h2 style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">A
Metafísica<o:p></o:p></span></h2>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Em relação com esta
gnosiologia, e dependente dela, a existência <em>de Deus</em> é provada,
fundamentalmente, <em>a priori</em> , enquanto no espírito humano haveria uma
presença particular de Deus. Ao lado desta prova <em>a priori</em> , não nega
Agostinho as provas <em>a posteriori </em>da existência de Deus, em especial a
que se afirma sobre a mudança e a imperfeição de todas as coisas. Quanto à
natureza de Deus, Agostinho possui uma noção exata, ortodoxa, cristã: Deus é
poder racional infinito, eterno, imutável, simples, espírito, pessoa,
consciência, o que era excluído pelo platonismo. Deus é ainda ser, saber, amor.
Quanto, enfim, às relações com o mundo, Deus é concebido exatamente como livre
criador. No pensamento clássico grego, tínhamos um dualismo metafísico; no
pensamento cristão - agostiniano - temos ainda um dualismo, porém moral, pelo
pecado dos espíritos livres, insurgidos orgulhosamente contra Deus e, portanto,
preferindo o mundo a Deus. No cristianismo, o mal é, metafisicamente, negação,
privação; moralmente, porém, tem uma realidade na vontade má, aberrante de
Deus. O problema que Agostinho tratou, em especial, é o das relações entre Deus
e o tempo. Deus não <em>é</em> no tempo, o qual é uma <em>criatura</em> de
Deus: o tempo começa com a criação. Antes da criação não há tempo, dependendo o
tempo da existência de coisas que vem-a-ser e são, portanto, criadas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Também a <em>psicologia</em>
agostiniana harmonizou-se com o seu platonismo cristão. Por certo, o corpo não
é mau por natureza, porquanto a matéria não pode ser essencialmente má, sendo
criada por Deus, que fez boas todas as coisas. Mas a união do corpo com a alma
é, de certo modo, extrínseca, acidental: alma e corpo não formam aquela unidade
metafísica, substancial, como na concepção aristotélico-tomista, em virtude da
doutrina da forma e da matéria. A alma nasce com o indivíduo humano e,
absolutamente, é uma específica criatura divina, como todas as demais.
Entretanto, Agostinho fica indeciso entre o criacionismo e o traducionismo,
isto é, se a alma é criada diretamente por Deus, ou provém da alma dos pais.
Certo é que a alma é imortal, pela sua simplicidade. Agostinho, pois,
distingue, platonicamente, a alma em vegetativa, sensitiva e intelectiva, mas
afirma que elas são fundidas em uma substância humana. A inteligência é divina
em intelecto intuitivo e razão discursiva; e é atribuída a primazia à vontade.
No homem a vontade é amor, no animal é instinto, nos seres inferiores cego
apetite.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Quanto à cosmologia,
pouco temos a dizer. Como já mais acima se salientou, a natureza não entra nos
interesses filosóficos de Agostinho, preso pelos problemas éticos, religiosos,
Deus e a alma. Mencionaremos a sua famosa doutrina dos germes específicos dos
seres - <em>rationes seminales</em> . Deus, a princípio, criou alguns seres já
completamente realizados; de outros criou as causas que, mais tarde,
desenvolvendo-se, deram origem às existências dos seres específicos. Esta
concepção nada tem que ver com o moderno <em>evolucionismo</em> , como alguns
erroneamente pensaram, porquanto Agostinho admite a imutabilidade das espécies,
negada pelo moderno evolucionismo. <o:p></o:p></span></div>
<h2 style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">A Moral<o:p></o:p></span></h2>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Evidentemente, a <em>moral</em>
agostiniana é teísta e cristã e, logo, transcendente e ascética. Nota
característica da sua moral é o voluntarismo, a saber, a primazia do prático,
da ação - própria do pensamento latino - , contrariamente ao primado do
teorético, do conhecimento - próprio do pensamento grego. A vontade não é
determinada pelo intelecto, mas precede-o. Não obstante, Agostinho tem também
atitudes teoréticas como, por exemplo, quando afirma que Deus, fim último das
criaturas, é possuído por um ato de inteligência. A virtude não é uma ordem de
razão, hábito conforme à razão, como dizia <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/aristoteles.htm"><span style="color: windowtext;">Aristóteles</span></a>, mas uma ordem do amor.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Entretanto a vontade é
livre, e pode querer o mal, pois é um ser limitado, podendo agir
desordenadamente, imoralmente, contra a vontade de Deus. E deve-se considerar
não causa eficiente, mas deficiente da sua ação viciosa, porquanto o mal não
tem realidade metafísica. O pecado, pois, tem em si mesmo imanente a pena da
sua desordem, porquanto a criatura, não podendo lesar a Deus, prejudica a si
mesma, determinando a dilaceração da sua natureza. A fórmula agostiniana em
torno da liberdade em Adão - antes do pecado original - é: <em>poder não pecar</em>
; depois do pecado original é: <em>não poder não pecar</em> ; nos
bem-aventurados será: <em>não poder pecar</em> . A vontade humana, portanto, já
é impotente sem a graça. O problema da <em>graça</em> - que tanto preocupa
Agostinho - tem, além de um interesse teológico, também um interesse
filosófico, porquanto se trata de conciliar a causalidade absoluta de Deus com
o livre arbítrio do homem. Como é sabido, Agostinho, para salvar o primeiro
elemento, tende a descurar o segundo.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Quanto à <em>família</em>
, Agostinho, como Paulo apóstolo, considera o celibato superior ao matrimônio;
se o mundo terminasse por causa do celibato, ele alegrar-se-ia, como da
passagem do tempo para a eternidade. Quanto à <em>política</em> , ele tem uma
concepção negativa da função estatal; se não houvesse pecado e os homens fossem
todos justos, o Estado seria inútil. Consoante Agostinho, a propriedade seria
de direito positivo, e não natural. Nem a escravidão é de direito natural, mas
conseqüência do pecado original, que perturbou a natureza humana, individual e
social. Ela não pode ser superada naturalmente, racionalmente, porquanto a
natureza humana já é corrompida; pode ser superada sobrenaturalmente, asceticamente,
mediante a conformação cristã de quem é escravo e a caridade de quem é amo.<o:p></o:p></span></div>
<h2 style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">O Mal<o:p></o:p></span></h2>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Agostinho foi
profundamente impressionado pelo problema do <em>mal</em> - de que dá uma vasta
e viva fenomenologia. Foi também longamente desviado pela solução dualista dos
maniqueus, que lhe impediu o conhecimento do justo conceito de Deus e da
possibilidade da vida moral. A solução deste problema por ele achada foi a sua
libertação e a sua grande descoberta filosófico-teológica, e marca uma
diferença fundamental entre o pensamento grego e o <a href="http://www.mundodosfilosofos.com.br/pencristao.htm"><span style="color: windowtext;">pensamento cristão</span></a>. Antes de tudo, nega a
realidade metafísica do mal. O mal não é ser, mas privação de ser, como a
obscuridade é ausência de luz. Tal privação é imprescindível em todo ser que
não seja Deus, enquanto criado, limitado. Destarte é explicado o assim chamado <em>mal
metafísico</em> , que não é verdadeiro mal, porquanto não tira aos seres o lhes
é devido por natureza. Quanto ao <em>mal físico</em> , que atinge também a
perfeição natural dos seres, Agostinho procura justificá-lo mediante um velho
argumento, digamos assim, estético: o contraste dos seres contribuiria para a
harmonia do conjunto. Mas é esta a parte menos afortunada da doutrina
agostiniana do mal.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Quanto ao <em>mal moral</em>,
finalmente existe realmente a má vontade que livremente faz o mal; ela, porém,
não é causa eficiente, mas deficiente, sendo o mal não-ser. Este não-ser pode
unicamente provir do homem, livre e limitado, e não de Deus, que é puro ser e
produz unicamente o ser. O mal moral entrou no mundo humano pelo pecado
original e atual; por isso, a humanidade foi punida com o sofrimento, físico e
moral, além de o ter sido com a perda dos dons gratuitos de Deus. Como se vê, o
mal físico tem, deste modo, uma outra explicação mais profunda. Remediou este
mal moral a redenção de Cristo, Homem-Deus, que restituiu à humanidade os dons
sobrenaturais e a possibilidade do bem moral; mas deixou permanecer o
sofrimento, conseqüência do pecado, como meio de purificação e expiação. E a
explicação última de tudo isso - do mal moral e de suas conseqüências - estaria
no fato de que é mais glorioso para Deus tirar o bem do mal, do que não
permitir o mal. Resumindo a doutrina agostiniana a respeito do mal, diremos: o
mal é, fundamentalmente, privação de bem (de ser); este bem pode ser não devido
(mal metafísico) ou devido (mal físico e moral) a uma determinada natureza; se
o bem é devido nasce o verdadeiro problema do mal; a solução deste problema é
estética para o mal físico, moral (pecado original e Redenção) para o mal moral
(e físico).<o:p></o:p></span></div>
<h2 style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="color: windowtext; font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">A
História<o:p></o:p></span></h2>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Como é notório, Agostinho
trata do problema da história na <em>Cidade de Deus</em> , e resolve-o ainda
com os conceitos de criação, de pecado original e de Redenção. A <em>Cidade de
Deus</em> representa, talvez, o maior monumento da antigüidade cristã e,
certamente, a obra prima de Agostinho. Nesta obra é contida a metafísica
original do cristianismo, que é uma visão orgânica e inteligível da história
humana. O conceito de criação é indispensável para o conceito de providência,
que é o governo divino do mundo; este conceito de providência é, por sua vez,
necessário, a fim de que a história seja suscetível de racionalidade. O
conceito de providência era impossível no pensamento clássico, por causa do
basilar dualismo metafísico. Entretanto, para entender realmente, plenamente, o
plano da história, é mister a Redenção, graças aos quais é explicado o enigma
da existência do mal no mundo e a sua função. Cristo tornara-se o centro
sobrenatural da história: o seu reino, <em>a cidade de Deus</em> , é
representada pelo povo de Israel antes da sua vinda sobre a terra, e pela
Igreja depois de seu advento. Contra este cidade se ergue a <em>cidade terrena</em>
, mundana, satânica, que será absolutamente separada e eternamente punida nos
fins dos tempos.<o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 14.25pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Agostinho distingue em
três grandes seções a história antes de Cristo. A primeira concerne à história
das <em>duas cidades</em> , após o pecado original, até que ficaram confundidas
em um único caos humano, e chega até a Abraão, época em que começou a separação.
