O Pensamento: A "Instauratio
Magna"
A Instauratio magna scientiarum deveria ter
precisamente representado a reforma do saber, deveria ter constituído a summa
philosophica dos tempos novos, e lançado o fundamento do regnum
hominis, tão audazmente iniciado pela ciência e pela política da
Renascença. Essa obra deveria ter abraçado a enciclopédia das ciências e
compreendido também as técnicas, segundo o novo ideal humano e prático e
imanentista. Começa-se, portanto, com a classificação geral das disciplinas
humanas, baseada no respectivo predomínio das três faculdades que presidem à
organização do saber: memória, fantasia, razão. Essa classificação é baseada
não no objeto do conhecimento, e sim no sujeito que conhece. 1) História tanto
civil quanto natural, que registra (memória) os dados de fato; 2) Poesia,
elaboração imaginativa desses dados; 3) Ciência ou
filosofia, isto é, conhecimento racional de Deus, do homem e da natureza.
A teologia natural de Bacon não exclui, mas prescinde
da revelação cristã e da religião positiva. A ciência do homem divide-se
em ciência do homem individual (philosophia humanitatis), e em
ciência da sociedade humana (philosophia civilis). A primeira diz
respeito ao homem todo, espírito e matéria. A segunda diz respeito à arte de
governar e às relações sociais e aos negócios. Afilosofia natural ou física,
divide-se em especulativa e operativa. A primeira,
por sua vez, se divide emfísica especial ("que procura a causa
eficiente e material"), e em metafísica ("que
procura a causa final e a forma"). Pertencem pois à física
operativa as artes mecânicas. Acima das ciências filosóficas
particulares, Bacon põe uma ciência filosófica comum, denominando-a philosophia
prima. Esta não é a ontologia tradicional, a ciência do ser em geral, mas a
ciência dos princípios comuns às várias ciências.
O "Novum Organum"
Entretanto, o que interessa mais a Bacon não é esta ciência dos
princípios comuns, e sim a ciência da natureza, e, portanto, o Novum
organum, que deveria conter precisamente as regras para a construção da
ciência da natureza. Como é sabido, Bacon reivindica, contra Aristóteles e a Escolática, o método indutivo. Aristóteles
e Tomás de Aquino afirmaram claramente este
método, e até o reconheceram como único procedimento inicial do conhecimento
humano; entretanto a eles interessavam muito mais as causas do que a
experiência, o que transcende a experiência do que a experiência; muito mais a
metafísica do que a ciência.
Segundo Bacon, o verdadeiro método da indução científica compreende uma
parte negativa ou crítica, e uma parte positiva ou construtiva. A parte
negativa consiste, antes de tudo, em alertar a mente contra os erros
comuns, quando procura a conquista da ciência verdadeira. Na sua linguagem
imaginosa Bacon chama as causas destes erros comuns, fantasmas - idola -
e os divide em quatro grupos fundamentais.
1) Idola tribus, a saber, os erroa da raça humana
"fundamentados em a natureza como tal" (não se sabe, pois, o
verdadeiro porquê);
2) Idola specus (por alusão à caverna de Platão)
determinados pelas disposições subjetivas de cada um;
3) Idola fori, erros da praça, provenientes do comércio social
ou da linguagem imperfeita;
4) Idola theatri, isto é, os erros provenientes das escolas
filosóficas, que substituem o mundo real por um mundo fantástico, por um jogo
cênico.
Desembaraçado o terreno destes erros, Bacon passa a tratar da natureza
positiva, construtiva, da genuína interpretação da natureza para
dominá-la. Mas, para tanto, é mister conhecer as que Bacon chama de >formas,
isto é, os princípios imanentes, causa e lei da ação e da ordem das naturezas.
As naturezas são precisamente os fenômenos experimentais, objeto da física
especial (luz, calor, pêso, etc.); as formas são leis genéticas e organizadoras
das naturezas, as essências ou causas formais, objeto da metafísica de Bacon.
Esta pesquisa, esta passagem das naturezas às formas, dos fenômenos às
essências - bem conhecida pela filosofia tradicional - é determinada por Bacon,
segundo um método preciso, desconhecido dos predecessores, nas famosas tabulae baconianas.
