Arte romana, a ostentação do poder

Da república (509 a.C. – 27 a.C.) ao império (27 a.C. – 476 d.C.), definir a arte romana é algo extremamente complexo, pois foi uma cultura construída e carregada de heranças vindas de parte da Europa, Norte da África e Oeste da Ásia. Uma arte com urgência de ser retratada, abundante em força e magnitude, tendo nas grandes construções, abóbodas e arcos seu maior legado.

Sua história foi possível de ser mapeada com riqueza de detalhes porque deixaram uma imensa biblioteca contendo informações importantes desse período.


Nasce o Império

Loba capitolina, bronze etrusco. Museu Capitolino, Roma
A fundação de Roma envolve a lenda dos gêmeos. No poema épico, Eneida, Virgílio descreve que o povo romano descende de Enéas, herói de Troia, no ano de 1400 a.C.

Sobre a proteção de Vênus e guiado por Júpiter, o herói chegou à Itália e fundou Lavínio. Seu primogênito, Ascânio, fundou Alba Longa e seus descendentes, os gêmeos Rômulo e Remo, fundaram Roma no ano de 753 a.C.

Língua falada

A língua predominante falada pelos romanos foi o latim. Mas conforme a dominação romana foi se espalhando, a língua falada sofreu diversas influências.

Deuses romanos
Apolo (Zeus na mitologia grega). Museu Capitolio, Roma

No princípio (era monárquica) os romanos formaram a primeira trindade composta por Júpiter, Marte e Quirino. No início da era republicana (509 a.C.) foi constituída uma nova trindade de origem etrusca, composta por Júpiter, Juno e Minerva.

Os treze grandes deuses correspondiam a heranças gregas: Júpiter (Zeus), Juno (Hera), Minerva (Atena), Ceres (Deméter), Marte (Ares), Vênus (Afrodite), Vulcano (Hefaístos), Apolo (Apolo), Diana (Artêmis), Mercúrio (Hermes), Vesta (Héstia), Netuno (Poseidon) e Plutão (Hades).
As origens da arte e da cultura romana

O Império Romano recebeu grande influência dosgregos no que se refere à beleza estrutural das construções, ao uso de colunas e arcos, e a projetos arquitetônicos e artísticos (teatro, música e toda plasticidade nas produções). Já a herança etrusca é reconhecida pela elevada grandiosidade dos templos, pela representação cada vez mais realista do homem (diferente da idealização grega), pela introdução do uso do cimento nas construções e pelo uso do mármore (geralmente branco) nos revestimentos templários. Dessa feliz união de estilos surgiu a arte romana.

A plasticidade da arte romana

Roma atinge o auge do império em sua chamada 'Era de Ouro' com o tirano Nero (54 d.C. – 68 d.C.), autodenominado patrono da arte romana.

Arquitetura

arquitetura, arte essencialmente urbana, assim como outros inúmeros costumes romanos, sofreu heranças deixadas pelos etruscos e gregos
Arco triunfal de Tibério (cerca de 14-37 d.C.) Orange, Sul da França


A utilização dos arcos e abóbodas foi uma técnica característica dos etruscos. E os gregos deixaram referências clássicas de ordem dórica, jônica e coríntia. Posteriormente, os romanos formaram um estilo próprio, o toscano.

As construções romanas exibem um diferencial, que é a superação da força sobre a beleza. Os projetos arquitetônicos passavam uma ideia de imponência, glória, riqueza e principalmente a força de seu império.

Construções colossais e glamorosas foram erguidas, reflexo direto e evidente do poderio romano – aquedutos, templos, catedrais, basílicas, anfiteatros, arcos de triunfo, colunas comemorativas, entre muitos outros projetos.

Grandes construções

Arquitetura grega
Edifícios gregos



Os padrões mais comuns utilizados pelos romanos eram similares aos templos, edifícios, termas (banho público romano) e anfiteatros gregos. 

Panteão

Um dos mais famosos templos é chamado de Panteão (27 d.C., reconstruído no século II no período de Adriano). Foi patrocinado por Agripa, genro de Augusto, feito para acolher todos os deuses.

Edifícios

Os edifícios foram importantes não só por abrigar o divertimento de multidões, mais também por sua exposição de força monumental.

Teatro e anfiteatro

Os teatros romanos eram semicirculares, tendo ao fundo colunas que serviam de cenário e, ao mesmo tempo, tinham uma função decorativa.

Vista panorâmica do Coliseu, Roma


Já os anfiteatros foram edificados com uma planta oval que servia de casa para grandes eventos e espetáculos. O mais famoso edifício é o Coliseu, contendo arquibancadas e uma grande arena. A pista que circula o monumento era palco de corridas de bígas.

Esculturas e mosaicos

Igreja em Palermo, Itália


Esculturas

Não representavam uma beleza ideal como na Grécia, mas sim o fiel retrato do poder imperial e de seus governantes.

Essa expressão artística romana também incluía os baixo-relevos, esculturas em que as figuras sobressaem um pouco do plano que lhes serve de fundo.

As crônicas de trajano

Os romanos quiseram relatar e proclamar suas vitórias e conquistas militares. O imperador Trajano financiou a construção de uma coluna gigantesca contando em crônicas as glórias de seu exército em Dácio (atual Romênia).

Mosaicos 

O resultado com cores mais vivas, maior tempo de durabilidade e fácil colocação em qualquer superfície fizeram com que o recurso do mosaico fosse bem mais utilizado que a própria pintura.

A pintura


Grande parte do que conhecemos sobre a pintura romana deve-se ao descobrimento dePompeia e Herculano (século XVIII), cidades soterradas após erupção de um vulcão no monte Vesúvio (79 d.C.). As representações encontradas reproduzem com fidelidade a paisagem, geografia e alguns hábitos.

Especialistas em arte romana classificam a pintura em quatro principais estilos:

Primeiro: (Alvenaria, século II a.C.) tinham o costume de revestir as paredes com gesso buscando um acabamento próximo ao mármore.

Segundo
: (80 a.C. – cerca de 20 a.C) pintavam paredes e grandes murais buscando reproduzir paisagens compostas pela fauna e flora da região. Início do uso da perspectiva e tridimensionalidade povoadas por imagens de tamanho natural em cenas mitológicas, religiosas e teatrais.

Terceiro: 
(20 a.C. – cerca de 60 d.C.) busca pelo real e valorização nos pormenores/ornamentos.

Quarto: 
(60 d.C. – 79 d.C.) uma mistura do segundo e do terceiro estilo, contendo ambientações teatrais com referências próximas as pinturas gregas, porém enfatizavam principalmente a força e o poderio romano.


Villa dei Misteri (cerca de 60 a.C. – 50 a.C.)

Um dos maiores exemplos do pós-segundo estilo de pintura romana está presente nos grandes afrescos de Villa dei Misteri. Localizado próximo ao monte Vesúvio, não sofreu graves danos com a erupção de 79 d.C. 

O afresco está disposto no começo da Villa, em um dos cômodos mais importantes (sala de jantar – triclinium) de uma suposta mansão de um rico proprietário que não economizou na produção e no uso de finos materiais para acabamento do mural.

O mural é composto por uma série de quadros, parecidos com um palco de teatro, que relatam os ‘mistérios’ de um ritual de inclusão da mulher na sociedade.

As efígies

São retratos, representações ou esculturas de pessoas já falecidas. Parte importante dos costumes religiosos em homenagem eterna ao finado. Essa tradição passou a fazer parte de vez nos rituais funerários após a generalização do enterro no lugar da cremação.


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