Na Segunda descreve Agostinho a história da <em>cidade de Deus</em> , recolhida
e configurada em Israel, de Abraão até Cristo. A terceira retoma, em separado,
a narrativa do ponto em que começa a história da Cidade de Deus separada, isto
é, desde Abraão, para tratar paralela e separadamente da Cidade do mundo, que
culmina no império romano. Esta história, pois, fragmentária e dividida, onde
parece que Satanás e o mal têm o seu reino, representa, no fundo, uma unidade e
um progresso. É o progresso para Cristo, sempre mais claramente,
conscientemente e divinamente esperado e profetizado em Israel; e profetizado
também, a seu modo, pelos povos pagãos, que, consciente ou inconscientemente,
lhe preparavam diretamente o caminho. Depois de Cristo cessa a divisão política
entre as <em>duas cidades</em> ; elas se confundem como nos primeiros tempos da
humanidade, com a diferença, porém, de que já não é mais união caótica, mas
configurada na unidade da Igreja. Esta não é limitada por nenhuma divisão
política, mas supera todas as sociedades políticas na universal unidade dos
homens e na unidade dos homens com Deus. A Igreja, pois, é acessível,
invisivelmente, também às almas de boa vontade que, exteriormente, dela não
podem participar. A Igreja transcende, ainda, os confins do mundo terreno, além
do qual está a pátria verdadeira. Entretanto, visto que todos, predestinados e
ímpios, se encontram empiricamente confundidos na Igreja - ainda que só na
unidade dialética das <em>duas cidades</em> , para o triunfo da Cidade de Deus
- a divisão definitiva, eterna, absoluta, justíssima, realizar-se-á nos fins
dos tempos, depois da morte, depois do juízo universal, no paraíso e no
inferno. É uma grande visão unitária da história, não é uma visão filosófica,
mas teológica: é uma <em>teologia</em>, não uma <em>filosofia</em> da história.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="mso-ansi-language: PT;">EXERCÍCIOS</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;"><o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ol start="1" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Explique o contexto
histórico do desenvolvimento da Patrística, e o seu significado.<o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ol start="2" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Apresente o conceito
de livre-arbítrio para Santo Agostinho.<o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<ol start="3" style="margin-top: 0cm;" type="1">
<li class="MsoNormal" style="mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify;"><span lang="PT" style="font-size: 11.0pt; mso-ansi-language: PT;">Compare a teoria do
conhecimento de Platão a de Agostinho.<o:p></o:p></span></li>
</ol>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraph" style="mso-layout-grid-align: none; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-size: 10.5pt;"><span style="mso-list: Ignore;">4.<span style="font: 7.0pt "Times New Roman";"> </span></span></span><!--[endif]--><span style="font-size: 10.5pt;">Sobre a doutrina da iluminação em Santo Agostinho,
leia o texto a seguir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.5pt;">“Tal é a doutrina da
iluminação que Agostinho legou à filosofia cristã, de cuja tradição ela entrou
a fazer parte inseparável. Agostinho elaborou-a sob o influxo de Platão, de
Plotino e Porfírio, não porém sem imprimir-lhe um cunho cristão.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.5pt;">BOEHENER, P. ; GILSON, E. <i>História
da filosofia cristã</i>. Petrópolis, RJ: Vozes, 1970. p. 164.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.5pt;">Marque a alternativa
correta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.5pt;">A) Para Agostinho, a mente
humana pode conhecer as verdades eternas pela Iluminação, porque o homem possui
uma centelha do intelecto divino.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.5pt;">B) O cunho cristão que
Agostinho imprime à reminiscência platônica é a preexistência da alma no Mundo
das Idéias e a ação do Demiurgo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-size: 10.5pt;">C) Agostinho modifica a
tese da reminiscência platônica, afirmando que as verdades eternas se originam
da experiência, mas podemos conhecê-las somente mediante a iluminação divina.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.5pt;">D) Para Agostinho, é possível
conhecer as verdades eternas mediante a reminiscência platônica e o conceito
cristão da reencarnação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
5.Durante a Idade Média, a questão dos universais foi um dos
grandes problemas debatidos pelos filósofos da época. Realismo, conceitualismo
e nominalismo foram as soluções típicas do problema. Outra preocupação da época
foi o da possibilidade ou impossibilidade de conciliar fé e razão. Santo
Agostinho, sobre a relação fé e razão, protagonizou uma tese que se pode
resumir na frase: "Credo ut intelligam" (Creio para entender). A
partir dos seus conhecimentos sobre a questão dos universais e da filosofia medieval,
identifique as proposições verdadeiras: <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
I - O apogeu da patrística aconteceu no século XIII com
Santo Tomás de Aquino (1225-1274), que, retomando o pensamento de Platão, fez a
síntese mais bem elaborada da filosofia com o cristianismo durante a Idade
Média. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
II - O pensamento filosófico medieval, a partir do século
IX, é chamado de escolástica. A filosofia escolástica tinha por problema
fundamental levar o homem a compreender a verdade revelada pelo exercício da
razão, contudo apoiado na Auctoritas, seja da Bíblia, seja de um padre da
Igreja. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
III - Para os nominalistas, o universal é apenas um conteúdo
da nossa mente, expresso por um nome. O que significa dizer que os universais
são apenas palavras, sem nenhuma realidade específica correspondente. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
IV - No conceitualismo de Pedro Abelardo, os universais são
conceitos, entidades mentais, que não existem na realidade, nem são meros
nomes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
V - De acordo com a teoria da iluminação de Santo Agostinho,
o ser humano recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Tal como o
sol, Deus ilumina a razão e torna possível o pensar correto. Em verdade, Santo
Agostinho não conflita a fé com a razão, sendo esta última auxiliar e
subordinada da fé. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Assinale a alternativa que contém as afirmativas
VERDADEIRAS: <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
a) I, II e III <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
b) I, III e V <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
c) II e V <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
d) I, II e IV <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e) II, III, IV e V<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.5pt;">6. </span>. A Patrística é o
primeiro momento da filosofia cristã. Sobre esta tendência filosófica, leia as
seguintes afirmativas: <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
I. A Patrística é um movimento de pensadores cristãos que
procura justificar teórica e filosoficamente a concepção de vida e de mundo
depreendida da Bíblia. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
II. A Patrística se inspirou, principalmente, nos textos
aristotélicos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
III. Plotino é um pensador considerado como participante da
patrística. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
IV. A Patrística sempre rejeitou a filosofia Greco-romana em
seu todo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
V. Santo Agostinho é considerado o maior pensador da
Patrística latina. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
VI. Um dos temas fundamentais da Patrística é a discussão do
sentido da fé e da razão. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Assinale a alternativa CORRETA:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a) Somente as
afirmativas I,II e IV são corretas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
b) Somente as afirmativas I,II,V e VI são corretas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
c) Somente as afirmativas III, V e VI são corretas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
d) Somente as afirmativas I,V e VI são corretas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
e) Somente as afirmativas II, V e VI são corretas.<span style="font-size: 10.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: 10.5pt;">1SALA 2SALA 3SALA 4A 5E 6D<o:p></o:p></span></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-24895113963621173702018-07-13T17:28:00.005-07:002018-07-13T17:28:49.633-07:00Filosofia no período Helenístico – epicuristas, neoplatônicos, e a questão da felicidade<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Filosofia no período Helenístico – epicuristas,
neoplatônicos, e a questão da felicidade <o:p></o:p></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ8z5JIW59_cHO36HQWMUVCngjv4x9fWi68_kAJcJpzMGnaZA8i3sBOWViAX2zEKWDrZH8HU4cxGt5NVnzlBB_6n8TGlhh-Pcwq7v01VkNYFkWwsDcic1IL3hrcSYkn4gQQEY6PDppqIGR/s1600/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="189" data-original-width="266" height="284" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ8z5JIW59_cHO36HQWMUVCngjv4x9fWi68_kAJcJpzMGnaZA8i3sBOWViAX2zEKWDrZH8HU4cxGt5NVnzlBB_6n8TGlhh-Pcwq7v01VkNYFkWwsDcic1IL3hrcSYkn4gQQEY6PDppqIGR/s400/download.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O fator Alexandre<o:p></o:p></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Cínicos<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Epicuristas<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Estóicos<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Filosofia x
Cristianismo<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Times New Roman",serif;">Cínicos<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="line-height: 140%; text-align: justify;">
<strong><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 140%;">(Séc. V a.C. - séc IV/V d.C)</span></strong><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 140%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 140%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; line-height: 140%;">Escola de pensamento fundada em Atenas, segundo alguns
autores, por Antístenes. Considerada uma das <em>escolas socráticas</em>,
juntamente com os megáricos e os cirenaicos, recebendo tal denominação por
constituir-se como uma determinada interpretação dos ensinamentos de Sócrates,
especialmente no que diz respeito à correlação entre conhecimento e virtude.
Seu nome deriva do ginásio de Cinosarges, onde Antístenes ensinava e no qual se
reuniam os seguidores desta escola. Outra explicação para sua denominação é a
palavra cão (em grego <em>xýon</em>), aceita pelos cínicos como um
qualificativo elogioso. O principal representante desta escola é Diógenes de
Sínope. O pensamento cínico manteve-se atuante até os séculos III/II a.C.,
onde, segundo algumas opiniões, teria se fundido ao estoicismo. A escola dos
cínicos ressurgiu, após esta interrupção, ao final do primeiro século de nossa
era, sobrevivendo até o final do mundo antigo. Sua doutrina continuou sendo
propagada por alguns autores cristãos, como Salústio e Máximo de Alexandria. As
obras da antiga escola cínica, em especial de Diógenes, se encontram perdidas.
De Antístenes, que parece ter sustentado duras polêmicas com Platão, restam-nos
poucos fragmentos, que chegaram até nossos dias sob forma de citação ou
comentário (doxografia) através de diferentes escritos. <o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 140%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; line-height: 140%;">Mais que uma doutrina, a antiga escola cínica constitui uma
filosofia de vida. Esta prega a vida segundo a virtude, conseguida através do
exercício, simultaneamente corporal e espiritual. O bem e a liberdade são
alcançados através da dominação das necessidades e desejos, sendo o herói
Hércules e seus trabalhos o ideal de autogoverno (<em>autarquia</em>) a ser
perseguido pelo filósofo cínico. Os cínicos pregam a conaturalidade entre os
homens, de modo que única seja a forma de vida, sem as distinções ocorridas
entre as diferentes cidades, e que cada homem seja <em>cidadão do mundo</em>,
como se autodenominava Diógenes. Também anseiam por um retorno à vida natural,
uma vez que, para estes pensadores, são o fogo e a técnica dos homens os
principais criadores das necessidades humanas. Opõem-se à escravidão, uma vez
que os homens são todos iguais segundo a natureza. <o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 140%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11.0pt; line-height: 140%;">Os cínicos polemizam com a filosofia de sua época, negando
qualquer realidade fora daquela que se pode ver e apanhar com as mãos. Acerca
da linguagem, Antístenes afirma que a cada coisa somente corresponde um nome, e
que somente este pode ser usado para predicá-la. Do contrário, se ao homem
podemos chamar bom, mortal, branco, etc, estamos tratando o que é um - o homem
- como sendo múltiplo, o que não pode ocorrer. Desta forma, ao homem só podemos
chamar <em>homem</em>, do bom só podemos dizer que é <em>bom</em>,e assim por
diante. Antístenes teria, ainda, afirmado a impossibilidade de expressar o
falso. Se aquele que fala diz algo, aquele que diz algo diz o ser; quem diz o
ser exprime o verdadeiro; logo, o falso não pode ser dito.<o:p></o:p></span></div>
<div style="line-height: 140%; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 140%;"><br /></span></b></div>
<div style="line-height: 140%; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 140%;">Epicuristas<o:p></o:p></span></b></div>
<div style="line-height: 140%; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11.0pt; line-height: 140%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Epicuro nasceu, de pais
atenienses, na ilha de Samos, em 342 ou 341 a. C., e morreu em Atenas, em 271
ou 270 a. C. Para o historiador Diógenes Laércio, em cuja obra se encontram as
principais informações disponíveis sobre Epicuro, a filosofia despertou-lhe o
interesse precocemente, em plena adolescência. <br />
<br />
Ainda jovem, Epicuro se transferiu de Samos para Teos, onde estudou com um
discípulo de Demócrito. A mudança para Atenas ocorreu em 323 a. C. Nessa época
é que ele deve ter ouvido os ensinamentos de Xenócrates, sucessor de <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u147.jhtm" target="_blank"><span style="color: black;">Platão</span></a> na Academia. Em seguida, viajou
provavelmente durante anos, tendo ensinado em Mitilene e Lâmpsaco. Voltou a
Atenas só em 306 a. C., quando comprou o seu famoso "jardim". Ali
viveu com os amigos e criou a escola que dirigiu até seus últimos dias.<br />
<br />
Opondo-se à Academia e ao Liceu, herança platônica e aristotélica que dominava
a vida cultural da Grécia de seu tempo, Epicuro representa, contra o prestígio
dessas duas escolas, a busca de uma filosofia prática, essencialmente moral, e
que correspondesse às necessidades de seus contemporâneos, para os quais a
desagregação da cidade-Estado originava toda uma crise de civilização.<br />
<br />
Preocupado com a inadequação dos sistemas filosóficos tradicionais em relação à
mudança cultural e política que se processava, Epicuro não propõe uma cultura
diferente, mas um novo modo de ver e estar no mundo e de viver a vida.<br />
<br />
Retomando contribuições anteriores e, em particular, a de <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/democrito.jhtm"><span style="color: black;">Demócrito</span></a>, Epicuro estabeleceu um todo coerente,
que tem por objeto central a felicidade do ser humano. Essa felicidade foi mal
interpretada pelos seus adversários, que a apresentaram, ao contrário do
filósofo, mais como uma exaltação do corpo e dos sentidos que do espírito e sua
cultura.<br />
<br />
Segundo Epicuro, os maiores obstáculos para a felicidade humana são o temor da
morte e o medo da ira divina, mas eles podem ser eliminados graças ao
conhecimento da natureza. A ética de Epicuro assegura aos homens que a
felicidade é facilmente alcançável, desde que algumas poucas necessidades
naturais sejam satisfeitas, pois a felicidade não é outra coisa que a ausência
de dor física e um estado de ânimo livre de qualquer perturbação ou paixão.
Assim, a felicidade, para Epicuro, se identifica com um prazer estável, que os
gregos chamavam de ataraxia.<br />
<br />
Embora Diógenes Laércio atribua a Epicuro cerca de trezentos volumes de obra
escrita, quase todo esse legado se perdeu, restando apenas três cartas (uma,
sobre a física; a segunda, sobre meteorologia e astronomia; a terceira, sobre a
ética), uma coletânea de sentenças morais e uma "Coleção de provérbios",
composta de 81 máximas e descoberta, na forma manuscrita, na Biblioteca do
Vaticano em 1888. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Enciclopédia
Mirador Internacional<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="text-align: center;">
<span style="font-size: 11.0pt;">Estoicismo -
Indiferença, renúncia e apatia estóica<o:p></o:p></span></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">A frase que dá título a
este artigo é de <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u368.jhtm"><span style="color: black; text-decoration: none; text-underline: none;">Sêneca</span></a>
(c. 2 a.C.-65 d.C.), um dos grandes expoentes da escola filosófica do <b>estoicismo</b>.
Ela sintetiza com bastante precisão a proposta fundamental dos estóicos como se
verá a seguir.<br />
<br />
Em decorrência direta das conquistas de <a href="http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u50.jhtm"><span style="color: black; text-decoration: none; text-underline: none;">Alexandre, o
Grande</span></a> (356-323 a.C.), que difundiram a cultura grega por todo o
chamado mundo civilizado de sua época, a filosofia deixou de ser grega e
tornou-se internacional. Nesse momento, surgiu uma escola filosófica que iria
permanecer como uma linha organizada de pensamento durante nada menos que cinco
séculos: o estoicismo. <br />
<br />
A escola estóica recebe esse nome do local onde foi fundada, a porta pintada
("Stoa Poikile"), em Atenas, por Zenão de Cício, por volta de 300
a.C.. Zenão era fenício, como grande parte de seus colegas e discípulos. Se
estes constituíram os primeiros estóicos, os últimos foram os <a href="http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u3.jhtm"><span style="color: black; text-decoration: none; text-underline: none;">romanos</span></a>.
