As técnicas da gravura



Quanto tempo você demora para fazer um desenho caprichado, cheio de detalhes? E quanto tempo você levaria para refazer o mesmo desenho cinco, dez vezes? A gravura existe para resolver esse problema. Essa técnica de impressão é considerada uma das mais importantes invenções do homem, pois permite multiplicar a imagem quantas vezes for preciso. Conheça os tipos de gravura e aprenda a fazer um carimbo com batata. Assim, você terá um gostinho dos princípios dessa técnica!

Batatas para carimbar

Existem muitos tipos de gravura, mas o princípio é um só: o mesmo do carimbo. Consiste em fazer a imagem numa matriz, dar-lhe uma demão de tinta e, depois, pressioná-la sobre uma folha de papel ou outra superfície plana. Assim, essa técnica permite fazer várias cópias de uma mesma imagem.
Para ser iniciado na arte da gravura, você irá fazer um carimbo em alto-relevo e com um material fácil de escavar: uma batata.
  • Corte uma batata grande ao meio, longitudinalmente. Com uma faca sem serra, risque uma imagem na face plana da batata cortada. Depois, vá cavucando para retirar da batata o que você não quer que apareça na imagem ou que fique branco/sem pigmento.
  • Num pires, prepare um pouco de tinta. Pode ser guache diluído em água ou tinta nanquim. Separe várias folhas de papel sulfite. Você pode recortar pedaços mais ou menos do tamanho do seu carimbo ou usar uma folha grande para carimbar várias vezes, fazendo uma composição.
  • Molhe a batata no pires e deixe que ela absorva a tinta por alguns instantes. Depois, levante a batata, deixe escorrer o excesso de tinta e comece a fazer seus carimbos sobre o papel.
Xilogravura, gravura em metal e litogravura

Xilogravura
Xilogravura sem título, de Osvaldo Goeldi

E
sta foi a primeira técnica de gravura surgida no Ocidente, no século XIII. É a mais simples de todas: você precisa apenas desbastar da matriz de madeira as áreas que não quer imprimir, usando os instrumentos cortantes adequados, geralmente goivas(instrumento de metal com ponta cortante, próprio para desbastar madeira e desenhar sobre ela). É fácil reconhecer a matriz de madeira de uma gravura pelos veios que ela deixa entre as figuras.
Você sabia?
Quem inventou a técnica da gravura foram os chineses, por volta do ano 200. Durante a dinastia Han, eles faziam selos para autenticar documentos e usavam pequenas peças planas de jade, ouro, prata ou marfim, que tinham ideogramas em baixo relevo. Cobertas de uma tinta vermelha e pressionadas sobre papel, faziam aparecer os ideogramas em branco. As primeiras impressões encontradas retratam a imagem de Buda.



Gravura em metal

Esta técnica utiliza chapas de cobre ou outros metais como matriz. A gravação pode ser feita diretamente na placa, com instrumentos como o buril e a ponta-seca, ou pela corrosão com ácidos. Geralmente, a gravura em metal é usada para reproduzir desenhos de linhas finas e texturas.

Litogravura
Fique por dentro!
Os japoneses foram mestres na arte das gravuras. Paisagens coloridas retratando cidades como Tóquio, tornaram-se símbolos do país. No final do século XIX, a técnica influenciou artistas como Van Gogh, que se encantou com essa arte.
A gravura em pedra é baseada no princípio químico de que água e óleo não se misturam.

Utiliza-se como matriz uma pedra calcária, tratada e alisada por um bom tempo. Depois, um desenho é feito sobre ela com um lápis especial, à base de resíduos gordurosos. Em seguida, a pedra é umedecida e aplica-se tinta sobre ela. Essa tinta só vai se fixar sobre a imagem desenhada.

Litografia colorida de Rauschenberg
Albrecht Dürer - São Jerônimo em seu estudo, 1514, gravura em metal
Cordel: uma arte popular

A xilogravura faz parte da arte popular do cordel

Você sabia que a xilogravura faz parte da arte popular de nosso país? Essa técnica é muito usada em Pernambuco para ilustrar os poemas de cordel. A poesia nordestina cantada e rimada ganhou essa forma gráfica, que tornou perene a arte dos cantadores. Os folhetos vendidos nas feiras trazem as histórias por escrito, ilustradas com desenhos feitos em matrizes de madeira.

O cordel tem origem na poesia da Península Ibérica, da tradição de pendurar folhetos em barbantes. Povoadas de infantas, damas e príncipes, essas histórias são cantadas na forma de modinhas, cantigas, lundus echulas. Nelas, misturam-se temas portugueses e brasileiros e "causos" de assombração, peripécias e amores. Evocando o cangaço de Lampião, os santos milagreiros ou os ídolos do futebol, muitos autores se destacam recitando no centro de rodas de pessoas as estrofes de longas sagas rimadas. Depois, vendem os folhetos ilustrados com gravuras em preto e branco de desenhos simplificados.

Até o momento são conhecidos três tipos de cordel:
O tradicional – romances, novelas e contos religiosos.
Os circunstanciais – com acontecimentos de natureza física, temas sociais e urbanos.
As cantorias – sátiras rítmicas.

Para saber mais
O Desenho de Lasar Segall, Equipe do Museu Lasar Segall, Ed. Lasar Segall, São Paulo, 1991.

Salvarte - Atelier de Conservação e Restauro

Casa da Cultura - Gravura: conceito, história e técnicas


Glossário

Chula:
 ritmo e música popular de origem portuguesa.
Lundu: ritmo de origem africana.


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