Para determinar de um modo certo as causas e as leis dos fenômenos - isto é, as
formas das naturezas - Bacon recolhe, antes de tudo, o maior número possível de
exemplos, em que um determinado fenômeno aparece; depois enumera os casos que
mais se assemelham às primeiras, em que, porém, o mesmo fenômeno não aparece.
Enfim registra o aumentar ou o diminuir do fenômeno em questão, quer no mesmo
objeto, quer em objetos diferentes. Têm-se, desta maneira, três espécies de
registros ou tabelas: 1)tabelas de presença; 2) tabelas
de ausência; 3) tabelas de gradações.
É evidente que nos casos onde uma determinada natureza ou fenômeno aparecem, aí
se encontrará também a sua causa e lei; nos casos em que o fenômeno não se
manifesta, aí faltará também a sua causa e lei; e nos casos onde o fenômeno
aumenta ou diminui, aí aumentará ou diminuirá também a sua causa e lei. A causa
(forma) dos fenômenos (naturezas) será procurada, portanto, com base nos fenômenos
presentes na primeira tabela; não sendo fácil, a princípio, ter-se tabelas
completas e isolar as naturezas simples, e desta maneira pôr em evidência a
causa, é mister estabelecê-la por hipótese, que será, em seguida,
averiguada pelas experimentações.
Essa gnosiologia, metodologia (empírica) é baseada em uma metafísica,
uma física materialista e, mais precisamente, atomista, bastante semelhante à
de Demócrito. O mundo material é constituído de corpúsculos, qualitativamente
idênticos, diversos apenas por grandeza, forma e posição. Estes corpúsculos são
animados por uma força, em virtude da qual se agrupam em determinados
complexos, que constituem as formas baconianas.
O Pensamento de John Locke
Locke julga, como Bacon, que o fim da filosofia é prático. Entretanto -
diversamente de Bacon, que julgava fim da filosofia o conhecimento da natureza
para dominá-la (fim econômico) - Locke pensa que o fim da filosofia é
essencialmente moral; quer dizer: a filosofia deve proporcionar uma norma
racional para a vida do homem. E, como os seus predecessores empiristas, ele
sente, antes de mais nada, a necessidade de instituir uma investigação sobre o
conhecimento humano, elaborar uma gnosiologia, para achar um
critério de verdade. Podemos dizer que a sua filosofia se limita a este
problema gnosiológico, para logo passar a uma filosofia moral (e política,
pedagógica, religiosa), sem uma adequada e intermédia metafísica.
Locke não parte, realisticamente, do ser, e sim, fenomenisticamente, do
pensamento. No nosso pensamento acham-se apenas idéias (no
sentido genérico das representações): qual é a sua origem e o seu
valor? Locke exclui absolutamente as idéias e os princípios que deles se
formam, derivam da experiência; antes da experiência o espírito é como uma
folha em branco, uma tabula rasa.
No entanto, a experiência é dúplice: externa e interna. A primeira
realiza-se através da sensação, e nos proporciona a representação
dos objetos (chamados) externos: cores, sons, odores, sabores, extensão, forma,
movimento, etc. A segunda realiza-se através da reflexão, que nos
proporciona a representação das próprias operações exercidas pelo espírito
sobre os objetos da sensação, como: conhecer, crer, lembrar, duvidar, querer,
etc. Nas idéias proporcionadas pela sensibilidade externa, Locke distingue as
qualidades primárias, absolutamente objetivas, e as
qualidades secundárias, subjetivas(objetivas apenas em
sua causa).
As idéias ou representações dividem-se em idéias simples e
idéias complexas, que são uma combinação das primeiras. Perante as
idéias simples - que constituem o material primitivo e fundamental do
conhecimento - o espírito é puramente passivo; pelo contrário, é ele ativo na
formação das idéias complexas. Entre estas últimas, a mais importante é a substância:
que nada mais seria que uma coleção constante de idéias simples, referida pelo
espírito a um misterioso substrato unificador. O espírito é também ativo nas
sínteses que são as idéias de relação, e nas análises que são
as idéias gerais. Às idéias de ralação pertencem as relações
temporais e espaciais e de idéias simples dos complexos a que pertencem e da
universalização da idéia assim isolada, obtendo-se, desse modo, a idéia
abstrata (por exemplo, a brancura). Locke é, mais ou menos, nominalista:
existem, propriamente, só indivíduos com uma essência individual, e as idéias
gerais não passam de nomes, que designam caracteres comuns a muitos indivíduos.