Entre estes merece destaque especial Sêneca, não pela originalidade de suas
idéias mas pela sua capacidade de expressá-las, que o tornou um dos grande
nomes não só da filosofia, mas também da literatura latina. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-outline-level: 3; text-align: justify;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Bem viver<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Além de internacional,
o estoicismo pregava o cosmopolitismo, considerando que o homem devia ser um
cidadão do mundo. Da mesma maneira, atingia todas as classes sociais. Entre os
grandes estóicos de Roma encontram-se o escravo Epicteto (55-135 d.C) e o
imperador <a href="http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u39.jhtm"><span style="color: black; text-decoration: none; text-underline: none;">Marco Aurélio</span></a>
(121-180 d.C.). <br />
<br />
Mas em que consiste a filosofia estóica e por que ela conseguiu vigorar durante
tanto tempo? Em primeiro lugar, por que o estoicismo considerava que a ética e
as questões morais, ou seja "a arte de bem viver", eram mais
importantes do que as questões teóricas. Nesse sentido, era uma filosofia
prática e os textos dos autores estóicos - guardadas as devidas proporções - se
assemelham aos textos de auto-ajuda contemporâneos, na medida em que propunham
maneiras de se atingir esse "bem viver". <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Tudo tem um motivo<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;">No entanto, esse "bem viver" dos estóicos está longe de
ser uma busca insaciável de prazer, como é o ideal das sociedades de consumo
contemporâneas. Para o estóico, enquanto o animal é guiado pelo instinto; o
homem é guiado pela razão. O mundo que a razão apresenta ao homem é a Natureza
e não existe nada superior a ela. Deus, portanto, não está fora do Natureza mas
impregnado nela. </span></div>
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">
<br />
Uma vez que a Natureza é governada pela razão divina, tudo tem um motivo para
ser e nós não podemos mudar isso. Por conseguinte, nossa atitude diante das
adversidades e da própria morte deve ser de serena resignação. Assim, o ideal
do estoicismo é atingir a <i>ataraxia</i> ou <i>apatia</i>, ou seja, a
indiferença em relação a todas as emoções, o que se alcança pela prática da
virtude. <o:p></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Os estóicos suportavam
as adversidades com calma e dignidade, mas também acreditavam que as
circunstâncias da vida de um homem podia se degradar a tal ponto (seja devido a
uma tragédia pessoal, à ruína e a subseqüente miséria, seja devido a uma doença
dolorosa e terminal), que um suicídio indolor se tornava a coisa mais racional
a fazer. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">Estoicismo e suicídio<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 12pt; text-align: center;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;">De fato, muitos
estóicos se suicidaram, entre eles o próprio Sêneca. É dele o trecho que
transcrevemos a seguir, Trata-se do fim da carta "Sobre a Providência
Divina", em que ele dá voz a um deus que se dirige aos seres humanos,
ensinando-os e aconselhando-os: <o:p></o:p></span></div>
<table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoNormalTable" style="mso-cellspacing: 0cm; mso-padding-alt: 0cm 0cm 0cm 0cm; width: 419px;">
<tbody>
<tr style="mso-yfti-firstrow: yes; mso-yfti-irow: 0; mso-yfti-lastrow: yes;">
<td style="background: #ECE8D6; padding: 0cm 0cm 0cm 0cm; width: 314.25pt;" width="419">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">Mas acontecem muitos sobressaltos
tristes, horríveis, duros de se agüentar. </span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">Como não podia afastar-vos deles,
armei vossos espíritos contra todos: suportai bravamente. Nisto vós estais à
frente de um deus: ele está à margem do sofrimento dos males, vós, acima do
sofrimento.</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">Desprezai a pobreza: ninguém vive tão
pobre quanto nasceu. Desprezai a dor: ou ela terá um fim ou vos dará um.
Desprezai a morte: a qual vos finda ou vos transfere. Desprezai o destino:
não dei a ele nenhuma lança com que ferisse o espírito.</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">Antes de tudo, tomei precauções para
que ninguém vos retivesse contra a vontade; a porta está aberta: se não
quiserdes lutar, é lícito fugir. Por isso, de todas as coisas que desejei que
fossem inevitáveis para vós, nenhuma fiz mais fácil do que morrer.</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">Coloquei a vida num declive: basta um
empurrãozinho. Prestai um pouco de atenção e vereis como é breve e ligeiro o
caminho que leva à liberdade.</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">[...]</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">A isso que se chama morrer, esse
instante em que a alma se separa do corpo é breve demais para que se possa
perceber tão grande velocidade: ou o nó apertou a garganta, ou a água impediu
a respiração, ou a dureza do chão arrebentou os que caíram de cabeça, ou a
sucção de fogo interrompeu o respirar; seja o que for, voa. Por acaso
enrubesceis?</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span style="color: #333333; font-family: "Times New Roman",serif;">Passa rápido o que temestes tanto
tempo!”</span></b><span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><o:p></o:p></span></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Times New Roman",serif;"><br />
<br />
Não no que se refere ao suicídio, é claro, mas no resignar-se a suportar as
adversidades da vida, o estoicismo influenciou diretamente a filosofia do
cristianismo que floresceria na <a href="http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u14.jhtm"><span style="color: black; text-decoration: none; text-underline: none;">Idade Média</span></a>,
com o fim do Império romano. Segundo o filósofo contemporâneo italiano Nicola
Abbagnano, "ao lado do aristotelismo, o estoicismo foi a doutrina que
maior influência exerceu na história do pensamento ocidental. Muitos dos
fundamentos enunciados ainda integram doutrinas modernas e contemporâneas".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
APRENDENDO O BÁSICO<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
1. <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">“Alexandre desembarca lá onde foi
fundada a atual cidade de Alexandria. Pareceu-lhe que o lugar era muito bonito
para fundar uma cidade e que ela iria prosperar. A vontade de colocar mãos à
obra fez com que ele próprio traçasse o plano da cidade, o local da Ágora, dos
santuários da deusa egípcia Ísis, dos deuses gregos e do muro externo.”<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Flávio Arriano. <b>Anabasis Alexandri </b>(séc.
I d.C.).<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Diferencie
“heleno” de “helenístico”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="color: black; font-family: "Arial",sans-serif;">2.
“Diógenes ficou associado a diversos episódios que exprimem as suas ideias
éticas, as únicas a que dava verdadeira importância. A única forma de vida
aceitável seria a conforme à natureza, tudo o mais não passava de vento.
Conta-se que Alexandre da Macedónia, o grande imperador da antiguidade, ao
encontrá-lo lhe teria perguntado o que mais desejava. Acontece que devido à
posição em que se encontrava, Alexandre, fazia-lhe sombra. Diógenes, então olhando
para o sol afirmou: "Não me tires o que não me podes dar!". Levando
ao extremo esta atitude de desprezo pelas convenções sociais, Diógenes,
tinha como casa um barril e vestia-se de trapos. Deambulava pela cidade com um
lamparina acesa, mesmo de dia, afirmando a quem o interrogava que procurava
"um verdadeiro homem". Aquele que vivia de acordo com a
natureza”.</span><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><span style="mso-tab-count: 8;"> </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Carlos Fontes<o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a) Diógenes era chamado de “o Cão”, como uma
referência aos cínicos. Explique os objetivos dessa filosofia.<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><o:p></o:p></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif;">b)
Explique as principais características do epicurismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.0pt; margin-bottom: 15.0pt;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">3. ENEM. Alguns dos desejos são
naturais e necessários; outros, naturais e não necessários; outros, nem
naturais nem necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos
trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser
facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores
de dano.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.0pt; margin-bottom: 15.0pt;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">EPICURO DE SAMOS. Doutrinas
principais. In: SANSON, V F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.0pt; margin-bottom: 15.0pt;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No fragmento da obra filosófica
de Epicuro, o homem tem como fim<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.0pt; margin-bottom: 15.0pt;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">a) alcançar o prazer moderado e a
felicidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.0pt; margin-bottom: 15.0pt;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">b) valorizar os deveres e as
obrigações sociais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.0pt; margin-bottom: 15.0pt;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">c) aceitar o sofrimento e o
rigorismo da vida com resignação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.0pt; margin-bottom: 15.0pt;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">d) refletir sobre os valores e as
normas dadas pela divindade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.0pt; margin-bottom: 15.0pt;">
<span style="font-family: "Arial",sans-serif; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e) defender a indiferença e a
impossibilidade de se atingir o saber.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Gabarito<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
1 SALA 2 SALA 3A<o:p></o:p></div>
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-11425442459338264232018-07-13T17:26:00.000-07:002018-07-13T17:26:07.425-07:00Aristóteles<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><b><span style="font-size: large;"><span style="color: black;">Aristóteles</span> (384-322 a.C.)</span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: right;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">"Nada está no intelecto antes de ter
passado pelos sentidos"</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwcFKV8mkPLRkygNLVvd3LaXh38rG88lUFoHZdLAToLPSPXfaTcJdEThLzThRVR_DoyDcK8qOUN4bUADdm4MHlMU9X9j-i5row0G2JC_57uDmgApoiGXlSBVguzK05WkON4yk1EpfQcID4/s1600/aristotelesealexandre-cke.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="490" data-original-width="630" height="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwcFKV8mkPLRkygNLVvd3LaXh38rG88lUFoHZdLAToLPSPXfaTcJdEThLzThRVR_DoyDcK8qOUN4bUADdm4MHlMU9X9j-i5row0G2JC_57uDmgApoiGXlSBVguzK05WkON4yk1EpfQcID4/s400/aristotelesealexandre-cke.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 283.2pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">
<br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">Apesar de ter sido discípulo de <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u147.jhtm"><span style="color: black;">Platão</span></a> durante vinte anos, <a href="http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u190.jhtm"><span style="color: black;">Aristóteles</span></a> (384-322 a.C.) diverge profundamente
de seu mestre em sua <b>teoria do conhecimento</b>. Isso pode ser atribuído, em
parte, ao profundo interesse de <a href="http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u40.jhtm"><span style="color: black;">Aristóteles</span></a> pela natureza (ele realizou grandes
progressos em biologia e física), sem descuidar dos assuntos humanos, como a
ética e a política.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">Para Aristóteles, o <a href="http://educacao.uol.com.br/filosofia/teoria-do-conhecimento-platao.jhtm"><span style="color: black;">dualismo platônico</span></a> entre mundo sensível e mundo
das ideias era um artifício dispensável para responder à pergunta sobre o
conhecimento verdadeiro. Nossos pensamentos não surgem do contato de nossa alma
com o mundo das ideias, mas da experiência sensível. "Nada está no
intelecto sem antes ter passado pelos sentidos", dizia o filósofo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">Isso significa que não posso ter ideia de um teiú sem ter observado um
diretamente ou por meio de uma pesquisa científica. Sem isso, "teiú"
é apenas uma palavra vazia de significado. Igualmente vazio ficaria nosso
intelecto se não fosse preenchido pelas informações que os sentidos nos trazem.<br />
<br />
Mas nossa razão não é apenas receptora de informações. Aliás, o que nos
distingue como seres racionais é a capacidade de conhecer. E conhecer está
ligado à capacidade de entender o que a coisa é no que ela tem de essencial.
Por exemplo, se digo que "todos os cavalos são brancos", vou deixar
de fora um grande número de animais que poderiam ser considerados cavalos, mas
que não são brancos. Por isso, ser branco não é algo essencial em um cavalo,
mas você nunca encontrará um cavalo que não seja mamífero, quadrúpede e
herbívoro.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">O papel da razão</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">Conhecer é perceber o que acontece sempre ou frequentemente. As coisas
que acontecem de modo esporádico ou ao acaso, como o fato de uma pessoa ser
baixa ou alta, ter cabelos castanhos ou escuros, nada disso é essencial.
Aristóteles chama essas características de acidentes.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">O erro dos sofistas (e de muita gente ainda hoje) é o de tomar algo
acidental como sendo a essência. Através desse artifício, diziam que não se
pode determinar quem é Sócrates, porque se Sócrates é músico, então não é
filósofo, se é filósofo, então não é músico. Ora, Sócrates pode ser várias
coisas sem que isso mude sua essência, ou seja, o fato de ser um animal
racional como todos nós. <br />
<br />
Mas como nós fazemos para conhecer a definição de algo e separar a essência dos
acidentes? Aí está o papel da razão.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">A razão <i>abstrai</i>, ou seja, classifica, separa e organiza os
objetos segundo critérios. Observando os insetos, percebo que eles são muito
diferentes uns dos outros, mas será que existe algo que todos tenham em comum
que me permita classificar uma barata, um besouro ou um gafanhoto como insetos?
Sim, há: todos têm seis pernas. Se abstrairmos mais um pouco, perceberemos que
os insetos são animais, como os peixes, as aves... </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">Ato ou potência</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">E poderíamos ir mais longe, separando o que é ser, do que não é. E aqui
chegamos à outra grande contribuição de Aristóteles: se o ser é e o não-ser não
é, como dizia Parmênides, então como é possível o movimento?<br />
<br />
Segundo Aristóteles, as coisas podem estar em ato ou em potência. Por exemplo,
uma semente é uma árvore em potência, mas não em ato. Quando germina, a semente
torna-se árvore em ato. O movimento é a passagem do ato à potência e da
potência ao ato. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">Qual a causa?</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">Por outro lado, se as coisas mudassem completamente ao acaso, não
poderíamos conhecê-las. Conhecer é saber qual a causa de algo. Se tenho uma dor
de estômago, mas não sei a causa, também não posso tratar-me. Conhecendo a
causa é possível saber não só o que a coisa é, mas o que se tornará no futuro.
