Os
Conceitos dos padres
Teoria
do Conhecimento
A
interpretação de Platão
Entre
a fé e a razão
Com o nome de patrística
entende-se o período do pensamento cristão que se seguiu à época
neotestamentária, e chega até ao começo da Escolástica: isto é, os séculos II-VIII da
era vulgar. Este período da cultura cristã é designado com o nome de Patrística,
porquanto representa o pensamento dos Padres da Igreja, que são os construtores
da teologia católica, guias, mestres da doutrina cristã. Portanto, se a
Patrística interessa sumamente à história do dogma, interessa assaz menos à
história, em que terá importância fundamental a Escolástica.
A Patrística é
contemporânea do último período do pensamento grego, o período religioso, com o qual tem fecundo
contato, entretanto dele diferenciado-se profundamente, sobretudo como o teísmo
se diferencia do panteísmo. E é também contemporâneo do império romano, com o
qual também polemiza, e que terminará por se cristianizar depois de
Constantino. Dada a culminante grandeza de Agostinho, a Patrística será dividida em
três períodos: antes de Agostinho, período em que, filosoficamente, interessam
especialmente os chamados apologistas e os padres alexandrinos
; Agostinho, que merece um desenvolvimento à parte, visto ser o maior dos
Padres; depois de Agostinho vem o período que, logo após a sistematização,
representa a decadência da Patrística
O
Pensamento: A Gnosiologia (Teoria do Conhecimento)
Agostinho considera a filosofia
praticamente, platonicamente, como solucionadora do problema da vida, ao qual
só o cristianismo pode dar uma solução integral. Todo o seu interesse central
está portanto, circunscrito aos problemas de Deus e da alma, visto serem os
mais importantes e os mais imediatos para a solução integral do problema da
vida.
O problema
gnosiológico é profundamente sentido por Agostinho, que o resolve,
superando o ceticismo acadêmico mediante o iluminismo platônico. Inicialmente,
ele conquista uma certeza: a certeza da própria existência espiritual; daí tira
uma verdade superior, imutável, condição e origem de toda verdade particular.
Embora desvalorizando, platonicamente, o conhecimento sensível em relação ao
conhecimento intelectual, admite Agostinho que os sentidos, como o intelecto,
são fontes de conhecimento. E como para a visão sensível além do olho e da
coisa, é necessária a luz física, do mesmo modo, para o conhecimento
intelectual, seria necessária uma luz espiritual. Esta vem de Deus, é a Verdade
de Deus, o Verbo de Deus, para o qual são transferidas as idéias
platônicas. No Verbo de Deus existem as verdades eternas, as idéias,
as espécies, os princípios formais das coisas, e são os modelos dos seres
criados; e conhecemos as verdades eternas e as idéias das coisas reais por meio
da luz intelectual a nós participada pelo Verbo de Deus. Como se vê, é a
transformação do inatismo, da reminiscência platônica, em sentido teísta e
cristão. Permanece, porém, a característica fundamental, que distingue a
gnosiologia platônica da aristotélica e tomista, pois, segundo a
gnosiologia platônica-agostiniana, não bastam, para que se realize o
conhecimento intelectual humano, as forças naturais do espírito, mas é mister
uma particular e direta iluminação de Deus.
A
Metafísica
Em relação com esta
gnosiologia, e dependente dela, a existência de Deus é provada,
fundamentalmente, a priori , enquanto no espírito humano haveria uma
presença particular de Deus. Ao lado desta prova a priori , não nega
Agostinho as provas a posteriori da existência de Deus, em especial a
que se afirma sobre a mudança e a imperfeição de todas as coisas. Quanto à
natureza de Deus, Agostinho possui uma noção exata, ortodoxa, cristã: Deus é
poder racional infinito, eterno, imutável, simples, espírito, pessoa,
consciência, o que era excluído pelo platonismo. Deus é ainda ser, saber, amor.
Quanto, enfim, às relações com o mundo, Deus é concebido exatamente como livre
criador. No pensamento clássico grego, tínhamos um dualismo metafísico; no
pensamento cristão - agostiniano - temos ainda um dualismo, porém moral, pelo
pecado dos espíritos livres, insurgidos orgulhosamente contra Deus e, portanto,
preferindo o mundo a Deus. No cristianismo, o mal é, metafisicamente, negação,
privação; moralmente, porém, tem uma realidade na vontade má, aberrante de
Deus. O problema que Agostinho tratou, em especial, é o das relações entre Deus
e o tempo. Deus não é no tempo, o qual é uma criatura de
Deus: o tempo começa com a criação. Antes da criação não há tempo, dependendo o
tempo da existência de coisas que vem-a-ser e são, portanto, criadas.