Entretanto, os nomes que designam uma idéia abstrata, isto é, uma propriedade
semelhante em muitas coisas, têm um valor e um escopo práticos: auxiliar os
homens a se conduzirem na vida.
Dado o nominalismo de Locke, compreende-se como, para ele, é impossível
a ciência verdadeira da natureza, considerada como conhecimento das leis
universais e necessárias. Locke julga também inaplicável à natureza a
matemática - reconhecendo-lhe embora o caráter de verdadeira ciência - isto é,
não acredita na físico-matemática, à maneira de Galileu.
Entretanto, mesmo que a ciência da natureza não nos desse senão a
probabilidade, a opinião, seria útil enquanto prática.
Até aqui foram analisados e descritos os conteúdos de consciência. É
mister agora propor a questão do seu valor lógico. Costuma-se dizer que as
idéias são "verdadeiras ou falsas"; melhor seria chamá-las
"justas ou erradas", porque, propriamente, "a verdade e a
falsidade pertencem às proposições", em que se afirma ou se nega uma
relação entre duas idéias. E esta relação, afirmada ou negada, pode ser
precisamente falsa ou verdadeira. O conhecimento da relação positiva ou
negativa entre as idéias é, segundo Locke, de dois tipos: intuitivoe demonstrativo.
No primeiro caso a relação é colhida intuitiva, imediata e evidentemente. Por
exemplo: 3 = 2 + 1. No segundo caso a relação é colhida mediatamente,
recorrendo às idéias intermediárias, ao raciocínio. Por exemplo: a existência
de Deus demonstrada pela nossa existência e pelo princípio de causalidade.
Naturalmente, a demonstração é inferior à intuição.
Idéias Metafísicas
Estamos, porém, ainda fechados no mundo subjetivo, fenomênico; de fato,
tratou-se, até agora, de relações positivas ou negativas, concordes ou
desacordes com as idéias. Podemos nós sair desse mundo subjetivo e atingir o
mundo objetivo, isto é, podemos conhecê-lo imediatamente ou mediatamente na sua
existência e na sua natureza? Locke afirma-o, sem mostrar, entretanto, como
este conhecimento do mundo externo possa concordar com a sua geral
(fenomenista) concepção e definição do conhecimento. É a sólita posição de um
fenomenismo ainda não plenamente consciente de si mesmo. Corta as relações com
o ser e vai para o fenomenismo absoluto, mas tem ainda saudade desse ser do
qual se isolou.
Em todo caso, Locke acredita poder atingir, antes de tudo, o nosso ser,
depois o de Deus, e, finalmente, o das coisas. O nosso ser seria intuitivamente percebido
através da reflexão. A existência de Deus seria
racionalmente demonstrada mediante o princípio de causa,
partindo do conhecimento imediato de uma outra existência (a nossa). A
existência das coisas, alfim, seria sentidainvencivelmente,
porque nos sentimos passivos em nossas sensações, que deveriam
ser causadas por seres externos a nós.
Entretanto, pelo que diz respeito ao nosso ser, é mister ter presente
que nós não conhecemos intuitivamente a substância da alma, e sim as suas
atividades. Pelo que diz respeito a Deus, a prova da sua existência vale, se
vale absolutamente o princípio de causa - o que Locke não demonstrou. Enfim,
pelo que diz respeito às coisas externas, mesmo admitida a prova aduzida por
Locke - segundo a confissão do próprio filósofo - tal prova vale apenas pelo que
concerne à existência das coisas, e não pelo que concerne à natureza delas. De
fato, segundo a filosofia de Locke, não sabemos se as idéias da natureza das
coisas correspondem à realidade das coisas.
Moral e Política
Locke não admite, naturalmente, idéias e princípios inatos nem sequer no
campo da moral. A sua moral, todavia, é muito mais intelectualista
do que empirista, pois ele lhe reconhece o caráter de verdadeira ciência,
universal e necessária.