Pois, se determinado efeito se segue sempre de uma determinada causa, então
podemos estabelecer leis e regras, tal como se opera nos vários ramos da
ciência. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">Existem quatro tipos de causas: a causa final, a causa eficiente, a
causa formal e a causa material. Por exemplo, se examinarmos uma estátua, o
mármore é a causa material, a causa eficiente é o escultor, a causa formal é o
modelo que serviu de base para escultura e a causa final é o propósito, que
pode ser vender a obra ou enfeitar a praça. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">Há uma hierarquia entre as causas, sendo a causa final a mais
importante. A ciência que estuda as causas últimas de tudo é chamada de
filosofia. Por isso, a tradição costuma situar a filosofia como a ciência mais
elevada ou mãe de todas as ciências, por ser o ramo do conhecimento que estuda
as questões mais gerais e abstratas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Aprendendo
o Básico</span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">1. (UFU – 1ª FASE)
Conforme o <i>Dicionário de Filosofia </i>de Nicola Abbagnano, Platão emprega a
palavra silogismo para definir o raciocínio em geral. Aristóteles, por sua vez,
o define como o tipo perfeito de raciocínio dedutivo, “um discurso em que,
postas algumas coisas, outras se seguem necessariamente.” Considere que a
premissa “Todo atleta treina”, sentença universal</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">e afirmativa, é a
premissa maior de um silogismo, cuja conclusão é: “Logo, Maria treina”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">(ABBAGNANO, N. <b>Dicionário
de Filosofia</b><i>. </i>Trad. Alfredo Bosi e Ivone C. Benedetti. São Paulo:
Martins Fontes, 2003.)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">De acordo com tal
definição, assinale a alternativa que indica, corretamente, a premissa menor:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">A) Maria não é
atleta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">B) Maria não
treina.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">C) Maria é atleta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">D) Maria é atleta,
mas não treina.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">2. (UEL – 1ª Fase)
“E justiça é aquilo em virtude do qual se diz que o homem justo pratica, por
escolha própria, o que é justo, e que distribui, seja entre si mesmo e um
outro, seja entre dois outros, não de maneira a dar mais do que convém a si
mesmo e menos ao seu próximo (e inversamente no relativo ao que não convém),
mas de maneira a dar o que é igual de acordo com a proporção; e da mesma forma
quando se trata de distribuir entre duas outras pessoas”.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">Fonte:
ARISTÓTELES. <b>Ética a Nicômaco</b>. Tradução de Leonel</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">Vallandro e Gerd
Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p.
89.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">De acordo com o
texto e os conhecimentos sobre a justiça em Aristóteles, é correto afirmar:</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">a) É possível que
um homem aja injustamente sem ser injusto.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">b) A justiça é uma
virtude que não pode ser considerada um meio-termo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">c) A justiça
corretiva deve ser feita de acordo com o mérito.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">d) Os partidários
da democracia identificam o mérito com a excelência moral .</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">e) Os partidários
da aristocracia identificam o mérito com a riqueza.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">APRENDENDO MAIS</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">3. (UFU – 2ª Fase)
Leia o texto abaixo e responda as questões que se seguem.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">Com efeito, onde
está ao nosso alcance agir, também está ao nosso alcance não agir, e onde</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">somos capazes de
dizer “não”, também somos capazes de dizer “sim”; conseqüentemente, se</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">agir, quando agir
é nobilitante, está ao nosso alcance, não agir, que será ignóbil, também estará</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">ao nosso alcance,
e se não agir, quando não agir é nobilitante, está ao nosso alcance, agir, que</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">será ignóbil,
também estará em nosso alcance. Se está em nosso alcance, então, praticar atos</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">nobilitantes ou
ignóbeis, e se isto era o que significava ser bom ou mau, está igualmente ao</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">nosso alcance ser
moralmente excelentes ou deficientes.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">ARISTÓTELES. <i>Ética
a Nicômaco</i>. São Paulo: Nova</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">Cultural, 1996. p.
159. <i>Coleção Os Pensadores</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">1) Pode-se afirmar
que, para Aristóteles, “agir” é sempre igual a “bom” e não agir é sempre igual
a “mau”? Por quê?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt;">2) Pode-se afirmar
que, conforme o texto de Aristóteles, as escolhas determinam o caráter
(disposição) de uma pessoa?</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;">Justifique sua resposta
com base no texto.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">4.
“Segundo Aristóteles, tudo tende a passar da potência ao ato; tudo se move de
uma para outra condição. Essa passagem se daria pela ação de forças que se
originam de diferentes motores, isto é, coisas ou seres que promoveriam esta
mudança. No entanto, se todo o Universo sofre transformações, o estagirita
afirmava que deveria haver um primeiro motor [...]”. CHALITA, Gabriel. Vivendo
a filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2006, p. 58. Com base em seus conhecimentos
e no texto acima, assinale a alternativa que contenha duas características do
primeiro motor. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A)
O primeiro motor é imóvel, caso contrário, alguma causa deveria movê-lo e ele
não seria mais o primeiro motor; é imutável, porque é ato puro. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">B)
O primeiro motor é imóvel, mas não imutável, pois pode ocorrer de se
transformar algum dia, como tudo no Universo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">C)
O primeiro motor é imutável, mas não imóvel, pois do seu movimento ele gera os
demais movimentos do Universo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">D)
O primeiro motor não é imóvel, nem imutável, pois isto seria um absurdo
teórico. Para Aristóteles, o primeiro motor é móvel e mutável, como tudo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">5.
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C), apesar de ter sido discípulo de Platão, criou
sua própria filosofia. Uma das diferenças marcantes entre os dois é a
importância dada aos fenômenos naturais do chamado mundo sensível. No mundo
sensível, a mudança é constante, característica que Aristóteles procura
explicar a partir das concepções de matéria, forma, potência e ato. Com base
nos seus conhecimentos e no texto acima, assinale a alternativa que define
corretamente a concepção aristotélica de ato e potência. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">A)
A potência e o ato são conceitos que não se referem, de fato, às coisas
materiais sujeitas à transformação. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">B)
A potência é o momento presente, atual da matéria; ato é o que ela poderá vir a
fazer. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">C)
A potência e o ato não se relacionam com a matéria. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif;">D)
A potência é o que a matéria virá a ser, seu devir, o princípio do movimento;
ato é aquilo que ela é no presente.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
7. UEL 2014</div>
<div class="MsoNormal">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">8. [...] após ter distinguido em quantos sentidos se
diz cada um [destes objetos], deve-se mostrar, em relação ao primeiro, como em
cada predicação [o objeto] se diz em relação àquele. Aristóteles, Metafísica.
Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2002. De acordo com a
ontologia aristotélica, </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">a) a metafísica é “filosofia primeira” porque é
ciência do particular, do que não é nem princípio, nem causa de nada.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">b) o primeiro entre os modos de ser, ontologicamente,
é o “por acidente”, isto é, diz respeito ao que não é essencial. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">c) a substância é princípio e causa de todas as
categorias, ou seja, do ser enquanto ser. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">d) a substância é princípio metafísico, tal como
exposto por Platão em sua doutrina.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">9. Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças
sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as evidências
empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto
pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar
crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de
descobrir seu sentido último. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da
filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação
do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto filosófico
de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">a) adoção da experiência do senso comum como critério
de verdade. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">b) incapacidade de a razão confirmar o conhecimento
resultante de evidências empíricas. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">c) pretensão de a experiência legitimar por si mesma a
verdade. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">d) defesa de que a honestidade condiciona a
possibilidade de se pensar a verdade. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">e) compreensão de que a verdade deve ser justificada
racionalmente.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">10. Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão
“ser segundo a potência e o ato”, indicam-se dois modos de ser muito diferentes
e, em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da potência até
mesmo de não-ser, no sentido de que, com relação ao serem-ato, o
ser-em-potência é não-ser-em-ato. REALE, Giovanni. História da Filosofia
Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo Perine. São
Paulo: Loyola, 1994, p. 349. A partir da leitura do trecho acima e em
conformidade com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles, assinale a
alternativa correta. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua
capacidade de se transformar em algo diferente dele mesmo, como, por exemplo, o
mármore (ser-em-ato) em relação à estátua (ser-em-potência). </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência
explica o movimento percebido no mundo sensível. Tudo o que possui matéria
possui potencialidade (capacidade de assumir ou receber uma forma diferente de
si), que tende a se atualizar (assumindo ou recebendo aquela forma). </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o
serem-ato. Isto ocorre porque o movimento verificado no mundo material é apenas
ilusório, e o que existe é sempre imutável e imóvel. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo
sensível (das coisas materiais) e a potência se encontra tãosomente no mundo
inteligível, apreendido apenas com o intelecto.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">11. Leia o texto a seguir. É pois manifesto que a
ciência a adquirir é a das causas primeiras (pois dizemos que conhecemos cada
coisa somente quando julgamos conhecer a sua primeira causa); ora, causa diz-se
em quatro sentidos: no primeiro, entendemos por causa a substância e a essência
(o “porquê” reconduz-se pois à noção última, e o primeiro “porquê” é causa e
princípio); a segunda causa é a matéria e o sujeito; a terceira é a de onde vem
o início do movimento; a quarta causa, que se opõe à precedente, é o “fim para
que” e o bem (porque este é, com efeito, o fim de toda a geração e movimento). </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Adaptado de: ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. De
Vincenzo Cocco. São Paulo: Abril S. A. Cultural, 1984. p.16. (Coleção Os
Pensadores.) </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, a
ordem em que Aristóteles apresentou as causas primeiras é</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> a) Causa final,
causa eficiente, causa material e causa formal. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">b) Causa formal, causa material, causa final e causa
eficiente. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">c) Causa formal, causa material, causa eficiente e
causa final. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">d) Causa material, causa formal, causa eficiente e
causa final. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">e) Causa material, causa formal, causa final e causa
eficiente.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">12. A felicidade é portanto, a melhor, a mais nobre e
a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados
como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa,
e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes
atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a
melhor, nós a identificamos como felicidade. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras,
2010. Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos,
Aristóteles a identifica como </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">a) busca por bens materiais e títulos de nobreza. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">b) plenitude espiritual a ascese pessoal. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">c) finalidade das ações e condutas humanas. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">d) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">e) expressão do sucesso individual e reconhecimento
público.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
GABARITO </div>
<span style="font-family: "Calibri",sans-serif; font-size: 11.0pt; line-height: 115%;">1C
2A 3SALA 4A 5D 6SALA 7D 8C 9E 10B 11C 12C</span>Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-81497628027523917712018-07-13T16:37:00.000-07:002018-07-13T16:37:52.890-07:00Platão – teoria do conhecimento e a crítica à democracia grega <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTfdYmmAkrKuau2uA8as2q68UUsRu_U0arQ6tuIZzmi00t1-u0GQXxlwlwZkRThh-o6LiVztFMWgIpGXSnea7bTSzEr_be6wTD8amWskdKU4Yxv-XTeORVOfudzyppzTMgL7yfrYO4lRgH/s1600/mito-da-caverna.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="359" data-original-width="612" height="187" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTfdYmmAkrKuau2uA8as2q68UUsRu_U0arQ6tuIZzmi00t1-u0GQXxlwlwZkRThh-o6LiVztFMWgIpGXSnea7bTSzEr_be6wTD8amWskdKU4Yxv-XTeORVOfudzyppzTMgL7yfrYO4lRgH/s320/mito-da-caverna.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Segundo Platão todos nascemos com uma pré-determinação segundo a qual desenvolvemos nossas expertises e nos tornamos nossa melhor versão. Indubitavelmente, nasci para ser médico e gerar valor para a sociedade em que vivo. Seria hipocrisia com vocês vestibulando reiterar que elaboraria uma explicação mais didática que a desse vídeo sobre Platão do professor Clóvis De Barros Filho. Dessa forma, nesse módulo peço que vocês tenham culhão e assistam esse vídeo até ele penetrar em suas mentes. Faça da busca pela excelência sua própria felicidade. Assista o vídeo, leia os textos de apoio e deixem seus comentários. </div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/GczCbGDOjNk/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/GczCbGDOjNk?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 2; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><i><span style="font-size: large;">As coisas mudam, mas seus modelos são
eternos</span></i></span></b></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 247.8pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
<span style="color: black;">Platão</span> foi discípulo de <span style="color: black;">Sócrates</span>, por quem sempre nutriu profunda
admiração, transformando-o no personagem principal de seus diálogos. Após a
morte do mestre, fundou sua própria escola de filosofia, chamada de Academia,
em homenagem ao deus Academus.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Sua obra está intimamente ligada aos problemas
filosóficos de sua época.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Platão viveu durante a florescente <span style="color: black;">democracia ateniense</span> - e na democracia era
importante saber argumentar e convencer os cidadãos a votarem nesta ou naquela
proposta. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Muitos jovens, que pretendiam ter destaque na vida pública,
procuravam professores que lhes ensinassem a arte de falar bem e de maneira
convincente. Esses professores de oratória e retórica eram os sofistas, título
que, originalmente, significa "sábio".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3; text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><span style="font-size: small;">Relativismo</span></span></b></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Os sofistas mais famosos foram Protágoras (480-411 a.C.) e Górgias (485-380
a.C.). Para eles não existem verdades imutáveis, válidas para todo o sempre.
Muito do que acreditávamos ser certo no passado, hoje sabemos que é falso, e
nada garante que no futuro não venha a acontecer o mesmo. O melhor que podemos
almejar é construir um consenso provisório sobre o que é certo para maioria,
aqui e agora. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">
"O homem é a medida de todas as coisas", dizia Protágoras, cabe a nós
decidir sobre o que é certo ou errado, respeitando os diferentes pontos de
vista, pois ninguém pode se julgar dono da verdade. Ora, o melhor modo de fazer
isso é a democracia, em que prevalece o livre debate de ideias.<br />
</span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br />
A posição dos sofistas é chamada de <i>relativismo</i>, por considerar que não
existem verdades absolutas, mas apenas verdades relativas que mudam com o
passar do tempo e de uma cultura para outra. Daí a necessidade de sempre
refazermos o consenso democrático sobre os problemas que nos afetam e reformar
as leis de nossa sociedade.</span><br />
<br />
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: small;">Modelos ideais imutáveis</span></b></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">P</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">latão achava isso absurdo. É certo que a realidade está sempre mudando,
que as coisas nascem e morrem, mas é igualmente certo que existem coisas que não
morrem e tampouco mudam. Do contrário, teríamos apenas opiniões (<i>doxa</i>)
sobre as coisas, mas nunca um conhecimento (<i>episteme</i>) sobre elas. <br />
</span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br />
O que não muda são as ideias das quais as coisas são meras cópias. As coisas
podem mudar de forma e tamanho, mas a soma dos ângulos internos de um triângulo
será sempre 180 graus, assim como 2 + 2 será sempre igual a 4. O que conhecemos
da realidade não é o que pode ser percebido através dos sentidos, mas os
modelos ideais imutáveis que estão para além das aparências.<br />
Para Platão, temos em nós duas partes: um corpo corruptível e uma alma imortal.