Também a psicologia
agostiniana harmonizou-se com o seu platonismo cristão. Por certo, o corpo não
é mau por natureza, porquanto a matéria não pode ser essencialmente má, sendo
criada por Deus, que fez boas todas as coisas. Mas a união do corpo com a alma
é, de certo modo, extrínseca, acidental: alma e corpo não formam aquela unidade
metafísica, substancial, como na concepção aristotélico-tomista, em virtude da
doutrina da forma e da matéria. A alma nasce com o indivíduo humano e,
absolutamente, é uma específica criatura divina, como todas as demais.
Entretanto, Agostinho fica indeciso entre o criacionismo e o traducionismo,
isto é, se a alma é criada diretamente por Deus, ou provém da alma dos pais.
Certo é que a alma é imortal, pela sua simplicidade. Agostinho, pois,
distingue, platonicamente, a alma em vegetativa, sensitiva e intelectiva, mas
afirma que elas são fundidas em uma substância humana. A inteligência é divina
em intelecto intuitivo e razão discursiva; e é atribuída a primazia à vontade.
No homem a vontade é amor, no animal é instinto, nos seres inferiores cego
apetite.
Quanto à cosmologia,
pouco temos a dizer. Como já mais acima se salientou, a natureza não entra nos
interesses filosóficos de Agostinho, preso pelos problemas éticos, religiosos,
Deus e a alma. Mencionaremos a sua famosa doutrina dos germes específicos dos
seres - rationes seminales . Deus, a princípio, criou alguns seres já
completamente realizados; de outros criou as causas que, mais tarde,
desenvolvendo-se, deram origem às existências dos seres específicos. Esta
concepção nada tem que ver com o moderno evolucionismo , como alguns
erroneamente pensaram, porquanto Agostinho admite a imutabilidade das espécies,
negada pelo moderno evolucionismo.
A Moral
Evidentemente, a moral
agostiniana é teísta e cristã e, logo, transcendente e ascética. Nota
característica da sua moral é o voluntarismo, a saber, a primazia do prático,
da ação - própria do pensamento latino - , contrariamente ao primado do
teorético, do conhecimento - próprio do pensamento grego. A vontade não é
determinada pelo intelecto, mas precede-o. Não obstante, Agostinho tem também
atitudes teoréticas como, por exemplo, quando afirma que Deus, fim último das
criaturas, é possuído por um ato de inteligência. A virtude não é uma ordem de
razão, hábito conforme à razão, como dizia Aristóteles, mas uma ordem do amor.
Entretanto a vontade é
livre, e pode querer o mal, pois é um ser limitado, podendo agir
desordenadamente, imoralmente, contra a vontade de Deus. E deve-se considerar
não causa eficiente, mas deficiente da sua ação viciosa, porquanto o mal não
tem realidade metafísica. O pecado, pois, tem em si mesmo imanente a pena da
sua desordem, porquanto a criatura, não podendo lesar a Deus, prejudica a si
mesma, determinando a dilaceração da sua natureza. A fórmula agostiniana em
torno da liberdade em Adão - antes do pecado original - é: poder não pecar
; depois do pecado original é: não poder não pecar ; nos
bem-aventurados será: não poder pecar . A vontade humana, portanto, já
é impotente sem a graça. O problema da graça - que tanto preocupa
Agostinho - tem, além de um interesse teológico, também um interesse
filosófico, porquanto se trata de conciliar a causalidade absoluta de Deus com
o livre arbítrio do homem. Como é sabido, Agostinho, para salvar o primeiro
elemento, tende a descurar o segundo.
Quanto à família
, Agostinho, como Paulo apóstolo, considera o celibato superior ao matrimônio;
se o mundo terminasse por causa do celibato, ele alegrar-se-ia, como da
passagem do tempo para a eternidade. Quanto à política , ele tem uma
concepção negativa da função estatal; se não houvesse pecado e os homens fossem
todos justos, o Estado seria inútil. Consoante Agostinho, a propriedade seria
de direito positivo, e não natural. Nem a escravidão é de direito natural, mas
conseqüência do pecado original, que perturbou a natureza humana, individual e
social. Ela não pode ser superada naturalmente, racionalmente, porquanto a
natureza humana já é corrompida; pode ser superada sobrenaturalmente, asceticamente,
mediante a conformação cristã de quem é escravo e a caridade de quem é amo.