Entretanto, não basta ter construído uma moral em abstrato, embora
racional. É preciso torná-la praticamente eficaz, isto é, faz-se mister uma
obrigação moral, que se imponha à nossa vontade. Ora, visto que é natural, no
homem, a tendência para o próprio bem-estar, é natural que ele seja atingido
pelas penas, pelas sanções, que precisamente lhe impedem tal realização. Que
parte tem a liberdade da vontade em tudo isto? Locke nega, propriamente, o
livre arbítrio, porquanto nós nos inclinamos necessariamente para um bem
determinado e devemos desejar o bem maior.
Quanto à política, Locke deriva a lei civil da lei natural,
racional, moral, em virtude da qual todos os homens - como seres racionais -
são livre iguais, têm direito à vida e à propriedade; e, entretanto na vida
política, não podem renunciar a estes direitos, sem renunciar à própria
dignidade, à natureza humana. Locke admite um originário estado de natureza
antes do estado civilizado. Não, porém, no sentido brutal e egoísta de
inimizade universal, como dizia Hobbes;
mas em um sentido moral, em virtude do qual cada um sente o dever racional de
respeitar nos outros a mesma personalidade que nele se encontra.
Também Locke admite a passagem do estado de natureza ao estado
civilizado, porquanto, no primeiro, falta a certeza e a regularidade da defesa
e da punição, que existe no segundo, graças à autoridade do superior.
Entretanto, estipulando este contrato social, os indivíduos não renunciam a
todos os direitos, porquanto os direitos que constituem a natureza humana
(vida, liberdade, bens), são inalienáveis; mas renunciam unicamente ao direito
de defesa e de fazer justiça, para conseguir que os direitos inalienáveis sejam
melhor garantidos. Antes, se o estado violasse esses direitos inalienáveis, os indivíduos
teriam o direito e o dever de a ele resistir e de se revoltar contra o poder
usurpador. A doutrina política de Locke, contida no seu Tratado sobre o
Governo Civil, é a expressão teórica do constitucionalismo liberal inglês,
em contraste com a doutrina do absolutismo naturalista de Hobbes.
Idéias Pedagógicas
Com respeito à religião, Locke toma uma atitude racionalista moderada.
Admite uma religião natural, exigível também politicamente, porquanto
fundamentada na razão. E professa a tolerância a respeito das religiões
particulares, históricas, positivas.
Locke interessou-se especialmente pelos problemas pedagógicos,
escrevendo os Pensamentos sobre a Educação. Aí afirma a nossa
passividade, pois nascemos todos ignorantes e recebemos tudo da experiência;
mas, ao mesmo tempo, afirma a nossa parte ativa, enquanto o intelecto constrói
a experiência, elaborando as idéias simples.
Afirma-se que todos nascemos iguais, dotados de razão; mas, ao mesmo
tempo, todos temos temperamentos diferentes, que devem ser desenvolvidos de
conformidade com o temperamento de cada um. Esta educação individual não
exclui, mas implica a educação, a formação social, para ampliar, enriquecer a
própria personalidade. Tem muita importância a obra do educador, mas é
fundamental a colaboração do discípulo, pois trata-se da formação do intelecto,
da razão, que é, necessariamente, autônoma. A formação educacional consiste,
portanto, fundamentalmente, no desenvolvimento do intelecto mediante a moral,
precisamente pelo fato de que se trata de formar seres conscientes, livres,
senhores de si mesmos. Por conseguinte, a educação deve ser formativa,
desenvolvendo o intelecto, e não informativa, erudita, mnemônica. Igualmente
Locke é fautor de educação física, mas como o meio para o domínio de si mesmo.
EXERCÍCIOS
1. UEL.
Segundo Francis Bacon, "são de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a
mente humana. Para melhor apresentá-los, lhes assinamos nomes, a saber: Ídolos
da Tribo; Ídolos da Caverna; Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro".
Fonte: BACON, F. Novum Organum. Tradução de José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 21.