Nossa alma imortal tem sua origem no mundo das ideias, onde contemplou as
ideias de tudo o que existe. Assim, quando olhamos para as coisas neste mundo,
nos lembramos do que contemplamos no mundo das formas ideais, e dizemos que
algo é bom ou justo apesar de nunca encontrarmos algo verdadeiramente bom ou
justo em parte alguma.<br />
Quando participamos de um diálogo filosófico, mesmo que seja um diálogo da alma
consigo mesma, nos afastamos das opiniões sobre as coisas para contemplar
diretamente as ideias. E ao recordar tudo o que vimos no mundo das ideias, onde
tudo era eternamente Bom, Belo e Verdadeiro, nossa alma aspira a libertar-se do
corpo corruptível, no qual está aprisionada, e voltar para o mundo das ideias. <br />
Enquanto isso não acontece, a alma busca afastar-se de tudo que é ligado ao
corpo, dedicando-se à contemplação e à filosofia. Existem almas, porém, que se
agarram ao corpo e seus apetites, e tomam o efêmero por duradouro, o relativo
pelo verdadeiro.<br />
O filósofo, entretanto, não pode fechar os olhos para verdade - e a única coisa
que pode aspirar é que ela, por fim, prevaleça.</span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Imagine um edifício, um carro, uma máquina. O que eram antes de existir?
Apenas uma ideia na mente do projetista ou inventor. Quando colocada em
prática, aparecem as imperfeições que fazem parte da realidade, não da ideia.
Da mesma forma, as coisas que existem em nosso mundo são cópias das ideias que
lhes deram origem. As cópias estragadas são substituídas por novas, mas a forma
permanece sempre a mesma. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Quando olhamos para João ou Paula, vemos um ser humano, mas não existe
mais humanidade em João do que em Paula, ou melhor, a humanidade não é algo que
está neles, mas são como biscoitos retirados de uma mesma forma. Por isso, é
inútil buscar alguma verdade no mundo sensível, imperfeito e corruptível,
enquanto podemos intuí-la diretamente do mundo das ideias, que permanece
imutável e completamente separado do nosso mundo de aparências.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Alma imortal<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Mas, se o mundo das ideias é separado do nosso mundo, como Platão sabe
que ele existe? Segundo o filósofo, não só ele, mas todos nós sabemos que o
mundo das ideias existe porque já estivemos lá. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Infelizmente, são poucos os que escolhem o caminho da verdade e da
filosofia. Estes são, até mesmo, vistos como loucos pela maioria que vaga entre
opiniões incertas. Por tentar retirá-los do mundo de sombras e ilusões em que
se encontram (leia <a href="http://educacao.uol.com.br/filosofia/ult3323u42.jhtm"><span style="color: black;">"O mito da caverna e a visão além das aparências"</span></a>),
alguns filósofos são perseguidos e até condenados a morte, como aconteceu com Sócrates.
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Aprendendo o
básico<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoListParagraph" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-list: l0 level1 lfo1; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">1.<span style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span>UFU
(1ª FASE) Leia o trecho abaixo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E que existe o
belo em si, e o bom em si, e, do mesmo modo, relativamente a todas as<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">coisas que então
postulamos como múltiplas, e, inversamente, postulamos que a cada uma<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">corresponde uma
idéia, que é única, e chamamos-lhe a sua essência (507b-c).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">PLATÃO. <i>República</i>.
Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 8ª ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian. 1996.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Marque a
alternativa que expressa corretamente o pensamento de Platão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A) Somente por
meio dos sentidos, em especial da visão, pode o filósofo obter o conhecimento
das idéias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-73109936869184437252018-03-08T18:18:00.002-08:002018-03-08T18:18:17.564-08:00Coaching - Motivação <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGhGIbYZmG8zIYAp4ltiRDPGOjIqHT1DE7a3ILlmtoOlneOtk-14WSKsxpERIfuxnoeMA6RKZ6HurkKWQgxecH4LCpgYC2UQY_XmH2vAfWMUigdZyydy54bcr068_pLdRE9kkFiwMW1wQR/s1600/coaching+auto+ajuda+e+felicidade+daniel+mathias+chagas.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="451" data-original-width="564" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGhGIbYZmG8zIYAp4ltiRDPGOjIqHT1DE7a3ILlmtoOlneOtk-14WSKsxpERIfuxnoeMA6RKZ6HurkKWQgxecH4LCpgYC2UQY_XmH2vAfWMUigdZyydy54bcr068_pLdRE9kkFiwMW1wQR/s320/coaching+auto+ajuda+e+felicidade+daniel+mathias+chagas.png" width="320" /></a></div>
É uma imensa satisfação estar aqui com você e poder compartilhar minha experiência pessoal e juntos construirmos um espaço de aprendizagem transformacional. Você provavelmente conhece pessoas que literalmente vivem um dia após o outro. Sem dúvidas, buscam obter uma vida digna, até mesmo, realizar seus sonhos. Algumas até se tornam bem sucedidas, mas a maioria obtém uma vida de frustração e infelicidade por desistir de lutar pelos seus sonhos. Muitas acreditam que o caminho para a felicidade é o mero acúmulo de bens, certamente etão equivocadas. Em busca dessa cresça tudo é válido - inclusive pegar atalhos. Dessa forma, desistem de ser aquilo que nasceram e tem o talento natural para empenhar. Uma vez mais observamos a ética maquiavélica em que os fins justificam os meios e o enfoque é o objetivo, não o caminho e a felicidade. Como Ùlissis, até sabem onde é Ítaca, mas não estão dispostos a enfrentar o caminho tortuoso rumo até lá.<br />
<br />
Certamente, uma pessoa realmente é feliz quando está no comando de sua própria vida, que sabe se comunicar consigo mesma, negociar e receber feedbacks de sua própria evolução, e aprender com resultados. A felicidade se impõe quando fazemos aquilo que realmente gostamos. De fato, fica evidente quando descobrimos o que nos faz feliz a partir do auto conhecimento. Como afirmou Sócrates, conheça-te a tí mesmo e a partir de então encontre a felicidade.<br />
<br />
Nesse escopo, essa página tem como objetivo te ajudar a imergir num processo de auto conhecimento. Assim, você terá clareza no que realmente te faz feliz e certamente cessará a busca por atalhos e achara a felicidade em si mesmo. Como afirmou o filósofo, uma vida sem reflexão e felicidade não vale a pena ser vivida. Te convido a se descobrir e tornar sua melhor versão. Há um leão adormecido dentro de você, portanto, descubra-se e permita-se encontrar a pessoa grande que há em você. Torne-se a sua melhor versão. Com a ajuda de um grupo de amigos, especializados em Coaching desenvolvemos uma jornada que permitirá profundas reflexões e descobertas rumo a felicidade. Lembre-se #TMJSempre #SomosTodosVestibulando<br />
<br />
<a name='more'></a><br />
<br />
<br />
1.Felicidade - O que é?<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsJ_hLUXLXghyphenhyphenYJoxxL0PZY0jjNEzd_WVc-5GiUVm4yDQXLMuGFkCtG4Dy-x6foxWP7Z3Ws6GBce328VmGOoKBs0txhr0XIEA7LspTw4G_wh_Qkw7E9gJwiIY0JFxULHilz-_7MyPqfr28/s1600/felicidade.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" border="0" data-original-height="250" data-original-width="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsJ_hLUXLXghyphenhyphenYJoxxL0PZY0jjNEzd_WVc-5GiUVm4yDQXLMuGFkCtG4Dy-x6foxWP7Z3Ws6GBce328VmGOoKBs0txhr0XIEA7LspTw4G_wh_Qkw7E9gJwiIY0JFxULHilz-_7MyPqfr28/s1600/felicidade.png" title="" /></a></div>
"Segundo Aristóteles, a busca pela excelência é a própria felicidade. Evidentemente, para alguns e o mero acúmulo de bens, outros a realização de estereótipos impostos pela sociedade - como adequação à padrões de beleza, realização profissional, construção de uma família. Mas afinal, o que realmente é felicidade? O que de fato nos faz feliz? Esse sem dúvidas será o primeiro percurso dessa jornada de auto conhecimento.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
Para Saber Mais <a href="http://vestdmc.blogspot.com.br/2017/12/o-que-e-felicidade.html">Clique Aqui! </a></div>
<br />
<br />
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<br />
2. Dúvidas e Incertezas:<br />
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3. Reflexões e Descobertas:<br />
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4.Medos e Insegurança:<br />
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<br />
5.Autoconceito:<br />
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<br />
6.Criando Seu Novo Futuro:<br />
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7.Minha Nova História:<br />
<br />
<br />
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-40714496704411058812018-01-02T13:57:00.000-08:002018-01-02T13:57:00.029-08:00Sócrates, santo ou sábio? Filósofo!<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC6pExir411K8_YQk_Ak86c1P90YsmYMhxdJb0P_GOkutjavSWBLmdqOCbMGGoziK13DjKTBLLtrz6JlsazK-veCU3G8dUiF6Xcf8hVo9eFJtxxbwFPvJfa5tQZiZyfw85zwK4c1ro2iG8/s1600/socrates.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="600" height="332" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC6pExir411K8_YQk_Ak86c1P90YsmYMhxdJb0P_GOkutjavSWBLmdqOCbMGGoziK13DjKTBLLtrz6JlsazK-veCU3G8dUiF6Xcf8hVo9eFJtxxbwFPvJfa5tQZiZyfw85zwK4c1ro2iG8/s400/socrates.jpg" width="400" /></a></div>
<h2>
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 115%;"><span style="font-size: large;">A condenação de Sócrates</span></span></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.5pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">"Pode alguém perguntar: 'Mas não serás capaz, ó Sócrates, de nos
deixar e viver calado e quieto?' Não convenceria alguns dentre vós de nada mais
dificilmente do que disso. Se vos disser que assim desobedeceria ao deus e, por
isso, impossível é a vida quieta, não me dareis fé, pensando que é ironia; de
outro lado, se vos disser que para o homem nenhum bem supera o discorrer cada
dia sobre a virtude e outros temas (...), e que a vida sem exame não é vida
digna de um ser humano, acreditareis ainda menos em minhas palavras."<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<span style="font-size: 10.5pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
Na obra "Defesa de Sócrates", de seu discípulo Platão, encontramos o
mestre afirmando a necessidade da filosofia contra seus acusadores, que
acabaram condenando-o à morte.</span></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
Sócrates é considerado um dos principais filósofos de toda a história da
filosofia ocidental. Era filho de um escultor e de uma parteira. Em Atenas,
recebeu uma educação clássica, que incluía ginástica, música e gramática. Pouco
se sabe a respeito de sua juventude. </span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
Sócrates vivia de maneira humilde, percorrendo descalço as ruas de Atenas.
Tornou-se o filósofo por excelência, "amigo do saber". <b>Passou a
ensinar em praça pública, sem cobrar pelos seus ensinamentos, ao contrário do
que faziam os sofistas.</b> <span style="color: red;"><b>Seu método consistia em fazer perguntas que conduziam o
discípulo à descoberta da verdade.</b></span></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><b>
Sócrates reformulou a filosofia grega, fazendo com que a busca de conhecimento,
antes centrada no estudo da natureza, passasse a ocupar-se do homem e das suas
ações.</b></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
Casou-se com Xantipa, mulher de temperamento difícil, e teve três filhos. No
fim da vida, foi considerado um perigo para a sociedade e, confundido com os
sofistas, <b>acabou acusado e condenado à morte</b>. Preso, <span style="color: red;"><b>morreu ingerindo a cicuta</b></span>
- um veneno comum na época - em 399 a.C. Sócrates <b>elaborou sua própria defesa</b>,
<span style="color: red;"><b>comentando e refutando as acusações de corromper a juventude e não venerar os
deuses da cidade. </b></span></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">
</span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
Apesar de nunca ter escrito uma obra, a atividade filosófica de Sócrates está
documentada nos livros do também filósofo grego Platão. Os célebres diálogos de
Platão incluem o "Êutifron", o "Critão", o
"Fédon" e "Um Banquete". Em todos eles, Sócrates aparece
como personagem. </span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 2; text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">Sócrates e a nossa relação com o mundo</span></span></b></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 247.8pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;">
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br />
<!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A figura de <span style="color: black;">Sócrates</span> é como um divisor de águas na Filosofia
Antiga, tanto que os filósofos anteriores a ele são tradicionalmente chamados
de <b>pré-socráticos</b>. De fato, com Sócrates há uma mudança significativa no rumo das
discussões filosóficas sobre a <b>verdade</b> e o <b>conhecimento</b>. <span style="color: red;"><b>Os
primeiros filósofos estavam preocupados em encontrar o fundamento (<i>arké</i>)
de todas as coisas. <span style="background-color: yellow;">Sócrates, por sua vez, está mais interessado em nossa
relação com os outros e com o mundo.</span></b></span> Curiosamente, Sócrates nada escreveu - e tudo o que sabemos dele é graças a
seus discípulos, particularmente <span style="color: black;">Platão</span>. Sócrates teria tomado a inscrição da
entrada do templo de Delfos como inspiração para construir <span style="background-color: yellow;"><span style="color: red;"><b>sua filosofia: Conhece-te
a ti mesmo.</b></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para compreendermos o sentido dessa frase, segundo o filósofo francês <span style="color: black;">Michel Foucault</span> (1926 - 1984), devemos
inscrevê-la em uma estratégia mais geral do cuidado de si. </span><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ou seja, o que <b><span style="color: red;">Sócrates pregava era que nós devemos nos ocupar menos com
as coisas (riqueza, fama, poder) e passarmos a nos ocupar com nós mesmos</span></b>.