O Mal
Agostinho foi
profundamente impressionado pelo problema do mal - de que dá uma vasta
e viva fenomenologia. Foi também longamente desviado pela solução dualista dos
maniqueus, que lhe impediu o conhecimento do justo conceito de Deus e da
possibilidade da vida moral. A solução deste problema por ele achada foi a sua
libertação e a sua grande descoberta filosófico-teológica, e marca uma
diferença fundamental entre o pensamento grego e o pensamento cristão. Antes de tudo, nega a
realidade metafísica do mal. O mal não é ser, mas privação de ser, como a
obscuridade é ausência de luz. Tal privação é imprescindível em todo ser que
não seja Deus, enquanto criado, limitado. Destarte é explicado o assim chamado mal
metafísico , que não é verdadeiro mal, porquanto não tira aos seres o lhes
é devido por natureza. Quanto ao mal físico , que atinge também a
perfeição natural dos seres, Agostinho procura justificá-lo mediante um velho
argumento, digamos assim, estético: o contraste dos seres contribuiria para a
harmonia do conjunto. Mas é esta a parte menos afortunada da doutrina
agostiniana do mal.
Quanto ao mal moral,
finalmente existe realmente a má vontade que livremente faz o mal; ela, porém,
não é causa eficiente, mas deficiente, sendo o mal não-ser. Este não-ser pode
unicamente provir do homem, livre e limitado, e não de Deus, que é puro ser e
produz unicamente o ser. O mal moral entrou no mundo humano pelo pecado
original e atual; por isso, a humanidade foi punida com o sofrimento, físico e
moral, além de o ter sido com a perda dos dons gratuitos de Deus. Como se vê, o
mal físico tem, deste modo, uma outra explicação mais profunda. Remediou este
mal moral a redenção de Cristo, Homem-Deus, que restituiu à humanidade os dons
sobrenaturais e a possibilidade do bem moral; mas deixou permanecer o
sofrimento, conseqüência do pecado, como meio de purificação e expiação. E a
explicação última de tudo isso - do mal moral e de suas conseqüências - estaria
no fato de que é mais glorioso para Deus tirar o bem do mal, do que não
permitir o mal. Resumindo a doutrina agostiniana a respeito do mal, diremos: o
mal é, fundamentalmente, privação de bem (de ser); este bem pode ser não devido
(mal metafísico) ou devido (mal físico e moral) a uma determinada natureza; se
o bem é devido nasce o verdadeiro problema do mal; a solução deste problema é
estética para o mal físico, moral (pecado original e Redenção) para o mal moral
(e físico).
A
História
Como é notório, Agostinho
trata do problema da história na Cidade de Deus , e resolve-o ainda
com os conceitos de criação, de pecado original e de Redenção. A Cidade de
Deus representa, talvez, o maior monumento da antigüidade cristã e,
certamente, a obra prima de Agostinho. Nesta obra é contida a metafísica
original do cristianismo, que é uma visão orgânica e inteligível da história
humana. O conceito de criação é indispensável para o conceito de providência,
que é o governo divino do mundo; este conceito de providência é, por sua vez,
necessário, a fim de que a história seja suscetível de racionalidade. O
conceito de providência era impossível no pensamento clássico, por causa do
basilar dualismo metafísico. Entretanto, para entender realmente, plenamente, o
plano da história, é mister a Redenção, graças aos quais é explicado o enigma
da existência do mal no mundo e a sua função. Cristo tornara-se o centro
sobrenatural da história: o seu reino, a cidade de Deus , é
representada pelo povo de Israel antes da sua vinda sobre a terra, e pela
Igreja depois de seu advento. Contra este cidade se ergue a cidade terrena
, mundana, satânica, que será absolutamente separada e eternamente punida nos
fins dos tempos.
Agostinho distingue em
três grandes seções a história antes de Cristo. A primeira concerne à história
das duas cidades , após o pecado original, até que ficaram confundidas
em um único caos humano, e chega até a Abraão, época em que começou a separação.
Na Segunda descreve Agostinho a história da cidade de Deus , recolhida
e configurada em Israel, de Abraão até Cristo. A terceira retoma, em separado,
a narrativa do ponto em que começa a história da Cidade de Deus separada, isto
é, desde Abraão, para tratar paralela e separadamente da Cidade do mundo, que
culmina no império romano. Esta história, pois, fragmentária e dividida, onde
parece que Satanás e o mal têm o seu reino, representa, no fundo, uma unidade e
um progresso. É o progresso para Cristo, sempre mais claramente,
conscientemente e divinamente esperado e profetizado em Israel; e profetizado
também, a seu modo, pelos povos pagãos, que, consciente ou inconscientemente,
lhe preparavam diretamente o caminho. Depois de Cristo cessa a divisão política
entre as duas cidades ; elas se confundem como nos primeiros tempos da
humanidade, com a diferença, porém, de que já não é mais união caótica, mas
configurada na unidade da Igreja. Esta não é limitada por nenhuma divisão
política, mas supera todas as sociedades políticas na universal unidade dos
homens e na unidade dos homens com Deus. A Igreja, pois, é acessível,
invisivelmente, também às almas de boa vontade que, exteriormente, dela não
podem participar. A Igreja transcende, ainda, os confins do mundo terreno, além
do qual está a pátria verdadeira. Entretanto, visto que todos, predestinados e
ímpios, se encontram empiricamente confundidos na Igreja - ainda que só na
unidade dialética das duas cidades , para o triunfo da Cidade de Deus
- a divisão definitiva, eterna, absoluta, justíssima, realizar-se-á nos fins
dos tempos, depois da morte, depois do juízo universal, no paraíso e no
inferno. É uma grande visão unitária da história, não é uma visão filosófica,
mas teológica: é uma teologia, não uma filosofia da história.