Com base nos conhecimentos sobre Bacon, os Ídolos da Tribo são:
a) Os ídolos dos homens enquanto indivíduos.
b) Aqueles provenientes do intercurso e da associação recíproca dos indivíduos.
c) Aqueles que imigraram para o espírito dos homens por meio das diversas doutrinas filosóficas.
d) Aqueles que chegam ao espírito humano por meio de regras viciosas de demonstração.
e) Aqueles fundados na própria natureza humana.
Fonte: BACON, F. Novum Organum. Tradução de José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 21.
Com base nos conhecimentos sobre Bacon, os Ídolos da Tribo são:
a) Os ídolos dos homens enquanto indivíduos.
b) Aqueles provenientes do intercurso e da associação recíproca dos indivíduos.
c) Aqueles que imigraram para o espírito dos homens por meio das diversas doutrinas filosóficas.
d) Aqueles que chegam ao espírito humano por meio de regras viciosas de demonstração.
e) Aqueles fundados na própria natureza humana.
2. ENEM.
Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento
tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade,
como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa
expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e
Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de
um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de
enriquecer sua vida, física e culturalmente.
CUPANI,
A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia.
São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).
Autores da
filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista
concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das
intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em
a) expor
a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda
existentes.
b) oferecer
a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi
da filosofia.
c) ser
a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam
o progresso.
d) explicitar
as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos
éticos e religiosos.
e) explicar
a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates
acadêmicos.
3. UEL. A
figura do homem que triunfa sobre a natureza bruta (Fig. 5) é significativa
para se pensar a filosofia de Francis Bacon (1561-1626). Com base no pensamento
de Bacon, considere as afirmativas a seguir.
I. O homem
deve agir como intérprete da natureza para melhor conhecê-la e dominá-la em seu
benefício.
II. O
acesso ao conhecimento sobre a natureza depende da experiência guiada por
método indutivo.
III. O
verdadeiro pesquisador da natureza é um homem que parte de proposições gerais
para, na sequência e à luz destas, clarificar as premissas menores.
IV. Os
homens de experimentos processam as informações à luz de preceitos dados a
priori pela razão.
Assinale a
alternativa correta.
a) Somente
as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente
as afirmativas II e IV são corretas.
c) Somente
as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente
as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente
as afirmativas I, III e IV são corretas.
4. UEL.
Leia o texto a seguir.
O pensamento moderno caracteriza-se pelo crescente abandono da ciência
aristotélica. Um dos pensadores modernos desconfortáveis com a lógica dedutiva
de Aristóteles – considerando que esta não permitia explicar o progresso do
conhecimento científico – foi Francis Bacon. No livro Novum Organum, Bacon
formulou o método indutivo como alternativa ao método lógico-dedutivo
aristotélico.
Com base
no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Bacon, é correto afirmar que
o método indutivo consiste
a) na
derivação de consequências lógicas com base no corpo de conhecimento de um dado
período histórico.
b) no
estabelecimento de leis universais e necessárias com base nas formas válidas do
silogismo tal como preservado pelos medievais.
c) na
postulação de leis universais com base em casos observados na experiência, os
quais apresentam regularidade.
d) na
inferência de leis naturais baseadas no testemunho de autoridades científicas
aceitas universalmente.
e) na
observação de casos particulares revelados pela experiência, os quais impedem a
necessidade e a universalidade no estabelecimento das leis
naturais.
5. PUC.
São de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana. Para melhor
apresentá-los, assinalamos os nomes: Ídolos da Tribo, Ídolos da Caverna, Ídolos
do Foro e Ídolos do Teatro.”
Fonte:
BACON. Novum Organum..., São Paulo: Nova Cultural, 1999, p.33.
É
correto afirmar que para Bacon:
a) Os
Ídolos da Tribo e da Caverna são os conhecimentos primitivos que herdamos dos
nossos antepassados mais notáveis.
b) Os
Ídolos do Teatro são todos os grandes atores que nos influenciam na vida
cotidiana.
c) Os
Ídolos do Foro são as ideias formadas em nós por meio dos nossos
sentidos.
d) Através
dos Ídolos, mesmo considerando que temos a mente bloqueada, podemos chegar à
verdade.
e) Os
Ídolos são falsas noções e retratam os principais motivos pelos quais erramos
quando buscamos conhecer.