Poderia objetar-se: com que propósito deveria ocupar-me comigo mesmo? Porque é
o caminho que me permite ter acesso à verdade. Mas que tipo de verdade?
Obviamente não é uma verdade qualquer, tal como a fórmula química da água, mas
a verdade que é capaz de transformá-lo no seu próprio ser de sujeito.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É esse ato de conhecimento, capaz de promover nossa <b>autotranscendência</b>,
de que fala Sócrates. Conhecer a mim mesmo para saber como modificar minha
relação para comigo, com os outros e com o mundo.</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; font-size: 10.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><b><span style="font-size: large;">Como ter acesso à verdade?</span></b></span></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Tal modificação para ter acesso à verdade, contudo, não é um ato
puramente intelectual. Ela exige, por vezes, determinadas renúncias e
purificações, das quais Sócrates é um exemplo. Sócrates dizia ter recebido de Deus a missão de exortar os atenienses,
fossem eles velhos ou jovens, a deixarem de cuidar das coisas, passando a
cuidar de si mesmos. Tal atitude o fez dedicar-se inteiramente à filosofia e à
prática dialógica (uma forma especial de diálogo, denominada <b>maiêutica</b>)
por meio da qual <b><span style="color: red;">ele fazia com que seu interlocutor percebesse as
inconsistências de seu discurso e se auto-corrigisse. </span></b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
A atitude de Sócrates <b>questionava os valores da sociedade ateniense,</b> razão pela
qual seus inimigos o levaram ao tribunal, onde foi julgado e condenado à morte.
Sua morte, porém, não impediu que a questão do cuidado de si se tornasse um
tema central na filosofia durante mais de mil anos - e chegasse a influenciar
alguns filósofos modernos e contemporâneos. <b>A questão central do cuidado de si </b>é que jamais se tem acesso à verdade
sem uma experiência de purificação, de meditação, de exame de consciência -
enfim, através de determinados exercícios espirituais capazes de transfigurar
nosso próprio ser.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Dito de outro modo, <span style="background-color: yellow; color: red;">o </span><b><span style="color: red;"><span style="background-color: yellow;">estado de iluminação, de descoberta da verdade,
não é produto do estudo, mas de uma prática acompanhada de reflexão constante
sobre minhas ações,</span> </span></b>atitudes - e de como posso modificá-las para me tornar uma
pessoa melhor. É como se a vida fosse uma obra de arte em que nós vamos nos
moldando, nos aperfeiçoando no decorrer da existência.</span><span style="font-family: Times New Roman, serif; font-size: 10.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<h2 style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-outline-level: 3; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman", serif;"><span style="font-size: large;">A difícil busca da verdade</span></span></b></h2>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Atualmente, estamos distantes dessa perspectiva socrática do cuidado de
si. A ciência moderna está preocupada com a produção e acumulação de
conhecimentos. Mas quando nos perguntamos: para quê acumulamos e produzimos
conhecimento? A resposta é simplesmente: para aumentar infinitamente nosso
conhecimento. Entramos, assim, numa corrida sem fim, em que nunca nos
questionamos se isso realmente está trazendo os benefícios prometidos. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">
Claro que a tecnologia traz inegáveis benefícios, mas não parece que as
pessoas, atualmente, estejam mais felizes. Pode-se alegar, no entanto, que não
é papel do conhecimento e da ciência promover a felicidade humana - e que,
talvez, conhecimento e ciência tenham a única função de contribuir para a
concentração de poder e dinheiro nas mãos de alguns uns poucos. Sócrates, porém, via a busca da verdade como um caminho de ascese, pois,
quando cuidamos de nós mesmos, modificamos nossa relação com os outros e com o
mundo.</span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 12.0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mergulhados em preocupações com a aparência e o consumo, pensamos estar
cuidando de nós mesmos, quando na verdade estamos nos perdendo em meio às
coisas. É preciso conhecer a si mesmo para não perder-se. Claro que você não
vai encontrar toda verdade em si mesmo, mas, pelo menos, a única verdade capaz
de salvá-lo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="font-family: "Times New Roman",serif; font-size: 10.5pt; line-height: 115%;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">APRENDENDO
O BÁSICO</span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Diálogo <i>Fedro</i>, de Platao (427-347 a.C.).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Fedro</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i> </i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>SÓCRATES: – Vamos então refletir sobre o que há</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>pouco estávamos discutindo; examinaremos o que seja</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>recitar ou escrever bem um discurso, e o que seja
recitar</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>ou escrever mal.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>FEDRO: – Isso mesmo.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>SÓCRATES: – Pois bem: não é necessário que o</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>orador esteja bem instruído e realmente informado
sobre</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>a verdade do assunto de que vai tratar?</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>FEDRO: – A esse respeito, Sócrates, ouvi o seguinte:</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>para quem quer tornar-se orador consumado não é</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>indispensável conhecer o que de fato é justo, mas sim
o</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>que parece justo para a maioria dos ouvintes, que são
os</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>que decidem; nem precisa saber tampouco o que é bom</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>ou belo, mas apenas o que parece tal – pois é pela</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>aparência que se consegue persuadir, e não pela
verdade.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>SÓCRATES: – Não se deve desdenhar, caro Fedro, da</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>palavra hábil, mas antes refletir no que ela
significa. O</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>que acabas de dizer merece toda a nossa atenção.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>FEDRO: – Tens razão.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>SÓCRATES: – Examinemos, pois, essa afirmação.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>FEDRO: – Sim.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>SÓCRATES: – Imagina que eu procuro persuadir-te a</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>comprar um cavalo para defender-te dos inimigos, mas</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>nenhum de nós sabe o que seja um cavalo; eu, porém,</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>descobri por acaso uma coisa: “Para Fedro, o cavalo é</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>o animal doméstico que tem as orelhas mais compri -</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>das”...</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>FEDRO: – Isso seria ridículo, querido Sócrates.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>SÓCRATES: – Um momento. Ridículo seria se eu</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>tratasse seriamente de persuadir-te a que escrevesses
um</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>panegírico do burro, chamando-o de cavalo e dizendo</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>que é muitíssimo prático comprar esse animal para o
uso</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>doméstico, bem como para expedições militares; que ele</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>serve para montaria de batalha, para transportar</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>bagagens e para vários outros misteres.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>FEDRO: – Isso seria ainda ridículo.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>SÓCRATES: – Um amigo que se mostra ridículo não</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>é preferível ao que se revela como perigoso e nocivo?</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>FEDRO: – Não há dúvida.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>SÓCRATES: – Quando um orador, ignorando a natu -</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>re za do bem e do mal, encontra os seus concidadãos na</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>mesma ignorância e os persuade, não a tomar a sombra</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>de um burro por um cavalo, mas o mal pelo bem; quando,</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>conhecedor dos preconceitos da multidão, ele a impele</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>para o mau caminho, – nesses casos, a teu ver, que
frutos</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>a retórica poderá recolher daquilo que ela semeou?</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>FEDRO: – Não pode ser muito bom fruto.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>SÓCRATES: – Mas vejamos, meu caro: não nos tere -</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>mos excedido em nossas censuras contra a arte
retórica?</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>Pode suceder que ela responda: “que estais a
tagarelar,</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>homens ridículos? Eu não obrigo ninguém – dirá ela –</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>que ignore a verdade a aprender a falar. Mas quem ouve</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>o meu conselho tratará de adquirir primeiro esses
conhe -</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>cimentos acerca da verdade para, depois, se dedicar a</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>mim. Mas uma coisa posso afirmar com orgulho: sem as</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>minhas lições a posse da verdade de nada servirá para</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>engendrar a persuasão”.</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>FEDRO: – E não teria ela razão dizendo isso?</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>SÓCRATES: – Reconheço que sim, se os argumentos</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>usuais provarem que de fato a retórica é uma arte;
mas,</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>se não me engano, tenho ouvido algumas pessoas atacála</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>e provar que ela não é isso, mas sim um negócio que</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>nada tem que ver com a arte. O lacônio declara: “não</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>existe arte retórica propriamente dita sem o
conhecimen -</i></span><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"><i>to da verdade, nem haverá jamais tal coisa”.</i></span><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Helvetica Neue, Arial, Helvetica, sans-serif;"> </span></span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 115%;">(Platao.
<i>Diálogos</i>. Porto Alegre: Editora Globo, 1962.)</span><span style="font-family: "Times New Roman", serif; line-height: 115%;"><br /></span></span></div>
<div style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">A
partir</span><span style="line-height: 115%;"> da leitura do diálogo “Fedro”, responda às questões 1 e 2.</span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; mso-layout-grid-align: none; mso-list: l0 level1 lfo1; text-autospace: none; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">1.<span style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;">
</span><!--[endif]-->Neste fragmento de um dialogo de Platão,
as personagens Sócrates e Fedro discutem a respeito da relação entre a arte
retórica, isto e, a arte de produzir discursos, e a expressão da verdade por
meio de tais discursos. Trata-se de um tema ainda atual. Aponte a única
alternativa que expressa um conteúdo não abordado pelas duas personagens no
fragmento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">a)
A produção de bons discursos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">b)
A formação do orador.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">c)
A natureza da Filosofia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">d)
O poder persuasivo da oratória.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">e) A retórica como
arte de criar discursos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">2.
Após uma leitura atenta do fragmento do dialogo <i>Fedro</i>,<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">pode-se
perceber que Sócrates combate, fundamentalmente, o argumento dos mestres
sofistas, segundo o qual, para fazer bons discursos, e preciso<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">a)
evitar a arte retórica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">b)
conhecer bem o assunto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">c)
discernir a verdade do assunto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">d)
ser capaz de criar aparência de verdade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">e) unir a arte
retórica a expressão da verdade.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">APRENDENDO MAIS</span><span style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">3. Marque a
alternativa que está de acordo com a célebre frase de Cícero: “Sócrates foi o
primeiro que desceu a filosofia do céu e colocou-a nas cidades, e, também,
introduziu-a nas casas e obrigou-a a indagar sobre a vida, os costumes e sobre
as coisas boas e más.<i>” </i>(<i>Tusculanae</i>, 5,4)<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A) Cícero
refere-se ao fato de que Sócrates fundamentou toda a filosofia grega na teoria
das <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Idéias de Platão.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">B) Cícero afirma
que, graças a seu método empirista, Sócrates retirou as características
mitológicas da investigação filosófica.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">C) Segundo Cícero,
Sócrates foi o primeiro a alterar a temática da filosofia grega, mudando o foco
das investigações cosmológicas para o domínio das coisas humanas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">D) Cícero
refere-se à grande inovação introduzida por Sócrates em Atenas, a saber: ministrar
aulas de filosofia nas próprias casas de seus discípulos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">4. UNICAMP 2013. A sabedoria de Sócrates, filósofo
ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na
afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase
foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após
interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele
se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada sei” é um ponto de partida
para a Filosofia, pois <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se
mais sábio por querer adquirir conhecimentos. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">b) é um exercício de humildade diante da cultura dos sábios
do passado, uma vez que a função da <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Filosofia era reproduzir os ensinamentos dos filósofos
gregos. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a
Filosofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas a partir de métodos
rigorosos. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">d) é uma forma de declarar ignorância e permanecer
distante dos problemas concretos, preocupando-se apenas com causas
abstratas. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.15pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">5.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.15pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.15pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.15pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O instrumento adotado por Sócrates
para o exercício de sua atividade filosófica foi o diálogo, e sempre com o
intuito de despertar em todos os homens, a importância de examinar sua vida e
suas ideias através da razão. Marque a alternativa que melhor representa o
“método socrático”.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.15pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.15pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">a) Apesar de ser um dos maiores
pensadores de Atenas, jamais quis ensinar as pessoas a filosofar. Ele preferiu
escrever livros e discutir seus livros em público, por isso o nome de seu
primeiro projeto: A república.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.15pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">b) Assim como os sofistas, ele se
utilizava de todas formas (razão, sentimentos, religião, cosmologias e etc.)
para convencer as pessoas sobre suas ideias, isto é, dizer o que a pessoa é e
do que ela precisa, a pessoa entendendo a resolução dos conceitos, elas vivem
suas vidas de acordo com os ensinamentos socráticos.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.15pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">c) Sócrates construiu sua própria
escola, o Liceu, nela havia dezenas de alunos que, para fazer parte do corpo
estudantil, antes, Sócrates media a capacidade que a pessoa tem de filosofar.
Se a pessoa não soubesse de alguma coisa, então, ele não permite a matrícula.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.15pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #333333;">d) A
afirmação de ignorância e ironia de Sócrates fazem parte de seu procedimento
geral de refutação por meio de perguntas e respostas breves e constituem um
meio de reverter o argumento do interlocutor para fazê-lo cair em contradição.