EXERCÍCIOS
- Explique o contexto
histórico do desenvolvimento da Patrística, e o seu significado.
- Apresente o conceito
de livre-arbítrio para Santo Agostinho.
- Compare a teoria do
conhecimento de Platão a de Agostinho.
4. Sobre a doutrina da iluminação em Santo Agostinho,
leia o texto a seguir.
“Tal é a doutrina da
iluminação que Agostinho legou à filosofia cristã, de cuja tradição ela entrou
a fazer parte inseparável. Agostinho elaborou-a sob o influxo de Platão, de
Plotino e Porfírio, não porém sem imprimir-lhe um cunho cristão.”
BOEHENER, P. ; GILSON, E. História
da filosofia cristã. Petrópolis, RJ: Vozes, 1970. p. 164.
Marque a alternativa
correta.
A) Para Agostinho, a mente
humana pode conhecer as verdades eternas pela Iluminação, porque o homem possui
uma centelha do intelecto divino.
B) O cunho cristão que
Agostinho imprime à reminiscência platônica é a preexistência da alma no Mundo
das Idéias e a ação do Demiurgo.
C) Agostinho modifica a
tese da reminiscência platônica, afirmando que as verdades eternas se originam
da experiência, mas podemos conhecê-las somente mediante a iluminação divina.
D) Para Agostinho, é possível
conhecer as verdades eternas mediante a reminiscência platônica e o conceito
cristão da reencarnação.
5.Durante a Idade Média, a questão dos universais foi um dos
grandes problemas debatidos pelos filósofos da época. Realismo, conceitualismo
e nominalismo foram as soluções típicas do problema. Outra preocupação da época
foi o da possibilidade ou impossibilidade de conciliar fé e razão. Santo
Agostinho, sobre a relação fé e razão, protagonizou uma tese que se pode
resumir na frase: "Credo ut intelligam" (Creio para entender). A
partir dos seus conhecimentos sobre a questão dos universais e da filosofia medieval,
identifique as proposições verdadeiras:
I - O apogeu da patrística aconteceu no século XIII com
Santo Tomás de Aquino (1225-1274), que, retomando o pensamento de Platão, fez a
síntese mais bem elaborada da filosofia com o cristianismo durante a Idade
Média.
II - O pensamento filosófico medieval, a partir do século
IX, é chamado de escolástica. A filosofia escolástica tinha por problema
fundamental levar o homem a compreender a verdade revelada pelo exercício da
razão, contudo apoiado na Auctoritas, seja da Bíblia, seja de um padre da
Igreja.
III - Para os nominalistas, o universal é apenas um conteúdo
da nossa mente, expresso por um nome. O que significa dizer que os universais
são apenas palavras, sem nenhuma realidade específica correspondente.
IV - No conceitualismo de Pedro Abelardo, os universais são
conceitos, entidades mentais, que não existem na realidade, nem são meros
nomes.
V - De acordo com a teoria da iluminação de Santo Agostinho,
o ser humano recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Tal como o
sol, Deus ilumina a razão e torna possível o pensar correto. Em verdade, Santo
Agostinho não conflita a fé com a razão, sendo esta última auxiliar e
subordinada da fé.
Assinale a alternativa que contém as afirmativas
VERDADEIRAS:
a) I, II e III
b) I, III e V
c) II e V
d) I, II e IV
e) II, III, IV e V
6. . A Patrística é o
primeiro momento da filosofia cristã. Sobre esta tendência filosófica, leia as
seguintes afirmativas:
I. A Patrística é um movimento de pensadores cristãos que
procura justificar teórica e filosoficamente a concepção de vida e de mundo
depreendida da Bíblia.
II. A Patrística se inspirou, principalmente, nos textos
aristotélicos.
III. Plotino é um pensador considerado como participante da
patrística.
IV. A Patrística sempre rejeitou a filosofia Greco-romana em
seu todo.
V. Santo Agostinho é considerado o maior pensador da
Patrística latina.
VI. Um dos temas fundamentais da Patrística é a discussão do
sentido da fé e da razão.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Somente as
afirmativas I,II e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas I,II,V e VI são corretas.
c) Somente as afirmativas III, V e VI são corretas.
d) Somente as afirmativas I,V e VI são corretas.
e) Somente as afirmativas II, V e VI são corretas.
1SALA 2SALA 3SALA 4A 5E 6D
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