6. Ciência
e poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o
efeito. Pois a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. E o que à
contemplação apresenta-se como causa é regra na prática.”
Fonte:
BACON. Novum Organum..., São Paulo: Nova Cultural, 1999, p.40.
Tendo em
vista o texto acima, assinale a alternativa correta:
a) Bacon
estabelece que a melhor maneira de explicar os fenômenos naturais é recorrer
aos princípios inatos da razão.
b) Através
do conhecimento científico, o homem aprende a aceitar o domínio dos princípios
metafísicos de causalidade sobre a natureza.
c) O
conhecimento da natureza depende do poder do homem. Assim um rei conhece mais
sobre a natureza do que um pobre estudante.
d) Através
da contemplação - observação – da natureza o homem aprende a conhecê-la e,
então, reúne condições para dominar a natureza.
e) Devemos
ser práticos e obedecer à natureza, pois o conhecimento das relações de causa e
efeito é impossível e sempre frustrante.
7. Ainda
sobre Locke, sabemos que é considerado o protagonista do empirismo, a teoria
normalmente chamada da "Tabula rasa" (lousa em branco). Esta teoria
afirma que todas as pessoas começam aprendem pela experiência, pela tentativa e
erro. Sobre essa teoria assinale a aternativa correta.
a) O
individuo é um produto do meio que vive.
b) O homem
já nasce com um conhecimento prévio.
c) Não
somos influenciados pelo meio em que vivemos.
d) Já
nascemos predestinados a ser o que somos.
8.
"Todas as idéias derivam da sensação ou reflexão. Suponhamos que a mente
é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem
quaisquer idéias; como ela será suprida? (...) De onde apreende todos os
materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da
experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente
o próprio conhecimento." (LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento
humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 165).
Assinale o que for correto.
01) Para John Locke, embora nosso conhecimento se origine na experiência, nem todo ele deriva da experiência. No entendimento, existem idéias inatas abstraídas das coisas pela reflexão.
02) Como seguidor de Descartes, John Locke assume a diferença entre conhecimento verdadeiro, que é puramente intelectual e infalível, e conhecimento sensível, que, por depender da sensação, é suscetível de erro.
04) John Locke é o iniciador da teoria do conhecimento em sentido estrito, pois se propôs, no Ensaio acerca do entendimento humano, a investigar explicitamente a natureza, a origem e o alcance do conhecimento humano.
08) Para John Locke, todo nosso conhecimento provém e se fundamenta na experiência. As impressões formam as idéias simples; a reflexão sobre as idéias simples, ao combiná-las, formam idéias complexas, como substância, Deus, alma etc.
16) John Locke distingue as qualidades do objeto em qualidades primárias (solidez, extensão, movimento etc.) e qualidades secundárias (cor, odor, sabor etc.); as primeiras existem realmente nas coisas, as segundas são relativas e subjetivas.
Assinale o que for correto.
01) Para John Locke, embora nosso conhecimento se origine na experiência, nem todo ele deriva da experiência. No entendimento, existem idéias inatas abstraídas das coisas pela reflexão.
02) Como seguidor de Descartes, John Locke assume a diferença entre conhecimento verdadeiro, que é puramente intelectual e infalível, e conhecimento sensível, que, por depender da sensação, é suscetível de erro.
04) John Locke é o iniciador da teoria do conhecimento em sentido estrito, pois se propôs, no Ensaio acerca do entendimento humano, a investigar explicitamente a natureza, a origem e o alcance do conhecimento humano.
08) Para John Locke, todo nosso conhecimento provém e se fundamenta na experiência. As impressões formam as idéias simples; a reflexão sobre as idéias simples, ao combiná-las, formam idéias complexas, como substância, Deus, alma etc.
16) John Locke distingue as qualidades do objeto em qualidades primárias (solidez, extensão, movimento etc.) e qualidades secundárias (cor, odor, sabor etc.); as primeiras existem realmente nas coisas, as segundas são relativas e subjetivas.
1E 2C 3A 4C 5E 6D 7A
8 (4,8,16)
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