A refutação socrática revela a presunção de saber do adversário, pela
insuficiência de suas definições e pela aporia.</span><span style="color: #333333;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">e) Sócrates agia como os sofistas tentando convencer as
pessoas de que a verdade era relativa e de fácil obtenção para todos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #333333;">6. Na Grécia antiga, principalmente
na cidade de Atenas no século V a.C., desenvolveu-se uma corrente de pensadores
conhecidos como Sofistas. Tidos como “sábios”, eram pagos para ensinar os
jovens principalmente a</span><span style="color: #333333;"> </span><b><span style="color: #333333;">arte da
argumentação</span></b><span style="color: #333333;">. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpLast" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #333333;">Abaixo,</span><span style="color: #333333;"> </span><b><span style="color: #333333;">CONSIDERE</span></b><b><span style="color: #333333;"> </span></b><span style="color: #333333;">as afirmações sobre a importância que esta (arte) tinha em seu
pensamento.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #333333;">I – Os sofistas não acreditavam na verdade
absoluta, para eles o importante era conseguir convencer os outros de suas
ideias.</span><span style="color: #333333;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">II – Os sofistas acreditavam que uma boa argumentação era a única
maneira de se chegar ao conhecimento da verdade absoluta.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">III – Os sofistas acreditavam que através dos argumentos era possível se
chegar a melhor solução em cada caso.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A – Apenas a III é verdadeira.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #333333;">B – Apenas a I é verdadeira</span><span style="color: #333333;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">C – Apenas a I é falsa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">D – Apenas a II é verdadeira.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 14.1pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">E – Apenas a II é falsa.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.6pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 15.6pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background-color: transparent; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">GABARITO</span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">1C 2D 3C 4A 5D 6B </span><o:p></o:p></div>
</div>
Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-42440111676820484422017-12-29T17:27:00.001-08:002017-12-29T18:43:22.615-08:00Pré-socráticos <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuTsk9cBNrdBI-JvT9fA3n1Ypph3x74GIq-mQvB_Pd1FNMfVHTgazjCPv2r93sc4_vNEWkMJFvO7o-_P6q-Fzw_TaS8VFwU8hxZzo-6M9UlRyOVmKXeKtLNxjIyvmOedyfaB6RIbS10xP8/s1600/filosofos-pre-socraticos+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="319" data-original-width="600" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuTsk9cBNrdBI-JvT9fA3n1Ypph3x74GIq-mQvB_Pd1FNMfVHTgazjCPv2r93sc4_vNEWkMJFvO7o-_P6q-Fzw_TaS8VFwU8hxZzo-6M9UlRyOVmKXeKtLNxjIyvmOedyfaB6RIbS10xP8/s400/filosofos-pre-socraticos+%25281%2529.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 37.5pt;"> </span><span style="background-color: transparent; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Os pre-socráticos formaram a primeira corrente de pensamento. Eles compreendem filósofos que viveram antes de Sócrates, os quais se preocupavam com a natureza e origem das coisas - a phisis, ao cosmo: como surgiu o universo, quais foram os componentes, qual a essência </span><span style="background-color: transparent; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">da realidade. Buscavam explicar tudo por meio da razão e do conhecimento científico. </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 37.5pt;">A</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 37.5pt;"> filosofia, nasce contra a mitologia, num esforço de encontrar o conhecimento verdadeiro a respeito dos fenômenos naturais e humanos. </span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 37.5pt;"><br /></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="text-indent: 37.5pt;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Os Mitos foram narrativas sobre a origem do homem, das coisas da natureza e do mundo, são narrativas que procuravam explicar muitas vezes de forma fantasiosa, uma realidade misteriosa para o homem. Dessa forma, a necessidade da filosofia e desmistificação desses mistérios a partir de um viés cientifico. </span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 37.5pt;"><br /></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 37.5pt;">Nesse contexto, os Primeiros esforços filosóficos do homem foi feito pelos gregos e começou sendo um esforço para discernir entre aquilo que tem uma existência meramente aparente e aquilo que tem uma existência real, uma existência em si, uma existência primordial, irredutível a outra. </span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 37.5pt;"><br /></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Os gregos foram os
inventores disso que se chama filosofia. Por quê? Porque foram os inventores —
no sentido de "descobrir" da palavra — os descobridores da razão, os
que pretenderam que com a razão, com o pensamento racional, se pode encontrar o
que as coisas são, se pode averiguar o último fundo das coisas. Então começaram
a fazer uso de intuições intelectuais e intuições racionais, metodicamente.</span><span style="font-size: 10.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="text-indent: 37.5pt;">Antes deles
fazia-se uma coisa parecida; porém, com toda classe de vislumbres, de crenças,
de elementos irracionais utilizando como base a mitologia. </span><span style="text-indent: 37.5pt;">Feito este
parêntese, diremos que os primeiros filósofos gregos que se propuseram o
problema de "quem existe?", de "qual ó o ser em si", quando
o propõem para si, é porque já superaram o estado do realismo primitivo que
enunciávamos dizendo: todas as coisas existem, e eu entre elas. O primeiro
momento filosófico, o primeiro esforço da reflexão consiste em discernir entre
as coisas que existem em si e as coisas que existem em outra, naquela primária
e primeira.</span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="text-indent: 37.5pt;"><br /></span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="text-indent: 37.5pt;">Estes filósofos
gregos procuram qual é ou quais são as coisas que têm uma existência em si.
Eles chamavam a isto o "<b>princípio</b>", nos dois sentidos da palavra:
como começo e como fundamento de todas as coisas. O mais antigo filósofo grego
de que se tem notícia um pouco exata chamava-se</span><span class="apple-converted-space" style="text-indent: 37.5pt;"> </span><b><u style="text-indent: 37.5pt;">Tales</u><span class="apple-converted-space" style="text-indent: 37.5pt;"> </span></b><span style="text-indent: 37.5pt;">e era da cidade de Mileto. Este homem
buscou entre as coisas qual seria o princípio de todas as demais, qual seria a
coisa à qual conferiria a dignidade de ser, de <b>princípio,</b> de ser em si, a
existência em si, da qual todas as demais são simples derivadas; e ele
determinou que esta coisa era a <b>água</b></span><u style="text-indent: 37.5pt;">.</u><span class="apple-converted-space" style="text-indent: 37.5pt;"> </span><b><u><span style="color: red;"><span style="text-indent: 37.5pt;">Para</span><span class="apple-converted-space" style="text-indent: 37.5pt;"> </span>Tales de Mileto<span class="apple-converted-space" style="text-indent: 37.5pt;"> </span></span></u></b><span style="text-indent: 37.5pt;"><b><u><span style="color: red;">a água é o princípio de todas as
coisas. </span></u></b>De modo que todas as demais coisas têm um ser derivado, secundário.
Consistem em água. Mas a água, ela, que é? Como ele diz: o princípio de tudo o
mais não consiste em nada; existe, com uma existência primordial, como
princípio essencial, fundamental, primário.</span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="text-indent: 37.5pt;"><br /></span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: .75pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Outros filósofos
dessa mesma época — o século VII antes de Jesus Cristo — tomaram atitudes mais
ou menos parecidas com a de Tales de Mileto. Por exemplo, <b>Anaximandro </b>também
acreditou que <b>o princípio de todas as coisas era algo material; </b>porém, já teve
uma ideia um pouco mais complicada que Tales; e determinou que este algo
material, princípio de todas as demais coisas, não era nenhuma coisa
determinada, mas uma espécie de proto coisa, que era o que ele chamava em grego<span class="apple-converted-space"> </span><u><b>apeiron</b>.</u><span class="apple-converted-space"> </span>indefinido, uma coisa indefinida que
não era nem água, nem cerra, nem fogo, nem ar, nem pedra, mas antes tinha em
si, por assim dizer, em potência, a possibilidade de que dela, desse apeiron,
desse <b>infinito ou indefinido</b>, se derivassem as demais coisas. <span style="color: red;"><b><u>Para Anaximandro o apeiron era o princípio de todas as coisas. </u></b></span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: .75pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="color: red;"><b><u><br /></u></b></span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: .75pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Outro filósofo que
se chamou <b>Anaxímenes </b>foi também um desses filósofos primitivos que buscaram uma
coisa material como origem de todas as demais, como origem dos demais
princípios, como única existente em si e por si, da qual eram derivadas as
demais. <b>Anaxímenes para isso tomou<span class="apple-converted-space"> </span><u>o
ar. </u></b></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: .75pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b><u><br /></u></b></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">É possível que
haja havido mais tentativas de antiquíssimos filósofos gregos que procuraram
alguma coisa material; mas estas tentativas foram rapidamente superadas. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<h2 style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: .75pt; margin-right: .75pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></b></h2>
<h2 style="background: white; line-height: 21pt; margin: 0cm 0.75pt 0.0001pt; text-align: center; text-indent: 37.5pt;">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-large;">Pitágoras </span></b></h2>
<div>
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-large;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCLnvNqNaYY6c1mk7RGFgsNRbt8q585P9d80spVfChXQcfxu8hAC42n2VcVX8yYGDvtgXQ-qiY5MC1Isin_rtlaWfkY0JHi2YX2j8EKmH7b-PKUk3WTysr8F3aDHvTG4fP8xq2CtZOYVpD/s1600/p.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="384" data-original-width="599" height="205" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCLnvNqNaYY6c1mk7RGFgsNRbt8q585P9d80spVfChXQcfxu8hAC42n2VcVX8yYGDvtgXQ-qiY5MC1Isin_rtlaWfkY0JHi2YX2j8EKmH7b-PKUk3WTysr8F3aDHvTG4fP8xq2CtZOYVpD/s320/p.png" width="320" /></a></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<span style="text-indent: 37.5pt;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Pitágoras foi um
homem de gênio, porque é o primeiro filósofo grego a quem ocorre a ideia de que
o <b>princípio </b>donde tudo o mais se deriva, aquilo que existe de verdade, o
verdadeiro ser, o ser em si, não -é nenhuma coisa; ou, melhor dito, é uma
coisa; porém, que não se vê, nem se ouve, nem se toca, nem se cheira, que não é
acessível aos sentidos. <b>Essa coisa é "número"</b>. Para Pitágoras a
essência última de todo ser, dos que percebemos pelos sentidos, é o número.<b> As
coisas são números, escondem dentro de si números.</b> As coisas são distintas umas
de outras pela diferença quantitativa e numérica.</span></span></div>
<div style="background: white; line-height: 21.0pt; margin: .75pt; text-align: justify; text-indent: 37.5pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<h2 style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: center;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Heráclito (540-480 a. C.)</span></span></b></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir-Uj0Laql8H17skfWPHnterPbgEju_5UxAmecK5Rd-yxllUnYoURQMOsDm60PMBJRz3sadNBnkvxh6kQCbhWWOoQf5zF9-09WFFaWean7kF6u2EXS6iZzB0WCfK9IkrY89CYGeF8ItMdH/s1600/heraclito2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="572" data-original-width="620" height="295" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir-Uj0Laql8H17skfWPHnterPbgEju_5UxAmecK5Rd-yxllUnYoURQMOsDm60PMBJRz3sadNBnkvxh6kQCbhWWOoQf5zF9-09WFFaWean7kF6u2EXS6iZzB0WCfK9IkrY89CYGeF8ItMdH/s320/heraclito2.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">"Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os mesmos." </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;">Principais ideias<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l1 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
</div>
<ul>
<li><b><span style="color: red;"><u><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -18pt;">A doutrina do fluxo</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -18pt;"> – A unidade (</span><i style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; text-indent: -18pt;">arché</i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -18pt;">)
do mundo consiste em uma eterna mudança</span></u></span></b></li>
<li><b><u><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -18pt;"> <span style="color: red;"> </span></span><span style="color: red;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -18pt;">A teoria dos opostos</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -18pt;"> – O mundo é um
equilíbrio de tendências opostas que, apesar de apontarem para direções contrárias, são, na verdade, idênticas.</span></span></u></b></li>
<li><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -18pt;"><span style="text-align: justify; text-indent: -18pt;">A doutrina da ordem subjacente ao mundo</span><span style="text-align: justify; text-indent: -18pt;"> – Por detrás da ordem aparente há uma harmonia oculta. O “logos” rege essa harmonia superior. </span></span></li>
<li><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -18pt;"><span style="text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span style="text-indent: -18pt;">A supremacia do elemento fogo</span><span style="text-indent: -18pt;"> – Heráclito privilegia o fogo, adotando esse elemento como símbolo para sua filosofia: pelo fogo tudo se transforma.</span></span></span></li>
</ul>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Legado de Heráclito<o:p></o:p></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l2 level1 lfo4; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">•<span style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span><span style="line-height: 115%;">As idéias de Heráclito podem ser
encontradas, por exemplo, na ciência enquanto busca da ordem verdadeira do
mundo. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l2 level1 lfo4; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">•<span style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span></span></span><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O conceito de “expansão do Universo”
também tem conexões com a doutrina do fluxo – criação do nosso “obscuro”
filósofo. </span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<h2 style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: center;">
<b><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: large;">Parmênides (século V a.C.) </span></span></b></h2>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJqtYLpnUtLW0w_s90egG9rNN88D8wWWyF2d89FsL8ckIfKzyoyXCnWkW5_wKW_NzXUOyg2zC6rj7WPIrxkJHjlmDQioAHXtO3icAzJirHy_b3mrvQmmPYSwIbcTZqBvqgBj6_3ZftGHZW/s1600/parmc3aanides.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="354" data-original-width="413" height="273" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJqtYLpnUtLW0w_s90egG9rNN88D8wWWyF2d89FsL8ckIfKzyoyXCnWkW5_wKW_NzXUOyg2zC6rj7WPIrxkJHjlmDQioAHXtO3icAzJirHy_b3mrvQmmPYSwIbcTZqBvqgBj6_3ZftGHZW/s320/parmc3aanides.jpg" width="320" /></a>"Vencerá aquele que melhor souber persuadir e conquistar a opinião alheia, e não a melhor ideia" </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
"O que é, é - e não pode deixar de ser" </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
"Tudo é uno e não se transforma."</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Principais ideias</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l0 level1 lfo2; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">•<span style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span><u>O conhecimento se dá por dois caminhos, o da
certeza e o da ilusão</u> – O caminho da certeza está
fundamentado no Princípio da Identidade: A=A. Para Parmênides “<i>o ser é” e “o não ser não é”. </i> O caminho da ilusão deriva do fato de
querermos pensar o mundo a partir do <i>movimento</i>. Porém, por esse caminho,
os seres humanos chegam apenas a um conhecimento falso e contraditório.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l3 level1 lfo3; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">•<span style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span><u>Ser e pensar são a mesma coisa</u> – Parmênides
identifica a estrutura do mundo com a estrutura do pensamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l3 level1 lfo3; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">•<span style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span><u>A realidade é estável</u> – O cosmo não teve
início, nem terá fim. <span style="color: red;"><b>O ser é imutável</b></span>, incorruptível e tem na esfera sua
imagem ideal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l3 level1 lfo3; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -18pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l3 level1 lfo3; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
</div>
<ul>
<li><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Opinião é designada, em grego, pela palavra doxa, e Parmênides a considerava algo desprezível e sobretudo preocupante. Ao escolher o caminho da Doxa (opinião) o homem se tornaria refém das opiniões, tendo seu pensamento impedido de chegar a verdade. </span></li>
</ul>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -24px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<span style="text-indent: -24px;"><span style="color: red; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><b>Segundo Parmênides, aquilo que corresponde ao Ser, simplesmente não poderia se transformar ou deixar de ser. Nesse contexto, seu pensamento mostra-se uma antítese a teses de Heráclito que afirma o o ser se transforma. Portanto, para Parmênides o ser é imóvel, indestrutível, pleno, indivisível - UNO. </b></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: -24px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Legado de Parmênides</span></b></div>
<div>
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></b></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">•<span style="font-stretch: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; line-height: normal;"> </span>Parmênides direcionou a Lógica com a formulação do princípio da
identidade. A metafísica (estudo da essência do ser) e a religião também trazem
“marcas” do pensamento parmenídico. Parmênides também influenciou Sócrates, que
por sua vez, foi o mestre de Platão – um dos pensadores mais importante da
tradição intelectual do Ocidente.</span><span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 10.5pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<b><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipKNc_zlvXkmjKbETryn5t9gpP2moIINpbpfXIz_v9zQxNmu8XdyVr-6pg0dJQuuBhdZ2dmbwF-tezJQ9dDehtljpu3u77Q2s06hn0z9DZG7MvYFAkudcDjGwFsrTJ0p2aLynJ7kdFEVDe/s1600/d%25C3%25BAvidas.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="270" data-original-width="396" height="218" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipKNc_zlvXkmjKbETryn5t9gpP2moIINpbpfXIz_v9zQxNmu8XdyVr-6pg0dJQuuBhdZ2dmbwF-tezJQ9dDehtljpu3u77Q2s06hn0z9DZG7MvYFAkudcDjGwFsrTJ0p2aLynJ7kdFEVDe/s320/d%25C3%25BAvidas.png" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"> Concluímos aqui o inicio do nosso curso de filosofia, caso haja alguma dúvida é só deixa-lá nos comentários que em breve um membro da nossa equipe irá respondê-lo. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 3.75pt; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-list: l4 level1 lfo5; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18.0pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 3.75pt 36pt; text-align: center; text-indent: -18pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">E aew, bora continuar o aprendizado? Vamos agora entender os Sofistas e acompanhar toda a trajetória do grande filósofo Sócrates. <a href="https://vestdmc.blogspot.com.br/2017/12/os-sofistas-e-socrates.html">Clique Aqui. </a></span><br />
<br />
#TmjVestibulando<br />
#VestDMC</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 3.75pt 36pt; text-align: center; text-indent: -18pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3427077235112638111.post-31645300961614877682017-12-29T15:51:00.002-08:002017-12-29T17:30:10.040-08:00Uma Breve História Da Filosofia. <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ2IkEQv7XfAOjb69JeQ1iZNDZNUrCV2bKUGzfVrzYRKo4Wyh4V1hByeV83Rfn9yoM_OuEeGkRbSsqTpuwZz6sLwmlZ9QVfEQ2hzMRly_fmS3eLEHHkYX3kDQYM-2ZoQXFEuJQVfUuMRKE/s1600/filosofo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="509" data-original-width="400" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ2IkEQv7XfAOjb69JeQ1iZNDZNUrCV2bKUGzfVrzYRKo4Wyh4V1hByeV83Rfn9yoM_OuEeGkRbSsqTpuwZz6sLwmlZ9QVfEQ2hzMRly_fmS3eLEHHkYX3kDQYM-2ZoQXFEuJQVfUuMRKE/s320/filosofo.jpg" width="251" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Uma definição precisa do "Filosofia" é impraticável. Sem dúvidas ela é ampla, indefinível por apenas uma palavra. Alguns podem defini-la como "tudo e nada, tudo ou nada...", para ser mais claro a filosofia difere das demais ciências na medica em que procura oferecer uma imagem do pensamento humano - ou mesmo da realidade, até se admite que isso possa ser feito - como um todo. Contudo, na prática, o conteúdo de informação real que a filosofia acrescentará às ciências especiais tende a desvanecer-se até parecer não deixar vestígios.<br />
<br />
Acredita-se que esse desvanecimento seja enganoso. Mas deve-se admitir que até aqui a filosofia não tem conseguido realizar suas grandes pretensões. Tampouco tem logrado êxito em produzir um corpo de conhecimentos consensual comparável ao elaborado pelas diversas ciências. Isso se deve em parte, embora não integralmente, ao fato de que, quando obtém conhecimento verdadeiro a respeito de determinada questão situa-se essa questão como pertencente à ciência e não à filosofia.<br />
<br />
O termo "Filosofia" significava originariamente "amante da sabedoria", tendo surgido com a famosa réplica de Pitágoras aos que chamavam de "sábio". Insistia Pitágoras em que sua sabedoria não consistia unicamente em reconhecer sua ignorância, não devendo portanto ser chamado de "sábio" mas apenas de "amante da sabedoria".<br />
<br />
Nessa acepção, "sabedoria" não se restringia a qualquer dos domínios particulares do pensamento e, de modo similar, "filosofia" era usualmente entendida como incluindo o que hoje denomina-se "ciência". Esse uso sobrevive ainda hoje em expressões como "filosofia natural".<br />
<br />
Na medida em que uma grande produção de conhecimento especializado em um dado campo ia sendo contestada, o estudo desse campo de desprendia da filosofia, passando a constituir uma nova disciplina independente dessa. Sem dúvida a filosofia é a ciência que estuda os "porquês" e não os "comos", são modos de pensamento e não tem um certo e outro errado. Modos de compreender a vida e os fenômenos da natureza de acordo com os valores de uma era. As ultimas ciências que assim evoluíram foram a psicologia e a sociologia. Dessa forma, pode-se-ia falar de uma tendência à contração da esfera da filosofia na própria medida em que o conhecimento se expande. Recusa-se a considerar filosóficas as questões cuja as respostas podem ser dadas empiricamente, ou seja por meio de conhecimentos irrefutáveis.<br />
<br />
Não se deseja com isso sugerir que a filosofia poderá acabar sendo reduzida ao nada. Os conceitos fundamentais das ciências, da figuração geral da experiência humana e da realidade (na medida em que formam crenças justificadas a seu respeito) permanecem no âmbito da filosofia, visto que, por sua própria natureza, não podem ser determinados pelos métodos das ciências especiais.<br />
<br />
Indubitavelmente, é desencorajador que os filósofos não tenham logrado maior concordância com respeito a esses assuntos, mas não se deve concluir que a inexistência de um resultado por todos reconhecido signifique que esforços foram em vão. Quando dois filósofos discordam entre si estão contribuindo para algo de inestimável valor, embora ambos não estejam em condição de escapar totalmente ao erro: suas abordagens rivais podem ser consideradas mutualmente complementares. O fato de filósofos distintos necessitarem dessa mútua complementação torna evidente que o ato de filosofar não é unicamente um processo individual, mas também um processo que possui uma contrapartida social.<br />
<br />
Segundo o grande filosofo Vladimir Miguel Rodrigues, Descartes postulou uma tese acerca do conhecimento, em seguida os empiristas como David Hume, Loke e outros uma antítese com ideias totalmente contrarias. Posteriormente, Kant uma síntese de valor inestimável a sociedade.<br />
<br />
Esse é mais um dos casos em que as diferentes percepções tornam-se bastante proveitosas, consiste na circunstância de que pessoas distintas usualmente enfatizam aspectos diferentes de uma mesma questão. Contudo, boa parte da filosofia volta-se mais para o modo pelo qual conhecemos as coisas do que propriamente para as coisas que conhecemos, sendo essa uma segunda razão pela qual a filosofia parece carecer de conteúdo para muitos. No entanto, discussões a respeito de um critério definitivo de verdade podem determinar, na medida em que recomendam a aplicação de um dado critério quais as proposições que na prática delibera-se serem verdadeiras. As discussões filosóficas da teoria do conhecimento têm exercido, ainda que de modo indireto, importante efeito sobre as ciências.<br />
<br />
A filosofia é uma atividade que tem um objetivo determinado que é resolver problemas filosóficos por meio da argumentação, reflexão e pensamento crítico. Diferentemente dos problemas científicos, que são resolvidos por meio da experiência, os problemas filosóficos somente podem ser resolvidos pelo debate, pelo diálogo, pela controvérsia: o método da filosofia é argumentativo.<br />
<br />
<b>Para Platão, a filosofia é o uso do saber em proveito do homem. </b>Isso implica a posse ou aquisição de um conhecimento que seja, ao mesmo tempo, o mais válido e o mais amplo possível; também o uso desse conhecimento em benefício do homem. Essa definição, porem exige uma definição de benefício que por sua vez exige uma definição de bem. Para saber o que é o bem, entretanto, também é necessário descobrir o que é a verdade.<br />
<br />
No âmbito da política, a influência das comcepções filosóficas tem sido expressiva. Nesse sentido, a constituição note-americana é, em grande parte, uma aplicação dos ideias do filosófo John Locke; ela apenas subustitui o monarca hereditário por um presidente. Similarmente, admite-se que as ideias de Rousseau tenham sido decisivas para a Revolução Francesa. É inegável que a influencia da filosofia sobre a política pode as vezes ser nefasta; os filósofos alemães fo século XX podem ser parcialmente responsabilizados pelo pelo desenvolvimento de um nacionalismo exacerbado que posteriormente veio a assumir formas bastante deturpadas. Todavia, não resta dúvidas de que essa reesponsabilidade tem sido frequentemente muuito exagerada, sendo difícil determiná-la exatamente, o que se deve ao fato de aqueles filosofos terem sido obscuros. Contudo, se uma filosofia de má qualidade pode exercie influência nefasta sobre a política, com as filosofias de boa qualidade pode ocorrer o contrário.<br />
Não há meios de impedir tais influencias sendo, portanto, extremamente oportuno que se dedique especial atenção a filosofia com o intuito de constatar se concepções que exerceram alguma influencia foram mais positivas do que nefastas. O mundo teria sido poupado de muitos horrores caso os alemães tivessem sido influenciados por uma filosofia melhor que a dos nazistas.<br />
<br />
A filosofia sem dúvidas melhora de forma considerável a maneira como compreendemos o mundo e a realidade em que estamos inseridos, fazendo com que nós fiquemos mais atentos a respeito de todas as ideias que as pessoas têm e eventualmente tentam impor-lhe; a filosofia ajuda a identificar rapidamente essas ideias, e permite escolher se você quer realmente adotá-las ou não. Aumenta nossa capacidade de controlar o conteúdo da mente e desenvolve ampla capacidade argumentativa. Os filósofos são famosos por sua capacidade de desconvencimento. estudando filosofia, você vai notar que o modo como você usa seus argumentos deve mudar; sua linguagem deve ficar mais eficiente. Isso também tem reflexos nas suas outras disciplinas escolares. Naturalmente você vai melhorando seu desempenho a medida que busca a excelência como a própria felicidade.<br />
<br />
<span style="background-color: white; font-family: "source sans pro"; font-size: 16px; text-align: justify;">Vamos juntos descobrir e aprender sobre, e sobretudo refletir junto com os grandes pensadores - sair da caverna platônica, estado de profundo alienação. Nesse escopo, preparamos um curso completo de filosofia que pretende ser didático e preciso para os grandes resultados que estão por vir. Chega da mesmice, vamos aprender e agora essa porra. Bora! Clica no link abaixo e vamos aprender tudo sore os pré -socráticos. </span><br />
<br style="background-color: white; font-family: "Source Sans Pro"; font-size: 16px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;" />
<a href="http://vestdmc.blogspot.com.br/2017/12/pre-socraticos.html" style="background-color: white; color: #333333; display: block; font-family: "Source Sans Pro"; font-size: 25px; font-weight: 700; margin: 0px; outline: none; padding: 0px; text-decoration-line: none; text-transform: capitalize; transition: color 200ms linear;">Pré-Socráticos</a><br />
<br style="background-color: white; font-family: "Source Sans Pro"; font-size: 16px; margin: 0px; padding: 0px; text-align: justify;" />
<span style="background-color: white; font-family: "source sans pro"; font-size: 16px; text-align: justify;">Lembre-se TMJ Vestibulando.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: "source sans pro"; font-size: 16px; text-align: justify;">#Bora Pro Trote.</span><br />
<span style="background-color: white; font-family: "source sans pro"; font-size: 16px; text-align: justify;">#VestDMC</span><br />
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<br />
<br />
<br />Daniel Mathias Chagashttp://www.blogger.com/profile/00621491611244968731noreply@blogger.com0